Módulo
XII
Influência dos Espíritos na Nossa Vida
3
– Obsessão
Do
latim, obsessione, a palavra obsessão significa:
impertinência, perseguição, vexação; Preocupação com
determinada idéia, que domina doentiamente o espírito, e resultante
ou não de sentimentos recalcados; idéia fixa; mania.99
99
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
Normalmente
o termo obsessão é usado como significado de idéia fixa em alguma
coisa, como a definir um estado mental doentio.
Após
a Codificação Espírita, esta palavra ganhou um significado mais
profundo:
A
obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre
um indivíduo.
Apresenta-se
caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem
perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do
organismo e das faculdades mentais.100
100
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXVIII, Item 81.
Com
este conceito, Kardec, aproveitando o significado vulgar,
aprofundou-o mostrando as suas causas. Temos então que a obsessão é
um distúrbio mental gerado por influência negativa dos Espíritos,
tendo suas causas no passado culposo da criatura através de
comportamentos distantes da moral.
O
Espírito Manoel Philomeno de Miranda chega a afirmar que somente há
obsidiados porque há endividados espirituais.101
101
“Grilhões Partidos”, Prefácio item 3.
Segundo
Emmanuel, a obsessão é o equilíbrio de forças inferiores,
retratando-se entre si. E continua: Fenômeno de reflexão pura e
simples, não ocorre tão somente dos chamados mortos para os
chamados vivos, porque, na essência, muita vez aparece entre os
próprios Espíritos encarnados a se subjugarem reciprocamente pelos
fios invisíveis da sugestão.102
102
“Pensamento e Vida”, cap. 27.
Com
isto, nosso querido mentor nos alerta que a obsessão é um processo
de sintonia, e sempre de forma bilateral, porque é sustentada por um
intercâmbio que funciona tanto de lá para cá, como de cá para lá.
Nesta
mesma iluminada página Emmanuel diz que:
Toda
obsessão começa pelo debuxo vago do pensamento alheio que nos
visita, oculto.
Hoje
é um pingo de sombra, amanhã linha firme, para depois, fazer-se um
painel vigoroso, do qual assimilamos apelos infelizes.
Desta
forma, vemos o caráter gradativo do processo obsessivo, e novamente
a importância do “Vigiai e Orai”.
Mecanismo
da obsessão
Manoel
Philomeno de Miranda, pela mediunidade de Divaldo P. Franco, informa
como se dá o processo obsessivo. Vejamos a narrativa:
Quando
o Espírito é encaminhado à reencarnação, traz, em forma de
“matrizes” vigorosas no perispírito, o de que necessita para a
evolução. Imprimemse, então, tais fulcros nos tecidos em formação
da estrutura material de que se utilizará para as provações e
expiações necessárias. Se se volta para o bem e adquire títulos
de valor moral, desarticula os condicionamentos que lhe são impostos
para o sofrimento e restabelece a harmonia nos centros
psicossomáticos, que passam, então, a gerar novas vibrações
aglutinantes de equilíbrio, a se fixarem no corpo físico em forma
de saúde, de paz, de júbilo… Se todavia, por indiferença ou por
prazer, jornadeia na frivolidade ou se encontra adormecido na
indolência, no momento próprio desperta automaticamente o mecanismo
de advertência, desorganizando-lhe a saúde e surgindo, por sintonia
psíquica, em conseqüência do desajustamento molecular no corpo
físico, as condições favoráveis a que os germens-vacina que se
encontram no organismo proliferem, dando lugar às enfermidades desta
ou daquela natureza. Outras vezes, como os recursos trazidos para a
reencarnação, em forma de energia vitalizadora, não foram
renovados, ou, pelo contrário, foram gastos em exageros, explodem as
reservas e, pela queda vibratória, que atira o invigilante noutra
faixa de evolução, a sintonia com entidades viciadas, perseguidoras
e perversas, se faz mais fácil, dando início aos demorados
processos obsessivos (…) 103
103
“Grilhões Partidos”, Prefácio item 3.
Através
deste valoroso ensinamento, vemos que o processo obsessivo só se
completa com a permissão do elemento encarnado, quando este,
invigilantemente, foge aos compromissos da renovação Cristã.
Porque mesmo que as “matrizes” já estejam gravadas, cabe a ele
restabelecer a harmonia pela vivenciação do bem, ou se entregar às
tendências desequilibradoras, através do jornadear nas
frivolidades.
Variações
do Processo Obsessivo
•
Obsessão Simples –
Segundo informação dos Espíritos, a obsessão simples é
parasitose comum a quase todas as pessoas. Trata-se da simples
influência negativa dos Espíritos em nossa vida. Para que isto
aconteça, basta que nos sintonizemos com as forças contrárias ao
bem, e, seja nos momentos de sono ou de vigília, os Espíritos
sutilmente nos ditam as regras.
Quase
sempre todo processo de obsessão mais complicado, inicia-se em uma
obsessão simples.
•
Fascinação –
É a ilusão produzida pela ação direta do Espírito obsidente,
paralisando na criatura obsidiada o raciocínio. Nesse estado, a
pessoa obsidiada perde a noção do ridículo e do discernimento. O
Espírito obsessor lhe inspira a agir de determinada maneira em
disparate, e para ela, a forma é bem lógica. Ou seja, o obsedado
nunca acha que está errado, e tenta provar com todos os argumentos
que está certo. É sem dúvida uma das mais graves formas de
obsessão.
•
Subjugação -À
medida que se agrava o processo obsessivo, a vontade do obsessor vai
aumentando o governo das ações do obsedado. A subjugação pode ser
moral ou corporal:
-
Moral: Ocorre quando o invasor domina moralmente o hospedeiro,
levando-o a tomar atitudes comprometedoras. Já não é a vontade
deste que comanda, mas do elemento perturbador. Seria como que uma
fascinação mais agravada.
-
Corporal: Dá-se quando o Espírito imanta-se a determinada
pessoa, assenhorando-se dos centros do comando motor desta, e a
domina fisicamente. Neste estado gravíssimo, a vítima fica inerte,
cometendo atrocidades diversas.
Tipos
de Obsessão
Se
classificamos acima a obsessão quanto à forma de atuação dos
Espíritos, podemos classificá-la também quanto ao elemento
obsessor, ou seja, quanto a quem é o obsessor. Desta forma temos, a
obsessão:
De
encarnado para encarnado: É a obsessão realizada entre seres
encarnados, através do domínio mental e até mesmo físico. Esse
domínio muitas vezes é mascarado pelos termos ciúme, proteção,
paixão, e até mesmo, o que é pior, amor. Mas amor nestas bases nós
particularmente entendemos como “amor próprio”.
Acontece
também sob o império do ódio ou outros sentimentos inferiores,
como vingança, orgulho ferido etc..
De
desencarnado para desencarnado: Há Espíritos que obsediam
Espíritos. É a prova de que os sentimentos não mudam só pelo ato
do desencarne. Quando um homem é de nível inferior, evolutivamente
falando, será também, até que mude de postura, Espírito inferior.
Há nas relações entre Espíritos verdadeiras relações de domínio
de um em relação a outros que se acham em desvantagem. O livro
Libertação, do Espírito André Luiz, sob a mediunidade de
Francisco Cândido Xavier, é um dos que tratam este tema com muita
propriedade.
De
encarnado para desencarnado: A princípio, poderíamos achar esta
hipótese um absurdo, mas podemos afirmar com segurança, que o fato
é muito mais comum do que podemos pensar.
Acontece
quando criaturas desavisadas ligam-se obstinadamente aos entes
queridos que desencarnaram antes, fincando a elas jungidas seja pela
revolta ante o fato, ou por sentimento de perda.
É
fruto do amor egoísta e possessivo que domina nosso ambiente
planetário, agravado ainda pela falta de informação e consciência
de culpa, ou ainda pelo sentimento de ódio, inveja ou vingança.
De
desencarnado para encarnado: Esse é o mais conhecido, e o que
tratamos mais comumente.
O
fator vigilância, para o obsedado, é de suma importância,
porquanto o obsessor desencarnado leva vantagem de nem sempre ser
visto ou percebido, agindo assim com mais tranqüilidade, pois, ao
contrário, tudo vê e percebe.
Obsessão
recíproca: Como já dissemos anteriormente, nenhuma obsessão é
unilateral, mas podemos qualificar como obsessão recíproca, a que
ambos os elementos sentem-se dependentes um do outro, sendo muitas
vezes até perigoso desligá-los rapidamente.
André
Luiz narra um destes casos em sua obra, “Nos Domínios da
Mediunidade”.
É
o caso de Libório, que obsediava a esposa por quem sentia verdadeira
paixão, vampirizando-
lhe
o corpo físico. Esclarece desta forma o autor Espiritual:
O
pensamento da irmã encarnada que o nosso amigo vampiriza está
presente nele, atormentando-o. Acham-se ambos sintonizados na mesma
onda. É um caso de perseguição recíproca (…) enquanto não lhes
modificamos as disposições espirituais (…) jazem no regime de
escravidão mútua, em que obsessores e obsidiados se nutrem das
emanações uns dos outros.
Conclusão.
O
processo obsessivo é uma característica de mundos ainda atrasados
moralmente, pois é fruto do egoísmo, da maldade e da falta de
perdão.
Tanto
o tratamento como a profilaxia podem ser facilitados com o uso da
prece, da água fluidificada, de passes, etc.. Mas o mais importante
mesmo, o único remédio realmente eficaz, é a reforma íntima em
bases de amor. Daquele amor ensinado pelo Meigo Rabi da Galiléia,
nosso Querido Mestre: Jesus.
Apostila
do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro
Espírita Amor e Caridade
Goiânia
- GO
Trabalho
realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a
coordenação de Cláudio Fajardo
Divulgação
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