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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

CONDUTA MEDIÚNICA

(3ª Parte)
Rubens Santini

“Cada médium tem seu Guia Espiritual. Ele deve afinar—se com essa Entidade e os meios de ambos se tornarem mais afins são a conduta reta, a amplitude do dom de amar, e o trabalho em favor do aperfeiçoamento das qualidades elevadas da vida.
Quando o médium está afinado com a caridade em todos os seus aspectos, quando ele começa a sentir o amor por todas as criaturas, quando reconhece o valor do perdão e sempre ajuda sem o interesse da gratidão esse médium, mesmo que não tenha a faculdade de se comunicar diretamente com os Espíritos... Pode sentir a presença deles pela faculdade do amor, que registra na consciência a presença espiritual.
Não é pela faculdade desenvolvida do medianeiro o nosso maior interesse. É pelo que ele faz dos dons que possui, de pensar, de falar, de viver e, ainda mais, é pela sua compreensão do valor da auto—educação.
Guias Espirituais todos temos, pois isso é uma lei nascida da misericórdia de Deus.
Carece saber se respeitamos esses companheiros da Espiritualidade Maior, não os envergonhando com nossos feitos.

É de importância grandiosa que os convidemos para assistirem o que pensamos e o que falamos e, sentindo as suas presenças, passemos a falar e a pensar com mais segurança. Não podemos ignorar as nossas companhias espirituais.
Elas são visíveis. Percebemos os seus pensamentos permeando os nossos, a nos chamar, como a voz interior, para trabalharmos a senda da verdade. E o médium espírita não pode se esquecer dessa realidade.
Guia nenhum se afasta do seu tutelado. O assistido é quem muda o comportamento, caindo em vibração diferente daqueles que o ajudam. Se o debaixo se esforça para subir, o de cima se empenha em descer, para se dar o encontro.
Compreendemos, pois, que do movimento do Bem é que surge a luz do entendimento. A comunicação medida—se por afinidade de valores, pelo caráter dos ideais.
Se queres comunicar-te com os Espíritos superiores, eleva as tuas qualidades da forma como ensina o Evangelho de Jesus e alcançarás as vibrações mais puras daqueles que vivem e irradiam o amor.”
“Não é, pois, pelo exercício de suas faculdades que o médium irá ficar ao abrigo de pressões e assédios.
Pode até ocorrer o oposto: precisamente por estar a exercê-la e incomodando certos Espíritos, que não desejam abandonar suas paixões é que o médium ficará mais exposto a tais pressões, ameaças e intimidações. Não que ele vá sofrer as consequências do seu trabalho bem intencionado, o que seria equivalente a ser vitimado pelo seu desejo de servir e de ajudar aos que sofrem. O trabalho feito com critério e bom senso terá sempre a cobertura necessária dos Mentores desencarnados do grupo.
Se, porém o grupo se desarmoniza e entra em colapso, então salve—se quem puder, enquanto é tempo, pois caem as guardas e os amigos espirituais nada mais podem fazer, embora o lamentem. Isto acontece, com frequência aos médiuns que se enamoram de suas próprias faculdades e aos dirigentes que se deixam envolver nessa atmosfera de endeusamento, de gurunismo, convertendo o médium num oráculo infalível. Também não é tudo ação dos Espíritos, como pensa muita gente. Há pessoas que dão uma topada e atribuem logo o incidente aos Espíritos. Se caem, é porque alguma Entidade as empurrou, se agridem alguém verbalmente, por pura falta de educação ou caridade, foram os Espíritos que “atuaram”. Em suma, tudo é culpa dos obsessores. Outros vivem a repetir que os “Guias” disseram isto ou aquilo; mandaram fazer assim ou assado. Ou dê “recados” incongruentes de Entidades, cujos nomes citam:
— Fulano, mandou dizer isto para você. Faça o que ele manda.
A verdade é bem outra. Os Espíritos responsáveis e de boa condição evolutiva raramente mandam fazer alguma coisa, pois costumam respeitar o nosso livre-arbítrio.
Uma boa regra, é desconfiar logo de "guias" e "mentores" que começam com distribuir ordens a cada momento. Ou elogios fartos e constantes (..)
E muitas vezes, não há recado nenhum a ser transmitido. É o próprio médium que procura influenciar ou decidir a situação investido-se de autoridade presumida deste ou aquele espírito de confiança do grupo. Pode ocorrer, também, que Espíritos ardilosos e envolventes estejam usando o nome de antigos orientadores, que se afastaram por causa dos desajustes e conflitos surgidos no próprio grupo. De mais a mais, as Entidades responsáveis e sérias não ficam à disposição dos médiuns, ou de quem quer que seja, para assessorá—los nos mínimos detalhes da vida.
Muita gente se deixa enganar porque assim o quer, aceitando tudo quanto venha de médiuns fascinados e fascinadores.
Os Espíritos confiáveis, mesmo quando tem de advertir, fazem—no com respeito ao livre-arbítrio e à condição daqueles a quem se dirigem. Preferem aconselhar de maneira indireta, que sirva para todo o grupo, sem agredir, sem proibir, sem expor ninguém ao ridículo ou à repreensão pública ou reservada, e são muito sóbrios, quase avessos ao elogio. (...)
Os próprios amigos espirituais respeitam com muita firmeza nosso livre-arbítrio. Eles nos esclarecem e nos orientam, mas nunca decidem por nós, nem mesmo quando percebem que estamos caminhando para cair dentro de um poço. Se é nosso propósito deliberado correr o risco e cair, eles não o impedem. Mais tarde, vão lá nos estender assim com a mesma atitude amorosa e compreensiva de sempre, a mesma dedicação imperturbável. Sem a menor censura (...)
Os Espíritos amigos não colocam o médium numa redoma invisível de proteção simplesmente porque ele ta exercendo suas faculdades mesmo que com a maior dedicação. Eles proporcionam certa cobertura, assistem o médium em suas dificuldades maiores, proporcionam—lhe uma palavra ocasional de consolo e estímulo, mas, quando, realmente responsáveis e esclarecidos, nada são de "paparicadores", como se diz popularmente.
O médium é uma pessoa como as outras e tem de ter suas próprias experiências, sujeito a erros e a acertos, como os demais seres humanos em processo evolutivo.
Não é correto mandar um filho ou uma filha à escola, fazer—lhes todos os deveres e substituí-los nas provas avaliadoras do conhecimento adquirido.”
Divaldo Franco e Raul Teixeira nos esclarecem
De que dispõe o médium psicofônico consciente para distinguir seu pensamento do pensamento da Entidade comunicante?
Divaldo: O médium consciente dispõe do bom senso... Eis porque antes de exercitar a mediunidade deve estudá—la; antes de entregar-se ao ministério da vivência mediúnica é-lhe lícito entender o próprio mecanismo do fenômeno mediúnico. (...) Naturalmente os Espíritos se utilizam do nível cultural do médium, o mesmo ocorrendo nas demais expressões mediúnicas: na semi-consciente e na inconsciente, O médium, no começo, terá de vencer o constrangimento da dúvida, em cujo período ele não tem maior certeza se a ocorrência parte do inconsciente, dos arquivos da memória anterior, ou se provém da indução de natureza extrínseca. Através do exercício ele adquirirá um conhecimento de tal maneira equilibrado que poderá identificar quando se trata de si próprio, animismo, ou de interferência espiritual, mediunismo. Através da lei dos fluidos, pelas sensações que o médium registra, durante a influência que o envolve passa a identificar qual Entidade dele se acerca. A partir daí, se oferece numa entrega tranquila, e o Espírito que o conduz inspira—o além da sua própria capacidade, dando leveza às suas idéias habituais, oferecendo—lhe a possibilidade de síntese que não lhe é comum, canalizando idéias às quais não está acostumado e que ocorrem somente naquele instante de concentração mediúnica. Só o tempo, porém, pelo exercício continuado, oferecerá a lucidez, a segurança para discernir quando se trata de informação dos seus próprios arquivos ou da interferência dos Bons Espíritos.
Pode o médium, em algumas comunicações, não conseguir evitar, totalmente, as atitudes desequilibradas dos Espíritos comunicantes?
Divaldo: À medida que o médium educa a força nervosa, logra diminuir o impacto do desequilíbrio do comunicante. Compreensível que, em se comunicando um suicida, não venhamos esperar harmonia por parte da Entidade em sofrimento; alguém que foi vítima de uma tragédia, sendo arrebatado do corpo sem o preparo para a vida espiritual, apresentará no médium o estertor do momento final, na própria comunicação alguma convulsão em virtude do quadro emocional em que o Espírito se encontra.
Há, porém, certos cacoetes e viciações que nos cumpre disciplinar. Há médiuns que só dão comunicação psicofônia se bocejarem bastante. Para dar um toque de humor: quando eu comecei a frequentar a Casa Espírita, na minha terra natal, a primeira parte era um Deus—nos—acuda! Porque as pessoas bocejavam e choravam, demasiadamente. Eu, como era um médium principiante, cria que também deveria bocejar de quebrar o queixo. A “médium principal”, que era uma senhora muito católica, iniciava as comunicações sempre depois de intermináveis bocejos e tosses que a levavam às lágrimas. Hoje se bocejo, riem no meu estado normal. Quando eles vem eu cerro os dentes e os evito. É lógico que uma Entidade sofredora nos impregna de energia perniciosa, advindo o desejo de exteriorizar pelo bocejo. É uma forma de eliminar toxinas. Mas nós podemos eliminá-la pela sudorese, por outros processos orgânicos não necessariamente o bocejo. Há outros médiuns que tem a dependência de todas as vezes em que vão comunicar-se os Espíritos, bater na mesa, ou bater os pés, porque se não baterem, não se comunicam.
Lembro de uma vez em que tivemos uma mesa redonda. O presidente da mesa era um homem muito bom, muito evangelizado, mas não havia entendido bem a Doutrina, tendo idéias doutrinárias muito pessoais. Ele me perguntou quando é que o Espírito incorpora no médium. Ele logo me respondeu:
“A gente chupa,..., chupa, até engolir! Não é verdade?” São cacoetes, destituídos de sentido e lógica. Os médiuns tem o dever de coibir o excesso de disti da Entidade comunicante.
Na minha terra, vi senhoras que se jogavam no chão e vinham os cavalheiros prestimosos ajudá-las... Graças á Deus eram todas magrinhas... - O médium deve controlar o Espírito que se comunica, para que este lhe respeite a instrumentalidade, mesmo porque, o Espírito não entra no médium. A comunicação é sempre através do perispirito, que vai oferecer campo ao desencarnado.
Todavia, a diretriz é do encarnado...
Quais são os requisitos necessários aos médiuns que militam na tarefa mediunica?
Raul: (...) Numa colocação feita pelo Espírito Albino Teixeira, através de Chico Xavier, no livro “PAZ E RENOVAÇÃO, diz ele que o melhor médium para o mundo espiritual, não é o que seja portador de amplas faculdades mas é aquele que esteja sempre disposto a aprender e sempre pronto a servir.
Que pensar dos médiuns psicofônicos que recebem Espíritos durante a sessão um atrás do outro? Será indício de grande mediunidade?
Raul: A mediunidade amadurecida não é identificada pelo número de desencarnados que se comuniquem por um único médium, numa mesma sessão mas será identificado pelo teor da comunicação pela qualidade do fenômeno, que demonstrará a maior ou menor afirmação do médium com as responsabilidades da tarefa. Cada médium, quando é devidamente esclarecido e maduro para o desempenho dos seus compromissos, saberá que o número avultado de comunicação por sessão poderá indicar descontrole do instrumento encarnado e não a sua pujança mediúnica.
Há médiuns que prosseguem dando passividade a Entidades durante a prece de encerramento, sem qualquer disciplina, quando não justificam que tais Entidades estavam programadas, como se os Emissários do Além, responsáveis por lides tão graves, tivessem menor bom senso do que nós, os encarnados.
Um número de até duas comunicações e, em caso de grande necessidade e carência de outros médiuns, até três, parece bastante coerente. Todos os médiuns, assim tem chance de atender aos Irmãos desencarnados, sem o desnecessário desgastes.
O que deve fazer o médium quando influenciado por Entidades fora da reunião no trabalho, no lar? Quais as causas dessas influências?
Divaldo: No capitulo XXIII de “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, Da Obsessão o Codificador reporta-se invigilância das criaturas. É natural que o individuo seja médium onde quer que se encontre. A mediunidade não é uma faculdade que só funciona nas reuniões especializadas. Onde quer que se encontre o individuo, aí estão os seus problemas. É perfeito. Tanto compreensível que não apenas na oficina do trabalho, como na rua, na vida social, ele experimenta a presença dos Espíritos; não somente presenças positivas, como também perniciosas, Entidades infelizes, Espíritos levianos, ou aqueles que se comprazem em perturbar e aturdir.
Cumpre ao médium manter o equilíbrio que lhe é proposto pela educação mediúnica. Mediante a educação mediúnica, pode-se evitar a interferência desses Espíritos perturbadores em nossa vida de relação normal, para que não venhamos a cair na obsessão simples, que é o primeiro passo para a subjugação etapa terminal de um processo de três fases. Quando estivermos em lugar não apropriado ao exercício da mediunidade ou à exteriorização do fenômeno disciplinadamente, oremos, volvamos a nossa mente para idéias otimistas, agradáveis, porque mudando o nosso clichê mental transferimo-nos de atividade espirituais.
É possível ao médium distinguir as alterações psíquicas e orgânicas que lhe são próprias das que estão procedendo dos Espíritos desencarnados?
Divaldo: Um dos comportamentos iniciais do médium deve ser o de estudar-se. Daí, ser necessário estudar a mediunidade. Eu, por exemplo, quando comecei o exercício da mediunidade, ia a uma festa e assimilava de tal forma o psiquismo do ambiente, que me tornava a pessoa mais contente dali. Se ia a um casamento eu ficava mais feliz que o noivo. Se ia a um enterro, ficava mais choroso que a viúva, porque me contaminava psiquicamente, e ficava muito difícil saber como era a minha personalidade. Pois, de acordo com o local, havia corno que um mimetismo, isto é, eu assimilava o efeito do ambiente. Lentamente, estudando a minha personalidade, as minhas dificuldades e comportamentos, logrei traçar o meu perfil pessoal, e estabelecer uma conduta medial para que aqueles que vivem comigo saibam como eu sou, e dai possam avaliar os meus estados mediúnicos. De inicio, o médium terá algumas dificuldades, porque o fenômeno produz urna interpolação estranha à sua própria personalidade. Somando-se velhas dificuldades à sensibilidade mediúnica, o sensitivo passa a ter muito aguçadas a remir das vidas pretéritas, não só no caráter da consciência mas na somatória das experiências Recordo-me que, em determinada época de minha vida, terminada urna palestra ou reunião mediúnica, eu tinha uma necessidade imperiosa de caminhar.
Caminhar até a exaustão física. Como naquele período claro—escuro da mediunidade, sem saber exatamente como encontrar a paz, os Espíritos me receitavam trabalho físico porque tinha dificuldades de dormir. A vida física era—me muito ativa e, mesmo quando o corpo caía no colapso, a mente continuava excitada, e eu me levantava no dia seguinte pior do que havia deitado.
Então tantas vezes, eu preferia não deitar.
Com o tempo fui formando meu perfil de comportamento, de personalidade, aprendendo a assumir responsabilidade dos insucessos e a transferir para os Mentores os resultados das ações positivas que são sempre de Deus, enquanto os erros são sempre nossos. Estaremos sempre em sintonia com os Espíritos de comportamento muito ideal ao nosso. Daí, o médium vai, medindo as suas reações suas mágoas, ciúmes, invejas, e irá identificando as reações positivas, a beleza, o desejo de servir. Por fim, aprende a selecionar quando é ele e quando são os Espíritos que estão agindo por seu intermédio.
Quais as causas do sono de que muitos companheiros se queixam quando participam de uma reunião mediúnica?
Como evitá-lo?
Raul: As causas podem ser várias. Desde o cansaço físico, quando o individuo que vem de atividades muito intensas e que, ao sentar-se, ao relaxar-se, naturalmente é tomado pelo torpor do sono. Também, pode ser causado pela indiferença, pelo desligamento, quando alguém está num lugar, fisicamente, entretanto, pensando em outro, desejando não estar onde se acha. O sono pode, ainda, ser provocado por Entidades Espirituais que nos espreitam e que não tem nenhum interesse em nosso aprendizado para o nosso equilíbrio e crescimento. Muitas vezes, os companheiros; questionam: “quando nós estamos no Centro Espírita, estamos num campo protegido, e como o sono nos perturba?”. Temos que entender que tais Entidades hipnotizadoras poderão penetrar o circuito de forças vibratórias da Instituição, ficam do lado de fora. a pessoa que entrou no Centro, na reunião sintonizou-se com o ambiente, continua vinculado aos que se conservam do lado de fora, e através dessa porta, desse plug aberto, ou dessa tornada, as Entidades que ficaram lá fora lançam seus tentáculos mentais, formando urna ponte..
Então, estabelecida a ligação atuam na intimidade dos centros neuronais desses incautos, que dormem, que se dizem desdobrar: “Eu não estava dormindo, apenas desdobrei, eu ouvi tudo”. Eles viram e ouviram tudo o que não fazia parte da reunião. Foram fazer a viagem com as Entidades que os narcotizaram... Deparamos aí com distúrbios graves, porque quando termina a reunião o individuo está fagueiro, ótimo e sem sono e vai assistir a televisão até altas horas, depois de haver submetido aos fluidos enfermiços.
Por isso recomendamos àqueles que estão cansados fisicamente, que façam um ligeiro repouso antes da reunião ainda que seja por poucos minutos, para que o organismo possa beneficiar-se do encontro, para que fique bem mais atentos durante o trabalho doutrinário.
(...) Apelar para a prece, porque sempre que estamos desejosos de participar do trabalho do bem, contamos com a eficiente colaboração dos Espíritos Bondosos. Faze a tua parte que o céu te ajudará. Temos, então o sono como esse terrível adversário de nossa participação de nosso aprendizado, de nosso crescimento espiritual. Não permitamos que ele se apodere de nós. Lutemos o quanto conseguirmos, e deveremos conseguir sempre, para combater para termos bons frutos no bom aprendizado.
O endeusamento do médium constitui perigo para a mediunidade? Por quê?
Raul: Evidente que tudo aquilo que constitui motivo de tropeço na estrada de qualquer criatura, naturalmente poderá levá-lo à queda. Em se tratando de médium e de mediunidade, todo e qualquer endeusamento é plenamente dispensável, mesmo porque, entendemos que o médium não fala de si próprio. O que ele apresenta de positivo, de nobre, de elevado deve-se à assistência e misericórdia dos Espíritos do Senhor!. Não havendo motivo, portanto, para que se vanglorie de uma virtude, de urna grandeza que ainda não lhe pertence. Por outro lado, se o fenômeno ao qual ele serve de intermediário não constitui essa grandiosidade, se são fenômenos modestos, ou se houve algum equívoco ou alguma fragilidade na colocação que alguma Entidade apresentou, também não é motivo para que o médium se atormente, se entristeça, porque terá sido apena filtro.. Necessita, sim, a partir de então de ter o cuidado de estar cada dia mais vigilante, para que esse empobrecimento não se amplie, para quer seja co-participante dessa difícil e para que ele, cada vez mais, se dê conta de que a vaidade poderá ser-lhe prejudicial. Por isso, qualquer endeusamento é desnecessário, é improfícuo. Isso não dispensa que os companheiros, que estejam lidando com o médium, o possam incentivar para que ele cresça, para que ele se desenvolva cada vez mais e melhor, para que estude, para que sirva, para que trabalhe. Assim afirmamos, porque temos visto oculta por trás desse bloqueio do o eu que uma parte muito considerável de um personalismo infeliz, de um despeito atormentante. Muitas vezes, diz-se que não se deve elogiar o médium, porque não haveria necessidade para tanto.
Porém, não se lhe diz nenhuma palavra que o impulsione para a frente, determinando uma posição de despeito, ou de indiferença. Se não precisamos dizer à criatura que ela é médium melhor que Chico Xavier, e todos sabem que é uma inverdade, poderemos dizer: “prossiga, meu irmão ou minha irmã vá adiante...“ O Chico também começou nas lutas das suas experiências iniciais, claro que estamos deixando de lado aquela continuidade de tarefas que ele vem fazendo desde reencarnação anteriores, mas, de qualquer maneira, mesmo em encarnações anteriores ele iniciou pelo simples, pelas coisas mais modestas, e se hoje ele é esse perfil de grandiosa mediunidade, é porque esforçou—se nesse anelo da perfeição espiritual. O endeusamento, então será sempre dispensável, mormente para aqueles médiuns que estejam começando, mas não deveremos deixar de incentivá-los, doutrinariamente, para que não sejam desanimados pela onda terrível que agride médiuns e mediunidade, nesses dias, que lança descrédito e tenta jogar desdouro por sobre a tarefa mediúnica.
No desenvolvimento da faculdade em médiuns principiantes, há alguma utilidade em se lhes aplicar passes para facilitar, por exemplo, a psicofonia?
Divaldo: Esse exercício é, às vezes positivo, porque o médium estando com o centros psíquicos  ainda não desenvolvidos dos durante a hora da concentração entra em conflito, por não saber distinguir as sensações e emoções suas, daquelas que ele registra e que pertencem ao Espírito desencarnado..
Experimenta taquicardia, há o resfriamento corporal colapso periférico, a ansiedade, que são típicos da presença dos Espíritos que padecem, mas que, muitas vezes, são da própria expectativa. No caso de aplicação do passe objetivando ajudar, aumenta no médium a carga vibratória e isto facilita-lhe o desempenho. Mas, por outro lado, não deve ser habitual, para não lhe criar condicionamentos. Por isto, deve-se aplicar passes, só esporadicamente.
Quantas comunicações um mesmo médium pode receber durante a sessão mediúnica de atendimento a Espíritos sofredores?
Divaldo: Um médium seguro, num trabalho bem organizado, deve receber de duas a três comunicação quando muito, para que dê oportunidade a outros companheiros de tarefas., e para que não tenha um desgaste exagerado.
Tenho tido o hábito de observar, em médiuns seguros, conhecidos nossos, que eles incorporam, em média, três Entidades sofredoras ou perturbadoras e o Mentor Espiritual; raramente ocorrem cinco manifestação pelo mesmo instrumento, principalmente num grupo.
(segue)


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
Fevereiro
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343
Correspondência:
Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)

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