(3ª Parte)
Rubens
Santini
“Cada médium tem seu Guia Espiritual.
Ele deve afinar—se com essa Entidade e os meios de ambos se tornarem mais afins
são a conduta reta, a amplitude do dom de amar, e o trabalho em favor do
aperfeiçoamento das qualidades elevadas da vida.
Quando o médium está afinado com a
caridade em todos os seus aspectos, quando ele começa a sentir o amor por todas
as criaturas, quando reconhece o valor do perdão e sempre ajuda sem o interesse
da gratidão esse médium, mesmo que não tenha a faculdade de se comunicar
diretamente com os Espíritos... Pode sentir a presença deles pela faculdade do
amor, que registra na consciência a presença espiritual.
Não é pela faculdade desenvolvida do
medianeiro o nosso maior interesse. É pelo que ele faz dos dons que possui, de
pensar, de falar, de viver e, ainda mais, é pela sua compreensão do valor da
auto—educação.
Guias Espirituais todos temos, pois
isso é uma lei nascida da misericórdia de Deus.
Carece saber se respeitamos esses
companheiros da Espiritualidade Maior, não os envergonhando com nossos feitos.
É de importância grandiosa que os convidemos
para assistirem o que pensamos e o que falamos e, sentindo as suas presenças,
passemos a falar e a pensar com mais segurança. Não podemos ignorar as nossas
companhias espirituais.
Elas são visíveis. Percebemos os seus
pensamentos permeando os nossos, a nos chamar, como a voz interior, para
trabalharmos a senda da verdade. E o médium espírita não pode se esquecer dessa
realidade.
Guia nenhum se afasta do seu
tutelado. O assistido é quem muda o comportamento, caindo em vibração diferente
daqueles que o ajudam. Se o debaixo se esforça para subir, o de cima se empenha
em descer, para se dar o encontro.
Compreendemos, pois, que do movimento
do Bem é que surge a luz do entendimento. A comunicação medida—se por afinidade
de valores, pelo caráter dos ideais.
Se queres comunicar-te com os
Espíritos superiores, eleva as tuas qualidades da forma como ensina o Evangelho
de Jesus e alcançarás as vibrações mais puras daqueles que vivem e irradiam o
amor.”
“Não é, pois, pelo exercício de suas
faculdades que o médium irá ficar ao abrigo de pressões e assédios.
Pode até ocorrer o oposto:
precisamente por estar a exercê-la e incomodando certos Espíritos, que não
desejam abandonar suas paixões é que o médium ficará mais exposto a tais
pressões, ameaças e intimidações. Não que ele vá sofrer as consequências do seu
trabalho bem intencionado, o que seria equivalente a ser vitimado pelo seu
desejo de servir e de ajudar aos que sofrem. O trabalho feito com critério e
bom senso terá sempre a cobertura necessária dos Mentores desencarnados do
grupo.
Se, porém o grupo se desarmoniza e
entra em colapso, então salve—se quem puder, enquanto é tempo, pois caem as
guardas e os amigos espirituais nada mais podem fazer, embora o lamentem. Isto
acontece, com frequência aos médiuns que se enamoram de suas próprias
faculdades e aos dirigentes que se deixam envolver nessa atmosfera de endeusamento,
de gurunismo, convertendo o médium num oráculo infalível. Também não é tudo
ação dos Espíritos, como pensa muita gente. Há pessoas que dão uma topada e atribuem
logo o incidente aos Espíritos. Se caem, é porque alguma Entidade as empurrou, se
agridem alguém verbalmente, por pura falta de educação ou caridade, foram os
Espíritos que “atuaram”. Em suma, tudo é culpa dos obsessores. Outros vivem a
repetir que os “Guias” disseram isto ou aquilo; mandaram fazer assim ou assado.
Ou dê “recados” incongruentes de Entidades, cujos nomes citam:
— Fulano, mandou dizer isto para
você. Faça o que ele manda.
A verdade é bem outra. Os Espíritos responsáveis
e de boa condição evolutiva raramente mandam fazer alguma coisa, pois costumam
respeitar o nosso livre-arbítrio.
Uma boa regra, é desconfiar logo de
"guias" e "mentores" que começam com distribuir ordens a
cada momento. Ou elogios fartos e constantes (..)
E muitas vezes, não há recado nenhum
a ser transmitido. É o próprio médium que procura influenciar ou decidir a
situação investido-se de autoridade presumida deste ou aquele espírito de
confiança do grupo. Pode ocorrer, também, que Espíritos ardilosos e envolventes
estejam usando o nome de antigos orientadores, que se afastaram por causa dos desajustes
e conflitos surgidos no próprio grupo. De mais a mais, as Entidades responsáveis
e sérias não ficam à disposição dos médiuns, ou de quem quer que seja, para assessorá—los
nos mínimos detalhes da vida.
Muita gente se deixa enganar porque
assim o quer, aceitando tudo quanto venha de médiuns fascinados e fascinadores.
Os Espíritos confiáveis, mesmo quando
tem de advertir, fazem—no com respeito ao livre-arbítrio e à condição daqueles
a quem se dirigem. Preferem aconselhar de maneira indireta, que sirva para todo
o grupo, sem agredir, sem proibir, sem expor ninguém ao ridículo ou à
repreensão pública ou reservada, e são muito sóbrios, quase avessos ao elogio. (...)
Os próprios amigos espirituais
respeitam com muita firmeza nosso livre-arbítrio. Eles nos esclarecem e nos
orientam, mas nunca decidem por nós, nem mesmo quando percebem que estamos
caminhando para cair dentro de um poço. Se é nosso propósito deliberado correr
o risco e cair, eles não o impedem. Mais tarde, vão lá nos estender assim com a
mesma atitude amorosa e compreensiva de sempre, a mesma dedicação imperturbável.
Sem a menor censura (...)
Os Espíritos amigos não colocam o
médium numa redoma invisível de proteção simplesmente porque ele ta exercendo
suas faculdades mesmo que com a maior dedicação. Eles proporcionam certa cobertura,
assistem o médium em suas dificuldades maiores, proporcionam—lhe uma palavra
ocasional de consolo e estímulo, mas, quando, realmente responsáveis e esclarecidos,
nada são de "paparicadores", como se diz popularmente.
O médium é uma pessoa como as outras
e tem de ter suas próprias experiências, sujeito a erros e a acertos, como os
demais seres humanos em processo evolutivo.
Não é correto mandar um filho ou uma
filha à escola, fazer—lhes todos os deveres e substituí-los nas provas
avaliadoras do conhecimento adquirido.”
Divaldo Franco e Raul Teixeira nos esclarecem
De que dispõe o médium psicofônico consciente
para distinguir seu pensamento do pensamento da Entidade comunicante?
Divaldo: O médium consciente dispõe do bom senso...
Eis porque antes de exercitar a mediunidade deve estudá—la; antes de entregar-se
ao ministério da vivência mediúnica é-lhe lícito entender o próprio mecanismo
do fenômeno mediúnico. (...) Naturalmente os Espíritos se utilizam do nível
cultural do médium, o mesmo ocorrendo nas demais expressões mediúnicas: na semi-consciente
e na inconsciente, O médium, no começo, terá de vencer o constrangimento da
dúvida, em cujo período ele não tem maior certeza se a ocorrência parte do
inconsciente, dos arquivos da memória anterior, ou se provém da indução de
natureza extrínseca. Através do exercício ele adquirirá um conhecimento de tal
maneira equilibrado que poderá identificar quando se trata de si próprio,
animismo, ou de interferência espiritual, mediunismo. Através da lei dos fluidos,
pelas sensações que o médium registra, durante a influência que o envolve passa
a identificar qual Entidade dele se acerca. A partir daí, se oferece numa
entrega tranquila, e o Espírito que o conduz inspira—o além da sua própria
capacidade, dando leveza às suas idéias habituais, oferecendo—lhe a possibilidade
de síntese que não lhe é comum, canalizando idéias às quais não está acostumado
e que ocorrem somente naquele instante de concentração mediúnica. Só o tempo,
porém, pelo exercício continuado, oferecerá a lucidez, a segurança para discernir
quando se trata de informação dos seus próprios arquivos ou da interferência
dos Bons Espíritos.
Pode o médium, em algumas
comunicações, não conseguir evitar, totalmente, as atitudes desequilibradas dos
Espíritos comunicantes?
Divaldo: À medida que o médium educa a força
nervosa, logra diminuir o impacto do desequilíbrio do comunicante.
Compreensível que, em se comunicando um suicida, não venhamos esperar harmonia
por parte da Entidade em sofrimento; alguém que foi vítima de uma tragédia,
sendo arrebatado do corpo sem o preparo para a vida espiritual, apresentará no
médium o estertor do momento final, na própria comunicação alguma convulsão em
virtude do quadro emocional em que o Espírito se encontra.
Há, porém, certos cacoetes e
viciações que nos cumpre disciplinar. Há médiuns que só dão comunicação
psicofônia se bocejarem bastante. Para dar um toque de humor: quando eu comecei
a frequentar a Casa Espírita, na minha terra natal, a primeira parte era um
Deus—nos—acuda! Porque as pessoas bocejavam e choravam, demasiadamente. Eu,
como era um médium principiante, cria que também deveria bocejar de quebrar o
queixo. A “médium principal”, que era uma senhora muito católica, iniciava as
comunicações sempre depois de intermináveis bocejos e tosses que a levavam às
lágrimas. Hoje se bocejo, riem no meu estado normal. Quando eles vem eu cerro os
dentes e os evito. É lógico que uma Entidade sofredora nos impregna de energia perniciosa,
advindo o desejo de exteriorizar pelo bocejo. É uma forma de eliminar toxinas.
Mas nós podemos eliminá-la pela sudorese, por outros processos orgânicos não
necessariamente o bocejo. Há outros médiuns que tem a dependência de todas as
vezes em que vão comunicar-se os Espíritos, bater na mesa, ou bater os pés, porque
se não baterem, não se comunicam.
Lembro de uma vez em que tivemos uma mesa
redonda. O presidente da mesa era um homem muito bom, muito evangelizado, mas
não havia entendido bem a Doutrina, tendo idéias doutrinárias muito pessoais.
Ele me perguntou quando é que o Espírito incorpora no médium. Ele logo me
respondeu:
“A gente chupa,..., chupa, até
engolir! Não é verdade?” São cacoetes, destituídos de sentido e lógica. Os
médiuns tem o dever de coibir o excesso de disti da Entidade
comunicante.
Na minha terra, vi senhoras que se
jogavam no chão e vinham os cavalheiros prestimosos ajudá-las... Graças á Deus
eram todas magrinhas... - O médium deve controlar o Espírito que se comunica,
para que este lhe respeite a instrumentalidade, mesmo porque, o Espírito não
entra no médium. A comunicação é sempre através do perispirito, que vai
oferecer campo ao desencarnado.
Todavia, a diretriz é do encarnado...
Quais são os requisitos necessários
aos médiuns que militam na tarefa mediunica?
Raul: (...) Numa colocação feita pelo
Espírito Albino Teixeira, através de Chico Xavier, no livro “PAZ E RENOVAÇÃO,
diz ele que o melhor médium para o mundo espiritual, não é o que seja portador
de amplas faculdades mas é aquele que esteja sempre disposto a aprender e
sempre pronto a servir.
Que pensar dos médiuns psicofônicos
que recebem Espíritos durante a sessão um atrás do outro? Será indício de
grande mediunidade?
Raul: A mediunidade amadurecida não é identificada
pelo número de desencarnados que se comuniquem por um único médium, numa mesma
sessão mas será identificado pelo teor da comunicação pela qualidade do fenômeno,
que demonstrará a maior ou menor afirmação do médium com as responsabilidades da
tarefa. Cada médium, quando é devidamente esclarecido e maduro para o desempenho
dos seus compromissos, saberá que o número avultado de comunicação por sessão
poderá indicar descontrole do instrumento encarnado e não a sua pujança mediúnica.
Há médiuns que prosseguem dando passividade
a Entidades durante a prece de encerramento, sem qualquer disciplina, quando
não justificam que tais Entidades estavam programadas, como se os Emissários do
Além, responsáveis por lides tão graves, tivessem menor bom senso do que nós,
os encarnados.
Um número de até duas comunicações e,
em caso de grande necessidade e carência de outros médiuns, até três, parece
bastante coerente. Todos os médiuns, assim tem chance de atender aos Irmãos desencarnados,
sem o desnecessário desgastes.
O que deve fazer o médium quando influenciado
por Entidades fora da reunião no trabalho, no lar? Quais as causas dessas
influências?
Divaldo: No capitulo XXIII de “O LIVRO DOS MÉDIUNS”,
Da Obsessão o Codificador reporta-se invigilância das criaturas. É
natural que o individuo seja médium onde quer que se encontre. A mediunidade
não é uma faculdade que só funciona nas reuniões especializadas. Onde quer que
se encontre o individuo, aí estão os seus problemas. É perfeito. Tanto
compreensível que não apenas na oficina do trabalho, como na rua, na vida social,
ele experimenta a presença dos Espíritos; não somente presenças positivas, como
também perniciosas, Entidades infelizes, Espíritos levianos, ou aqueles que se
comprazem em perturbar e aturdir.
Cumpre ao médium manter o equilíbrio
que lhe é proposto pela educação mediúnica. Mediante a educação mediúnica,
pode-se evitar a interferência desses Espíritos perturbadores em nossa vida de relação
normal, para que não venhamos a cair na obsessão simples, que é o primeiro
passo para a subjugação etapa terminal de um processo de três fases. Quando
estivermos em lugar não apropriado ao exercício da mediunidade ou à
exteriorização do fenômeno disciplinadamente, oremos, volvamos a nossa mente
para idéias otimistas, agradáveis, porque mudando o nosso clichê mental transferimo-nos
de atividade espirituais.
É possível ao médium distinguir as alterações
psíquicas e orgânicas que lhe são próprias das que estão procedendo dos
Espíritos desencarnados?
Divaldo: Um dos comportamentos iniciais do médium
deve ser o de estudar-se. Daí, ser necessário estudar a mediunidade. Eu, por exemplo,
quando comecei o exercício da mediunidade, ia a uma festa e assimilava de tal
forma o psiquismo do ambiente, que me tornava a pessoa mais contente dali. Se
ia a um casamento eu ficava mais feliz que o noivo. Se ia a um enterro, ficava
mais choroso que a viúva, porque me contaminava psiquicamente, e ficava muito difícil
saber como era a minha personalidade. Pois, de acordo com o local, havia corno
que um mimetismo, isto é, eu assimilava o efeito do ambiente. Lentamente,
estudando a minha personalidade, as minhas dificuldades e comportamentos,
logrei traçar o meu perfil pessoal, e estabelecer uma conduta medial para que
aqueles que vivem comigo saibam como eu sou, e dai possam avaliar os meus estados
mediúnicos. De inicio, o médium terá algumas dificuldades, porque o fenômeno produz
urna interpolação estranha à sua própria personalidade. Somando-se velhas dificuldades
à sensibilidade mediúnica, o sensitivo passa a ter muito aguçadas a remir das
vidas pretéritas, não só no caráter da consciência mas na somatória das
experiências Recordo-me que, em determinada época de minha vida, terminada urna
palestra ou reunião mediúnica, eu tinha uma necessidade imperiosa de caminhar.
Caminhar até a exaustão física. Como naquele
período claro—escuro da mediunidade, sem saber exatamente como encontrar a paz,
os Espíritos me receitavam trabalho físico porque tinha dificuldades de dormir.
A vida física era—me muito ativa e, mesmo quando o corpo caía no colapso, a mente
continuava excitada, e eu me levantava no dia seguinte pior do que havia
deitado.
Então tantas vezes, eu preferia não
deitar.
Com o tempo fui formando meu perfil
de comportamento, de personalidade, aprendendo a assumir responsabilidade dos insucessos
e a transferir para os Mentores os resultados das ações positivas que são sempre
de Deus, enquanto os erros são sempre nossos. Estaremos sempre em sintonia com
os Espíritos de comportamento muito ideal ao nosso. Daí, o médium vai, medindo
as suas reações suas mágoas, ciúmes, invejas, e irá identificando as reações
positivas, a beleza, o desejo de servir. Por fim, aprende a selecionar quando é
ele e quando são os Espíritos que estão agindo por seu intermédio.
Quais as causas do sono de que muitos
companheiros se queixam quando participam de uma reunião mediúnica?
Como evitá-lo?
Raul: As causas podem ser várias. Desde o cansaço
físico, quando o individuo que vem de atividades muito intensas e que, ao
sentar-se, ao relaxar-se, naturalmente é tomado pelo torpor do sono. Também,
pode ser causado pela indiferença, pelo desligamento, quando alguém está num
lugar, fisicamente, entretanto, pensando em outro, desejando não estar onde se
acha. O sono pode, ainda, ser provocado por Entidades Espirituais que nos
espreitam e que não tem nenhum interesse em nosso aprendizado para o nosso equilíbrio
e crescimento. Muitas vezes, os companheiros; questionam: “quando nós estamos
no Centro Espírita, estamos num campo protegido, e como o sono nos perturba?”.
Temos que entender que tais Entidades hipnotizadoras poderão penetrar o circuito
de forças vibratórias da Instituição, ficam do lado de fora. a pessoa que
entrou no Centro, na reunião sintonizou-se com o ambiente, continua vinculado
aos que se conservam do lado de fora, e através dessa porta, desse plug aberto,
ou dessa tornada, as Entidades que ficaram lá fora lançam seus tentáculos mentais,
formando urna ponte..
Então, estabelecida a ligação atuam
na intimidade dos centros neuronais desses incautos, que dormem, que se dizem desdobrar:
“Eu não estava dormindo, apenas desdobrei, eu ouvi tudo”. Eles viram e ouviram tudo
o que não fazia parte da reunião. Foram fazer a viagem com as Entidades que os narcotizaram...
Deparamos aí com distúrbios graves, porque quando termina a reunião o individuo
está fagueiro, ótimo e sem sono e vai assistir a televisão até altas horas,
depois de haver submetido aos fluidos enfermiços.
Por isso recomendamos àqueles que
estão cansados fisicamente, que façam um ligeiro repouso antes da reunião ainda
que seja por poucos minutos, para que o organismo possa beneficiar-se do
encontro, para que fique bem mais atentos durante o trabalho doutrinário.
(...) Apelar para a prece, porque
sempre que estamos desejosos de participar do trabalho do bem, contamos com a
eficiente colaboração dos Espíritos Bondosos. Faze a tua parte que o céu te
ajudará. Temos, então o sono como esse terrível adversário de nossa participação
de nosso aprendizado, de nosso crescimento espiritual. Não permitamos que ele
se apodere de nós. Lutemos o quanto conseguirmos, e deveremos conseguir sempre,
para combater para termos bons frutos no bom aprendizado.
O endeusamento do médium constitui perigo
para a mediunidade? Por quê?
Raul: Evidente que tudo aquilo que
constitui motivo de tropeço na estrada de qualquer criatura, naturalmente
poderá levá-lo à queda. Em se tratando de médium e de mediunidade, todo e
qualquer endeusamento é plenamente dispensável, mesmo porque, entendemos que o
médium não fala de si próprio. O que ele apresenta de positivo, de nobre, de
elevado deve-se à assistência e misericórdia dos Espíritos do Senhor!. Não havendo
motivo, portanto, para que se vanglorie de uma virtude, de urna grandeza que
ainda não lhe pertence. Por outro lado, se o fenômeno ao qual ele serve de intermediário
não constitui essa grandiosidade, se são fenômenos modestos, ou se houve algum
equívoco ou alguma fragilidade na colocação que alguma Entidade apresentou,
também não é motivo para que o médium se atormente, se entristeça, porque terá
sido apena filtro.. Necessita, sim, a partir de então de ter o cuidado de estar
cada dia mais vigilante, para que esse empobrecimento não se amplie, para quer seja
co-participante dessa difícil e para que ele, cada vez mais, se dê conta de que
a vaidade poderá ser-lhe prejudicial. Por isso, qualquer endeusamento é desnecessário,
é improfícuo. Isso não dispensa que os companheiros, que estejam lidando com o médium,
o possam incentivar para que ele cresça, para que ele se desenvolva cada vez mais
e melhor, para que estude, para que sirva, para que trabalhe. Assim afirmamos, porque
temos visto oculta por trás desse bloqueio do o eu que uma parte muito considerável
de um personalismo infeliz, de um despeito atormentante. Muitas vezes, diz-se
que não se deve elogiar o médium, porque não haveria necessidade para tanto.
Porém, não se lhe diz nenhuma palavra
que o impulsione para a frente, determinando uma posição de despeito, ou de
indiferença. Se não precisamos dizer à criatura que ela é médium melhor que
Chico Xavier, e todos sabem que é uma inverdade, poderemos dizer: “prossiga, meu
irmão ou minha irmã vá adiante...“ O Chico também começou nas lutas das suas experiências
iniciais, claro que estamos deixando de lado aquela continuidade de tarefas que
ele vem fazendo desde reencarnação anteriores, mas, de qualquer maneira, mesmo
em encarnações anteriores ele iniciou pelo simples, pelas coisas mais modestas,
e se hoje ele é esse perfil de grandiosa mediunidade, é porque esforçou—se
nesse anelo da perfeição espiritual. O endeusamento, então será sempre dispensável,
mormente para aqueles médiuns que estejam começando, mas não deveremos deixar
de incentivá-los, doutrinariamente, para que não sejam desanimados pela onda
terrível que agride médiuns e mediunidade, nesses dias, que lança descrédito e
tenta jogar desdouro por sobre a tarefa mediúnica.
No desenvolvimento da faculdade em médiuns
principiantes, há alguma utilidade em se lhes aplicar passes para facilitar,
por exemplo, a psicofonia?
Divaldo: Esse exercício é, às vezes positivo, porque
o médium estando com o centros psíquicos ainda não desenvolvidos dos durante a hora da
concentração entra em conflito, por não saber distinguir as sensações e emoções
suas, daquelas que ele registra e que pertencem ao Espírito desencarnado..
Experimenta taquicardia, há o
resfriamento corporal colapso periférico, a ansiedade, que são típicos da
presença dos Espíritos que padecem, mas que, muitas vezes, são da própria
expectativa. No caso de aplicação do passe objetivando ajudar, aumenta no médium
a carga vibratória e isto facilita-lhe o desempenho. Mas, por outro lado, não
deve ser habitual, para não lhe criar condicionamentos. Por isto, deve-se
aplicar passes, só esporadicamente.
Quantas comunicações um mesmo médium
pode receber durante a sessão mediúnica de atendimento a Espíritos sofredores?
Divaldo: Um médium seguro, num trabalho bem
organizado, deve receber de duas a três comunicação quando muito, para que dê oportunidade
a outros companheiros de tarefas., e para que não tenha um desgaste exagerado.
Tenho tido o hábito de observar, em
médiuns seguros, conhecidos nossos, que eles incorporam, em média, três
Entidades sofredoras ou perturbadoras e o Mentor Espiritual; raramente ocorrem
cinco manifestação pelo mesmo instrumento, principalmente num grupo.
(segue)
“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
Fevereiro
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343
Correspondência:
Cx. Postal: 45.307 - Ag.
Vl. Mariana/São Paulo (SP)
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