Indiscutivelmente, a culpa resulta do grau de responsabilidade, da consciência do homem que pratica qualquer ação.
Em razão disso, a penalidade ou corretivo deve ser proporcional à capacidade, à resistência do infrator.
Quando a criatura sofre sem conhecimento das causas que a levam à aflição, raramente logra forças para superar-se e suportar com resignação as suas dores.
Eis porque, ante a conjuntura ou situação dolorosa que atinge os homens, somente se pode entender, ante a divina justiça, que se a causa dos padecimentos não se encontra na existência atual, está, sem dúvida, em precedentes reencarnações.
Repetem-se as vidas corporais para o Espírito, quantas vezes se fazem necessárias para o seu burilamento, a sua plenitude.
Cada etapa repara os erros da fase anterior, ao mesmo tempo contribuindo para a aquisição de valores e experiências que necessitam ser armazenadas e que contribuem, poderosamente, para a evolução do homem.
Sem este processo, no qual se manifestam a excelsa justiça e o soberano amor, a vida inteligente perderia o sentido e a criatura humana se transformaria em joguete de caprichosas e incontroladas mãos que lhe conduziriam o destino.
Se não compreendes o porquê das tuas dores atuais, ausculta a consciência e ela te inspirará a entender as causas anteriores, ajudando-te a suportá-las e vencê-las bem.
O sofrimento não tem exclusiva finalidade corretiva, senão educadora, abrindo percepções e facultando valores que não seriam conhecidos sem o seu contributo.
Não menosprezes, por essa razão, a fragilidade orgânica, a celeridade com que transcorre cada ciclo das reencarnações.
Aproveita, quanto possas, as ensanchas que se te apresentem, reunindo experiências positivas, recuperando lições perdidas, realizando trabalhos valiosos.
A pessoa odienta que te molesta; a dificuldade persistente que te perturba; a enfermidade pertinaz que te não abandona; o problema que não dilui; a dor que te estiola; a solidão que te martiriza; a angústia, de origem desconhecida, que te dilacera; a pobreza que te preocupa; a limitação desta ou daquela natureza que te aflige; a inquietação que te espezinha, têm suas raízes em comportamentos infelizes de que te olvidaste, sem os solucionar, e que ora chegam, oferecendo-te ensejo de reparação e de paz íntima.
A conquista da tranqüilidade impõe como condição precípua a ausência de culpa, por falta de delito praticado ou como decorrência de erro regularizado.
Ninguém que consiga felicidade real, sem as condições de mérito advindo das ações nobres realizadas.
Os que se apresentam ditosos, tranqüilos e não merecem, assim se apresentam, aquinhoados por dádivas de acréscimo que todos recebem e nem sempre utilizam como devem, incidindo, então, na compulsória de adquirirem pela dor, o que não realizaram pelo amor.
“- O meu fardo é leve - disse Jesus - e suave é o meu jugo.”
Com Jesus, todas as injunções de prova e dor transformam-se em bênçãos, graças às mercês de que se fazem portadoras.
Sob o Seu compassivo olhar e nas Suas mãos misericordiosas, o homem que se Lhe doa, supera-se e penetra-se de paz, mediante o amor e a resignação, de que dá mostras no empreendimento da própria ascensão espiritual.
Joana de Ângelis (Espírito)
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Ascensão Espiritual
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário