Infelizmente, são muitos os que querem se curar de seus problemas
espirituais pela lei do menor esforço, e o pior é que encontram Centros
Espíritas mal orientados que se propõem a fazê-lo.
Ora, a rigor, ninguém se cura de qualquer processo obsessivo
apenas e tão somente doutrinando o pobre do espírito obsessor, como se ele
fosse a sua única causa.
Quase todos os que padecem de dificuldades dessa natureza,
consentindo na influência negativa dos desencarnados sobre a sua vida, não
querem nada com o trabalho sério – querem ser curados através de um tratamento
de passes, da evocação dos espíritos que, supostamente, os estejam
atormentando, enfim, de algum expediente espiritual em que não tenham que
modificar pensamentos e hábitos, deixando o comodismo em que se encontram
vivendo!
Outros, não raro, acabam trocando a frequência a Centros Espíritos
que se concentram nas atividades de estudo e caridade, para frequentarem
Centros “especializados” em desobsessão, como se, em essência, todo Centro
Espírita não se habilitasse a tanto.
Deixemos algo bem claro: nenhum Centro Espírita cura a obsessão de
quem não se dispõem a se envolver no processo de sua própria cura, empreendendo
esforços no campo da renovação íntima.
Através da doutrinação, os obsessores que se afastam, sem que o
obsidiado procure se fortalecer espiritualmente, apenas cedem espaço à chegada
de outros. Isto foi dito pelo próprio Cristo, em Mateus, capítulo 12,
versículos 43 a 45: “Quando o espírito imundo sai do homem, anda por
lugares áridos procurando repouso, porém não encontra. Por isso diz: Voltarei
para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e
ornamentada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que
ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior do
que o primeiro. Assim também acontecerá a esta geração perversa.”
O que Jesus fala a respeito do espírito voltar e encontrar a
casa “vazia, varrida e ornamentada” é clara referência à casa
mental que o antigo “inquilino” espiritual volta a ocupar, como se continuasse
preparada para ele, de vez que não fez questão de receber “morador” mais
digno...
O que, de fato, cura obsessão é vassoura na mão! O resto, vocês me
desculpem, é balela, e propaganda enganosa de Centros e médiuns que não
conhecem a Doutrina!
A mesma coisa é o tão propalado desenvolvimento mediúnico, que
todo mundo acha que pode obter sentando-se, confortavelmente, ao redor de uma
mesa...
Os espíritas precisam deixar de ser enganados por essas coisas,
porque desenvolvimento mediúnico é pedreira! Ou seja: significa
passar mão de uma marreta e se dispor aquebrar pedras – a vida
inteira!
A uma senhora obsidiada, de nome Gertrudes, que os espíritos
faziam sair correndo pelo pasto, jogavam no chão, enfim, pintavam e bordavam
com a coitada, Chico Xavier disse, certa vez: - Trabalha, Gertrudes! Trabalha,
Gertrudes! Mas trabalha até você cair no chão, porque o dia em que você cair no
chão de tanto trabalhar, o espírito obsessor larga você!...
Vejamos que, por três vezes, Chico recomendou que ela
trabalhasse... na Caridade! Quer dizer: fazer sopa, costurar para os pobres,
visitar os doentes, dar banho neles, ser voluntária numa creche, num lar de
idosos, enfim, ocupar a cabeça e as mãos em tarefas que pudessem produzir o bem
dos semelhantes!
Acontece, porém, que isto é muito pouca gente que quer, e
justamente por isto aqui segue o meu prognóstico para o problema obsessivo que
incomoda tantos irmãos e irmãs no mundo: enquanto assim não se dispuserem a servir,
não encontrarão a cura real!...
INÁCIO FERREIRA/Carlos A. Baccelli
Uberaba – MG, 07 de outubro de 2013.
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