Módulo
XII
Influência
dos Espíritos na Nossa Vida
1
- Influência dos Espíritos em Nossos Pensamentos
Influem
os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Esta
pergunta foi feita pelo iluminado Codificador do Espiritismo, Allan
Kardec, aos Espíritos quando da elaboração de “O Livro dos
Espíritos”, ao que eles responderam:
Muito
mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são
eles que vos dirigem.93
93
“O Livro dos Espíritos”, questão 459.
Analisando
a resposta dos Espíritos, vemos que, na maioria das vezes, nós
encarnados, agimos sob influência de entidades do plano espiritual
que se acham em afinidade conosco. Isto de certa forma já acontece
entre os encarnados. Emmanuel afirma que:
nossas
emoções, pensamentos e atos são elementos dinâmicos de indução.
E
– complementa – todos exteriorizamos a energia mental,
configurando as formas sutis com que influenciamos o próximo, e
todos somos afetados por essas mesmas formas nascidas nos cérebros
alheios.
Cada
atitude de nossa existência polariza forças naqueles que se nos
afinam com o modo de ser, impelindo-os à imitação consciente ou
inconsciente.94
94
“Pensamento e Vida”, cap. 9.
Se
isto ocorre entre os encarnados, natural é que ocorra da mesma
maneira entre encarnados e desencarnados.
É
pelo nível de nossos pensamentos que formamos nossa vibração, e é
por esta que atraímos Espíritos que vibram no mesmo nível.
Este
é o processo de indução mental a que estamos submetidos, e é por
isso que os Espíritos Codificadores afirmam que, de ordinário,
são eles que vos dirigem.
Voltando
novamente a Emmanuel neste mesmo livro:
Assim
também na vida comum, a alma entra em ressonância com as correntes
mentais em que respiram as almas que se lhe assemelham.
Assimilamos
os pensamentos daqueles que pensam como pensamos.
É
que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamo-nos com as
emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas,
da nossa faixa de simpatia.
Estamos
invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam
aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a
direção que escolhemos (…)
O
desejo é a alavanca de nosso sentimento, gerando a energia que
consumimos segundo a nossa vontade.95
95
“Pensamento e Vida”, cap. 8.
Neste
texto de Emmanuel, vemos duas informações importantes:
1ª:
Que os recursos mentais atraídos podem nos fortalecer para o bem ou
para o mal.
É
muito comum, ao analisarmos a influência dos Espíritos, falar só
do aspecto negativo. Esquecemos que também os Espíritos afinados
com o bem podem nos influenciar, portanto a questão é de escolha.
2ª:
O desejo é a alavanca de nosso sentimento… Todavia, se
quisermos mudar a faixa de influência, antes do nosso pensamento, é
preciso mudar o que desejamos, porque o desejo é a base de nosso
sentimento, e é esse o gerador de nossos pensamentos.
Como
ilustração, citaremos um caso de influência no sentido de
desencarnado para encarnado que encontramos em uma narrativa do
Espírito André Luiz.
Em
sua residência, o senhor Cláudio Nogueira descansava em um sofá,
lendo um jornal vespertino e fazendo uso do cigarro em demasia. A
essa altura surgiram dois irmãos desencarnados abordando-o e agindo
sem cerimônia:
Um
deles tateou-lhe um dos ombros e gritou insolente:
-Beber,
meu caro, quero beber!
A
voz escarnecedora agredia-nos a sensibilidade auditiva. Cláudio
porém, não lhe pescava o mínimo som. Mantinha-se atento à
leitura. Inalterável. Contudo, se não possuía tímpanos físicos
para qualificar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da
mente sintonizada com o paciente.
O
assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na
atitude de hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando
uma ordem.
O
resultado não se fez demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo
político em que se entranhava. Ele próprio não explicaria o súbito
desinteresse de que se notava acometido pelo editorial que lhe
apresara a atenção.
Beber!
Beber!…
Cláudio
abrigou a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de
uísque exclusivamente por si.
O
pensamento se transmudou, rápido, como a usina cuja corrente se
desloca de uma direção para outra, por efeito da nova tomada de
força.
Beber,
beber!… e a sede de aguardente se lhe articulou a idéia, ganhando
forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente
impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O assistente malicioso
coçou-lhe brandamente os gorgomilos. O pai de Marina sentiu-se
apoquentado. Indefinível secura constrangia-lhe o laringe. Ansiava
tranqüilizar-se.
O
amigo sagaz percebeu-lhe a adesão tácita e colou-se a ele. De
começo, a carícia leve; depois da carícia agasalhada, o abraço
envolvente; e depois do abraço de profundidade, a associação
recíproca.
Integraram-se
ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica (…)
Ali,
no entanto, produzia-se algo semelhante ao encaixe perfeito.
Cláudio
- homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao
pé. Fundiram-se os dois como se morassem eventualmente num só corpo
(…) 96
Este
é um caso simples de influência dos Espíritos em nossos
pensamentos, mas que acontece todos os dias. Baseados neste
acontecimento, vemos a importância da máxima evangélica : “Vigiai
e Orai”.
96
“Sexo e Destino”, cap. VI.
Apostila
do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro
Espírita Amor e Caridade
Goiânia
– GO
Trabalho
realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a
coordenação de
Cláudio Fajardo
Cláudio Fajardo
Divulgação
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