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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

1 - Influência dos Espíritos em Nossos Pensamentos

Módulo XII

Influência dos Espíritos na Nossa Vida

1 - Influência dos Espíritos em Nossos Pensamentos

Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Esta pergunta foi feita pelo iluminado Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, aos Espíritos quando da elaboração de “O Livro dos Espíritos”, ao que eles responderam:

Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.93

93 “O Livro dos Espíritos”, questão 459.

Analisando a resposta dos Espíritos, vemos que, na maioria das vezes, nós encarnados, agimos sob influência de entidades do plano espiritual que se acham em afinidade conosco. Isto de certa forma já acontece entre os encarnados. Emmanuel afirma que:

nossas emoções, pensamentos e atos são elementos dinâmicos de indução.

E – complementa – todos exteriorizamos a energia mental, configurando as formas sutis com que influenciamos o próximo, e todos somos afetados por essas mesmas formas nascidas nos cérebros alheios.

Cada atitude de nossa existência polariza forças naqueles que se nos afinam com o modo de ser, impelindo-os à imitação consciente ou inconsciente.94

94 “Pensamento e Vida”, cap. 9.

Se isto ocorre entre os encarnados, natural é que ocorra da mesma maneira entre encarnados e desencarnados.

É pelo nível de nossos pensamentos que formamos nossa vibração, e é por esta que atraímos Espíritos que vibram no mesmo nível.

Este é o processo de indução mental a que estamos submetidos, e é por isso que os Espíritos Codificadores afirmam que, de ordinário, são eles que vos dirigem.

Voltando novamente a Emmanuel neste mesmo livro:

Assim também na vida comum, a alma entra em ressonância com as correntes mentais em que respiram as almas que se lhe assemelham.

Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos.

É que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamo-nos com as emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia.

Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a direção que escolhemos (…)

O desejo é a alavanca de nosso sentimento, gerando a energia que consumimos segundo a nossa vontade.95

95 “Pensamento e Vida”, cap. 8.

Neste texto de Emmanuel, vemos duas informações importantes:

1ª: Que os recursos mentais atraídos podem nos fortalecer para o bem ou para o mal.

É muito comum, ao analisarmos a influência dos Espíritos, falar só do aspecto negativo. Esquecemos que também os Espíritos afinados com o bem podem nos influenciar, portanto a questão é de escolha.

2ª: O desejo é a alavanca de nosso sentimento… Todavia, se quisermos mudar a faixa de influência, antes do nosso pensamento, é preciso mudar o que desejamos, porque o desejo é a base de nosso sentimento, e é esse o gerador de nossos pensamentos.

Como ilustração, citaremos um caso de influência no sentido de desencarnado para encarnado que encontramos em uma narrativa do Espírito André Luiz.

Em sua residência, o senhor Cláudio Nogueira descansava em um sofá, lendo um jornal vespertino e fazendo uso do cigarro em demasia. A essa altura surgiram dois irmãos desencarnados abordando-o e agindo sem cerimônia:

Um deles tateou-lhe um dos ombros e gritou insolente:

-Beber, meu caro, quero beber!

A voz escarnecedora agredia-nos a sensibilidade auditiva. Cláudio porém, não lhe pescava o mínimo som. Mantinha-se atento à leitura. Inalterável. Contudo, se não possuía tímpanos físicos para qualificar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o paciente.

O assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na atitude de hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem.

O resultado não se fez demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo político em que se entranhava. Ele próprio não explicaria o súbito desinteresse de que se notava acometido pelo editorial que lhe apresara a atenção.

Beber! Beber!…

Cláudio abrigou a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de uísque exclusivamente por si.

O pensamento se transmudou, rápido, como a usina cuja corrente se desloca de uma direção para outra, por efeito da nova tomada de força.

Beber, beber!… e a sede de aguardente se lhe articulou a idéia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O assistente malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomilos. O pai de Marina sentiu-se apoquentado. Indefinível secura constrangia-lhe o laringe. Ansiava tranqüilizar-se.

O amigo sagaz percebeu-lhe a adesão tácita e colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia agasalhada, o abraço envolvente; e depois do abraço de profundidade, a associação recíproca.

Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica (…)

Ali, no entanto, produzia-se algo semelhante ao encaixe perfeito.
Cláudio - homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os dois como se morassem eventualmente num só corpo (…) 96

Este é um caso simples de influência dos Espíritos em nossos pensamentos, mas que acontece todos os dias. Baseados neste acontecimento, vemos a importância da máxima evangélica : “Vigiai e Orai”.

96 “Sexo e Destino”, cap. VI.



Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade
Goiânia – GO
Trabalho realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a coordenação de
Cláudio Fajardo
Divulgação


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