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terça-feira, 14 de julho de 2015

Estudos sobre Mediunidade 15

CAPÍTULO 13
MÉDIUNS ESCREVENTES E FALANTES

INTRODUÇÃO

Os Espíritos podem manifestar-se entre os encarnados através de inúmeras maneiras. A primeira condição para que haja um intercâmbio entre as duas esferas da vida, é que o encarnado seja portador da capacidade mediúnica. Faculdade essa, que não se revela da mesma maneira em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenôme¬nos desta ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades quantas são as espécies de manifestações.

Segundo o Instrutor Aulus [Nos Domínios da Mediunidade] "cada vaso recebe de conformidade com a estrutura que lhe é própria", ou seja, o médium em atividade mediúnica é envolvido pela emissão mental do Espírito comunicante, a se registrar sob a forma de impressões. Essas impressões se apóiam nos centros de força do perispírito que, de imediato atingem os cabos do sistema nervoso e, simultaneamente, o cérebro - onde encontram os centros motores em cujos comandos se processam as ações e reações mentais e físicas.

 As impressões agem como estímulos a acionarem no psiquismo do médium os mecanismos das aptidões já desenvolvidas ou em desenvolvimento. São funções automáticas que se refletem nos sentidos e órgãos, realizando assim, as várias formas de manifestações mediúnicas. Cabe ao sistema nervoso a dupla função de condutor das impressões recebidas e das ordens a serem realizadas.

CONCEITOS E OBJETIVOS

a) Psicografia: meio de comunicação mediúnica a se traduzir através da escrita. Tem a vantagem de assinalar, de modo mais material, a intervenção de uma força oculta. Faculta a análise da comuni¬cação e a devida apreciação do seu valor. Tem como objetivo instruir a humanidade, informar e consolar os encarnados acerca dos seus entes queridos já desencarnados, bem como inspirar e sensibilizar o homem através da arte. Desenvolve-se pelo exercício.

b) Psicofonia: intercâmbio mediúnico a se realizar através da fala. Objetiva acelerar o progresso do médium com o auxílio que presta a Espíritos em sofrimento. Essa forma de manifestação também permite a assistência e orientação a grupos mediúnicos e Casas Espíritas pelos Espíritos Superiores.

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉDIUNS ESCREVENTES SEGUNDO O MODO DE EXECUÇÃO

a) Médiuns Escreventes Mecânicos: a aptidão do médium permite ao Espírito comunicante atuar diretamente no centro motor correspondente à mão, impulsionando-a de modo independente da sua vontade. A mão se move sem interrupção e sem embargo. O que caracteriza o fenômeno é o total desconhecimento do médium sobre o que escreve. É uma faculdade preciosa, pois não deixa dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que se comunica. O papel do médium mecânico se assemelha ao de uma máquina copiadora. São raros os médiuns portadores dessa capacidade.

b) Médiuns Escreventes Semi-mecânicos: o médium sente que a sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve à medida que as palavras se formam. É mais comum esse tipo de capacidade.

c) Médiuns Escreventes Intuitivos: aqueles com quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento e cuja mão é conduzida voluntariamente. O médium sente sua vontade dirigida por outra, sua postura é mais atuante. O papel do médium então, é o de transmitir o pensamento do Espírito, livre como o faria um intérprete. Tem plena consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. No princípio do desenvolvimento da faculdade, o médium tem dificuldade em distinguir o que é seu e o que não é. Segundo Kardec, é possível re¬conhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido, nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, algumas vezes, é contrária à idéia que antecipadamente se formara.

Tem como característica a espontaneidade da comunicação e, após o intercâmbio, mesmo que o médium tenha conhecimento do assunto, dificilmente ele se lembrará das palavras textuais ou da sua ordem, perdendo-se, assim, a beleza da mensagem.

Podemos também ser intuídos ou inspirados nos trabalhos de Evangelização de crianças, na doutrinação em reuniões mediúnicas, nas orientações do Atendimento Fraterno, nas Palestras e etc.

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉDIUNS FALANTES SEGUNDO A MECÂNICA DO PROCESSO MEDIÚNICO

a) Médiuns Falantes Inconscientes: a psicofonia inconsciente se processa sem a ligação dos centros conscientes do cérebro mediúnico à mente do hóspede que a utiliza. Este psiquismo mediúnico cede espontaneamente seus recursos ao Espírito comunicante, sem qualquer dificuldade para desligar-se, de maneira automática, do campo sensório, perdendo, provisoriamente, o contato com os centros motores da vida cerebral. Por isso é que o Espírito comunicante tem maior possibilidade de intervenção "material", tais como: alteração no tom de voz, caracterização de sotaque, podendo até alterar momentaneamente a fisionomia do médium que, ao sair do transe, não guardará lembrança do ocorrido no momento do fenômeno. O médium pode permanecer mais próximo e atento ao organismo físico ou mais tranqüilo e afastado, embora sempre presente e responsável. O que determina o maior ou menor afastamento é o estado de equilíbrio e o grau evolutivo do Espírito comunicante.

Importante: a psicofonia inconsciente se evidencia em duas condições:

1º - aos médiuns que possuam méritos morais suficientes à própria defesa;

2º - nos obsessos que se renderam às forças vampirizadoras.

b) Médiuns Falantes Semi-conscientes: o médium cederia ao Espírito comunicante o comando do centro motor correspondente à fala, mas se manteria informado do fenômeno, ou seja, teria de forma mais ou menos lúcida, consciência do que o Espírito estaria falando ou fazendo através do seu corpo. Os médiuns semi-conscientes costumam guardar com maior clareza as sensações e as emoções. Com relação às palavras a lem¬brança é mais vaga. Esta faculdade aparece com mais freqüência.

c) Médiuns Falantes Conscientes: os centros motores cerebrais do médium permanecem no comando das suas funções e o médium se mantém informado de tudo o que acontece, podendo conhecer as palavra na sua formação, arquivando-as de maneira automática, no centro da memória.

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉDIUNS SEGUNDO O GRAU DE DESENVOLVIMENTO DA FACULDADE

a) Médiuns Novatos: são inseguros, resistentes aos fenômenos ou descontrolados. As faculdades não devidamente adestradas traduzem as comunicações de forma lenta, destorcidas, mal filtradas. O médium tem maior dificuldade de refazimento. Geralmente duvida da veracidade da comunicação.

b) Médiuns Experimentados: a transmissão das comunicações é feita com facilidade e presteza, sem hesitação. Concebe-se que este seja resultado de exercício metódico, continuado e regular. O médium experimentado tem condições de fazer distinção dos Espírito comunicantes. É resultado de um estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na prática do Espiritismo.

Segundo Kardec, o mal é que muitos médiuns confundem experiência - fruto do estudo, com aptidão - produto da organização física.

c) Médiuns Improdutivos: os que não chegam a obter mais do que coisas insignificantes, monossílabos, traços ou letras sem conexão, frases incompletas, idéias corriqueiras, etc... Por outro lado, também podem ser prolixos, com comunicações sobrecarregadas de repetições e termos impróprios.

"O médium por si mesmo nada representa, e jamais deverá adotar a pretensão de realizar isto ou aquilo sem antes observar se, real¬mente, é influenciado pelas verdadeiras forças espirituais superiores." Yvonne A. Pereira

bibliografia

1) Livro dos Médiuns - Allan Kardec

2) Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier

3) Memórias de um Suicida - Yvonne A. Pereira

4) Recordações da Mediunidade - Yvonne A. Pereira

IDE-JF/CVDEE
IDE-JF Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora-MG


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