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quarta-feira, 29 de julho de 2015

4 - UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA - Dirigente Reunião Mediúnica

4 - UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA

ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA

Dirigente Reunião Mediúnica

2.5 Preparação para o trabalho

Em se tratando das sementes do melhor que possuímos, são apresentadas quais sejam:

* moralidade;

* estudo e trabalho;

* dedicação ao bem;

* vigilância quanto às companhias;

* conversações edificantes;

* oração e vigilância;

* evitar rusgas e discussões;

* alimentação leve e moderada;

* abster-se do uso de álcool, fumo, carne, café, condimentos;

* meditação;

* superação de impedimentos;

* disposição física e mental.

Gostaríamos de enfatizar também a importância do estudo, da meditação e do preparo do ambiente para o desenvolvimento de uma reunião mediúnica. Yvonne Pereira exemplifica tal importância, ao examinar a condição de um varão idoso, absorvido na leitura de um manual de filosofia transcendental, o que o empolgava, pois, de fato, estava concentrado nos pensamentos que ia captando das páginas sábias. Essa concentração possibilitava a irradiação de sua fronte de fagulhas luminosas que muito o recomendavam no conceito do Invisível. Tudo indicava compreender ele a responsabilidade dos trabalhos daquela noite, que sobre seus ombros também pesavam, e, por isso, preparava-se a tempo, estabelecendo correntes harmoniosas entre si próprio e seus diletos amigos espirituais. Era o diretor terreno da casa.25

As qualidades apresentadas até o momento, necessárias ao tarefeiro da mediunidade, representam a meta que deverá ser alcançada por todos nós. Entretanto, sabemos que são muitas as dificuldades morais que nos envolvem, dificultando, ainda, uma caminhada sem tropeços e quedas. 

Sendo assim, é necessário recordar a orientação evangélica para não desistirmos de trabalhar pela nossa melhoria espiritual, pois reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.26 O apóstolo Paulo, no versículo 9 do capítulo 6 de sua epístola aos Gálatas - já apontava a atitude de não desanimarmos de fazer o bem, porque, a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Ao interpretar essa passagem, Emmanuel esclarece que:

A perseverança é a base da vitória.

Não olvides que ceifarás, mais tarde, em tua lavoura de amor e luz, mas só alcançarás a divina colheita se caminhares para diante, entre o suor e a confiança, sem nunca desfaleceres.27

24 ANDRÉ LUIZ. Nos Domínios da Mediunidade, p. 25.

25 PEREIRA. Memórias de um Suicida, p. 148.

26 KARDEC. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4.

27 Cf. EMMANUEL. Fonte Viva, cap. 124.

Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. (João, 8:12)

3.1 Conceito

Segundo o dicionário Aurélio, dirigente é aquele que dirige, é o guia e mentor. Antes, porém, de conceituarmos o dirigente de Reuniões Mediúnicas, é importante fazermos um esclarecimento a respeito dos termos dirigente e doutrinador28, comumente usados na linguagem espírita, na área da mediunidade e que, muitas vezes, nos têm causado uma certa dúvida.

Quando encontramos essas palavras na literatura espírita, perguntamos: estamos falando da mesma pessoa? Quando o autor trata dessas funções, elas são equivalentes e cumprem os mesmos objetivos? Para melhor entendimento do assunto, vejamos o que examinam alguns autores espíritas sobre esses termos, deixando de lado qualquer idéia pré-concebida, favorecendo, dessa forma, uma análise a título de aprendizado.

Em Diálogo com as Sombras, Hermínio C. Miranda afirma que o dirigente do grupo não é o que se senta à cabeceira da mesa e dá instruções  ele é apenas um companheiro, um coordenador, um auxiliar, em suma, dos verdadeiros responsáveis pela tarefa global, que se acham no mundo espiritual.29 Nessa obra, ao se referir à pessoa que dialogará com o desencarnado e o esclarecerá, o autor observa: Se o dirigente encarnado dos trabalhos está bem familiarizado com as obras fundamentais do Espiritismo, ele encontrará sempre o que dizer ao manifestante, ainda que não esteja no mesmo nível intelectual dele.30 Por outro lado, no capítulo O Doutrinador, Miranda define: Num grupo mediúnico, chama-se doutrinador, a pessoa que se incumbe de dialogar com os companheiros desencarnados necessitados de ajuda e esclarecimento.31

Suely Caldas Schubert conceitua o dirigente da reunião como alguém "que preside os trabalhos, encaminhando todo o seu desenrolar. É o responsável, no plano terrestre, pela reunião.32 Ao se referir ao doutrinador, a autora o define como aquele que esclarece, que clareia o raciocínio do desencarnado.

Analisando os conceitos apresentados por esses autores, poderemos ter, ainda, a dúvida a respeito das figuras dirigente e doutrinador, mas uma reflexão cuidadosa nos fará compreender a questão. De acordo com a análise dos referidos autores, podemos inferir que a pessoa que está à frente de um grupo mediúnico, que dirige ou preside os trabalhos no plano terrestre é chamado de dirigente. Enquanto o que se dirige aos irmãos desencarnados esclarecendo, dialogando ou doutrinando sem impor, embasado nos conhecimentos espíritas que tenha, é o doutrinador; ou seja, é aquele que, ao orientar o irmão necessitado de amor e compreensão, o ajuda e o socorre. A dúvida que, por vezes temos ao pensarmos nas figuras do dirigente e do Doutrinador/Dialogador, ocorre porque muitos dirigentes acumulam as duas funções; isto é, esclarecem os desencarnados e também dirigem a reunião, o que não representa uma posição equivocada.

Em sua obra Esclarecendo os Desencarnados, Humberto Ferreira ilustra essa questão, ao analisar a constituição da equipe de esclarecedores. Essa equipe é composta do dirigente e de mais dois ou três elementos. A sua tarefa, como o próprio nome indica, é a de esclarecer os espíritos que se comunicam, com o objetivo de libertá-los da ignorância e dos sentimentos inferiores que os fazem sofrer. 33

De qualquer modo, dirigindo e esclarecendo, ou apenas liderando as atividades mediúnicas, será oportuno trazer a seguinte a passagem:
A figura daquele que dirige é de muita importância para todo o grupo. Deve ser uma pessoa que conheça profundamente a Doutrina Espírita e, mais que isto, que viva os seus postulados, obtendo assim a autoridade moral imprescindível aos labores dessa ordem. Esta autoridade é fator primacial, pois uma reunião dirigida por quem não a possui será, evidentemente, ambiente propício aos Espíritos perturbadores. Diz-nos Kardec que a verdadeira superioridade é a moral e é esta que os Espíritos realmente respeitam. É ela que irá infundir nos integrantes da equipe a certeza de uma direção segura e equilibrada.34

28 Atualmente encontramos, na literatura espírita, outros nomes utilizados para designar o componente da equipe mediúnica responsável pela doutrinação. Além do termo tradicional doutrinador, temos dois outros como dialogador e esclarecedor.

3.2 Formação do dirigente

3.2.1 Liderança

Para tratar a respeito da liderança do dirigente, é preciso trazer à baila a questão 625 de O Livro dos Espíritos. Nesta, temos a seguinte pergunta formulada por Kardec aos Espíritos: - Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? E os espíritos respondem: - Jesus. Ao comentar esta resposta, Kardec diz que a doutrina, ensinada pelo Mestre, é a expressão mais pura da lei do Senhor e que o Espírito Divino o animava. Por isso devemos tê-lo como orientador das nossas vidas e imitá-lo na condução dos trabalhos a que nos afeiçoamos. É indispensável que o dirigente de reunião mediúnica observe as suas responsabilidades e sempre se lembre que a Espiritualidade Superior espera a sua colaboração na obra do Cristo. É ele que preside toda a reunião no plano terrestre, por isso, sua atuação tem extrema importância para o bom e harmonioso desenrolar dos trabalhos.

No capítulo 11 de Os Mensageiros, André Luiz nos alerta para a importância do papel do dirigente de reunião mediúnica quando, através das palavras de Belarmino, recolhe ensinamentos sobre a missão do doutrinador:

A missão do doutrinador é muitíssimo grave para qualquer homem. Não é sem razão que se atribui a Nosso Senhor Jesus o título de Mestre. (...) concluí que, para atingirmos uma ressurreição gloriosa, não há, por enquanto, outro caminho além daquele palmilhado pelo Doutrinador Divino.35

Belarmino, instalado no centro de mensageiros em Nosso Lar36, havia retornado ao plano espiritual, como muitos outros médiuns e doutrinadores, na condição do tarefeiro que perdera valiosa oportunidade da própria redenção, diante dos compromissos do passado e da cooperação na obra do Cristo. Em vez de amparar os grupos mediúnicos que dirigia, estimulando os médiuns ao serviço da mediunidade com Jesus, passou a exigir deles provas que pudessem satisfazer as pesquisas científicas, caindo, primeiramente, na dúvida e depois na descrença destruidora.

Assim sendo, o dirigente é o representante da direção existente na Espiritualidade, o pólo catalisador da confiança e da boa-vontade de todos. Precisa ser, pois, alguém em quem o grupo confie, uma pessoa que represente para os encarnados a diretriz espiritual, aquela que, na realidade, sustenta e orienta tudo o que ocorre.37

29 MIRANDA. Diálogo com as Sombras, p. 56.

30 Ibidem, p.68.

31 Ibidem, p. 67.

32 SCHUBERT. Obsessão/Desobsessão, p. 139.

33 FERREIRA. Esclarecendo os Desencarnados, p.17

34 SCHUBERT. Obsessão/Desobsessão, p. 139.

35 ANDRÉ LUIZ. Os Mensageiros, cap. 11, p. 63.

36 Colônia espiritual situada nas esferas vizinhas da Terra fundada por portugueses distintos, desencarnados no Brasil, no século XVI. Cf. XAVIER, Francisco Cândido. Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 45ª ed. Brasília: FEB, 1996.

37 SCHUBERT. Obsessão / Desobsessão, p. 139.

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