20 UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA
Dirigente Reunião Mediúnica
ANEXOS
O TRABALHO DOS BENFEITORES ESPIRITUAIS NO GRUPO MEDIÚNICO
O Centro Espírita e a Desobsessão
A.04 As Reuniões de Exposições Doutrinárias.
Há características de um bom trabalho de exposição doutrinária e por outro lado atitudes inconvenientes do expositor que devem ser abolidas. A mensagem deve ser calibrada para o nível do entendimento das pessoas, com um tempo de duração adequado, não se caracterizando pelo simplório nem pela erudição; melhor será se os aspectos teóricos forem enriquecidos por vivências e exemplificações práticas, colocando um toque de humor de quando em quando, fugindo, todavia, da gaiatice e das expressões picantes que provocam a risada de mau gosto. O expositor terá em mente, sempre que está diante de Espíritos venerandos, razão porque deve se postar com respeito, procurando criar, através da fala, um clima superior que enseje a esses Benfeitores condições para realizar o complexo trabalho a que já nos referimos.
Tão importante a exposição doutrinária que a podemos e devemos introduzi-la como preparação para as terapias do passe e do atendimento fraterno, sendo, nestes casos, de pequena duração.
A.05 A Promoção do Ser.
Esta etapa é o fecho do tratamento desobsessivo para os encarnados.
Todas as etapas antes vistas devem levar a esta, que representa a comprovação de que a pessoa está cônscia de que, enquanto se restabelece, psíquica, emocional e moralmente, pode gerar suficiente harmonia que lhe dê condições para o serviço. É nesta fase que os obsessores vão-se conscientizar realmente de que a pessoa mudou, sendo induzidos a suspenderem o assédio e mudarem também para serem felizes.
A primeira conquista que a pessoa terá de fazer é a recuperação da sua religiosidade, pois a perda dela foi um dos fatores que deu margem à obsessão.
A providência seguinte é criar o gosto pelo estudo, seja o estudo em grupo, sistematizado, ou o feito por autodidatismo, ambos necessários e alavancadores do crescimento espiritual.
A última etapa será a vinculação ao trabalho do bem, que traz para o indivíduo o grande prazer de estar concorrendo para o progresso da humanidade. Apesar de ser esta etapa uma conquista a ser promovida pela pessoa, por si mesma, colocamo-la, no contexto do processo terapêutico global do Centro Espírita porque este precisa desenvolver técnicas integradoras que facilitem a promoção do ser, sob pena de comprometer todo o seu trabalho de cura, no sentido de vencer as obsessões, e até mesmo a renovação de suas equipes com vistas ao futuro.
B Atendimento aos Desencarnados
B.01 A Reunião Mediúnica
Sempre houve na Terra, obsidiados e obsessores, assim como atendimento, socorro e terapias. Antes do advento do Espiritismo esse trabalho era realizado no Mundo Espiritual com os médiuns encarnados atuando em estado de desdobramento pelo sono. Com o advento do Espiritismo as reuniões mediúnicas de caráter terapêutico passaram a ser realizadas também no plano físico, popularizando-se a psicofonia, por ser o trabalho dos médiuns falantes mais adequado para o tratamento dos desencarnados, em virtude de promover, simultaneamente, a doação energética e o diálogo esclarecedor.
As mediúnicas são, portanto, reuniões especializadas, em que os médiuns psicofônicos se colocam em disponibilidade para essa tarefa socorrista e os doutrinadores, agindo como terapeutas espirituais, esclarecem, consolam, aliviam e aconselham os Espíritos em sofrimento. Além dessas duas funções básicas, o médium e o doutrinador (o mais preparado deles sendo o dirigente da equipe encarnada), outras pessoas mediunicamente frias, fazendo parte do grupo, ajudam a manter a vibração, meditando, orando e acompanhando atentamente as comunicações.
Essa equipe, para atender compromissos na desobsessão, deve ter experiência e caracterizar-se por uma perfeita harmonia de pensamentos e de sentimentos. Deve, cada um dos seus membros, compreender a sua função e a dos demais e conhecer os aspectos técnicos dos atendimentos que na reunião se processam, os quais deverão ser levados a efeito em experimentos regulares, privativos e realizados em ambientes harmonizados e favorecedores do recolhimento.
O principal dos detalhes é a programação dos atendimentos, que deve ser conduzida pelos Espíritos coordenadores da reunião, por serem eles mais capazes do que os encarnados para estabelecer as prioridades, em função da Lei do mérito e das possibilidades espirituais da equipe encarnada, que somente eles têm condições precisas de avaliar.
Podemos colocar um nome sobre a mesa, orar por alguém, e isso já é uma pré-evocação, que muitas vezes os bons Espíritos valorizam, porque correspondem a estados de interseção carinhosa, quando encaminhadas com unção, e a própria pessoa que pediu vai ser instrumento de socorro.
B.02 As Terapias Mediúnicas.
Quando um Espírito sofredor, ou mesmo um calceta, endurecido, incorpora num médium adestrado numa reunião mediúnica séria dá-se um choque fluídico, que vem a ser terapia fundamental, processando-se pela interpenetração entre os perispíritos do médium e do Espírito e caracterizando-se por trocas energéticas entre ambos: A energia doentia do comunicante sendo absorvida pelo médium, que a elimina enquanto doa energia saudável ao enfermo. Simultaneamente o poder magnético do médium impede que o Espírito desvairado fuja do diálogo com o terapeuta-doutrinador que, ato contínuo, se inicia. Esse diálogo, vai complementar o choque anímico, levando o Espírito à reflexão, e despertando-o para uma realidade nova, felicitadora.
O terapeuta-doutrinador, em sintonia com o Mentor Espiritual da reunião, na medida em que aconselha o Espírito pode sentir a necessidade de adotar outros procedimentos favorecedores da terapia desobsessiva, conduzindo-a para resultados promissores.
Por exemplo: utilizar-se da prece, quando sentir que a onda de desespero do Espírito amainou e este precisa se aproximar de Deus de que se afastou, aplicar passe, quando sentir a necessidade de controlar a energia da comunicação, para que o desequilíbrio não se estabeleça prejudicando a terapia e os delicados equipamentos mediúnicos, funcionando também como recurso calmante e sonoterapia para os Espíritos exauridos no processo da comunicação; poderá utilizar-se da hipnose, no seu aspecto sugestivo, para a projeção de ideoplastias proveitosas ao esclarecimento ou como recurso de contenção dos impulsos asselvajados dos Espíritos comunicantes; por fim, induzi-los à regressão de memória, sob orientação do Mentor, quando perceber a necessidade de remover traumas ou levá-los a compreender os motivos desencadeadores dos acontecimentos atuais.
CONCLUSÃO
A terapia espírita conhecida como desobsessão, por sua complexidade e abrangência, requer uma interação eficaz de todas as atividades e procedimentos de que se constitui para colimar os seus objetivos.
Um Centro Espírita, para se habilitar a levá-la a bom termo terá, em primeiro lugar, que dispor de equipes (em todos os setores) aquinhoadas com valores morais de alto coturno, qualificadas, experientes e perfeitamente sincronizadas, pela inspiração com os Mentores espirituais.
As duas vertentes de que se constitui o processo, o trabalho direto de encarnados para encarnados e o das reuniões mediúnicas, têm que ser conduzidas por quem de direito, respeitando-se a competência dos Dirigentes Espirituais para gerir a programação dos atendimentos mediúnicos e a outorga conferida por eles aos homens no que concerne a administração da ajuda a ser oferecida aos enfermos encarnados que batem às portas da Casa Espírita procurando alívio para suas aflições.
Se os encarnados, nas reuniões mediúnicas, super-põem uma programação humana no bojo da programação espiritual, dá-se um choque de competência e o trabalho perde a qualidade, restringe-se. Por outro lado, se sinalizarem para a clientela, proposta de cura descomprometida em relação à transformação íntima, estarão adotando atitude de lesa consciência, inócua e mentirosa que traria como conseqüência grande freqüência na Casa Espírita de desonestos e preguiçosos do ponto de vista espiritual, alterando para pior o seu padrão vibratório e prejudicando o trabalho terapêutico que nela se realiza.
Nas reuniões mediúnicas de caráter desobsessivo, interrompe-se temporariamente o curso das influências perturbadoras desencadeadas pelos Espíritos vingadores e vampiros sobre os hospedeiros encarnados, ensejando que estes se renovem pela diluição das fixações energéticas responsáveis pelas obsessões. Nesse ínterim, uns e outros se beneficiam, os desencarnados através das terapias a eles dispensadas nessas reuniões especializadas, e os encarnados mediante alívio que experimentam facultando-lhes reprogramar suas vidas e aproveitar as oportunidades que a Casa Espírita mantém a benefício deles.
BIBLIOGRAFIA
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 80. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.
2. AZEVEDO, Geraldo, CALAZANS, Nilo, FERRAZ, José e NEVES, João. Atendimento Fraterno. Salvador: LEAL.
3. _____. Reuniões mediúnicas. Salvador: LEAL.
4. _____. Vivência mediúnica. Salvador: LEAL.
5. FRANCO, Divaldo. A obsessão, instalação e cura. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Organizado por Adilton Pugliese. Salvador: LEAL.
6. XAVIER, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 34. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.
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