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quinta-feira, 30 de julho de 2015

6-22 Dirigente Reunião Mediúnica

6-22 -  UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA

ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA

Dirigente Reunião Mediúnica

3.3 Critérios para a direção espírita

Somente pouco a pouco, o Espírito se vai inteirando das realidades da encarnação. (Conduta Espírita  André Luiz  cap. 21)45

Nessa direção, também recomenda André Luiz, não nos esquecermos de receber a visita dos companheiros menos esclarecidos, neles abraçando com sinceridade um irmão do caminho. Para atingir esse objetivo, prescreve o autor espiritual:

Não condene, nem se encolerize.

(...)

Não critique, nem fira.

Converse com precisão e carinho, substituindo as preciosas divagações e os longos discursos pelo sentimento de pura fraternidade.

(...)

Não se esqueça de que toda visita espiritual é muito importante.46

Para que a equipe mediúnica obtenha êxito na tarefa, o dirigente deve respaldar-se no conhecimento da Doutrina Espírita e do Evangelho. Deve utilizar, de acordo com Hermínio Miranda, como ferramentas de trabalho, a fé, o amor, a paciência, a sensibilidade, o tato, a energia, a vigilância, a humildade, o destemor, a prudência.47

Há um outro ponto importante a ser considerado: é se o dirigente de uma reunião mediúnica deverá ou poderá ter algum aspecto mediúnico. A esse respeito sabemos que esses não devem ser médiuns de incorporação, pois não teriam condições de acumular as duas funções, além de sofrerem de modo direto a influência dos obsessores, o que obviamente prejudicaria a tarefa do esclarecimento.48 Na obra citada, a este questionamento feito para fortalecer a importância da vigilância do dirigente em todos os aspectos durante a reunião, Hermínio C. Miranda chega à conclusão que a mais desejável das mediunidades seria a da intuição. Por meio da intuição o esclarecedor, ao receber as inspirações do plano superior, poderia usar as palavras e os recursos inerentes a ele, em favor do manifestante. Miranda ressalta, nesse sentido, a importância do dirigente, relativamente ao manter-se lúcido e consciente durante todo o tempo do trabalho.49

3.4 Formação moral

André Luiz apresenta as qualidades morais que devem ser a meta diária de um dirigente espírita, não se esquecendo de que  a Espiritualidade Superior espera encontrar nele o apoio fundamental da obra50. São elas:

- direção e discernimento.

- bondade e energia.

- autoridade fundamentada no exemplo.

- hábito de estudo e oração.

- dignidade e respeito para com todos.

- afeição sem privilégios.

- brandura e firmeza.

- sinceridade e entendimento.

- conversação construtiva.51

O mesmo autor faz importante observação sobre o esforço empreendido pelo dirigente na aquisição das virtudes. Ainda que não lhe sejam exigidas qualidades superiores à do homem comum, o orientador da assistência aos desencarnados sofredores precisa compreender que as suas funções, diante dos médiuns e freqüentadores do grupo, são semelhantes às de um pai de família, no instituto doméstico.52

O dirigente apresenta, como todos os outros trabalhadores, dificuldades a superar. Por isso, não só ao dirigente como também aos médiuns, cabe o esforço em melhorarem-se, aprimorando arestas e corrigindo irregularidades morais. A humildade deve ser cultivada constantemente, e a sinceridade deverá ser o recurso avalizador das nossas ações. Acerca desse aspecto, Hermínio Miranda considera que nenhum de nós, encarnados, submetidos a lutas contra imperfeições milenares, pode arrogar-se uma atitude de superioridade moral sobre os companheiros mais desarvorados das sombras. (...) O doutrinador é também um ser falível e consciente das suas imperfeições, mas isto não pode e nem deve inibi-lo para a tarefa.53

Desse modo, reflitamos que, para o trabalhador devotado do Cristo, nunca faltará recurso de sustentação. 

Os Amigos Espirituais, quando encontram uma disposição íntima de melhoramento e serviço, procuram investir recursos que beneficiem o trabalho que realizamos e nos auxiliam na superação das dificuldades. É o que nos esclarece o instrutor Alexandre:

Em todo lugar onde haja merecimento nos que sofrem e boa vontade nos que auxiliam, podemos ministrar o benefício espiritual com relativa eficiência. Todos os enfermos podem procurar a saúde; todos os desviados, quando desejam, retornam ao equilíbrio. Se a prática do bem estivesse circunscrita aos Espíritos completamente bons, seria impossível a redenção humana. Qualquer cota de boa vontade e espírito de serviço recebe de nossa parte a melhor atenção. (...). Quando nos referimos às qualidades necessárias aos servidores desse campo de auxílio, a ninguém desejamos desencorajar, mas orientar as aspirações do trabalhador para que sua tarefa cresça em valores positivos e eternos.54

Embora a orientação acima se direcione à tarefa de passes, acreditamos que ela seja útil para qualquer trabalhador no desempenho de sua função, principalmente para aqueles que estejam envolvidos com tarefas mediúnicas, pois o esclarecimento ressalta o valor de todo esforço no bem, o qual é sempre multiplicado pela misericórdia do amor que cobre a multidão dos pecados e pela justiça que dá a cada um segundo a suas obras.

No que tange a formação moral do dirigente, é importante ainda situar a orientação dada por André Luiz, ao destacar as seguintes posturas:

Ser atencioso, sereno e compreensivo no trato com os enfermos encarnados e desencarnados, aliando humildade e energia, tanto quanto respeito e disciplina na consecução das próprias tarefas.

Somente a forja do bom exemplo plasma a autoridade moral.

Observar rigorosamente o horário das sessões, com atenção e assiduidade, fugindo de realizar sessões mediúnicas inopinadamente, por simples curiosidade ou ainda para atender a solicitação sem objetivo justo.

Ordem mantida, rendimento avançado.

Em favor de si mesmo e dos corações que se lhe associam à experiência, não se deixar conduzir por excessiva credulidade no trabalho direcional, nem alimentar, igualmente, qualquer prevenção contra pessoas ou assuntos.

Quem se demora na margem, sofre atraso em caminho.

Interdizer a participação de portadores de mediunidade em desequilíbrio nas tarefas sistematizadas de assistência mediúnica, ajudando-os discretamente no reajuste.

Um doente-médium não pode ser um médium - sadio.

Colaborar para que não se criem situações constrangedoras para qualquer assistente, seja ele médium, enfermo ou acompanhante, procurando a paz em todas as circunstâncias.

O proveito de uma sessão é fruto da paz naqueles que a integram.

Impedir, sem alarde, a presença de pessoas alcoolizadas ou excessivamente agitadas nas assembléias doutrinárias, excetuando-se nas tarefas programadas para tais casos.

A caridade não dispensa a prudência.

Esclarecer com bondade quantos se apresentem sob exaltação religiosa ou com excessivo zelo pela própria Doutrina Espírita, à feição de fronteiriços do fanatismo.

O conselho fraterno existe como necessidade mútua.

Desaprovar o emprego de rituais, imagens ou símbolos de qualquer natureza nas sessões, assegurando a pureza e a simplicidade da prática do Espiritismo.

Mais vale um sentimento puro que centenas de manifestações exteriores.

(...)

Em qualquer atividade, a disciplina sedimenta o êxito.55


45 UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA. Mediunidade, Série Evangelho e Espiritismo, v. 6, item 5.5.

46 Cf. ANDRÉ LUIZ. Instruções Psicofônicas , cap. 46.

47 MIRANDA. Diálogo com as Sombras, p.80.

48 SCHUBERT. Obsessão/Desobsessão, p. 144.

49 MIRANDA. Diálogo com as Sombras, p. 76.

50 Cf. ANDRÉ LUIZ. Desobsessão, cap. 13.

51 Cf. ANDRÉ LUIZ. Desobsessão, cap. 13.

52 Cf. ANDRÉ LUIZ. Desobsessão, cap. 13.

53 MIRANDA. Diálogo com as Sombras, p. 69 e 70.

54 ANDRÉ LUIZ. Missionários da Luz, cap. 19, p. 324.

55 Cf. ANDRÉ LUIZ. Conduta Espírita, cap. 3.

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