ESTRADA SOLITÁRIA
Porque não te testemunhem gratidão,
Os que se fazem beneficiários dos teus sacrifícios;
Porque não te retribuam com carinhos
Ao teu devotamento pelo bem;
Porque experimentas soledade na marcha,
Não te deixes sucumbir nos empreendimentos abraçados...
Ninguém saberá identificar-te a grandeza
Quando transite pela via asfaltada
Que as tuas mãos trabalharam
Ou avance pela rota que clareaste,
Vencendo as sombras.
Dificilmente, quando se contempla um jardim que esplende beleza,
Alguém procure saber das mãos que sulcaram o solo,
Transformando a gleba rude
Em poema de cor e de perfume.
Poucos se darão conta, no edifício luxuoso,
Do operário que fixou os alicerces nas pedras fortes
Para que a segurança proporcionasse paz...
Todavia, o obreiro da ação operante sabe,
Tem consciência do que fez e do que faz
Sem importar-se com nada mais.
Sementeira é dever
Que todos assumem
Com espontânea vontade cada dia, a toda hora.
Pelo caminho do tempo.
Colheita é resultado que aguarda, que se esflora.
Mesmo os construtores da Humanidade,
Gênios, santos, cientistas,
Artistas de nomeada
Não obstante requestados, sofrendo invejas, em contínuas solicitações
Viveram e vivem a sós.
A gratidão, no mundo,
Normalmente ruidosa
É de curta duração.
Estrada afora trabalhador do bem
Não te desalentes.
Bem-aventurado desconhecido! Operário do amor!
Não cesses de produzir
Semeia e semeia alegrias.
Acende esperança na noite do desânimo.
Distribui pão na escassez.
Doa paz nos conflitos.
Esparze coragem onde medre o medo.
Faze o bem pelo prazer de o fazer.
Certamente, na tua estrada solitária,
Sob a ardência dos sofrimentos,
Diante das perturbações e anseios,
Cravado de angústias,
Mas perseverando,
Sob o açodar de todos os padecimentos teus,
Não te detenhas no mal nem te abatas.
Estarás apoiado, seguindo no rumo certo,
Sob o carinhoso amparo de Deus.
Livro: No Longe do Jardim
Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Eros
LEAL Livraria Espírita Alvorada Editora
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