Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www. irc-espiritismo.org.br
Tema: Família
Palestrante: Dalva Silva Souza
Vitória/ES
Organizadores da palestra:
Moderador: Wania (nick: |Moderadora|)
"Médium digitador": Dejavu (nick: Dalva_Silva_Souza)
Oração Inicial:
<_cassia_> Inspirados pelo Amor que o Mestre Jesus nos ensinou, coloquemo-nos nesse momento em prece. Que possamos compreender que estamos em processo evolutivo e que todos somos passíveis de erro. Que tenhamos discernimento para alcançarmos o equilíbrio, a paz, a compreensão. Que tenhamos força e paciência para construirmos nosso caminho com amor, tolerância e paciência para conosco e para com o próximo. Que não nos falte coragem para reconhecer o nosso erro, relevar o erro do próximo, corrigir quando necessário, com amor. Que nesse momento de estudo que teremos agora, possamos ampliar nosso entendimento, possamos assimilar, aprender, e depois, que a cada minuto sejamos um pouco melhores que o minuto anterior. Assim seja! (t)
Apresentação do Palestrante:
Amigos, sou professora, vice-presidente da Comunidade Espírita Esperança e diretora do Departamento de Doutrina da Federação Espírita do Espírito Santo. (t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
Sobre o tema da noite, "família", podemos dizer que estamos vivendo um tempo de transição, em que as instituições passam por reformulações profundas. A família também sofre esse processo renovador, trazendo grandes dificuldades ao ser humano para adaptar-se às novas contingências. A Doutrina Espírita oferece uma base filosófica consistente, para que possamos colaborar nesse processo renovador, sem nos perdermos pela insegurança e pelo medo. Discutir a família no momento atual à luz do Espiritismo é preparar a sociedade renovada do futuro. (t)
Perguntas/Respostas:
<|Moderadora|> [01]
Como definir Família, sob a ótica espírita?
A família é a reunião de espíritos com uma proposta de trabalhar os laços afetivos, corrigindo desequilíbrios do passado e construindo um futuro mais harmonioso. (t)
<|Moderadora|> [02]
Certa vez, durante uma palestra em uma casa espírita, o orador contou uma história, que não me recordo em que livro está inserida. "Um casal levou sua vida conjugal até o final da encarnação, apesar das discussões, dificuldades, etc. Anos depois, já na erraticidade, ao planejar sua próxima reencarnação, tomou conhecimento de que voltaria a se unir à antiga companheira. Diante da constatação, perguntou ao amigo espiritual que o acompanhava, a razão do compromisso já que tinha suportado tudo até o fim da existência. O Amigo Espiritual lhe informou de que era preciso voltar com a esposa de outrora, porque ele precisava aprender a Amar. A Lei é de Amor, e ninguém quer ser suportado. Todos querem ser amados. Pergunto: Como analisar, sob a ótica da Doutrina Espírita, um relacionamento no qual o Amor não é mais o elo de união entre os cônjuges? Manter esta relação em função da preservação da família? Partir para uma separação, resguardando os valores fraternos ainda existentes?
A decisão é muito pessoal. Se há possibilidade de crescimento na relação, é possível manter o vínculo, apesar de tudo. Mas se não há crescimento, se as pessoas estão se destruindo, a separação é um caminho viável para reencontrar a felicidade. (t)
<|Moderadora|> [03] <_cesar_palestra> A formação da família tem como objetivo sempre corrigir desequilíbrios do passado? Isso é uma regra geral?
Não. Há famílias que se reúnem pela afinidade, e devem desenvolver ações de interesse social. (t)
<|Moderadora|> [04]
Boa parte das pessoas casadas se diz insatisfeita com seu casamento. O que fazer quando se detecta que o parceiro já não é atraente como nos primeiros tempos? Casamento "quebrado" tem conserto?
A insatisfação no casamento faz parte da vida de espíritos ainda inferiores, como nós. É preciso construir dia a dia a felicidade com o parceiro. Se não há interesse dele é que em nós também a motivação está falhando. "Casamento quebrado" tem conserto. :-) As pessoas podem buscar ajuda nas terapias da Terra e no tratamento espiritual. (t)
<|Moderadora|> [05]
Quem não forma uma família, o que significa na visão espirita?
Do ponto de vista da sociologia, hoje família pode ser considerada até formada de uma só pessoa. Do ponto de vista espírita, somos livres de fazer nossas escolhas. Alguém que não forma família pode estar se dedicando à toda família humana, e isso é válido. (t)
<|Moderadora|> [06]
Já me foi dito, numa casa espírita, que nossos filhos NÃO SÃO nossos filhos. Ou seja, entendi que ESTÃO nossos filhos. O mesmo se aplicaria para nossos cônjuges. Fiquei triste pois compreendi que nos separaremos no futuro, seguindo cada espírito para novas missões. Isto não é um paradoxo, considerando que nossa doutrina é "a consoladora"?
A separação que acontece entre os que se amam é sempre transitória. Para o espírito, não há limite de espaço e tempo. Os que se amam estão sempre ligados pelo pensamento, então não há separação de fato. (t)
<|Moderadora|> [07]
Como orientar a filha adolescente que insiste em iniciar a vida sexual precocemente?
É preciso dialogar sempre. Mostre-lhe que estamos sempre acompanhados por espíritos, os quais poderão incentivar essas relações com o objetivo de retornarem à vida. Uma gravidez nesta fase é contudo um problema para toda a família, e sobretudo para a adolescente que ainda não tem estrutura psico-física para enfrentar os compromissos da maternidade. Mostre-lhe que ela será responsável pelas escolhas que está fazendo. (t)
<|Moderadora|> [08]
O Evangelho de Jesus, nos informa de que somente em caso de adultério o casal deve separar-se. O mundo moderno vem acelerando mudanças profundas, quanto a esse preceito. Os casamentos tem-se desfeitos de forma acelerada. A preservação da família tem sido comprometida. Qual a melhor postura de orientação nos centros espíritas para os freqüentadores? Continuamos com a mesma postura do evangelho de Jesus?
Jesus utilizava a palavra "adultério" com uma conotação mais ampla. Podemos entendê-la relacionada a alteração da qualidade do sentimento, e não somente em relação à infidelidade. Desse ponto de vista, amplia-se também nosso entendimento de que conservar um amor exige esforço de nossa parte. Isso é o essencial. (t)
<|Moderadora|> [09]
O que pensar de casais homossexuais que vem a ter filhos? Pode uma criança crescer em harmonia tendo pais do mesmo sexo?
É possível, sim. Se há amor verdadeiro entre as pessoas, a convivência é harmoniosa, independentemente de sexo. (t)
<|Moderadora|> [10]
Em recente reportagem sobre sexualidade de adolescentes, a revista "Veja" deu uma dica para os pais de adolescentes: "Não tente ser amigo do seu filho. Pai é pai". O que você pensa de afirmativas desse gênero?
Eu precisaria ler o texto para entender a afirmativa em seu contexto. Não acredito que alguém aconselhe a um pai a não ser amigo de seu filho. É provável que o conselho objetive a correção do comportamento inconsistente e "moderninho" de pais que querem ser mais jovens do que seus filhos. (t)
<|Moderadora|> [11]
Como entender a formação da família, sob a ótica espírita, em sociedades diferentes da nossa?
Se entendemos família como uma reunião de espíritos para realização de um projeto, percebemos que esse conceito é universal, desvinculado de funções estabelecidas por esta ou aquela cultura. (t)
<|Moderadora|> [12] <_cesar_palestra> Nesta semana, na Radio Transamérica, houve uma pesquisa sobre o fato do companheiro ou companheira mudar após o casamento; é um fato que durante o namoro a pessoas projetam uma imagem não real do parceiro? Como seria possível se evitar isso?
É natural a mudança após o casamento. O namoro é uma fase de encantamento, em que cada um mostra ao outro o seu lado melhor. Na vida a dois revelam-se as tendências reais. A única maneira de minimizar isso é estar certo de amar aquela pessoa independentemente dos aspectos transitórios: beleza física, status, etc. (t)
<|Moderadora|> [13]
Por vezes, casamentos extremamente sofridos são preservados em nome do bem-estar dos filhos. O que dizer àqueles que vivem esse dilema? De um lado existe a dor de uma convivência que só traz brigas e rancores; de outro, a possibilidade do filho se sentir abandonado.
A manutenção do casamento, neste caso, só será benéfica para os filhos se a pessoa tiver capacidade de renunciar verdadeiramente, caso contrário, a tristeza contaminará as relações afetivas e poderá ser pior que a separação. (t)
<|Moderadora|> [14] <^TeCa^> Muitos casais atualmente adotam como o casamento moderno morando em casa separadas, a convivência no mesmo espaço não seria o mais correto?
Nesses tempos de transição, estão ocorrendo experimentações. Como espíritos em busca da evolução, todos os caminhos podem conter preciosos ensinamentos. A família do mundo renovado deve ser construída por nós sem nenhum modelo. A criatividade é que nos indicará o melhor caminho. Não há receita, só consideramos mais adequado que a família viva sob o mesmo teto porque este é o modelo a que estamos acostumados. Isso não é garantia de ser a melhor fórmula. (t)
<|Moderadora|> [15]
Dalva, gostaria que você comentasse o seguinte: "O laço que une a sua família verdadeira não é de sangue, mas de respeito e alegria pela vida um do outro. Raramente os membros de uma família se criam sob o mesmo teto." (Richard Bach, "Ilusões, as Aventuras de um Messias Indeciso".
O trecho confirma o ensino de O Evangelho Segundo o Espiritismo: os verdadeiros laços de família não são os da cosangüineidade, mas os da afinidade espiritual. Podemos estar numa mesma casa, junto a espíritos com os quais não nos afinizamos, mas que precisamos a aprender a amar; e espíritos muito ligados a nós pelos laços afetivos podem estar transitoriamente distantes. (t)
<|Moderadora|> [16]
Estou me separando, tenho duas filhas e seis anos de casado. Será que estou certo? O que isto pode acarretar? Eu tenho a obrigação de viver casado só por causa das minhas filhas?
Não podemos avaliar a correção da decisão tomada, só você pode fazê-lo. Por que não medita sobre as causas da falência do casamento? Ninguém tem a obrigação de ficar casado, mas essa pode ser uma opção válida quando conseguimos transformar nossos sentimentos e fazer da vida a dois um projeto de crescimento. (t)
<|Moderadora|> [17]
Como administrar e viver numa família onde não reina mais o amor mas sim as "cobranças"?
Talvez a melhor receita seja dialogar e orar. Você já experimentou fazer uma reunião por semana para leitura do Evangelho em família? (t)
<|Moderadora|> [18]
Que conseqüência para o filho que apoia o pai ou a mãe em uma separação, onde, nesta, poderá acarretar a decadência do não apoiado? Que papel o filho deve tomar nessa situação?
Os pais estão vivendo um momento muito difícil. O filho deve apoiar a ambos em suas dificuldades, mas isso não significa dar razão a um ou a outro. O apoio de que falamos é afetivo. Deixe claro que você os ama. (t)
<|Moderadora|> [19] <^TeCa^> nos mundos superiores como são constituídas as famílias, é muito diferente do nosso mundo?
Só podemos saber a constituição da família nos mundos primitivos e nos de provas e expiações. Com relação aos mundos superiores, só podemos fazer conjecturas. Acredito que sejam núcleos em que há muito amor. (t)
<|Moderadora|> [20]
Vivemos em um mundo que incentiva uma visão banalizada e inteiramente distorcida do sexo. Como orientar os filhos a encarar o relacionamento sexual de forma bonita e responsável? Os que adotam esse tipo de postura são assim por causa da educação recebida no lar ou é algo que o próprio espírito traz consigo?
A postura do indivíduo perante o sexo está relacionada ao seu nível evolutivo e à educação recebida. Os filhos encararão de maneira diferente o sexo se os pais exemplificarem uma postura também diferente. É preciso falar com naturalidade sobre o assunto e demonstrar equilíbrio na própria manifestação afetiva. (t)
<|Moderadora|> [21]
Qual deve ser a atitude da mulher grávida no que se refere a sentimentos? Stress, raiva, tristeza, tudo isso influi sobre o espírito reencarnante?
A ligação entre mãe e filho é sempre muito intensa. O que se passa no psiquismo da mãe afeta diretamente o reencarnante. Portanto, se a mulher tem a consciência dessas questões, deve procurar manter-se em equilíbrio. Exercícios de meditação e relaxamento são muito úteis e a oração é sempre indicada. (t)
<|Moderadora|> [22]
"... Podemos estar numa mesma casa, junto a espíritos com os quais não temos afinidade, mas que precisamos a aprender a amar... " Que fazer quando a situação contrária ocorre? Amávamos nossa família, mas, por conseqüentes decepções, passamos a (apesar de continuar a respeitar) não mais amar?
Procure na oração o reforço de energia para enfrentar as dificuldades. Procure compreender que entre espíritos ainda tão imperfeitos a convivência na intimidade do lar é difícil e desafiadora. Não esmoreça nunca. (t)
Considerações Finais do Palestrante:
Agradeço a atenção de todos. O assunto "família" é muito complexo e torna-se difícil examinar as questões aqui abordadas com a profundidade que desejaríamos. Esses assuntos estão abordados mais adequadamente em nosso livro "Os Caminhos do Amor", Edição da FEB. Se os companheiros se interessarem, depois poderemos conversar mais vezes sobre as dúvidas que surgirem na leitura. Um grande abraço e até breve! (t)
Oração Final:
Jesus, Mestre e amigo, aprendemos de teus lábios a lição do amor universal que devemos dedicar a todos os espíritos, indistintamente. Entretanto, pequenos que somos, ainda somos iniciantes na conjugação desse verbo misterioso e belo que é "amar". Por isso, nesta noite, pedimos que nos inspires na busca permanente pelo amor. Pelo amor que compreende, que auxilia, que estende as mãos, que caminha junto. Sabemos que a Providência Divina nos situa na família que nos é mais adequada ao progresso espiritual. Por isso, auxilia-nos a amar esses espíritos, com extrema dedicação. Dulcifica-nos o coração no convívio de cada dia. Que teu amor nos ilumine a alma, agora e sempre. Que assim seja. (t)
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