*A HANSENÍASE TEM CURA!*
Este o grito de liberdade dos pacientes, vítimas da hanseníase (antigamente conhecida como lepra). Agora, uma vez tomado o primeiro comprimido do remédio, o hanseniano pode retornar à normalidade em todos os atos de sua vida: viver junto aos entes queridos, estudar, trabalhar, casar, ter bebês, participar de eventos sociais e divertir-se. Com o advento da PQT (poliquimioterapia), a hanseníase, com aquela imagem herdada do passado, em que os doentes eram obrigados a portar uma sineta amarrada ao pescoço para afastar os demais transeuntes, e viviam no Vale dos Imundos esperando a morte, após longo sofrimento, desapareceu! Dados históricos informam que a doença data de 600 a.C., procedente da Índia que, juntamente com a África pode ser considerada o berço da hanseníase. No Brasil, os primeiros casos foram notificados em 1600, na cidade do Rio de Janeiro, onde, anos mais tarde, seria criado o primeiro Lazareto, local destinado a abrigar os doentes de Lázaro. Focos da doença foram identificados também na Bahia e no Pará. As ações de controle limitavam-se ao isolamento dos doentes e uma assistência médica precária, já que não existia, até a década de 40, do século XX, um remédio específico eficaz. O desenvolvimento da tecnologia na área médica possibilitou o surgimento da poliquimioterapia, medicação que é fornecida gratuitamente nos Postos de Saúde em cartelas, eliminando o contágio e curando definitivamente a hanseníase a partir da primeira dose de um tratamento que dura de seis meses a um ano, conforme o caso.
Na luta pela eliminação da hanseníase no Brasil e defesa dos direitos dos hansenianos, com sua recolocação na sociedade, foi criado o Morhan Movimento de Reintegração das Pessoas atingidas pela Hanseníase, entidade única no mundo, com núcleos espalhados em 24 estados brasileiros, com vistas a mobilizar nacionalmente o combate à doença. O órgão já conta com um jornal, que publicou entrevista com o embaixador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para eliminação da hanseníase, Yonei Sasakawa, presidente da Fundação Sasakawa, que ao lado da Fundação Nippon, trabalha para a extinção da doença no mundo e diminuição do preconceito.
Junto com a Fundação Novartis, a Nippon vem realizando distribuição gratuita do medicamento em escala mundial. Acompanhando o visitante, o presidente Nacional do Morhan, Artur Custódio, e o voluntário Ney Matogrosso, estiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para apreciação do problema da hanseníase no Brasil, que apresenta o segundo maior índice da doença no mundo. Em 2003, a taxa de prevalência foi de 4,52 por 10.000 habitantes, enquanto a OMS considera como taxa ideal menos de um caso para aquele total. As regiões Norte e Nordeste ocupam os primeiros lugares de maior taxa de incidência no país, seguidas da Centro-Oeste, em terceiro. Na ocasião, o presidente do Morhan frisou a necessidade do Brasil colocar a doença na agenda de Direitos Humanos.
O progresso da ciência vem encontrando, ao longo do tempo, meios para vencer algumas doenças consideradas incuráveis até recentemente. Algumas, diagnosticadas há mais de dois mil anos, já tinham os sintomas registrados nos livros sagrados, como a hanseníase, que ficou marcada pela palavra lepra como um ferro em brasa, estigmatizando seus portadores. Não havia perspectiva de cura. A doença era considerada um castigo divino e o seu portador apontado como um réprobo. Jesus, exemplificando o seu ensinamento de amor ao próximo, não os evitava, escandalizando os que o assistiam. Diversas citações são encontradas no Evangelho mostrando quanto o Mestre os amava. O conceito de castigo divino não encontra guarida na Doutrina Espírita, cujos ensinamentos destacam a paternidade divina que não imporia a seus filhos experiências mais ásperas sem utilidade e sem fim.
Por outro lado, o Espiritismo com a dinâmica dos seus preceitos, explicitada por Allan Kardec em A Gênese, acompanha o desenvolvimento da ciência na eliminação de males que já cumpriram seu papel no processo evolutivo da humanidade. O advento da PQT vem acelerar a extinção desse grande mal para as gerações futuras, quando a Terra passará à condição de planeta de regeneração.
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Ainda mesmo nas trilhas mais obscuras da prova ou da aflição, somos defrontados por ensejos valiosos de renovação e progresso.
Instrumentos do Tempo Emmanuel
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Sábado, 19/2/2005 - no 1925
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