SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES
ESPIRITAS
CAPITULO V
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS
CAPITULO VI
MANIFESTAÇÕES VISUAIS
Estudo 35 - Item 100 (itens 12 a 18) - Perguntas sobre as Aparições
Continuando nossa análise das questões apresentadas por Allan Kardec aos Espíritos, identificamos a objetividade e simplicidade com que foram tratados assuntos que ainda hoje nos chegam revestidos do "sobrenatural e maravilhoso", o que mostra a necessidade de estudá-los à luz da Doutrina Espírita.
12ª Os Espíritos que aparecem com asas, realmente as têm ou essas
asas são apenas uma aparência simbólica?
— Os Espíritos
não têm asas. Não precisam delas, pois podem transportar-se por toda parte como
Espíritos. Aparecem da maneira por que querem impressionar a pessoa a que se
mostram. Uns aparecerão em trajes comuns, outros envoltos em amplas roupagens,
alguns com asas, como atributo da categoria espiritual a que pertencem.
13ª As pessoas que vemos em sonho são sempre as que parecem ser?
— São quase
sempre as mesmas pessoas que o teu Espírito vai encontrar ou que vêm te
encontrar.
14ª Não poderiam os Espíritos zombeteiros tomar as aparências das
pessoas que nos são caras e nos iludirem?
— Tomam aparências
fantasiosas para se divertirem à vossa custa, mas há coisas com as quais não
lhes é permitido.
15ª Como o pensamento é uma espécie de evocação , compreende-se
que possa atrair Espíritos. Mas por que, quase sempre, as pessoas em que
pensamos, que ardentemente desejamos rever, jamais aparecem nos sonhos,
enquanto vemos outras que não nos interessam e nas quais nunca pensamos?
— Os Espíritos
nem sempre podem manifestar-se visivelmente, mesmo em sonho e apesar do desejo
que tenhamos de vê-los. Causas independentes da sua vontade podem impedi-los.
Freqüentemente é também uma prova que o mais ardente desejo não pode afastar.
Quanto às pessoas que não interessam, se é certo que não pensais nelas, é
possível que pensem em vós. Aliás, não podeis fazer idéia das relações no mundo
dos Espíritos. Lá tendes uma multidão de conhecidos íntimos, antigos e novos,
de que não suspeitais quando acordados.
NOTA - Quando nenhum meio tenhamos de verificar a realidade das
visões ou aparições, podemos sem dúvida lançá-las à conta da alucinação.
Quando, porém, os sucessos as confirmam, ninguém tem o direito de atribuí-las à
imaginação. Tais, por exemplo, as aparições, que temos em sonho ou em estado de
vigília, de pessoas em quem absolutamente não pensávamos e que, produzindo-as no
momento em que morrem, vem, por meio de sinais diversos, revelar as
circunstâncias totalmente ignoradas em que faleceram. Têm-se visto cavalos
empinarem e recusarem caminhar para a frente, por motivo de aparições que
assustam os cavaleiros que os montam. Embora se admita que a imaginação
desempenhe aí algum papel, quando o fato se passa com os homens, ninguém,
certamente, negará que ela nada tem que ver com o caso, quando este se dá com
os animais. Acresce que, se fosse exato que as imagens que vemos em sonho são
sempre efeito das nossas preocupações quando acordados, não haveria como
explicar que nunca sonhemos, conforme se verifica freqüentemente, com aquilo em
que mais pensamos (Allan Kardec).
16ª Por que razão certas visões ocorrem com mais freqüência quando
se está doente?
— Elas ocorrem do
mesmo modo no estado de perfeita saúde. Simplesmente, no estado de doença, os
laços materiais se afrouxam; a fraqueza do corpo permite maior liberdade ao
Espírito, que, então, se põe mais facilmente em comunicação com os outros
Espíritos.
17ª As aparições espontâneas parecem mais freqüentes em certos
países. Será que alguns povos estão mais bem dotados do que outros para
receberem esta espécie de manifestações?
— Fizestes um
registro histórico de cada aparição? As aparições, como os ruídos e todas as
manifestações, produzem-se igualmente em todos os pontos da Terra; apresentam,
porém, caracteres distintos, de conformidade com o povo em cujo seio se
verificam. Entre estes, por exemplo, a escrita é pouco desenvolvida e não há
médiuns escreventes; entre outros eles abundam; além disso, observam-se mais os
ruídos e os movimentos de objetos do que as manifestações inteligentes, por
serem estas menos apreciadas e procuradas.
18ª Por que as aparições se verificam mais à noite?
— Pela mesma
razão que vês as estrelas à noite e não em pleno dia.. A claridade intensa pode
ofuscar uma aparição delicada. Mas é errôneo supor que a noite tenha algo de
espacial para isso. Interroga os que as viram e constatarás que a maioria
ocorre de dia.
Concluímos nosso estudo com nota de Allan Kardec colocada após o item 18:
Concluímos nosso estudo com nota de Allan Kardec colocada após o item 18:
— Os fenômenos de aparição são muito mais freqüentes e gerais do
que se pensa, porém, muitas pessoas não os revelam por medo do ridículo e
outras os atribuem à ilusão. Se parecem mais numerosas entre alguns povos, é
porque esses conservam com mais cuidado as tradições verdadeiras ou falsas,
quase sempre ampliadas pelo poder do maravilhoso, a que mais ou menos se preste
o aspecto das localidades. A credulidade então faz que se vejam efeitos
sobrenaturais nos mais vulgares fenômenos: o silêncio da solidão, o íngreme
caminho, o rumorejar da floresta, as rajadas da tempestade, o eco das
montanhas, a forma fantástica das nuvens, as sombras, as miragens, tudo enfim
se presta à ilusão das imaginações simples e ingênuas, que de boa-fé narram o
que viram, ou julgaram ver. Porém, ao lado da ficção, há a realidade, que o
estudo sério do Espiritismo consegue livrar dos acessórios das superstições
ridículas.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989
- Cap VI - 2ª Parte
KARDEC, Allan - Revista Espírita, 1861 - Julho: Brasília: EDICEL. Ensaio sobre a teoria da alucinação; Variedades - As visões do Sr. O.
KARDEC, Allan - Revista Espírita, 1861 - Julho: Brasília: EDICEL. Ensaio sobre a teoria da alucinação; Variedades - As visões do Sr. O.
Tereza Cristina D'Alessandro
Junho / 2004
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cebatuira@cebatuira.org.br
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