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sábado, 10 de dezembro de 2011

94 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


 – ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO
ITENS 1, 2 e 4: O MAIOR MANDAMENTO
“Mas, os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, juntaram-se em conselho. E um deles, que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei?

Jesus lhe disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento; este é o maior e o primeiro mandamento.
 
             E o segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
             Estes dois mandamentos contem toda a lei e os profetas.” (Mateus, XXII: 34 a 40)

“E assim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a lei e os profetas”. (Mateus, 7:12)

“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem”. (Lucas, VI: 31)
             Quem eram os saduceus?
             Seita fundada por Sadoc, por volta do ano 248 A.C.
             “Não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, ou na existência dos anjos bons e maus. Apesar disso, acreditavam em Deus e, embora nada esperassem após a morte, serviam-No com interesse de recompensas temporais, ao que segundo acreditavam, se limitava a sua providência. A satisfação dos sentidos era, para eles, o fim principal da vida.”
             Apegavam-se ao texto da antiga lei das Escrituras, não admitindo a tradição, nem qualquer outra interpretação.
             “Colocavam as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do culto.
             Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época.
             Essa seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes, e tornou-se um partido político sempre oposto aos fariseus”, que era, então, a seita mais influente, com praticantes servis das práticas exteriores e das cerimônias, aparentando uma religiosidade que não possuíam. *
             Para muitos, isso é uma utopia, algo que não irá nunca acontecer na Terra.
             Mas, se tudo tende a um crescimento, se tudo evolui, se todos os homens trazem, dentro de si, uma tendência, um impulso ao progresso; se este tem acontecido desde o homem primitivo, pelo trabalho dos próprios homens, porque a humanidade e a Terra não podem alcançar, um dia, um grau de evolução que permita a todos viver em paz, em harmonia e feliz?
             Os obstáculos de hoje serão vencidos, como muitos já o foram, tornando a vida mais prazerosa.
             Para isso, devem os homens cuidar mais e melhor do seu progresso espiritual, satisfazer as necessidades do Espírito de paz e de felicidade, tanto quanto é o seu empenho para a obtenção dos valores materiais, que devem sim, ser buscados e usufruídos, mas sem causar males a si e aos outros, no respeito aos direitos alheios, não se sentindo à vontade em tanto possuir, quando muitos ainda não conseguem o mínimo necessário.
             Usar do que possuem para auxiliar o crescimento dos mais frágeis, dos mais ignorantes, oferecendo-lhes oportunidades de estudo, de trabalho, de lazer sadio, para que eles também possam tornar-se cidadãos úteis a si próprios, às suas famílias, à pátria e à humanidade.
             Não podemos nos esquecer que todos os Espíritos, todos os homens são perfectíveis, todos têm o mesmo potencial a ser desenvolvido no decorrer do longo processo evolutivo.
             Combater o egoísmo e o orgulho é a tarefa premente do homem atual, de todos os homens, porque já estamos vivendo os primórdios da Era do Espírito, determinismo divino, que ninguém, nem coisa alguma, vão poder impedir.
             Amar o próximo como a si mesmo é a meta determinada por Deus para a humanidade da Terra, encarnada e desencarnada, embora possa demorar mil ou mais anos.
Enquanto existir o egoísmo e o orgulho nos corações e nas mentes dos homens, as dores, os sofrimentos, as guerras, continuarão presentes, até que essa humanidade, na sua maioria, talvez, se decida querer para os outros o que deseja para si.
             Por isso, Allan Kardec escreveu que “amar ao próximo como a si mesmo e fazer aos outros como quereríamos que nos fizessem” se constituem na “expressão mais completa da caridade, porque ela resume todos os deveres para com o próximo.” e “Não se pode ter , neste caso, guia mais seguro, do que tomando como medida do que se deve fazer aos outros, o que deseja para si mesmo.”
             Fazer aos outros somente o que queremos para nós é uma idéia das mais simples e mais fáceis de serem entendidas por qualquer pessoa, mesmo a que não tenha nenhum estudo.
             Das mais difíceis, talvez, de ser vivenciada, simplesmente, devido ao orgulho e ao egoísmo, que residem nos homens.
             Tão simples de ser entendida... Tão difícil de ser vivida pelos homens da Terra...Até quando vamos permanecer em um mundo de expiações e de provas?

             * - O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Introdução: Notícias Históricas, item III

Bibliografia:




KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Abril / 2009

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