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ALLAN KARDEC
ITENS 1, 2 e 4: O MAIOR MANDAMENTO
“Mas, os fariseus, quando ouviram
que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, juntaram-se em conselho. E um
deles, que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior
mandamento da lei?
Jesus lhe disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento; este é o maior e o primeiro mandamento.
E o segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Estes dois mandamentos contem toda a lei e os profetas.” (Mateus, XXII: 34 a 40)
“E assim, tudo o que quereis que
os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a lei e os
profetas”. (Mateus, 7:12)
“Tratai todos os homens como
quereríeis que eles vos tratassem”. (Lucas, VI: 31)
Quem
eram os saduceus?
Seita
fundada por Sadoc, por volta do ano 248 A.C.
“Não
acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, ou na existência dos
anjos bons e maus. Apesar disso, acreditavam em Deus e, embora nada esperassem
após a morte, serviam-No com interesse de recompensas temporais, ao que segundo
acreditavam, se limitava a sua providência. A satisfação dos sentidos era, para
eles, o fim principal da vida.”
Apegavam-se
ao texto da antiga lei das Escrituras, não admitindo a tradição, nem qualquer
outra interpretação.
“Colocavam
as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores
do culto.
Eram,
como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época.
Essa
seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes, e tornou-se
um partido político sempre oposto aos fariseus”, que era, então, a seita mais
influente, com praticantes servis das práticas exteriores e das cerimônias,
aparentando uma religiosidade que não possuíam. *
Nesses
dois mandamentos, Jesus resumiu toda a lei divina, a meta a que todo Espírito
tem de chegar um dia: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como
a si mesmo.
Para
muitos, isso é uma utopia, algo que não irá nunca acontecer na Terra.
Mas,
se tudo tende a um crescimento, se tudo evolui, se todos os homens trazem,
dentro de si, uma tendência, um impulso ao progresso; se este tem acontecido
desde o homem primitivo, pelo trabalho dos próprios homens, porque a humanidade
e a Terra não podem alcançar, um dia, um grau de evolução que permita a todos
viver em paz, em harmonia e feliz?
Os
obstáculos de hoje serão vencidos, como muitos já o foram, tornando a vida mais
prazerosa.
Para
isso, devem os homens cuidar mais e melhor do seu progresso espiritual,
satisfazer as necessidades do Espírito de paz e de felicidade, tanto quanto é o
seu empenho para a obtenção dos valores materiais, que devem sim, ser buscados
e usufruídos, mas sem causar males a si e aos outros, no respeito aos direitos
alheios, não se sentindo à vontade em tanto possuir, quando muitos ainda não
conseguem o mínimo necessário.
Usar
do que possuem para auxiliar o crescimento dos mais frágeis, dos mais
ignorantes, oferecendo-lhes oportunidades de estudo, de trabalho, de lazer
sadio, para que eles também possam tornar-se cidadãos úteis a si próprios, às
suas famílias, à pátria e à humanidade.
Não
podemos nos esquecer que todos os Espíritos, todos os homens são perfectíveis,
todos têm o mesmo potencial a ser desenvolvido no decorrer do longo processo
evolutivo.
Os
meios de comunicação de hoje, que não param de se desenvolver e de se
popularizar, vieram, na época certa, trazer a transparência dos atos dos que
estão no poder, seja em que grau for, privado ou público, numa gama de
informações que, se podem causar certas dificuldades na sua filtração para
beneficiar, despertam os homens para a análise dos mesmos e das suas
conseqüências, desenvolvendo sua capacidade de raciocinar e de escolher o
melhor.
Combater
o egoísmo e o orgulho é a tarefa premente do homem atual, de todos os homens,
porque já estamos vivendo os primórdios da Era do Espírito, determinismo
divino, que ninguém, nem coisa alguma, vão poder impedir.
Amar
o próximo como a si mesmo é a meta determinada por Deus para a humanidade da
Terra, encarnada e desencarnada, embora possa demorar mil ou mais anos.
Enquanto existir o egoísmo e o orgulho nos
corações e nas mentes dos homens, as dores, os sofrimentos, as guerras,
continuarão presentes, até que essa humanidade, na sua maioria, talvez, se
decida querer para os outros o que deseja para si.
Por
isso, Allan Kardec escreveu que “amar ao próximo como a si mesmo e
fazer aos outros como quereríamos que nos fizessem” se constituem na “expressão
mais completa da caridade, porque ela resume todos os deveres para com o
próximo.” e “Não
se pode ter , neste caso, guia mais seguro, do que tomando como medida do que
se deve fazer aos outros, o que deseja para si mesmo.”
Fazer
aos outros somente o que queremos para nós é uma idéia das mais simples e mais
fáceis de serem entendidas por qualquer pessoa, mesmo a que não tenha nenhum
estudo.
Das
mais difíceis, talvez, de ser vivenciada, simplesmente, devido ao orgulho e ao
egoísmo, que residem nos homens.
Todavia,
constitui-se a única direção, o único caminho a percorrer, para o homem
alcançar a paz interna, e as nações viverem em paz, na solidariedade, na
fraternidade.
Tão
simples de ser entendida... Tão difícil de ser vivida pelos homens da
Terra...Até quando vamos permanecer em um mundo de expiações e de provas?
*
- O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Introdução: Notícias
Históricas, item III
KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de
Almeida Rezende Ebner
Abril /
2009
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