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ALLAN KARDEC
CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 9 - A LEI DO AMOR
Fénelon,
do qual existem no estudo 49, alguns dados biográficos, também escreve sobre o
amor, neste capítulo.
Ele
inicia dizendo que esse sentimento “é de essência divina”,
visto que todos os homens possuem “a centelha desse fogo sagrado” em si. Lembra que o mais abjeto dos
homens, o mais criminoso, sente uma afeição, freqüentemente, “atingindo alturas sublimes”, por alguém,
por algum objeto.
Cita
também, as pessoas, que dispensam todo o amor que já desenvolveram em si, aos
animais, às plantas e até mesmo a objetos materiais, mas resistem a
dispensá-los às pessoas que lhe estão próximas, que é a tendência natural da
alma. Todavia, não conseguirão “sufocar o germe vivaz que Deus
depositou em seus corações, no ato da criação”.
O
sentimento do amor cresce no homem, com o desenvolvimento da moralidade e da
inteligência, apesar de ser, freqüentemente, “oprimido pelo egoísmo”,
constituindo-se na”fonte
das santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duradouras, e
que os ajudam a transpor a rota escarpada e árida da existência humana.”
Muitos
há que resistem à afeição por pessoas, por já terem sofrido desilusões por não
terem sido correspondidas. É preciso reconhecer que não se pode exigir, de
outros, sentimentos que devam vir de dentro do ser, simplesmente, porque os
sentimos em nós.
Outros
buscam amar somente a um círculo de parentes ou de amigos, muitas vezes
exigindo que esses também o façam, sentindo-se ofendidos, enciumados, quando
alguém demonstra simpatia por outros, fora desse círculo.
Esse
amor em desenvolvimento está sendo oprimido pelo amor a si mesmo, que é o
egoísmo, que torna as pessoas, além de exigentes e intolerantes, infelizes e
insatisfeitas, precisando ser combatido, com persistência e disciplina.
Isso
só se consegue com a vontade firme de querer desenvolver o amor, que se dá, que
se doa, e não o que se quer receber, só para si ou sem nada doar de si.
O
amor ao próximo como a si mesmo, determinismo divino, deve ser o objetivo de
quem quer a verdadeira felicidade, e a verdadeira paz interior.
Cita Fénelon, a objeção que
algumas pessoas fazem à reencarnação, pela idéia de outras pessoas participarem
da afeição das que lhe são caras.
Desconhecem
os que assim pensam que o amor, sendo o sentimento por excelência, o que resume
todos os demais, contraria a lei matemática, pois, quanto mais se dá, quanto
mais se divide, mais cresce e se sublima nos corações humanos.
Não
tenhamos medo de amar, de abrir nossas mentes e corações, nossos braços para
envolver todos os que de nós se aproximam, a fim de que, um dia, sejamos
capazes de amar, seja quem for, como a nós mesmos.
É
uma tarefa difícil, mas são a coisas difíceis que trazem as maiores vitórias e
as maiores recompensas.
“Deus o quer, e a lei do amor é
o primeiro e o mais importante preceito da vossa doutrina, porque é ela que
deve um dia matar o egoísmo, sob qualquer aspecto em que se apresente, pois
além do egoísmo pessoal, há ainda o egoísmo de família, de casta, de
nacionalidade”.
Quando
Jesus disse “Amai o vosso próximo como a vós
mesmos”, não estabeleceu qualquer limite. “Qual
é o limite do próximo? Será a família, a seita, a nação?”
O
próximo constitui, para nós, a humanidade da Terra, todos os encarnados e
desencarnados, conforme o exemplo de Jesus, que, por amor, deixou os páramos
celestiais, para viver em um mundo material, atrasado e conviver com homens
ainda muito ignorantes e imperfeitos, somente, para ensinar o caminho da perfeição
e da felicidade, sabendo o quanto seria incompreendido, e que seria levado à
morte na cruz.
Sabia
também que sua vinda ficaria como exemplo e seus ensinos acabariam por ser
entendidos, não importando quando, porque tudo no universo tende ao progresso e
à perfeição.
Jesus nos deu o exemplo maior de
amor ao próximo!
Fénelon
escreve: “Nos mundos superiores, é o amor
recíproco que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam. E o
vosso planeta, destinado a um progresso que se aproxima, para a sua
transformação social, verá seus habitantes praticarem essa lei sublime, reflexo
da própria Divindade”.
Se
concordamos com isso, temos de compreender que “os
efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento da raça humana e a felicidade
durante a vida terrena.”
Embora
ainda seja a Terra um lugar de dores e sofrimentos, pela imperfeição dos seus
habitantes, os que se esforçam por viver essa lei, já percebem alegrias e
felicidade em seu viver, que lhes permitem avaliar a felicidade de toda a
humanidade, quando essa lei imperar na grande maioria dos homens. Então, a
minoria se renderá a ela também, ou será encaminhada a um mundo inferior, para
aprender a amar.
E
o mal desaparecerá da Terra, porque, todos seguirão o “Não façais aos outros o que não quereis que os outros
vos façam, mas fazei, pelo contrário, todo o bem que puderdes”.
“Não
acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano, que cederá,
mesmo de malgrado, ao verdadeiro amor. Este é um imã a que ele não poderá
resistir, e o seu contato vivifica e fecunda os germes dessa virtude, que estão
latentes em vossos corações”.
Acreditemos,
pois, na perfectibilidade de todos os homens, por piores que alguns ou muitos,
se apresentem na atualidade.
Busquemos
fazer o melhor que pudermos em favor do bem, desenvolvendo o amor dentro de
nós, no esforço de usar o que já temos em benefício dos nossos próximos,
porque, somente, quando muitos viverem em direção dessa meta, é que a Terra se
transformará em um mundo melhor.
Lembremo-nos
de João, o Evangelista, que, diz-nos o autor dessa mensagem: “quando a doença e a velhice interromperam o curso de suas
pregações, ele repetia apenas essas doces palavras:” Meus filhinhos, amai-vos
uns aos outros.!”
Bibliografia:
“KARDEC,
Allan -” O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2009
Centro
Espírita Batuira
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Vila Tibério - Cep 14050-390
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