CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 8 - A LEI DO AMOR
Novamente
Lázaro, o “ressuscitado” por Jesus, irmão de Marta e Maria, traz-nos uma mensagem
sublime sobre a Lei Maior, a Lei Do Amor.
“O amor resume toda a Doutrina
de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os
instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o
homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais
instruído e purificado, tem sentimentos”.
Nessas
frases, Lázaro resume de uma forma simples e sábia, toda a lei de evolução
espiritual do homem, que muitos e muitos, instruídos e ignorantes, ainda não a
aceitam.
O
homem primitivo, Espírito encarnado, também primitivo, vindo dos chamados
reinos inferiores, iniciando o desenvolvimento da razão e da sensibilidade,
traz em si, todos os instintos básicos, necessários ao seu processo evolutivo.
À
medida que vai evoluindo, através dos milênios, esses instintos vão se
manifestando, juntamente com a inteligência, com a vontade e com a liberdade.
O
homem passa a viver na busca das sensações que lhe trazem prazer, desprezando
as que lhe são desagradáveis, ainda presos às percepções físicas.
E
só bem mais tarde, começa a desenvolver uma sensibilidade espiritual, que lhe
permite desenvolver sentimentos em relação ao próximo, não mais só em busca do
prazer, dos seus interesses, mas também desejando oferecer algo bom e prazeroso
ao outro.
Assim,
os instintos, no decorrer de um longo processo evolutivo, atingirão um ponto em
que estarão, nos Espíritos puros, totalmente sublimados, porque o Amor pleno,
“o requinte do sentimento” se constituirá no Guia racional e sensível de todas
as suas capacidades intelectuais e morais.
O
homem caminha da animalidade para a angelitude, no “autoburilamento, libertando-se das
paixões e adquirindo experiências superiores, sublimando as expressões do
instinto no tempo em que desenvolve a inteligência e penetra nas
potencialidades transcendentes da intuição.” *
O
amor, não no sentido vulgar do termo, “esse sol interior, que reúne e
condensa, em seu foco ardente, todas as aspirações e todas as revelações
sobre-humanas substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as
misérias sociais.”
A
expressão “substitui a personalidade” deve ser entendida pela substituição do
“eu” para “nós”, do egoísmo para o altruísmo, pelo “querer aos outros somente o
que se quer para si”, numa “fusão”, integração, que levam os seres que amam a
sentir as necessidades e os valores dos outros, dos amados.
Esse
amor, que é a marca dos Espíritos puros, o qual estamos desenvolvendo em nós,
ainda numa fase muito incipiente, quando estiver mais presente em maior número
de pessoas da humanidade terrena, transformará a Terra em um mundo melhor, sem
misérias, sem exclusão social, econômica, educacional e moral.
O
autor escreve sobre a felicidade do que ama, verdadeiramente, “porque não conhece as angústias da alma, nem as do
corpo”, visto que não pensa em si, mas nos que ama. “Seus pés são leves, e ele
vive como transportado fora de si mesmo.”
“Quando
Jesus pronunciou essa palavra divina – amor – fez estremecer os povos, e os
mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo”.
O
autor continua, esclarecendo que “o espiritismo, por sua vez, veio pronunciar
a segunda palavra do alfabeto divino”: reencarnação. Essa não conduz aos suplícios, mas “à
conquista do seu ser, elevado e transfigurado”, porque mostra ao homem todo o
seu patrimônio intelectual e moral.
Não
fomos criados ao nascer, nem herdamos dos pais o patrimônio intelectual e
moral. Renascemos como nos fizemos em vidas passadas, e aqui estamos, para
continuar nossa evolução espiritual, retificando nossos erros, burilando-nos,
reeducando nossos sentimentos, nossas emoções, aprendendo a usar no bem a nós,
aos que conosco convivem e aos demais, essas qualificações intelectuais e
morais, que estamos desenvolvendo.
Tudo
isso - e muito mais - podemos fazer, graças à lei divina das vidas sucessivas,
que evidencia e prova o amor, a justiça e a misericórdia de Deus.
Todos
nós, habitantes da Terra, encarnados e desencarnados, estamos distantes do alvo
a ser atingido, que é conquistar em si, o amor, o “requinte do sentimento”, mas
estamos indo, em direção a essa conquista.
Escreve
o autor que os homens que agem dominados pelos instintos, estão mais próximos
do ponto de partida do que do de chegada.
Para
prosseguir em direção ao alvo determinado por Deus, mas, de responsabilidade de
cada um, segundo seu livre-arbítrio, necessário é vencer os instintos em favor
dos sentimentos, ou seja, "aperfeiçoar estes, sufocando os
germes latentes da matéria.”
Não
é tarefa fácil, mas necessária, intransferível a outros, imprescindível à paz,
à felicidade e ao progresso do ser.
“Os instintos são a
germinação e os embriões dos sentimentos. Trazem consigo o progresso, assim
como a bolota oculta o carvalho. Os seres menos adiantados são os que,
libertando-se, lentamente, de sua crisálida, permanecem subjugados pelos
instintos”.
Desenvolver
os sentimentos nobres deve ser o objetivo de todo espiritualista, que confia na
lei da evolução intelectual e moral, compreendendo que esse alvo depende do
esforço atual, no aproveitamento maior que se possa fazer nesta existência.
Assim,
o momento melhor para iniciar ou continuar nosso desenvolvimento moral, que é o
crescimento do sentimento do amor em nós, é agora, é o momento presente,
sempre.
Bibliografia:
KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o
Espiritismo”
* Angelis, Joanna-
Estudos Espíritas, cap. 8, 1º§, médium D.P.Franco
Leda de Almeida Rezende Ebner
Julho / 2009
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Espírita Batuira
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