SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES
ESPIRITAS
CAPITULO VI
MANIFESTAÇÕES VISUAIS
Estudo 34 - Item 100 (itens 1 a 11) - Perguntas sobre as Aparições
De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes são sem dúvida aquelas pelas quais os Espíritos podem se tornar visíveis. Estes fenômenos são chamados Aparições. Pela explicação dos mesmos, veremos que, assim como os outros, nada têm de sobrenatural.
Buscando
estudos anteriores recordamos que o perispírito, no seu estado normal, é
invisível; mas, como é formado de sustância etérea, o Espírito, em certos
casos, pode, por sua vontade, fazê-lo passar por uma modificação molecular que
o torna momentaneamente visível. É assim que se produzem as aparições, que não se dão, do mesmo modo que outros fenômenos, fora das leis da
Natureza.
Conforme
o grau de condensação do fluido perispiritual, a aparição é às vezes vaga e
vaporosa; de outra, mais nitidamente definida; em outras, enfim, com todas as
aparências da matéria tangível. Pode mesmo chegar à tangibilidade real, ao
ponto do observador se enganar com relação à natureza do ser que tem diante de
si. Através de uma seqüência de perguntas feitas por Allan Kardec aos Espíritos,
vamos compreender melhor o fenômeno chamado aparição.
1ª Os Espíritos podem se tornar
visíveis?
— Podem, sobretudo,
durante o sono. Entretanto algumas pessoas os vêem quando acordadas, porém,
isso é mais raro.
NOTA. Enquanto o corpo repousa, o
Espírito se desprende dos laços materiais; fica mais livre e pode mais
facilmente ver os outros Espíritos, entrando com eles em comunicação. O sonho
não é senão a recordação desse estado. Quando de nada nos lembramos, diz-se que
não sonhamos, mas, nem por isso a alma deixou de ver e de gozar da sua
liberdade. Aqui nos ocupamos especialmente com as aparições no estado de
vigília. (Ver O Livro dos Espíritos, cap. "Da emancipação da alma" n.
409) (Allan Kardec).
2ª Os Espíritos, que se manifestam pela
visão, pertencem a uma determinada categoria?
— Não; podem pertencer
a todas as categorias, das mais elevadas, às mais inferiores.
3ª É permitido a todos os Espíritos se
manifestarem livremente?
— Todos o podem; mas
nem sempre têm a permissão nem o desejo de fazê-lo.
4ª Com que fim os Espíritos que se
manifestam visivelmente?
— Isso depende; de
acordo com sua natureza, o fim pode ser bom ou mau.
5ª Como pode ser permitido, quando o
fim é mau?
— É então para por à
prova aqueles que os vêem. A intenção do Espírito pode ser má, mas o resultado
pode ser bom.
6ª Qual o objetivo dos Espíritos que se
fazem ver com má intenção?
— Amedrontar e muitas
vezes vingar-se.
a) Qual o objetivo dos Espíritos que
aparecem com boa intenção?
— Consolar as pessoas
que deles guardam saudades, provar-lhes que existem e estão perto delas; dar
conselhos e, algumas vezes, pedir assistência para si mesmos.
7ª Que inconveniente haveria em ser
permanente e geral a possibilidade de ver os Espíritos?
Não seria esse um meio de tirar a
dúvida aos mais incrédulos?
— Estando o homem
constantemente cercado de Espíritos, o fato de vê-los sem cessar o perturbaria,
constrangendo-o nas suas atividades, e lhe tiraria a iniciativa na maioria dos
casos, enquanto que, julgando-se só, pode agir com mais liberdade. Quanto aos
incrédulos, dispõem de muitos meios para se convencerem, caso queiram
aproveitá-los e se não estiverem cegos pelo orgulho. Sabes de pessoas que viram
e nem por isso acreditam, pois dizem que se trata de ilusões. Não te inquietes
por essa gente, de que deus se encarrega.
NOTA. Tantos inconvenientes haveria em
vermos constantemente os Espíritos, como em vermos o ar que nos cerca e as
miríades de animais microscópicos que pululam ao nosso redor. Do que devemos concluir
que o que Deus faz é bem feito e que Ele sabe melhor do que nós o que nos
convém (Allan Kardec).
8ª Se a visão dos Espíritos tem
inconvenientes, porque é permitida em alguns casos?
— Para dar ao homem uma
prova de que nem tudo morre com o corpo, que a alma conserva a sua
individualidade após a morte. A visão passageira basta para essa prova e para
atestar a presença de amigos ao vosso lado e não oferece os inconvenientes da
visão constante.
9ª Nos mundos mais adiantados que o nosso, os Espíritos são vistos com mais freqüência do que entre nós?
9ª Nos mundos mais adiantados que o nosso, os Espíritos são vistos com mais freqüência do que entre nós?
— Quanto mais o homem
se aproxima da natureza espiritual, mais facilmente entra em relação com os
Espíritos. A grosseria do vosso envoltório é que dificulta e torna rara a
percepção dos seres etéreos.
10ª É racional assustar-se com a
aparição de um Espírito?
— Quem refletir deverá
compreender que um Espírito, qualquer que seja, é menos perigoso do que um
vivo. Os Espíritos, aliás, estão por toda parte e não tens a necessidade de
vê-los para saber que podem estar ao teu lado.. O Espírito que queira causar
dano pode fazê-lo, e até com mais segurança, sem se visto. Ele não é perigoso
por ser Espírito, mas pela influência que pode exercer no
pensamento do homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal.
NOTA. As pessoas que têm medo da
solidão e do escuro, raramente compreendem a causa do seu pavor. Elas não
saberiam dizer do que têm mais medo, mas certamente deveriam recear-se mais de
encontrar homens do que espíritos, porque um malfeitor é mais perigoso em vida
do que após a morte. Uma senhora de nosso conhecimento teve uma noite, em seu
quarto, uma aparição tão bem definida que acreditou estar na presença de alguém
e sua primeira sensação foi de pavor. Certificando-se de que ali não havia
nenhuma pessoa, disse a si mesma: Parece que se trata apenas de um Espírito;
posso dormir tranqüila (Allan Kardec).
11ª Aquele que vê um Espírito poderia
com ele conversar?
— Perfeitamente. E é o
que se deve fazer nesse caso, perguntando quem é o Espírito, o que deseja e o
que se pode fazer por ele. Se o Espírito for infeliz e sofredor, o testemunho
de comiseração o aliviará. Se for um Espírito bondoso, pode acontecer que traga
a intenção de dar bons conselhos.
a) Como o Espírito poderia responder?
— Às vezes falando,
como uma pessoa viva; a maioria das vezes por uma transmissão de pensamentos.
Continuaremos
no próximo estudo refletindo sobre as perguntas e respostas contidas em O Livro
dos Médiuns, questão 100, através das quais compreendemos que a Vida continua e
que o fato dos Espíritos não mais possuírem o corpo material, não os impede de
continuar entre nós, os encarnados, de estabelecerem relações, se comunicarem,
influenciando e sendo influenciados, em constante processo de sintonia, em que
semelhantes se atraem e dessemelhantes se repelem.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte
KARDEC, Allan - A Gênese: 26.ed. Brasília: FEB, 1984 - Cap XIV - item 35
Consultar
Estudos Anteriores:
ESTUDO 18: ITEM 57 – FORMAÇÃO DO PERISPIRITO: OS FLUÍDOS
ESTUDO 19: ITEM 57 – FORMAÇÃO DO PERISPIRITO
ESTUDO 20: ITEM 56 – PROPRIEDADES
DO PERISPIRITO
ESTUDO 21: ITEM 56 – FUNÇÕES
DO PERISPIRITO
Tereza Cristina D'Alessandro
Maio / 2004
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