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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O LIVRO DOS MÉDIUNS
Estudo nr. 04  Primeira Parte  Noções Preliminares – Capítulo I  Existem Espíritos ?

Ao fazermos todas essas reflexões surge uma dúvida quase imediata: em que se transformam as penas e recompensas futuras se as almas não se destinam a um lugar determinado?  Entendemos que almas ao invés de sofrerem, carregam consigo a desdita ou a felicidade pois o comportamento de cada uma depende do seu grau de moralidade.

Um homem não é músico porque tenha bossa para a música, mas porque o seu espírito tem tendência para a música. O espírito é um artista do próprio corpo, por ele talhado à feição das suas necessidades e à manifestação das sus tendências.

A permanência em dias felizes ou desditosos dependerá da aceitação e da compreensão que a alma tenha da lei natural, dependendo dela os dias que se seguem proporcionando-lhes encontros com almas afins ou não, o que irá trazer para ela um melhor entendimento do momento que vive.
Conforme seu grau de pureza conseguem perceber que através dos esforços que fazem para se melhorarem, somente após terem vivido tudo aquilo que lhes é necessário, podem alçar graus mais elevados, no aspecto moral.
 É possível, ainda, compreender que os anjos são almas humanas que conquistaram um grau elevado, supremo e que todos podem chegar até lá através do fortalecimento diuturno do querer, pelo uso da boa vontade; que os anjos são os mensageiros do Senhor com a grande tarefa – missão – de zelar pela execução dos desígnios de Deus em todo o universo.  Podem ainda compreender que as almas das criaturas más – não depuradas (o que normalmente conhecemos como demônio), poderão, também, como as outras, atingir um estado de pureza, dentro da bondade e justiça de Deus, contrariando o que nos apresenta a doutrina dos seres criados para o mal.
 Enfim, as almas que habitam o espaço invisível são chamadas de espíritos e estão por toda a parte. Estão entre nós, observando-nos, incessantemente. Desempenham um importante papel no mundo moral e, até certo ponto no físico. Constituem, assim, uma das potências da natureza.
Se admitimos a existência da alma, temos também que admitir a existência dos espíritos, que são almas também.
 Nos fenômenos de manifestação espírita, deparamo-nos com a prova da existência da alma, no entanto há pessoas que negam a possibilidade dessa comunicação com os espíritos.  Essa gente até acredita na existência da alma, do espírito, porque se apoia na teoria de que os seres invisíveis não podem atuar sobre a matéria.
 É uma duvida que tem origem na ignorância da verdadeira natureza dos espíritos, da qual geralmente se faz uma falsa idéia.
 Se tomarmos por base que o espírito (alma) quando unido ao corpo – durante a vida – veremos que o espírito (alma) tem um duplo envoltório.
 Um pesado, grosseiro e destrutível que é o corpo; o outro fluídico, leve, semi-material, que é o perispírito. A parte fluídica, leve, semi-material tem a mesma forma do corpo.
 Considera-se, então, para o homem 03 (três) coisas essenciais:
A alma ou espírito, princípio inteligente onde reside o pensamento, a vontade e o senso  moral e que sobrevive após a morte do corpo.
O corpo, envoltório material que põe o espírito em relação com o mundo exterior.
O perispírito, envoltório leve, imponderável, que serve de laço intermediário entre o  espírito e o corpo.
 Dessa forma, não podemos considerar os espíritos como uma simples abstração, mas como um ser limitado e circunscrito que só falta ser visível para que possamos assemelhá-lo às criaturas.
 Tanto a existência de Deus como a existência da alma, constituem a base de todo o edifício do Espiritismo.
  Qualquer discussão espírita deve ser precedida pela aceitação dessa base. Se não houver aceitação dessa premissa é inútil prosseguir.
 Seria como querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admitisse a existência da luz.
 As manifestações espíritas são efeitos das propriedades da alma.
 Admitidas a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, resta ainda saber se são possíveis as comunicações entre as almas e os vivos?
 A experiência provou esta possibilidade.
 Considerando que as almas estão em toda a parte, não é natural que alguém que nos amou toda a vida venha procurar-nos desejando comunicar-se conosco e, se utilize dos meios que estão ao seu dispor?
Admitida a sobrevivência da alma, seria racional negar-se a sobrevivência das afeições?
 Como os espíritos podem ir a toda parte, é igualmente racional admitir que os que nos amaram durante a vida terrena nos amem depois da morte, que vivam ao nosso lado e que conosco desejem comunicar-se.
 Estabelecidas como fatos, as relações entre o mundo visível e o invisível, conhecidas a natureza, a causa e a maneira porque se dão essas relações, temos um campo aberto à observação e a chave de um grande número de problemas ao mesmo tempo em que um poderoso elemento moralizador, resultante da eliminação da dúvida relativa ao futuro.
 O que gera dúvida na mente de muitas pessoas quanto a possibilidade das comunicações de além túmulo, é a falsa idéia sobre o estado da alma depois da morte.
 Em geral a imaginam como um sopro ou uma fumaça, como algo de vago, apenas concebível pelo pensamento, que evapora e vai não sei para onde, mas tão distante, que muito custa admitir que possa retornar a terra.
 Se, pelo contrário, a considerarem como um corpo fluídico, semi-material, elementos estes suficientes à concepção de um ser concreto, individual, as suas relações com os vivos já nada tem de incompatível com a razão.
 Na próxima edição iniciaremos o Capítulo II - O maravilhoso e o sobrenatural.

Bibliografia:  Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns,  Kardec, Allan - O Céu e o Inferno,  Kardec, Allan – O que é o Espiritismo.

Elisabeth Maciel  Setembro

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