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sábado, 19 de dezembro de 2015

Nl04 09 Perseguidores Invisíveis

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala Nosso Lar

Livro em estudo: Libertação
Tema: Perseguidores invisíveis
Referência: Capítulo IX

RESUMO DO CAPÍTULO
"No dia imediato, pela manhã, em companhia  de  entidades  ignorantes  e  transviadas,  dirigimo-nos  para confortável residência, onde espetáculo inesperado nos surpreenderia.
"Indiscutivelmente, aquela construção residencial permanecia vigiada por carcereiros frios e impassíveis, a julgar pelas sombras que os cercava.
  Transpus o limiar, de alma opressa.
  O ar jazia saturado de elementos intoxicantes. Dissimulei, a custo, o mal-estar,  recolhendo  impressões aflitivas e dolorosas.
  Entidades inferiores, em grande cópia, afluíram à sala de entrada, sondando-nos as intenções. De posse, porém, das instruções do nosso orientador, tudo fazíamos para nos assemelharmos e delinqüentes vulgares.
Reparei que o próprio Gúbio se fizera tão escuro, tão opção na organização perispirítica, que de modo algum se faria reconhecível, à exceção de nós que o seguíamos, atentos, desde a primeira hora.
"... Saldanha, o diretor da falange operante, veio receber-nos...
- A jovem senhora vai cedendo, devagarinho - esclareceu o singular personagem.
"Margarida, pelo corpo perispirítico, jazia absolutamente presa, não só aos truculentos perturbadores que a assediavam, mas também à vasta falange de entidades inconscientes, que se  caracterizavam  pelo  veículo mental, a se lhe apropriarem das forças, vampirizando-a em processo intensivo.
  Em verdade, já observara, por mim, grande quantidade de casos violentos de obsessão, mas sempre dirigidos por paixões fulminatórias. Entretanto, ali verificava o cerco tecnicamente organizado.
  Evidentemente, as "formas ovóides" haviam sido trazidas pelos hipnotizadores que senhoreavam o quadro."
"A vampirização era incessante. As energias usuais do corpo pareciam  transportadas  às  "formas ovóides", que se alimentavam delas, automaticamente, num movimento indefinível de sucção."
"Margarida demonstrava-se exausta e amargurada.
Dominadas as vias do equilíbrio no cerebelo e envolvidos os nervos óticos pela influência dos hipnotizadores, seus olhos espantados davam idéia dos fenômenos alucinatórios  que  lhe  acometiam  a  mente,  deixando perceber o baixo teor das visões e audições interiores a que se via submetida."
"A meu ver, Gúbio conhecia todas as particularidades do assunto, mas,  no  propósito  evidente  de  captar simpatia, interrogou:
- E o marido?
- Ora - esclareceu Saldanha com escarninho sorriso -, o infeliz não tem a menor noção de vida moral. Não é mau homem; todavia, no casamento foi apenas transferido de "gozador da vida" a "homem sério". A paternidade constituir-lhe ia um trambolho e filhinhos, se os recebesse, não passaria para ele de curiosos brinquedos. Hoje, conduzirá a esposa à igreja.
E, reforçando a inflexão sarcástica, acentuou:
- Vão à missa, na esperança de melhoras."
"Descendo à porta de elegante santuário, observei estranho espetáculo. A turba de desencarnados, em posição de desequilíbrio, era talvez cinco vezes maior que a assembléia de crentes em carne e osso. Compreendi, logo, que em maior parte ali se achavam com o propósito deliberado de perturbar e iludir."
"Penetramos o templo onde se comprimiam nada menos de sete a oito centenas de pessoas.
A algazarra dos desencarnados ignorantes e perturbadores era de ensurdecer. A atmosfera pesava. A respiração fizera-se-me difícil pela condensação dos fluidos semicarnais ali reinantes; todavia, ao fixar os altares, confortante surpresa aliviou-me o coração. Dos adornos e objetos do culto emanava doce luz que se espraiava pelos cimos da nave visitada de sol: fazia-se perceptível a nítida linha divisória entre as energias da parte inferior do recinto  e as do plano superior. Dividiam-se os fluidos, à maneira de água cristalina e azeite impuro, num grande recipiente."
"Contemplando a formosa claridade dos nichos, perguntei ao nosso Instrutor:
- Que vemos? Não reza o segundo mandamento, trazido por Moisés, que o homem  não  deve  fazer  imagens de escultura para representar a Paternidade Celeste?
- Sim - concordou o orientador -, e determina o Testamento que ninguém se deve curvar diante delas. Efetivamente, pois, André, é um erro criar ídolos de barro ou de pedra para simbolizar a grandeza do Senhor, quando  nossa  obrigação primordial é a de render-lhe culto na própria consciência; entretanto, a Bondade Divina é infinita e aqui nos achamos perante apreciável quantidade de mentes infantis.
E sorrindo, acrescentou:
- Quantas vezes, meu amigo, a criança acalenta bibelôs, a fim de  preparar-se  convenientemente  para as responsabilidades da vida madura? Ainda existem n Terra tribos primitivas que adoram o Pai na voz do trovão e coletividades vizinhas da taba que fazem de vários animais objeto de idolatria. Nem por isso o Senhor as abandona.
... Há quase um século, as preces fervorosas d milhares deles aqui envolvem os nichos e apetrechos do culto. É natural que resplandeçam, Através de semelhante material, os mensageiros celestes distribuem dádivas espirituais com todos quantos sintonizem com o plano superior. A luz que oferecemos ao Céu serve  sempre  de  base  às manifestações do Céu para a Terra."
"Reconheci que os crente elegante, ainda mesmo que desejassem orar  com  sinceridade, precisariam despender imenso esforço.
... Procedendo de mais alto, três entidades de sublime posição hierárquica se fizeram visíveis à santa mesa, com o evidente propósito d ali semearem os benefícios divinos. Magnetizaram  as  águas  expostas,  saturando-as  de princípios salutares e vitalizantes, como acontece nas sessões de Espiritismo Cristão, e, em seguida, passaram a fluidificar as hóstias, transmitindo-lhes energias sagradas à fina contextura."
"... Logo após, quando  se  preparou  a  distribuir  o  alimento  eucarístico  entre  os  onze  comungantes que se prosternavam, humildes, à mesa adornada de alvo linho, notei que as hóstias,  no  prateado  recipiente  que  as custodiava, eram autênticas flores de farinha, coroadas de doce esplendor. Irradiavam luz com tanta  força  que  o magnetismo obscuro das mãos do ministro não conseguia inutilizá-las. Todavia, à frente da boca que se dispunha a receber o pão simbólico, enegreciam como por encanto. Somente uma senhora, ainda jovem, cuja contrição era irrepreensível, recolheu a flor divina com a pureza desejável. Vi a hóstia,  qual  foco  de  fluidos  luminescentes, atravessar a faringe, alojando-se-lhe a claridade em pleno coração."
"- Aprendeste a lição? O celebrante, apesar de consagrado para o culto, é ateu e gozador dos sentidos, sem esforço interior de sublimação própria. A mente dele paira longe do altar. Acha-se sumamente interessado em terminar a cerimônia com brevidade, de modo a não perder uma alegre excursão em perspectiva. Quantos aos que compareceram à mesa da eucaristia, cheios de sentimentos rasteiros e sombrios, eles mesmos se incumbem de anular as dádivas celestes, antes que lhes tragam benefícios imerecidos. Temos aqui grande  quantidade  de crentes titulares, mas muito poucos amigos do Cristo e servidores do bem."
"Absorto em fundas reflexões, ante o que me fora dado observar, acompanhei o nosso orientador  e  Elói,  para junto da enferma e do esposo, que se retiraram, de regresso ao lar, cercados pelo mesmo séquito  de  entidades infelizes, sem a menor alteração."
                                 
QUESTÕES PARA ESTUDO

1. - Como explicar a transformação sofrida por Gúbio, espírito evoluído, de muita luz, incansável  trabalhador  do plano espiritual, tornando-se "tão escuro, tão opaco na organização perispirítica, que de modo algum se faria reconhecível"?

2. - André Luiz nos descreve um quadro em que a enferma é dominada  pelas  forças  obsessoras  de  maneira absoluta. Como aceitarmos essa situação sem questionarmos os atributos de justiça e bondade da divindade?

3. - Por que, apesar do ambiente sombrio da igreja a que se dirigiu  a  enferma  estar  dominado  por  entidades perversas, os adornos e objetos de culto encontravam-se resplandecentes de luz?

4. - Com relação à hóstia que seria oferecida no sacramento da comunhão, o Autor relata que também irradiavam luz resplandecente. Qual a razão de se tornarem enegrecidas ao serem introduzidas na boca dos comungantes?

5.- Concluindo o capítulo, André Luiz afirma que a enferma e o marido retornaram ao lar acompanhados da mesma coletividade de entidades trevosas. Por que a ida àquele culto religioso não produziu o resultado esperado?

C O N C L U S Ã O

A equipe de benfeitores chega à casa de Margarida. Encontram a enferma sob cerrado cerco das entidades obsessoras. Inicialmente, Gúbio procurou tomar conhecimento da situação, constatando a gravidade do quadro que encontrara. André Luiz afirma que jamais presenciara algo semelhante.  Buscando auxílio espiritual, a enferma, acompanhada de seu marido, compareceram a um culto religioso católico,  sempre acompanhada das entidades perseguidoras que não a largavam. O trio de benfeitores também lá foram, narrando-nos, o Autor, nesse capítulo, como se desenrolou o culto e o seu resultado.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1.- Como explicar a transformação sofrida por Gúbio, espírito evoluído, de muita luz, incansável  trabalhador do plano espiritual, tornando-se "tão escuro, tão opaco na organização perispirítica, que de modo algum se faria reconhecível"?
O perispírito é matéria plástica, amoldável, que pode ser manipulada pelo pensamento. O grau em que pode se operar essa manipulação depende do estado evolutivo do espírito. Quanto mais evoluído ele for, com mais facilidade e em maior grau poderá atuar sobre o seu corpo perispiritual, dando-lhe a forma que desejar.
Gúbio, com temos visto nos capítulos anteriores, é um espírito que se encontra em elevada posição na escala evolutiva. É um benfeitor espiritual com muitos serviços prestados aos semelhantes. Nesta condição, tinha ele plena capacidade para efetuar uma transformação em seu perispírito, de modo a evitar que fosse revelada toda a sua real condição espiritual. Isso se fazia necessário para ludibriar as entidades obsessoras que se encontravam na casa de Margarida e ser aceito como seu auxiliar no trabalho obsessivo que lá se desenvolvia. Uma vez inserido no processo, atuaria no sentido de convencer aquelas entidades a modificarem suas intenções.

2. - André Luiz nos descreve um quadro em que a enferma é dominada pelas forças obsessoras de maneira absoluta. Como aceitarmos essa situação sem questionarmos os atributos de justiça e bondade da Divindade?
Temos visto no estudo dessa e das outras obras do Autor que a obsessão é uma via de mão dupla, que depende de sintonia entre obsessor e obsediado para se instalar. Como veremos nos capítulos seguintes, a socorrida não mantinha uma sintonia espiritual saudável, encontrando-se ainda presa a acontecimentos pretéritos da existência física, em que foram prejudicados seus principais atuais algozes.
Os atributos de justiça e bondade da Divindade são incontestáveis e ensinados pelos Espíritos. Todavia, é certo, também, que o espírito tem o livre-arbítrio para gerir suas ações e seus pensamentos e que tudo o que faz e pensa gera uma reação, boa ou má, dependendo da natureza desses atos e pensamentos. Deus nos dá essa liberdade, mas, também,  com  o  fim  de  garantir  a  harmonia  do  Universo,  nos  atribui responsabilidade pela maneira como a usamos. Margarida estava colhendo o fruto do que plantara.

3.- Por que, apesar do ambiente sombrio da igreja a que se dirigiu a enferma estar dominada por entidades perversas, os adornos e objetos de culto encontravam-se resplandecentes de luz?
A Espiritualidade Superior faz sempre a sua parte. O local, destinado a preces, contava com a proteção dos benfeitores espirituais, que lá trabalhavam para dar aos participantes do culto todas as condições necessárias ao melhor aproveitamento da reunião. Assim, os nichos, os adornos, os objetos de um modo geral, que seriam utilizados para o culto, recebiam toda uma carga energética de bons fluidos, que deveria ser absorvida pelos fiéis.

4.- Com relação à hóstia que seria oferecida no sacramento da comunhão,  o  Autor  relata  que  também irradiavam luz resplandecente. Qual a razão de se tornarem enegrecidas ao serem introduzidas na boca dos comungantes?
Apesar de estarem positivamente fluidificadas as hóstias que seriam oferecidas aos freqüentadores, não eram eles portadores de uma fé sincera, aquela vem do mais profundo do ser.  A começar pelo próprio celebrante do ato, que, conforme narração de André Luiz, não estava compromissado com a função, cumprindo suas tarefas mecanicamente, totalmente desconcentrado e com o pensamento voltado às questões materiais.
Estando os comungantes no mesmo nível, à exceção de uma senhora presente, as energias negativas que deles vibravam eram transferidas à hóstia quando esta lhes era aproximada, maculando-a. A senhora citada, a única que se dedicava ao culto com contrição e uma fé sincera, recebeu a hóstia com fluidos luminiscentes, que clarearam seu coração, segundo nos descreve o Autor.

5.- Concluindo o capítulo, André Luiz afirma que a enferma e o marido retornaram ao lar  acompanhados  da mesma coletividade de entidades trevosas. Por que a ida àquele culto religioso não produziu o resultado esperado?
Conforme nos foi descrito por André Luiz, tratava-se de um culto unicamente externo, meramente formal e ritualístico. O sentimento de fé e a crença sincera em Deus não se faziam presentes. Apesar do auxílio da Espiritualidade Superior, vibrando energias positivas sobre os objetos do culto,  os  participantes  não  se sintonizavam com essas vibrações, não fazendo por merecê-las e impossibilitando a sua ação sobre  eles.
Os que lá compareceram, assim como o próprio religioso celebrante, portavam-se como que cumprindo uma obrigação, como se suas presenças no templo bastasse para lhes trazer o que almejavam.
Resta-nos, portanto, o exemplo de que o culto externo, meramente formal e apenas atendendo a um ritual estabelecido, sem um sentimento sincero de amor a Deus, nenhum valor tem e não traz qualquer beneficio.
Conforme ensina a Doutrina Espírita, o culto que agrada a Deus é o interno, através da adoração verdadeira, que é a que vem do coração, manifestada por um sentimento que sai de dentro de nós, impregnado de amor e gratidão ao Criador de todas as coisas.

Muita paz a todos.

EQUIPE NOSSO LAR

C V D E 

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