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segunda-feira, 28 de março de 2016

EVANGELHO ESSENCIAL 5 - 4- NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO

EVANGELHO ESSENCIAL 5
Eulaide Lins
Luiz Scalzitti

4- NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO
Entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus, que veio à noite encontrar Jesus e lhe disse: "Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porque ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele." Jesus lhe respondeu: "Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo."
Disse-lhe Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho?
Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?” Retorquiu-lhe Jesus: "Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. - O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. - Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. - O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito."
Respondeu-lhe Nicodemos: "Como pode isso fazer-se?" - Jesus lhe observou: "Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas?
Digo-te que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando te falo das coisas da Terra, como me creres, quando te fale das coisas do céu?"
(S. JOÃO, cap. III, vv. 1 a 12.)

Ressurreição e reencarnação
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. As ideias dos judeus sobre esse assunto, como muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo.
Acreditavam que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo mais apropriadamente chama reencarnação.
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A ressurreição dá ideia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se encontram desde muito tempo dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo.
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Para se compreender o verdadeiro sentido das palavras, é necessário também se observe na significação da palavra água. Muito imperfeitos eram os conhecimentos dos antigos, eles acreditavam que a Terra saíra das águas e, por isso, consideravam a água como elemento gerador absoluto. Assim é que na Gênese se lê: "O Espírito de Deus era levado sobre as águas; flutuava sobre as águas; - Que o firmamento seja feito no meio das águas; - Que as águas que estão debaixo do céu se reúnam em um só lugar e que apareça o elemento árido... Segundo essa crença, a água se tornara o símbolo da natureza material, como o Espírito era o da natureza inteligente. Então as palavras: "Se o homem não renasce da água e do Espírito, ou em água e em Espírito" significam : "Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma."
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Nestas palavras: O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Jesus estabelece aí uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. O que é nascido da carne é carne indica claramente que só o corpo procede do corpo e que o Espírito independe deste.
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O Espírito sopra onde quer; ouves-lhe a voz, mas não sabes nem donde ele vem, nem para onde vai: pode-se entender que se trata do Espírito de Deus, que dá vida quem ele quer, ou da alma do homem. Nesta última acepção - “não sabes donde ele vem, nem para onde vai - significa que ninguém sabe o que foi, nem o que será o Espírito. Se o Espírito, ou alma, fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saber-se-ia donde ele veio, pois que lhe conheceria o começo. Esta passagem consagra o princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, o da pluralidade das existências.
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Não há dúvidas de que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação fosse uma das crenças fundamentais dos judeus, e que Jesus e os profetas a confirmaram de modo formal; daí que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo. Um dia, suas palavras, quando forem meditadas sem ideias preconcebidas, reconhecer-se-ão autorizadas quanto a esse ponto, bem como em relação a muitos outros.
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Quando se trata de remontar dos efeitos às causas, a reencarnação surge como uma necessidade absoluta, como condição inerente à Humanidade; como lei da Natureza. Pelos seus resultados, ela se evidencia, de modo, por assim dizer, material. Só ela pode dizer ao homem donde ele vem, para onde vai, por que está na Terra, e justificar todas as desigualdades e todas as aparentes injustiças que a vida apresenta. Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, são ininteligíveis, em sua maioria, as máximas do Evangelho, razão por que hão dado lugar a tão contraditórias interpretações.
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A reencarnação fortalece os laços de família, cuja unicidade da existência os rompe.
Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação.
Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados.
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No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, simpatia e semelhança das inclinações. Felizes por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porque, ao regressarem ao mundo espiritual, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres preocupam-se pelos que estão encarnados. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na busca pelo aperfeiçoamento.
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Cada vez menos presos à matéria, mais viva se torna a afeição recíproca, vez que, mais purificada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões. Podem percorrer ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga.
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Em se tratando de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porque os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos, nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem.
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No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.
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A união e a afeição que existem entre parentes indicam a simpatia anterior que as aproximou.
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Falando-se de alguém cujo caráter, gostos e tendências nenhuma semelhança apresentam com os de seus parentes mais próximos, se diz que ela não é da família. Pronuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contato dos bons e por efeito dos cuidados que lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias desaparecem.
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Com a reencarnação e progresso a que dá lugar, todos os que se amaram tornam a encontrar-se na Terra e no espaço e juntos progridem para Deus. Se alguns fraquejam no caminho, esses retardam o seu adiantamento e a sua felicidade, mas não há para eles perda de toda esperança. Ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairão do lodaçal em que se enterraram. Com a reencarnação, finalmente, há perpétua solidariedade entre os encarnados e os desencarnados e daí, o estreitamento dos laços de afeição.
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Quatro alternativas se apresentam ao homem para o seu futuro de além-túmulo:
1ª: O nada, de acordo com a doutrina materialista;
2ª: A absorção no todo universal, de acordo com a doutrina panteísta;
3ª: A individualidade da alma, com fixação definitiva da sorte, segundo a doutrina da Igreja;
4ª: A individualidade da alma, com progressão indefinida, conforme a Doutrina Espírita.
Segundo as duas primeiras, os laços de família se rompem por ocasião da morte e nenhuma esperança resta às almas de se encontrarem futuramente. Com a terceira, há para elas a possibilidade de se tornarem a ver, desde que sigam para a mesma região, que tanto pode ser o inferno como o paraíso. Com a pluralidade das existências, inseparável da progressão gradativa, há a certeza na continuidade das relações entre os que se amaram, e é isso o que constitui a verdadeira família.
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INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Limites da encarnação
Espírito São Luís – Paris, 1859
A encarnação não tem limites precisamente traçados pois a materialidade do envoltório que constitui o corpo do Espírito diminui à proporção que o Espírito se purifica. Em certos mundos mais adiantados do que a Terra, ele é menos compacto, pesado e menos sujeito ao infortúnio da vida. Em grau mais elevado, é transparente e quase fluídico. Vai desmaterializando-se de grau em grau e acaba por se confundir com o perispírito. Conforme o mundo em que é levado a viver, o Espírito reveste o corpo apropriado à natureza desse mundo.
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O próprio perispírito passa por transformações sucessivas. Torna-se cada vez mais etéreo, até à purificação completa, que é a condição dos puros Espíritos. Os mundos especiais são destinados a Espíritos de grande adiantamento, entretanto estes não ficam presos a eles, como nos mundos inferiores. O estado de pureza em que se encontram lhes permite ir a toda parte onde os chamem as missões que lhes estejam confiadas.
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Considerando do ponto de vista material, a encarnação tal como se verifica na Terra, poder-se-á dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende do Espírito libertar-se dela mais ou menos rapidamente, trabalhando pela sua purificação.
No estado de desencarnado, isto é, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito guarda relação com a natureza do mundo que o liga ao grau do seu adiantamento. Assim, no mundo espiritual, é ele mais ou menos feliz, livre e esclarecido, conforme está mais ou menos desmaterializado.

Necessidade da encarnação
Espírito São Luís - Paris, 1859
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam realizar, por meio de uma ação material, os planos cuja execução Deus lhes confia. É necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência.
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Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações cumprir e a mesma liberdade de ação.
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A encarnação para todos os Espíritos é apenas um estado transitório.
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É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa ,sobem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo usufruem o resultado de seu trabalho. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando a encarnação se torna um castigo.

COMENTÁRIO

NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO
As passagens bíblicas nos dão muitas elucidações quanto à reencarnação ser uma realidade. Este próprio diálogo de Jesus com Pedro nos demonstra de maneira muito clara. Veja o questionamento de
Jesus: “Quem dizem que sou...?” E se não aceitamos isto como uma certeza, estudemos as colocações do capítulo com Nicodemos, ainda mesmo quando Jesus preconizava João, o batista como o Elias que há de vir.
O diálogo poderia fazer entender, pois mostra-nos que os Judeus daquela época discutiam com muito interesse o fato da ressurreição, possibilidade real para o mundo de então. Hoje, com o advento do Espiritismo, cuidemos de fazer difundir esta ideia promissora, justa, que nos dá forças para prosseguir. Sem a ideia da reencarnação, como poderíamos entender a imensa Misericórdia Divina, se por um momento de ignorância dos fatos cometemos alguma ação menos digna e ficássemos eternamente delegados ao inferno sem nenhuma apelação e portanto, sem oportunidade de recuperação reparável pela nossa apreensão de conhecimentos que nos desse pela experiência o conceito de certo ou errado?
Sim, porque Deus nos criou simples e ignorantes, todos com o mesmo quinhão de inteligência a ser desenvolvido individualmente pelo discernimento das coisas. A reencarnação é o único meio inteligente para esclarecer os fatos da vida, pobreza, riqueza, doença, inteligência, crimes, guerras, etc. Dificuldades ou benefícios, próprios de cada encarnação que determinam a evolução e aprendizado lento, mas firmemente de cada um dos Espíritos aqui encarnados, sem isso não haveria possibilidades de explicar porque um nasce pobre sofrendo várias e numerosas dificuldades materiais, enquanto outros abastados sem nenhum trabalho que as vezes justificasse esta riqueza nesta vida.
Como entender um nascituro com a falta das pernas, sendo que seus pais são sadios? Como aceitar um menino inteligente em um meio extremamente hostil vir a ser um cientista de renome, enquanto outros de família abastada seja portador de algum tipo de deficiência mental?
Deus é justo, o mundo que nos oferece é equilibrado e a natureza é extremamente harmônica, não pode fazer nada sem nenhuma utilidade.
A própria família estará mais fortalecida pelo entendimento da reencarnação pelo fato de nos dar a certeza de podermos nos reencontrar e também podermos formar uma família espiritual. A reencarnação nos incentiva a sermos cada vez mais justos e corretos para podermos estar sempre por volta dos que nos são caros e afetos.
Pense como seria a vida material sem o fato da reencarnação. Para que nos esforçar e sermos melhores se nada acontecerá? porque estarmos a nos precaver quanto à velhice se nada ocorrerá? e o que resultaria dessa nossa vontade inspirada de nos portarmos bem se nada irá ocorrer? Porque respeitar horários, ambientes, leis, se podemos estar fora do corpo ainda amanhã, e disto ninguém escapa? Sejamos confiantes na vida futura, pois seremos mais felizes, teremos com o que nos confortar quando a existência estiver próxima de findar, e os nossos familiares ao redor fizerem de tudo para suprir as nossas forças que estarão faltando, pois eles também precisarão disto um dia. Entretanto sejamos mais, tenhamos a absoluta e plena certeza de que tudo que fizermos de bom e aproveitarmos os momentos de vida para servir, nos será acréscimo da Misericórdia na nossa nova vida em um novo corpo.

Os Espíritos nos elucidam quanto a isso e trazem-nos declarações claras e absolutamente fiéis pois estão por toda a parte dizendo-o com firmeza.

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