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terça-feira, 22 de março de 2016

DICAS PARA ESTUDAR O EVANGELHO 1

Dicas Para Estudar O Evangelho 1
SEMU - Sociedade Espírita Mãos Unidas - Ivan Renê Franzolim

Além da interpretação dos textos, hoje facilitada pela ótica do Espiritismo, procure conhecer mais sobre esse documento que vêm influenciando o mundo há dois mil anos.
O evangelho é tão importante como instrumento para orientar a evolução humana, que devemos conhecê-lo de todas as maneiras possíveis.
Ele não é um livro apenas um bom livro, daqueles que lemos uma ou duas vezes e já basta. O evangelho é um livro que deve estar impresso na mente, relido e estudado constantemente até que tenhamos atingido o nível evolutivo esperado neste mundo, respondendo de forma natural e automática a todos os estímulos da vida, segundo seus ensinamentos.
É preciso conhecer a vida de Jesus e estudar a história da época, para compreender a cultura e os costumes do povo. Auxilia bastante conhecer a geografia da região, seu clima, além da fauna e da flora que existia.
Estudar os primeiros anos da igreja católica, conhecendo a vida e a obra das principais personalidades, as influências sofridas, o contexto nos quais ocorreram os primeiros concílios é importante para reinterpretar certa passagens.
Imprescindível conhecer o Antigo Testamento e os outros documentos contidos no Novo Testamento. Aprimora nossa concepção conhecer também os evangelhos denominados apócrifos. Igualmente relevante é conhecer as diferentes traduções do evangelho e confrontar seus textos.
Relacionamos alguns livros como sugestão para sua pesquisa e estudo, apenas não especificamos o dicionário da bíblia, pois existem vários que o leitor poderá escolher.
* Fragmentos dos Evangelhos Apócrifos - Vozes
* Curso básico de história da igreja - Roland Fröhlich, Paulinas
* Apócrifos - os proscritos da bíblia - Mercuryo
* Evangelhos Gnósticos - Mercuryo
* São Paulo e seu tempo - E. Cothenet, Paulinas
* A Bíblia hoje - Alfred Läpple, Paulinas
* Vida de Jesus - Ernesto Renan, Lello & Irmão
* A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires - Daniel-Rops, Quadrante
* História do Cristianismo - Ambrogio Donini, Edições 70
* Jesus de Nazaré - Rinaldo Fabris, Loyola
* A origem do cristianismo - Iakov Lentsman, Caminho
* Vida e Religiões no Império Romano - J. Comby, Paulinas
* O judaísmo - do exílio ao tempo de Jesus - Claude Tassin, Paulinas

Conhecendo melhor o evangelho

O que realmente significa o Evangelho para os espíritas? Essa é uma pergunta que ouvimos costumeiramente daquele grande contingente de pessoas que se simpatizam com a Doutrina, mas que ainda não se decidiram a abraçá-la de fato.
Em primeiro lugar devemos evidenciar que o Espiritismo é essencialmente Cristão. Os espíritas acreditam seriamente que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida; por isso o Espiritismo se propõe a reviver o cristianismo primitivo - aquele estágio inicial em que os homens, mais próximos do Cristo, puderam absorver e viver seus postulados com o mínimo de influências intelecto-sociais-religiosas.
Tanto o Catolicismo como o Protestantismo acreditam que o Antigo Testamento e o Evangelho constituem a Revelação Divina - sustentáculo maior das religiões e, como tal, consideram que esses documentos representam a própria palavra de Deus.
Do ponto de vista dessas religiões, Deus sendo a expressão máxima da perfeição, a sua palavra representaria também a mesma perfeição, isto é, a verdade absoluta.
Assim, através de um raciocínio lógico, chegaram a conclusão que esses manuscritos, contém o conhecimento integral acerca da existência humana e da sua ligação com o criador. Dessa forma, essa verdade suprema seria estática, imutável, inquestionável (daí os dogmas) e ainda, passível de se alcançar durante a vida carnal (exemplos dos santos), afinal, para essas Doutrinas a vida material é uma só.
O Espiritismo está alicerçado na Lei de Evolução. Essa é a característica que o difere de todas as outras religiões. Para ele a evolução é compulsória, o que evolui é o princípio espiritual que habita em cada um de nós e que nasceu igual a todos: simples e ignorante.
Baseado em Kardec, Emmanuel, André Luiz e Humberto de Campos, o Espiritismo também aceita o princípio da Revelação Divina, mas no sentido de uma permissão do Pai, para que seus competentes emissários, cujo nível evolutivo é adequado ao progresso moral da humanidade, possam transmitir novos ensinamentos indicando o caminho rumo à perfeição.
Para isso, eles se valem do processo natural de comunicação entre mentes, ou seja: a mediunidade. Esse foi o caso dos profetas, sábios e grandes líderes religiosos da nossa civilização, exceção se faz a Jesus - o condutor da humanidade, intérprete maior da vontade Divina.
Os médiuns porém, por mais preparados que tenham sido para as suas missões, estão condicionados ao livre-arbítrio, tomando suas decisões sob a influência de suas tendências inferiores em processo de burilamento. Sendo assim, é natural que a recepção e transmissão das ideias dos espíritos superiores, ocorram segundo a capacidade intelectual e moral de cada um. A fidelidade às mensagens espirituais é diretamente proporcional ao grau de sintonia e apassivação que o médium consiga obter e por quanto tempo ele mantém. Dada essa dificuldade, é comum que as mensagens possuam determinada parcela das ideias do próprio médium, o que "ipso facto", não tira o mérito da comunicação se o teor e os objetivos da mensagem não for alterado.
Sob o prisma do conhecimento histórico, sabemos hoje que os Evangelhos foram escritos muito tempo depois dos fatos ocorridos, em outras localidades e por pessoas que não foram testemunhas oculares. Nenhum Evangelho foi encontrado na sua versão original, as cópias mais antigas que dispomos é do século IV e alguns fragmentos do ano 200. Mateus, ou melhor, um discípulo ignorado dele, deve ter escrito seu Evangelho no ano 70 ou pouco após, Lucas também, Marcos uns cinco anos antes e João, isto é, um discípulo desconhecido dele, provavelmente escreveu seu Evangelho no ano 90. Alguns pesquisadores opinam que todos os Evangelhos foram redigidos entre os anos 100 e 130, ampliando ainda mais a distância entre os acontecimentos e sua narração.
Todos os historiadores são unânimes em afirmar que o Novo Testamento, incluindo aí os quatro evangelhos, sofreu interpolação de mensagens, isto é, suprimiram e/ou acrescentaram palavras e até pequenos textos, com a intenção de dar mais credibilidade e atender a conceitos e necessidades religiosas da época. Não há consenso apenas quanto as partes que foram alteradas.
Até o século IV os evangelhos foram copiados manualmente por diversas vezes. Tudo indica que eles tenham sido escritos em grego na sua versão original. Algumas palavras e expressões usadas na época de Cristo foram transformadas em vocábulos mais conhecidos e para isso sofreram uma interpretação de competência duvidosa. Caso algum dos originais tenha sido escrito em Aramaico, a situação piora em razão das dificuldades de encontrar termos equivalentes em outra língua.

Segundo Emmanuel em Paulo e Estevão, o Evangelho de Mateus foi o primeiro a circular entre os novos cristãos, a partir do ano 35. De conformidade com esta mesma fonte, Marcos (João Marcos - evangelista) fez a primeira viagem com Paulo de Tarso aos 16 anos.

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