Módulo
XII
Influência
dos Espíritos na Nossa Vida
4
– Rituais, Símbolos e Feitiçaria
É
de suma importância para quem inicia no estudo do Espiritismo, saber
o que diz a Doutrina dos Espíritos sobre rituais, símbolos e
feitiçaria. É muito comum ao leigoconfundir Espiritismo com outras
formas de espiritualismo, principalmente quando se trata de cultos
que usam de muitos rituais quando da comunicação com os “ditos
mortos”.
Chegam
até a falar de “baixo Espiritismo”, “alto Espiritismo”,
“Espiritismo de mesa” e “Espiritismo de terreiro” etc.. Isto
mostra no mínimo falta de informação do que seja Espiritismo, pois
não existe Espiritismo disso ou daquilo, o que existe é uma
doutrina de caráter científico, filosófico e religioso, codificada
por Allan Kardec, baseada em princípios que foram ditados pelos
próprios Espíritos, e comprovados através do método experimental
pelo Codificador.
Sobre
a questão dos rituais, Deolindo Amorim nos afirma que:
As
tentativas para fundamentar a introdução de rituais, incensos,
imagens e outros objetos de culto material no meio Espírita invocam
sempre um pressuposto espiritualista, como generalidade, ou fazem
apelo à tolerância. Não há, entretanto, razão alguma para tais
pretextos, uma vez que o Espiritismo, pelas suas disposições
doutrinárias, dispensa completamente qualquer forma de ritual ou
peças litúrgicas (…) 104 (grifo nosso)
104
“O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas”
Como
complemento desta afirmativa de nosso confrade, convidamos nossos
irmãos à análise da questão 553 de “O Livro dos Espíritos”:
Que
efeito podem produzir as fórmulas e práticas mediante as quais
pessoas há que pretendem dispor do concurso dos Espíritos?
Respondendo a esta pergunta feita por Kardec, os Espíritos nos
disseram:
(…)
Todas as fórmulas são mera charlatanice. Não há palavra
sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que
tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são
atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.105 (
grifo nosso)
105
“O Livro dos Espíritos”, questão 553.
Seria
desnecessário comentar esta questão, mas vamos somente lembrar, que
o que vai contra uma doutrina, não pode fazer parte da mesma.
Portanto tudo que é contrário à Codificação, não pode ser
considerado Espírita. Assim sendo quando nos referirmos a rituais,
símbolos etc., não estamos falando de Espiritismo.
Por
termos em nosso passado militado em outras doutrinas religiosas que
faziam uso de rituais, sacramentos, que valorizavam as questões
materiais dentro do processo religioso, gravamos em nosso psiquismo
estas necessidades místicas, e se não ficarmos vigilantes queremos
a toda hora praticar o misticismo dentro da Doutrina Espírita, mas
isso é incoerência. Não existe misticismo na água fluidificada,
como não existe misticismo no passe ou nas comunicações
mediúnicas. O que existe é atuação dos Espíritos nestes
processos, atuação que pode ser comprovada pelo uso da lógica, da
razão e do bom senso. Portanto não é aconselhável a nós
Espíritas, dizer que temos que usar determinadas roupas em reuniões,
destampar garrafas para que a água seja fluidificada, ou aplicar
passes desta ou daquela maneira, porque como nos afirmam os
Espíritos, eles só são atraídos pelo pensamento, e não pelas
coisas materiais.
Sobre
a feitiçaria, os Espíritos nos afirmam que o que denominamos
feitiçaria, muitas vezes, é a mediunidade posta em ação. Há
pessoas que têm sensibilidade mediúnica, outras que têm força
magnética, outras que têm as duas, e nos dias de hoje quando a
Doutrina Espírita tanto nos esclarece, não é mais cabível falar
em feitiçaria. Mas é bom lembrar que a mediunidade, é uma
faculdade neutra e nós é que damos a ela o uso devido ou indevido
de acordo com a nossa posição evolutiva, e por tal somos
responsáveis.
Não
é culpa do Espiritismo se algum “dito Espírita”
contrariar seus princípios fazendo uso indevido desta Bendita
faculdade.
Só
para finalizar, gostaríamos de deixar para meditação, a questão
557 de “O Livro dos Espíritos”:
Podem
a benção e a maldição atrair o bem e o mal para aquele sobre quem
são lançadas?
Deus
não escuta a maldição injusta e culpado perante ele se torna o que
a profere. Como temos os dois gênios opostos, o bem e o mal, pode a
maldição exercer momentaneamente influência, mesmo sobre a
matéria. Tal influência, porém, só se verifica por vontade de
Deus como aumento de prova para aquele que é dela objeto. Demais, o
que é comum é serem amaldiçoados os maus e abençoados os bons.
Jamais a benção e a maldição podem desviar da senda da justiça a
Providência, que nunca fere o maldito, senão quando mau, e cuja
proteção
não
acoberta senão aquele que a merece.
Apostila
do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro
Espírita Amor e Caridade
Goiânia
- GO
Trabalho
realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a
coordenação de Cláudio Fajardo
Divulgação
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