O
carma é o efeito das ações praticadas nas diferentes etapas da existência atual
como da pregressa.
Fruto
da árvore plantada e cultivada, tem o sabor da espécie que tipifica o vegetal.
Quando
os atos são positivos, os seus resultados caracterizam-se pela excelência da
qualidade, favorecendo o ser com momentos felizes, afetividade, lucidez,
progresso e novos ensejos de crescimento moral, espiritual, intelectual e
humano, promovendo a sociedade, na qual se encontra.
Quando
atua com insensatez, vulgaridade, perversão, rebeldia, odiosidade, recolhe
padecimentos ultrizes, que propiciam provas e expiações reparadoras de
complexos mecanismos de aflições, que respondem como necessidade iluminativa.
O
carma está sempre em processo de alteração, conforme o comportamento da
criatura.
A
desdita que se alonga, o cárcere moral que desarvora, a enfermidade rigorosa
que alucina, a limitação que perturba, a solidão que asfixia, o desar que
amargura, podem alterar-se favoravelmente, se aquele que os experimenta resolve
mudar as atitudes, aprimorando-as e desdobrando-as em prol do bem geral, no que
resulta em bem próprio.
Não
existe nas soberanas Leis da Vida fatalidade para o mal.
O que
ao ser acontece, é resultado do que ele fez de si mesmo e nunca do que Deus lhe
faz, como apraz aos pessimistas, aos derrotistas e cômodos afirmar.
Refaze,
pois, a tua vida, a todo momento, para melhor, mediante os teus atos saudáveis.
Constrói
e elabora novos carmas, liberando-te dos penosos que te pesam na economia
moral.
A
consciência não é inteligência no sentido mental, mas, a capacidade de
estabelecer parâmetros para entender o bem e o mal, optando pelo primeiro e
seguindo a diretriz do equilíbrio, das possibilidades latentes, desenvolvendo
os recursos atuais em favor do seu vir-a-ser.
Essas
possibilidade que se encontram adormecidas, são a presença de Deus em todos,
aguardando o momento de desabrochar e crescer.
A
consciência, nos seus variados níveis, consubstancia a programação das
ocorrências futuras, através das quais conquista os patamares da evolução.
Enquanto
adormecida, a consciência funciona por automatismos que se ampliam do instinto
à conquista da razão. Quando a lucidez faculta o discernimento, mais se
favorecem os valores divinos que se manifestam, aumentando a capacidade de amar
e servir.
O
carma, que se deriva da conduta consciente, tem a qualidade do nível de
percepção que a tipifica.
Amplia,
desse modo, os tesouros da tua consciência, e o teu carma se aureolará de luz e
paz, que te ensejarão plenitude.
Enquanto
na ignorância, Maria de Magdala, com a consciência adormecida, vivia em
promiscuidade moral. Ao defrontar Jesus, despertou, alterando o comportamento
de tal forma, que elaborou o abençoado carma de ser a primeira pessoa a vê-lo
ressuscitado.
Judas
Iscariotes, consciente da missão do Mestre, intoxicou-se pelos vapores da
ambição descabida, e, despertando depois, ao enforcar-se, estabeleceu o lúgubre
carma de reencarnações infelizes para reparar os erros tenebrosos e
recuperar-se.
O
carma e a consciência seguem juntos, o primeiro como decorrência do outro.
Allan
Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão de número 132, interrogou:
- Qual
o objetivo da encarnação dos espíritos?
E os
Mensageiros responderam:
- Deus
lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é
expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que
sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a
expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o espírito em condições
de suportar a parte que lhe toca na obra da criação.
Joana
de Ângelis (Espírito)
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