01 Os Coordenadores e Esclarecedores
UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA
Da Reunião de Educação Mediúnica
Coordenação das Reuniões de Educação Mediúnica
O Coordenador da Reunião Mediúnica
Ao coordenador de reunião mediúnica compete importantes responsabilidades que vão desde a liderança sobre o grupo mediúnico propriamente dito até ao afinamento com os espíritos desencarnados que, preponderantemente, conduzem o processo de intercâmbio.
Para isso efetivamente acontecer, precisa ele se esforçar para conquistar e cumprir alguns requisitos ou qualidades, como:
a) Autoridade fundamentada no exemplo;
b) Dignidade e respeito para com todos;
c) Hábito de estudo e oração;
d) Afeição sem privilégios;
e) Brandura e firmeza;
f) Sinceridade e entendimento;
g) Bondade e energia;
h) Conversação construtiva (08);
i) Conhecimentos fundamentais da Doutrina Espírita;
j) Assiduidade e pontualidade;
k) Disciplina.
Arremata ainda o Espírito André Luiz, ao referir-se ao Coordenador: "Certo, não se lhe exigirão qualidades superiores à do homem comum; no entanto, o orientador da assistência aos desencarnados sofredores precisa compreender que as suas funções, diante dos médiuns e freqüentadores do grupo, são semelhantes às de um pai de família, no instituto doméstico" (08).
Ele o coordenador terá vínculos fortes com a instituição e para exemplificar participará de pelo menos uma atividade de assistência social ( espírito Joseph Gleber).
A ação do dirigente principia desde a composição da equipe ou estruturação do corpo de trabalho. Os esclarecedores (membros responsáveis pelo dialogo com os espíritos) e demais colaboradores, por ele convidados, hão de atender a requisitos mínimos, propiciando um somatório de qualidades indispensáveis ao êxito colimado para as atividades. Para isso, convém ao dirigente deter inequívocos conhecimentos da Doutrina Espírita, perfilando discernimento evangélico, compreensão dos seus princípios fundamentais, compromisso com a instituição e domínio dos assuntos mediúnicos. Suas funções são semelhantes às de um professor, de um psicólogo, de um irmão de um amigo.
A ação do dirigente atinge contornos mais evidenciados quando ele se ajusta e se identifica bem com o mundo dos desencarnados e, para tanto, os conhecimentos doutrinários são necessários, porém insuficientes. É preciso que ele vibre na onda Crística e, para semelhante conquista, imprescindível se torna elevar sua freqüência vibratória. Não se lhe requisitam dotes mediúnicos extraordinários, porém seus canais de comunicação com o mundo invisível não podem estar obliterados. No seu corpo psicossomático residem pelo menos dois fulcros energéticos veiculadores dessa sintonia extrafísica, tão necessária nos processos de intercâmbio:
O centro coronário e o centro cardíaco. Sensibilizados, esses centros de forças, aguçam-se as possibilidades telepáticas, intuitivas, iluminativas e as da emoção.
Mas essa exteriorização da alma, permitindo a vivência simultânea em dois mundos, necessita de qualidades que o dirigente se esforçará por conquistar. A primeira necessidade do dirigente é evangelizar-se a si mesmo antes de entregar às grandes tarefas do intercâmbio mediúnico, pois, por outro modo, poderá falhar no cumprimento da sua missão. (02)
Posturas do Coordenador Mediúnico
Como bom alvitre, em primeiro lugar, o coordenador alternará a direção da reunião com o coordenador suplente, em periodicidade de até seis meses (de preferência de três em três meses), facultando integração, o surgimento de novas lideranças e a neutralização do personalismo na condução dos trabalhos. Esta delegação haverá de ser plena, afastando o personalismo e ensejando o real espírito de equipe.
Em segundo lugar, ajustará a realização de reuniões periódicas de avaliação, dentro de um tempo que não ultrapasse três meses, onde procurará colimar melhores rumos, discutindo todos os aspectos atinentes à reunião, inclusive as dificuldades pessoais dos membros do grupo, na busca de maior harmonia e interação interpessoal. No caso das Reuniões de Educação Mediúnica é fundamental realizar breve reunião de avaliação após cada parte prática (experimentação), possibilitando aos médiuns incipientes colocarem suas dúvidas, dificuldades e apreensões, cabendo a ele o coordenador, o trabalho da orientação segura.
Em terceiro, o coordenador, em favor de si mesmo e dos corações que lhe associam o labor mediúnico, não se deixará conduzir por excessiva credulidade, nem alimentará, igualmente, qualquer prevenção contra pessoas ou médiuns, porém sua paciência estará além do comum com as criaturas em fase de adaptação e adestramento dos seus dons mediúnicos.
Para o êxito da sua missão o coordenador há que:
a) Colaborar para que não se criem situações constrangedoras para qualquer participante do encontro mediúnico, seja ele médium, colaborador, procurando a paz de todos em todas as circunstâncias;
b) Rejeitar sempre a condição simultânea de coordenador e médium psicofônico, por não poder atender condignamente, ao mesmo tempo, a um e outro encargo;
c) Escapar da presunção de se sentir superior, somente por estar na posição de comando. Não é a posição que qualifica o trabalhador, mas a sua eficácia e comportamento moral;
d) Obstaculizar fraternalmente a participação de portadores de mediunidade torturada (sob o domínio da obsessão ou sofrendo transtornos psiquiátricos) nas tarefas programadas de intercâmbio mediúnico, ajudando-os discretamente na busca do reajuste;
e) Exemplificar a pontualidade e assiduidade fugindo de realizar sessões mediúnicas inopinadamente, por simples curiosidade ou ainda para atender solicitação sem objetivos sobejamente justos.
f) Ser atencioso, sereno e compreensivo no trato com todos, aliando humildade e energia, respeito e disciplina na consecução das próprias tarefas (02).
g) Cumprir e exercer liderança no sentido da vivência do regimento interno da instituição, que regula o funcionamento das reuniões de Educação Mediúnica.
h) Estar atento, sem operar com privilégios, no que se refere a todos os médiuns em processo de formação.
Para tanto dispensará oportunidades, atenção e orientação, de maneira análoga, para os sensitivos que apresentem faculdades tais como a psicofonia, a psicografia, a clarividência, a clariaudiência e as de efeitos físicos, facultando-lhes a experimentação e o exercício.
Estas são algumas das posturas que o coordenador da reunião se esforçará para obter, concorrendo com a autoridade moral, tão importante nas tarefas de intercâmbio espiritual.
O Esclarecedor / Doutrinador
Só devem ser convidados para a prática do diálogo com os espíritos, criaturas com um perfil adequado, onde demonstrem conhecimento, desenvoltura, segurança, amor ao semelhante, compromisso com a Doutrina Espírita e com o Cristo. Para compreender isso basta ver o conceito do espírito Emmanuel: Há grande diversidade entre doutrinar e evangelizar. Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual do espiritismo; para evangelizar é necessário a luz do amor no íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e o conhecimento; na segunda é preciso vibrar e sentir com o Cristo (09).
O membro da reunião de educação mediúnica responsavél pelo diálogo com os espíritos e com a incumbência de ser instrumento ativo no processo de educação dos médiuns incipientes, haverá de estar plenamente integrado nas atividades da instituição, além de pertencer a pelo menos uma tarefa assistência social ( espírito Joseph Gleber em reunião de orientação mediúnica no G.F.E. Irmã Scheilla).
O esclarecedor não pode ignorar que o médium não é um instrumento de precisão como uma máquina industrial que funciona de maneira previsível e controlável. O médium é um ser humano ultra sensível, de psicologia complexa, incumbido de transmitir o pensamento de um manifestante, mas está longe de ser um mero aparelho de comunicação, como um telefone ou um fax, muito embora se fale em ondas, sintonia, interferências e vibrações quando a ele nos referimos. (02)
São válidos para o esclarecedor os mesmos requisitos ou qualidades, com indicação para o coordenador mediúnico itens de (a) a (k), anteriormente explicitados.
Eis algumas dificuldades enfrentadas pelo esclarecedor, na reunião de educação mediúnica:
a) Via de regra, ele não vê a Entidade comunicante, no entanto, pode pressenti-la;
b) Costumeiramente, ele não conhece o seu interlocutor e nem sabe de onde e a que veio, contudo, não lhe é difícil oferecer-se como irmão pronto a ouvir-lhe a intimidade;
c) Não disporá de muito tempo para estabelecer diagnóstico preciso e penetrar no mundo afetivo do manifestante, no entanto, poderá ofertar paciência, boa escuta e compreensão ao seu interlocutor, nem sempre em dia com a própria memória;
d) Perceberá a manifestação truncada ou parcialmente alterada por fatores exógenos, mas nem por isso se afastará da linha de equilíbrio, disciplinando impulsos, reorganizando a fala e expressando com inexcedível intensidade o sentimento do amor na direção daqueles envolvidos na fenomenologia mediúnica. (02)
e) Estará lidando com médiuns novatos em processo de educação mediúnica, vacilantes por vezes na compreensão do fenômeno e apreendendo ainda a ofertar o próprio corpo na simbiose mediúnica, o que exigirá de sua parte, paciência, tato psicológico, fala absolutamente essencial e compreensão imensa diante das dificuldades e limitações do sensitivo em fase de adestramento;
f) Diante de situações onde o médium incipiente não consegue expor as idéias com clareza, ou interrompe a manifestação, acusando inércia na fala, ou vacilação na captação das idéias provenientes do espírito comunicante, ele não se precipitará, sabendo agir, sem constranger ou intranqüilizar o aparelho mediúnico no esforço do intercâmbio com o mundo espiritual. Quando não age assim, deixa de contribuir com o sensitivo na questão de minimizar sua carga anímica no esforço mediúnico, deixando de oferecer no tempo apropriado a compreensão, a sutileza psicológica e a percepção das naturais limitações de quem lida ainda num terreno desconhecido e pleno de surpresas;
g) Para o cumprimento da sua tarefa de esclarecimento dos espíritos e educação dos médiuns novatos, ele falará menos, bem menos, ensejando ao espírito falar mais e para cumprir esta disposição terá tato psicológico para desinibir espírito manifestante e médium. Sua fala e intervenções terão o caráter da essencialidade.
h) A aplicação de técnicas repetitivas no diálogo tendem a criar condicionamentos nos médiuns. Cada espírito manifestante tem as suas peculiaridades e manias o que enseja ao responsável pela conversação, percorrer sempre caminhos diferenciados, fugindo da mesmice, da monotonia e dos mesmos recursos dialéticos.
i) Estará colaborando no processo de formação e qualificação de médiuns, exigindo de sua parte: paciência com as limitações e dificuldades do sensitivo; conduta amadurecida diante do batimento de pés, de mãos ou outros movimentos bruscos, próprios de quem ainda não está ao controle das suas faculdades medianímicas;
Postura igualitária diante de todos os médiuns em adestramento, sem discriminar, favorecer ou recriminar quem quer que seja.
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