NOSSO LAR 07-05
Queridos Irmãos,
Que Jesus ilumine a todos nesse novo capitulo da obra de Andre Luiz e possamos ser iluminados para a conquista da verdadeira felicidade.
Soni@
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala de Estudos André Luiz
Livro em estudo: Ação e reação
Tema: Capítulo 5 - ALMAS ENFERMIÇAS
Findo o repouso a que nos dedicáramos, Silas, por inspiração do dirigente da casa, veio convidar-nos a rápido passeio pelos arredores.
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Hilário e eu, alegremente, pusemo-nos no encalço do companheiro que, transpondo conosco largo portão de acesso ao exterior, nos disse, bem-humorado, decerto ciente de nossos objetivos:
- Sem qualquer dúvida para nós, que voltamos recentemente da Terra, as províncias infernais, muito mais do que as celeste, são adequadas às nossas pesquisas sobre a lei de causa e efeito, de vez que o crime e a expiação, o desequilíbrio e a dor fazem parte de nossos passos que a gloria e o
regozijos angélicos representam estados superiores de consciência que nos transcendem a compreensão.
E, espraiando o olhar pelos quadros tristes em derredor, acrescentou, reduzindo a frase a comovente inflexão:
- Estamos psiquicamente mais perto do mal e do sofrimento....
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A medida que nos afastávamos, empreendíamos mais vasta penetração na sombra densa, a espressar-se cada vez mais, alumiada, porém, aqui e ali, por tochas mortiças, como se a luz, nos sítios em torno, lutasse terrivelmente para nutrir-se e sobreviver.
Soluços e gritos, imprecações e blasfêmias emergiam da treva.
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Achamo-nos efetivamente na zona posterior ao nosso instituto, em larga faixa superlotada de Espíritos conturbados e sofredores.
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Hilário indagou:
- E este ambiente, assim tumultuado pelo infortúnio, conta com o amparo de que necessita?
- Sim - aclarou nosso amigo -, muitas criaturas recuperadas na Mansão aceitam aqui preciosas tarefas de auxilio, incumbindo-se da assistência fraterna, em largos setores desta região torturada.Melhoras lá, trazem para aqui as bênçãos recolhidas, tornando-se em valiosos elementos de serviço de ligação.
Através delas, a administração do nosso instituto atende a milhares de consciências necessitadas e sabe com sede acesso a nossa casa, após a transformação gradual a que se ajustam. Espalhando-se nos campos de sombra em pequenos santuários domésticos, aqui continuam a própria restauração, aprendendo e servindo.
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- Acha justo que tanta gente aqui se aglutine em semelhante desolação?
Silas sorriu, triste, e obtemperou:
- Compreendo-lhe o pesar. Indiscutivelmente, tanta dor reunida não seria justa se não viesse de quantos preferiram no mundo o trato diário com a injustiça. Não é claro, porem, que todos venhamos a colher o fruto da plantação que nos pertence? Na mesma leira de terra dadivosa e neutra, quem protege o jardim tem a flor que perfuma. O solo da vida é idêntico para nós todos. Não encontraremos aqui neste imenso palco de angustia almas simples e inocentes, mas sim criaturas que abusaram da inteligência e do poder, e que, voluntariamente surdas à prudência, se extraviaram nos abismos da loucura e da crueldade, do egoísmo e da ingratidão, fazendo-se temporariamente presas das criações mentais, insensatas e monstruosas, que para si mesmas teceram.
Nossa conversação foi interrompida de imediato, à frente de pequenas casas a confundir-se com o nevoeiro , de cujo interior brotava reconfortante jorro de luz.
Cães enormes que podíamos divisar cá de fora, na faixa de claridade bruxuleante, ganiam de estranho modo, sentindo-nos a presença.
De súbito, um companheiro de alto porte e rude aspecto apareceu e saudou-nos da diminuta cancela, que nos separava no limiar, abrindo-nos passagem.
Silas no-lo apresentou, alegremente.
Era orzil, um dos guardas da Mansão, em serviço nas sombras.
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Afastou-se Orzil para sossegar os grandes animas menos domesticados, no interior da choupana, e, enquanto isso, o Assistente informou-nos:
- É um amigo de cultura ainda escassa que se comprometeu em delitos lamentáveis no mundo. Sofreu muito sob o império de antigos adversários, mas presentemente, após longo estagio na Mansão, vem presentemente, após longo estagio na Mansão, vem prestando valioso concurso nesta vasta região em que o desespero se refugia. É ajudado, ajudando. E, servindo com desinteresse e devoção fraterna, não somente se reeduca como também suavizará o campo da nova existência que o aguarda na esfera carnal, pelas simpatias que atraindo em seu favor.
- Vive só? - perguntei, mal sopitando a curiosidade.
- Dedica-se a meditações e estudos de natureza pessoal - comentou Silas, paciente -, mas, como acontece a muitos outros auxiliares, tem consigo algumas celas ocupadas por entidades em tratamento, prestes a serem recebidas em nossa instituição.
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Como quem se punha em socorro do companheiro, Silas aduziu:
....... É necessário se disponham à conformação clara e pacifica para que, ainda mesmo semi-inconscientes, consigam acolher com proveito o auxilio que se lhes estende aos corações.
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- Temos três internados em franca situação de inconsciência.
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A medida que nos acercávamos do refugio, desagradável odor nos afetava as narinas.
Respondendo-nos à inquirição intima, o Assistente salientou:
- Vocês não ignoram que todas as criaturas vivem cercadas pelo halo vital das energias que lhes vibram no âmago do ser e esse halo é constituído por partículas de força s se irradiarem por todos os lados, impressionando-nos o olfato, de modo agradável ou desagradável, segundo a natureza do individuo que as irradia. Assim sendo, qual ocorre na própria Terra, cada entidade aqui se caracteriza por exalação peculiar.
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Silas percebeu-nos a estranheza e endereçou interrogativo olhar ao encarregado daquele oratório de purgação, o qual informou, presto:
- Temos conosco o irmão Corsino, cujo pensamento continua enrodilhado ao corpo sepulto, de maneira total. Enredado à lembrança dos abusos a que se entregou na carne ainda não conseguiu desvensilhar-se da lembrança daquilo que foi, o primeiro a imagem do próprio cadáver à tona de todas as suas recordações.
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Deixamos o doente, imprecando contra nós, de punhos cerrados, e abeirando-nos de outra cela.
Ante a palavra de Silas, que nos recomendava observar o quadro em foco, fitamos o novo enfermo, um homem profundamente triste, sentado ao fundo da prisão, de cabeça pendida entre as mãos e de olhos fixos em parede próxima.
Seguindo-lhe a atenção no ponto que concentrava os seus raios visuais, a modo de espelho invisível retratando-lhe o próprio pensamento, vimos larga tela viva na rua, conseguimos distingui-lo no volante de um carro, perseguindo um transeunte bêbado, até matá-lo, sem compaixão.
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- Vimos dois irmãos infelizes, vivendo entre as imagens mantidas por eles mesmos, através da força mental com que as alimentam.
Neste instante, alcançávamos o terceiro cubículo , em que um homem feridente esvurmava as feias chagas usando as próprias unhas.
A atmosfera francamente pestilencial exigia enorme disciplina contra a eclosão de nossas náuseas.
Assinalando-nos a presença, avançou para nós, clamando amargamente:
- Compadecei-vos de mim! Sois médicos? Atendei-me por amor de Deus! Vede os detritos em que me apoio.
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A repetição os rogos, contudo, derramava-se em tom imperativo, como se as palavras humildes do petitório fossem apenas o disfarce de uma ordem tiranizante.
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De regresso ao tugúrio de Orzil, perguntei sem preâmbulos:
- Nossos irmãos doentes desse modo, estarão segregados, até que se renovem?
- Perfeitamente - aclarou Silas, bondoso.
- É que devem fazer para atingir a melhora necessária? - indagou Hilário com insofreável assombro.
Nosso amigo sorriu e obtemperou:
- O problema é de natureza mental. Modifiquem as próprias idéias e modificar-se-ão.
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Fiquem pois sabendo que nossas criações mentais preponderam fatalmente em nossa vida. Libertam-nos quando se enraízam no bem que sintetiza as Leis Divinas, me encarceram-nos quando se firmando no mal, que por essa razão ao visco sutil da culpa.
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Estudamos três tipos de almas que deixaram na existência ultima somente quadros tristes e lamentáveis nos quais não dispõem de atenuantes que lhes empalideçam as faltas indiscutíveis.
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Sob forte emoção, Hilário considerou:
- Agora percebo com mais clareza o beneficio concreto da oração e da piedade, da simpatia e do socorro, que na Terra, deveríamos dispensar, sinceramente, aos chamados mortos...
- Sim, sim... - respondeu Silas, prestimoso - todos estamos ligados uns aos outros, na carne e fora da carne, e achamo-nos livres ou prisioneiros, no campo da experiência, segundo as nossa obras, através dos vínculos de nossa vida mental. O bem é a luz que liberta, o mal é a treva que aprisiona ....
Estudando as leis do destino, é preciso atentar para semelhantes realidades indefectíveis e eternas.
QUESTÕES PARA O ESTUDO
1) Apesar de alguns irmãos viverem em locais de profundas sombras fora dos muros da Mansão , não ficam em desamparo. Como é feita a ajuda a esse irmãos?
2) Como podemos justificar esse trabalho que o irmão Orzil presta a ele mesmo nesse trabalho em serviço das sombras?
3) Qual seria o principal motivo que impede a esses irmãos rebeldes a conviver dentro da Mansão?
4) Silas disse a Hilário que o problema desses irmãos eram de ordem mental e que se modificasse as próprias idéias eles se modificar-se-iam. Como podemos justificar essa afirmativa?
5) Qual o caminho que aquelas almas doentias devem trilhar para que possam sair daquele estado doloroso que se encontram?
6) Segundo Hilário, como nós, enquanto encarnados, devemos agir com os "mortos"?
Conclusão:
Livro em estudo: Ação e reação
Tema: Capítulo 5 - Almas enfermiças (Conclusão)
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1) Apesar de alguns irmãos viverem em locais de profundas sombras fora dos muros da Mansão , não ficam em desamparo. Como é feita a ajuda a esses irmãos?
R - A ajuda dos benfeitores aos espíritos que padecem nas regiões inferiores do mundo espiritual está sujeita ao seu estado psíquico. A assistência deve ser prestada na forma compatível com a capacidade desses irmãos em aproveitá-la. O mundo espiritual benfeitor, contudo, nunca deixa de prestar-lhes algum tipo de socorro, como vemos nos exemplos de que dá notícia o presente capítulo. Os espíritos que se encontravam naqueles locais de profundas sombras ainda manifestavam-se em desespero e grave desequilíbrio, com suas consciências nutridas por um permanente sentimento de revolta. Não podiam, no estado em que se encontravam, ser acolhidos pela Mansão Paz, pois, certamente, semeariam a perturbação do ambiente. Mas o auxílio divino não deixa de se fazer presente e, tão logo apresentem-se em condições de atenderem ao socorro, este é prontamente prestado, na forma que lhes convém naquele momento. Cada um é ajudado de acordo com as suas necessidades. Como aconteceu com os internos na casa que visitavam.
2) Como podemos justificar esse trabalho que o irmão Orzil presta a ele mesmo nesse trabalho em serviço das sombras?
R - Orzil era um espírito em recuperação. Quando na vida física, comprometera-se em delitos, segundo esclareceu o assistente.
O trabalho valioso que prestava ao cuidar daquele local e dos irmãos ali internados era, após uma passagem na Mansão Paz que o ajudou a readquirir o equilíbrio, não só uma maneira de reeducá-lo, como também de prepará-lo para o faturo retorno à encarnação, atenuando as provações que através dela teria de se submeter. Ajudando, estava, também, sendo ajudado.
3) Qual seria o principal motivo que impede a esses irmãos rebeldes a conviver dentro da Mansão?
R - Os espíritos que se encontravam internos na casa ainda expressavam um estado de rebeldia e insensatez, manifestando inconformismo com a desencarnação. Suas consciências os condenavam pelos erros praticados em suas últimas passagens terrenas e com isso não se conformavam. Sem que se dispusessem à conformação, não poderiam acolher com proveito o auxílio que lhes seria prestado pela Mansão, além de, encontrando-se em estado de grave desequilíbrio mental, trazerem prejuízo ao ambiente espiritual reinante no local. Os espíritos que lá se encontravam, como explicou o assistente Silas, não poderiam ser colocados em liberdade sem graves prejuízos para si mesmos. A internação naquela casa era o auxílio de que necessitavam, até conseguirem modificar suas tomadas mentais.
4) Silas disse a Hilário que o problema desses irmãos era de ordem mental e que se modificassem as próprias idéias eles se modificar-se-iam. Como podemos justificar essa afirmativa?
R - Como disse o assistente Silas, " ... nossas criações mentais preponderam fatalmente em nossa vida. Libertam-nos quando se enraízam no bem que sintetiza as Leis Divinas, e encarceram-nos quando se firmando no mal, que por essa razão ao visco sutil da culpa". O pensamento gera ondas de força que interpenetram o fluido universal, irradiando e assimilando energias com as quais se sintonizam. Como explicou, "...nossos pensamentos, ondas de energia sutil, de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, agem e reagem sobre si mesmos, em circuito fechado, e trazem-nos, assim, de volta, as sensações desagradáveis, hauridas ao contacto de nossas obras infelizes". Conforme a natureza destas energias, situamos a nossa posição mental. Os espíritos em questão nutriam pensamentos de ódio, vingança e se sentiam condenados pela consciência, recebendo de volta essas energias negativas que deles emanavam, o que gerava a enfermidade que seus psiquismos apresentavam, levando-os àquele estado de perturbação e desequilíbrio.
5) Qual o caminho que aquelas almas doentias devem trilhar para que possam sair daquele estado doloroso que se encontram?
R - Cabia a eles próprio encontrar o caminho que lhes proporcionasse a saída daquele estado doloroso em que se encontravam. A única maneira que a lei divina lhes oferece é a modificação de seus tônus mentais. Para tanto, fazia-se necessário que se ligassem a pensamentos de natureza diversa daqueles que nutriam, voltando-os para a renovação no bem, orando e vigiando, trabalhando e servindo, aprendendo e amando.
6) Segundo Hilário, como nós, enquanto encarnados, devemos agir com os "mortos"?
R - De acordo com Hilário, devemos dedicar aos desencarnados " ... o beneficio concreto da oração e da piedade, da simpatia e do socorro, ... ", ou seja, envolvê-los sempre, através de nossas preces e de nossos pensamentos, em vibrações de paz, de amor, de harmonia e rogando a Jesus que, por seus emissários de luz, dêem-lhes muita força para que possam prosseguir suas caminhadas, na nova forma de vida em que estagiam.
Muita paz a todos.
Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Coordenação: eqpal@cvdee.org.br
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