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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Estudo e Interpretação do Evangelho

Anexo 1

Estudo e Interpretação do Evangelho 113

Estudar o Evangelho deve ser tarefa diária nossa, buscando interpretá-lo em espírito e verdade.

113 Este estudo foi realizado tendo como base o livro “Luz Imperecível”, editado pelo Grupo Emmanuel de Belo Horizonte – MG, e foi escrito para ampliar a apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho.

Devido a certas dificuldades daqueles que se iniciam neste processo de interpretação, relacionamos abaixo alguns itens que, se adotados, podem facilitar este necessário estudo.

É importante salientar, que este breve texto não tem a pretensão de ser um manual de interpretação evangélica, mas o simples relato de alguns exemplos, visando um melhor entendimento de como estudar o Evangelho à luz da Doutrina Espírita, lembrando sempre o Apóstolo Pedro quando nos afirma: Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. (2 Pedro, 1: 20)

1) Devemos no primeiro instante, ler o texto a ser estudado, procurando entender o seu aspecto literal. Sendo auxiliado por dicionários e outros livros que nos dêem um melhor entendimento das expressões, costumes da época, cargo profissões, lugar etc.

2) Sendo necessário interpretarmos o Evangelho à luz da Doutrina Espírita, temos de ter o hábito do estudo constante dos princípios básicos da mesma, através das obras básicas e das subsidiárias.

3) Extrair de cada passagem o conteúdo espiritual do Evangelho: Jesus, por ser o Educador Maior da Humanidade, ensinava ao Espírito eterno. Desta forma, temos que ter não apenas olhos para as questões transitórias, mas capacidade de enxergarmos o que verdadeiramente educa o nosso Ser espiritual. …as palavras que eu vos disse são espírito e vida (João, 6: 63), nos alerta o Cristo, segundo anotações de João; ao que Paulo complementa: O que nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, e o espírito vivifica. (2 Coríntios, 3: 6)

Devemos ainda ter por base que Jesus pertence àquela categoria de Espíritos Puros, sobre a qual a codificação nos orienta, terem eles passado por todas as fases da evolução e, desta forma, atingiram a perfeição, não sofrem mais a influência da matéria, e não sendo admissível, portanto, o erro em suas ações. Se alguma coisa achamos estranho em qualquer dos posicionamentos do Mestre, não é falha de Sua parte nem dos textos evangélicos, mas sim de nossa falta de capacidade interpretativa, capacidade que temos que desenvolver com o estudo, o trabalho de reeducação, e o desenvolvimento da nossa sensibilidade.

Quando analisamos as ações do homem comum, vemos que quanto mais possuidor de sabedoria, mais suas ações expressam objetividade, ou seja, o que faz não é aleatório: tudo tem sua razão de ser.

Em se tratando de Jesus, o Sábio dos sábios, notamos que todo seu ensinamento está ligado à sua forma de ser e agir.Esta forma possibilita valiosos ensinamentos para todos que desejarem aprender com o Mestre por isso, através do seu modo de agir ou do lugar em que se dá a ação ou, ainda da circunstância em que esta se apresenta, podemos muitos ensinamentos tirar.

Baseado nisto fizemos o esquema abaixo, buscando entender a didática do Mestre, que encontra-se implícita nas circunstâncias em que aconteciam suas ações.

Quando?…

O momento da a ação, a circunstância, nos apresenta valiosos ensinamentos se procurarmos responder a: Quando?

Dia - Momento de claridade interior, discernimento, momento adequado para realizações no campo do bem.

Noite - Ignorância, treva, momentos em que nos encontramos em dificuldade por estarmos vibratoriamente afastado Criador

Sábado - O sábado nos dá o entendimento de um fim de um ciclo evolutivo, sendo portanto momento de aferirmos aquilo que já conquistamos. Era nesse dia que Jesus operava inúmeras de sua curas, como a definir o fim daquela etapa e a abertura de novos lances em relação às necessidades do Espírito.

Naquele dia - Momento ideal de acordo com a possibilidade de cada um para atuar no instante certo.

Logo - Momento necessário de tomarmos atitudes sem mais delongas. Ex: E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos Judeus. Este foi ter de noite com Jesus... (João, 3: 1 e 2)

Literalmente falando, Nicodemos procurou Jesus à noite. É que sendo personalidade de destaque em Israel, talvez tenha ficado preocupado com a repercussão que poderia ter um príncipe dos Judeus ir buscar Jesus.

Espiritualmente, relacionamos a expressão noite com a nossa ignorância. São os momentos difíceis que nos achamos por encontrarmo-nos distanciados do Criador.

Então perguntamos, por que Nicodemos procurou Jesus à noite? Por que não O procuramos durante o dia? É que nos momentos difíceis é que sentimos necessidade de procurarmos algo que nos fale dos Valores Reais da Vida. No nosso grau evolutivo é preciso estar doente para valorizar a saúde, ter fome para dar valor aos alimentos. Ademais de dia não procuramos o Mestre, porque já estamos com Ele.

Quem?…

Usando Jesus de simbologia para expressar Seus ensinamentos, podemos dar sentido a certas menções feitas por Ele a personagens vividas na época, pois refletem as ações negativas ou positivas que precisamos corrigir ou assimilar em nossa conduta.

Os personagens referidos nos textos evangélicos sempre nos fornecem a possibilidade de um novo momento de aprendizado, proporcionando-nos uma identificação com as várias maneiras de atuarmos. É o conhece-te a ti mesmo, que devemos trabalhar a todo instante.

Fariseus - Eram observadores das práticas exteriores do culto e das cerimônias.

114 Honravam a religião com as palavras, não preocupando em vivenciá-las. Nos falando da hipocrisia destes, o Mestre nos alertava para cuidados que devemos ter em nosso dia a dia. Saduceus - Os Saduceus não acreditavam nem na imortalidade nem na ressurreição, apesar de acreditar em Deus. Eles se prendiam ao texto da lei antiga, não admitindo nenhuma interpretação destas. Desta forma Jesus trabalha o termo saduceus, referindo-se ao extremismo, ao fanatismo, e às posturas incoerentes que devemos evitar.

114 “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Introdução.

Cego - O cego é aquele que não enxerga. Há cegos físicos que enxergam melhor os valores espirituais do que muitos que têm os olhos sãos. Tendo olhos não vedes, nos dizia sempre o Senhor, como a caracterizar a nossa falta de visão para os valores do Espírito.

Muito ainda podemos aprender com a capacidade de mudanças de um Levi, A fé do Centurião, a insensibilidade do jovem rico e outros citados nos textos.

Ex: E Jesus Disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus. (Mateus, 16: 6)

A propriedade do fermento é conhecida de todos nós. Quando o Mestre nos alerta para termos cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus, quer Ele nos mostrar o perigo que corremos quando nos deixamos influenciar pelo modo de agir destes. Desta forma temos que identificar quem são os “fariseus modernos” e nos livrar de sua influência.

Atentando principalmente para as nossas próprias ações quando ditadas pela hipocrisia, pela falsidade e pela incoerência. Porque conforme nos diz o apóstolo da gentilidade: um pouco de fermento faz levedar a massa toda. (I Coríntios, 5: 6)

Onde?...

Lugares, ambientes, cidades muito podem nos auxiliar no entendimento das lições evangélicas, se tivermos devidamente sintonizados com a busca dos valores espirituais.

Jesus, como Mestre por excelência, definia locais para os Seus ensinamentos de tal forma que nos pudessem trazer valiosos ensinamentos.

Desta forma temos:

Jerusalém - Cidade onde se situava o templo de Salomão, centro religioso de então, nos dá a idéia de ambiente voltado para os padrões superiores da vida, é o centro de nossas cogitações espirituais.

Jericó - Cidade próxima a Jerusalém, famosa por seu vasto movimento comercial, representa nossos interesses no campo material ou transitórios.

Galiléia – Simplicidade

Tiro e Sidon - Representação da falta de padrões reeducativos

Samaria - Posturas dogmáticas ou intransigências

Monte - Representa nossos momentos de elevação espiritual

Junto do caminho - É o lugar em que estamos próximos, mas ainda não dentro daquele caminho que nos conduz à elevação espiritual.

Alfândega ou recebedoria -Como lugar arrecadador de impostos, nos sugere acomodação, desvio dos recursos em favor do nosso egoísmo, cobrança severa dos débitos alheios. Ex: Ver interpretação do texto narrado em Lucas, 10: 30, mais à frente neste estudo.

Como?…

Este questionamento nos leva a analisar a ação propriamente dita e a forma como ela se dá. É importante realizar, mas é muito mais importante o como se realiza.

Os verbos e seus tempos, os advérbios, os adjetivos, são elementos importantíssimos a nos sugerir atitudes de renovação no trabalho em favor da nossa reeducação.

Saiu, chegando, subindo…são expressões que nos induzem a analisar o constante dinamismo de Jesus nos indicando a necessidade de adotarmos uma postura de trabalho em todos os instantes da nossa vida. Ao contrário, ao analisarmos o assentado, clamando, pedindo… identificamos nossa posição comodista, ociosa, de estarmos sempre aguardando a solução do problema de fora para dentro.

Ex: Ver posicionamento de Levi e de Zaqueau nos textos interpretados a seguir.


Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade
Goiânia - GO
Trabalho realizado em 1997 pelo  Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a coordenação de Cláudio Fajardo

Divulgação

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