Anexo 1
Estudo e
Interpretação do Evangelho 113
Estudar o
Evangelho deve ser tarefa diária nossa, buscando interpretá-lo em espírito
e verdade.
113 Este
estudo foi realizado tendo como base o livro “Luz Imperecível”, editado pelo
Grupo Emmanuel de Belo Horizonte – MG, e foi escrito para ampliar a apostila do
Curso de Espiritismo e Evangelho.
Devido a
certas dificuldades daqueles que se iniciam neste processo de interpretação,
relacionamos abaixo alguns itens que, se adotados, podem facilitar este necessário
estudo.
É
importante salientar, que este breve texto não tem a pretensão de ser um manual
de interpretação evangélica, mas o simples relato de alguns exemplos, visando
um melhor entendimento de como estudar o Evangelho à luz da Doutrina
Espírita, lembrando sempre o Apóstolo Pedro quando nos afirma: Sabendo
primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. (2 Pedro, 1: 20)
1)
Devemos no primeiro instante, ler o texto a ser estudado, procurando entender o
seu aspecto literal. Sendo auxiliado por dicionários e outros livros que nos
dêem um melhor entendimento das expressões, costumes da época, cargo
profissões, lugar etc.
2) Sendo
necessário interpretarmos o Evangelho à luz da Doutrina Espírita, temos de ter
o hábito do estudo constante dos princípios básicos da mesma, através das obras
básicas e das subsidiárias.
3)
Extrair de cada passagem o conteúdo espiritual do Evangelho: Jesus, por ser o
Educador Maior da Humanidade, ensinava ao Espírito eterno. Desta forma, temos
que ter não apenas olhos para as questões transitórias, mas capacidade de
enxergarmos o que verdadeiramente educa o nosso Ser espiritual. …as palavras
que eu vos disse são espírito e vida (João, 6: 63), nos alerta o Cristo,
segundo anotações de João; ao que Paulo complementa: O que nos fez também
capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata, e o espírito vivifica. (2 Coríntios, 3: 6)
Devemos
ainda ter por base que Jesus pertence àquela categoria de Espíritos Puros,
sobre a qual a codificação nos orienta, terem eles passado por todas as fases
da evolução e, desta forma, atingiram a perfeição, não sofrem mais a influência
da matéria, e não sendo admissível, portanto, o erro em suas ações. Se alguma
coisa achamos estranho em qualquer dos posicionamentos do Mestre, não é falha
de Sua parte nem dos textos evangélicos, mas sim de nossa falta de capacidade
interpretativa, capacidade que temos que desenvolver com o estudo, o trabalho
de reeducação, e o desenvolvimento da nossa sensibilidade.
Quando
analisamos as ações do homem comum, vemos que quanto mais possuidor de
sabedoria, mais suas ações expressam objetividade, ou seja, o que faz não é
aleatório: tudo tem sua razão de ser.
Em se
tratando de Jesus, o Sábio dos sábios, notamos que todo seu ensinamento está
ligado à sua forma de ser e agir.Esta forma possibilita valiosos ensinamentos
para todos que desejarem aprender com o Mestre por isso, através do seu modo de
agir ou do lugar em que se dá a ação ou, ainda da circunstância em que esta se
apresenta, podemos muitos ensinamentos tirar.
Baseado
nisto fizemos o esquema abaixo, buscando entender a didática do Mestre, que
encontra-se implícita nas circunstâncias em que aconteciam suas ações.
Quando?…
O momento
da a ação, a circunstância, nos apresenta valiosos ensinamentos se procurarmos
responder a: Quando?
Dia - Momento
de claridade interior, discernimento, momento adequado para realizações no
campo do bem.
Noite -
Ignorância, treva, momentos em que nos encontramos em dificuldade por estarmos
vibratoriamente afastado Criador
Sábado - O
sábado nos dá o entendimento de um fim de um ciclo evolutivo, sendo portanto
momento de aferirmos aquilo que já conquistamos. Era nesse dia que Jesus
operava inúmeras de sua curas, como a definir o fim daquela etapa e a abertura
de novos lances em relação às necessidades do Espírito.
Naquele
dia - Momento ideal de acordo com a possibilidade de cada um para
atuar no instante certo.
Logo - Momento
necessário de tomarmos atitudes sem mais delongas. Ex: E havia entre os
fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos Judeus. Este foi ter de noite
com Jesus... (João, 3: 1 e 2)
Literalmente
falando, Nicodemos procurou Jesus à noite. É que sendo personalidade de
destaque em Israel, talvez tenha ficado preocupado com a repercussão que
poderia ter um príncipe dos Judeus ir buscar Jesus.
Espiritualmente,
relacionamos a expressão noite com a nossa ignorância. São os momentos
difíceis que nos achamos por encontrarmo-nos distanciados do Criador.
Então
perguntamos, por que Nicodemos procurou Jesus à noite? Por que não O procuramos
durante o dia? É que nos momentos difíceis é que sentimos necessidade de
procurarmos algo que nos fale dos Valores Reais da Vida. No nosso grau
evolutivo é preciso estar doente para valorizar a saúde, ter fome para dar
valor aos alimentos. Ademais de dia não procuramos o Mestre, porque já
estamos com Ele.
Quem?…
Usando
Jesus de simbologia para expressar Seus ensinamentos, podemos dar sentido a
certas menções feitas por Ele a personagens vividas na época, pois refletem as
ações negativas ou positivas que precisamos corrigir ou assimilar em nossa
conduta.
Os
personagens referidos nos textos evangélicos sempre nos fornecem a
possibilidade de um novo momento de aprendizado, proporcionando-nos uma
identificação com as várias maneiras de atuarmos. É o conhece-te a ti mesmo,
que devemos trabalhar a todo instante.
Fariseus - Eram
observadores das práticas exteriores do culto e das cerimônias.
114 Honravam
a religião com as palavras, não preocupando em vivenciá-las. Nos falando da
hipocrisia destes, o Mestre nos alertava para cuidados que devemos ter em nosso
dia a dia. Saduceus - Os Saduceus não acreditavam nem na imortalidade
nem na ressurreição, apesar de acreditar em Deus. Eles se prendiam ao texto da
lei antiga, não admitindo nenhuma interpretação destas. Desta forma Jesus
trabalha o termo saduceus, referindo-se ao extremismo, ao fanatismo, e
às posturas incoerentes que devemos evitar.
114 “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”, Introdução.
Cego - O cego
é aquele que não enxerga. Há cegos físicos que enxergam melhor os valores
espirituais do que muitos que têm os olhos sãos. Tendo olhos não vedes,
nos dizia sempre o Senhor, como a caracterizar a nossa falta de visão para os
valores do Espírito.
Muito
ainda podemos aprender com a capacidade de mudanças de um Levi, A fé do Centurião,
a insensibilidade do jovem rico e outros citados nos textos.
Ex: E
Jesus Disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus.
(Mateus, 16: 6)
A
propriedade do fermento é conhecida de todos nós. Quando o Mestre nos alerta
para termos cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus, quer Ele nos
mostrar o perigo que corremos quando nos deixamos influenciar pelo modo de agir
destes. Desta forma temos que identificar quem são os “fariseus modernos” e nos
livrar de sua influência.
Atentando
principalmente para as nossas próprias ações quando ditadas pela hipocrisia,
pela falsidade e pela incoerência. Porque conforme nos diz o apóstolo da
gentilidade: um pouco de fermento faz levedar a massa toda. (I
Coríntios, 5: 6)
Onde?...
Lugares,
ambientes, cidades muito podem nos auxiliar no entendimento das lições
evangélicas, se tivermos devidamente sintonizados com a busca dos valores
espirituais.
Jesus,
como Mestre por excelência, definia locais para os Seus ensinamentos de tal
forma que nos pudessem trazer valiosos ensinamentos.
Desta
forma temos:
Jerusalém
- Cidade onde se situava o templo de Salomão, centro religioso de
então, nos dá a idéia de ambiente voltado para os padrões superiores da vida, é
o centro de nossas cogitações espirituais.
Jericó - Cidade
próxima a Jerusalém, famosa por seu vasto movimento comercial, representa
nossos interesses no campo material ou transitórios.
Galiléia
– Simplicidade
Tiro e
Sidon - Representação da falta de padrões reeducativos
Samaria -
Posturas dogmáticas ou intransigências
Monte -
Representa nossos momentos de elevação espiritual
Junto do
caminho - É o lugar em que estamos próximos, mas ainda não dentro daquele
caminho que nos conduz à elevação espiritual.
Alfândega
ou recebedoria -Como lugar arrecadador de impostos, nos sugere acomodação, desvio
dos recursos em favor do nosso egoísmo, cobrança severa dos débitos alheios. Ex:
Ver interpretação do texto narrado em Lucas, 10: 30, mais à frente neste
estudo.
Como?…
Este
questionamento nos leva a analisar a ação propriamente dita e a forma como ela
se dá. É importante realizar, mas é muito mais importante o como se
realiza.
Os verbos
e seus tempos, os advérbios, os adjetivos, são elementos importantíssimos a nos
sugerir atitudes de renovação no trabalho em favor da nossa reeducação.
Saiu,
chegando, subindo…são expressões que nos induzem a analisar o constante dinamismo
de Jesus nos indicando a necessidade de adotarmos uma postura de trabalho em
todos os instantes da nossa vida. Ao contrário, ao analisarmos o assentado,
clamando, pedindo… identificamos nossa posição comodista, ociosa, de
estarmos sempre aguardando a solução do problema de fora para dentro.
Ex: Ver
posicionamento de Levi e de Zaqueau nos textos interpretados a seguir.
Apostila
do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro
Espírita Amor e Caridade
Goiânia -
GO
Trabalho
realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos
desta Casa Espírita com a coordenação de Cláudio Fajardo
Divulgação
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