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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

9 - CONTRA – SENSO

Quando a gota se viu semelhante a uma gema valiosa, na folhagem da primavera, insultou o rio em que se formara: Sai da frente, monstro do chão.
Quando o tronco se agigantou diante do firmamento, blasfemou conta a própria raiz: Não me sujes os pés.
Quando o vaso passou pela cerâmica em que nascera, gritou, revoltado: Não suporto essa lama.
Quando o ouro se ajustou ao palácio, indagou da terra que o produzira: Que fazes aí, barro escuro?
Quando a seda brilhou, na pompa da festa, disse à lagarta que lhe dera a existência: Não te conheço, larva mesquinha.
Quando a pérola fulgiu, soberana, exigiu da ostra em que se criara: Não te abeires de mim.
Quando o arco-íris se reconheceu admirado pelo pintor, acusou o Sol de que se fizera: Não me roubes a luz.
Copiando esses contra-sensos figurados da Natureza, o homem insensato, quando erguido ao pedestal do orgulho pelos abusos da inteligência, costuma escarnecer de si próprio, afirmando jactancioso: “A vida é poesia e nada, e Deus é ilusão”.

Emmanuel



CAMINHO ESPÍRITA –
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
- AUTORES DIVERSOS

“O livro penetra sem alarde os santuários da arte e da cultura, da sublimação e do progresso.
É alma pensamento esperança e consolo”.

Emmanuel – Cartas do Coração

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