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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

ceuinferno_078_2a. partecap. VII - Espíritos Endurecidos - A rainha de Oude

TEXTO PARA ESTUDO

Falecida em França, em 1858)

1. - Quais as vossas sensações ao deixardes o mundo terrestre? 

R. Ainda perturbada, torna-se-me impossível explicá-las.

P. Sois feliz?

R. Tenho saudades da vida... não sei... experimento acerba dor da qual a vida me libertaria... quisera que o corpo se levantasse do túmulo...

2. - Lamentais o ter sido sepultada entre cristãos, que não no vosso país?

R. Sim, a terra indiana menos me pesaria sobre o corpo.

P. Que pensais das honras fúnebres tributadas aos vossos despojos?

R. Não foram grande coisa, pois eu era rainha e nem todos se curvaram diante de mim... Deixai-me... forçam-me a falar, quando não quero que saibais o que ora sou... Asseguro-vos, eu era rainha...

3. - Respeitamos a vossa hierarquia e só insistimos para que nos respondais no propósito de nos instruirmos. Acreditais que vosso filho recupere de futuro os Estados de seu pai?

R. Meu sangue reinará, por certo, visto como é digno disso.

P. Ligais a essa reintegração de vosso filho a mesma importância que lhe dáveis quando encarnada?

R. Meu sangue não pode misturar-se com o do povo.

4. - Não se pôde fazer constar na respectiva certidão de óbito o lugar do vosso nascimento; podereis no-lo dizer, agora?


R. Sou oriunda do mais nobre dos sangues da Índia. Penso que nasci em Delhi.

5. - Vós, que vivestes nos esplendores do luxo, cercada de honras, que pensais hoje de tudo isso? 

R. Que tenho direito.

P. A vossa hierarquia terrestre concorreu para que tivésseis outra mais elevada nesse mundo em que ora estais?

R. Continuo a ser rainha... que se enviem escravas para me servirem!... Mas... não sei... parece-me que pouco se preocupam com a minha pessoa aqui... e contudo eu... sou sempre a mesma.

6. - Professáveis a religião muçulmana ou a hindu?

R. Muçulmana; eu, porém, era bastante poderosa para que me ocupasse de Deus.

P. No ponto de vista da felicidade humana, quais as diferenças que assinalais entre a vossa religião e o Cristianismo?

R. A religião cristã é absurda; diz que todos são irmãos.

P. Qual a vossa opinião a respeito de Maomé?

R. Não era filho de rei.

P. Acreditais que ele houvesse tido uma missão divina?

R. Isso que me importa?!

P. Qual a vossa opinião quanto ao Cristo?

R. O filho do carpinteiro não é digno de preocupar meus pensamentos.

7. - Que pensais desse uso pelo qual as mulheres muçulmanas se furtam aos olhos masculinos?

R. Penso que as mulheres nasceram para dominar: - eu era mulher.

P. Tendes inveja da liberdade de que gozam as européias?

R. Que poderia importar-me tal liberdade? Servem-nas, acaso, ajoelhados?

8. - Tendes reminiscências de encarnações anteriores a esta que vindes de deixar?

R. Deveria ter sido sempre rainha.

9. - Por que acudistes tão prontamente ao nosso apelo?

R. Não queria fazê-lo, mas forçaram-me. Acaso julgarás que eu me dignaria responder-te? Que és tu a meu lado?

P. E quem vos forçou a vir?

R. Eu mesma não sei... posto que não deva existir ninguém mais poderoso do que eu.

10. - Sob que forma vos apresentais aqui?

R. Sempre rainha... e pensas que eu tenha deixado de o ser? És pouco respeitoso... fica sabendo que não é desse modo que se fala a rainhas.

11. - Se nos fosse dado enxergar-vos, ver-vos-íamos com os vossos ornatos e pedrarias?

R. Certamente...

P. E como se explica o fato de, despojado de tudo isso, conservar o vosso Espírito tais aparatos, sobretudo os ornamentos?

R. É que eles me não deixaram. Sou tão bela quanto era, e não compreendo o juízo que de mim fazeis! É verdade que nunca me vistes. 

12. - Qual a impressão que vos causa em vos achardes entre nós?

R. Se eu pudesse evitá-la... Tratam-me com tão pouca cortesia...
S. Luís. Deixai-a, a pobre perturbada. Tende compaixão da sua cegueira e oxalá vos sirva de exemplo. Não sabeis quanto padece o seu orgulho.

Nota - Evocando esta grandeza decaída ao túmulo, não esperávamos respostas de grande alcance, dado o gênero da educação feminina nesse país; julgávamos, porém, encontrar nesse Espírito, não diremos filosofia, mas pelo menos uma noção mais aproximada da realidade, e idéias mais sensatas relativamente a vaidades e grandezas terrenas. Longe disso, vimos que o Espírito conservava todos os preconceitos terrestres na plenitude da sua força; que o orgulho nada perdeu das suas ilusões; que lutava contra a própria fraqueza e, finalmente, que muito devia sofrer pela sua impotência.

QUESTÕES

1. Na sua opinião, que futuro aguarda este espírito? Que tipo de reencarnação poderia servir para que ele cultivasse a humildade e educasse o egoismo?

Conclusão:

A título de conclusão deixaremos a contribuição de dois de nossos amigos que bem ilustram a compreensão que devemos ter sobre a Lei de Causa e Efeito.

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Contribuição de Wagner:

O futuro para um espírito que alimenta mesmo depois de desencarnado as ilusões materialistas da vida carnal não será outro senão o de sofrimentos decorrentes do orgulho ferido, na medida em que, gradativamente, ele observará que tudo aquilo que por ele era valorizado enquanto na encarnação passada não lhe trouxeram mais do que ilusões temporárias. Esse sofrimento se dará até o momento em que, ciente da verdadeira realidade dos fatos, ele passe a se empenhar na correção dos equívocados atos que para tráz ficaram. 

Como a soberba foi a tônica da encarnação, onde a ausência de humildade e o abuso dos dotes de sua posição social foram largamente distribuidos entre seus súditos, preve-se que numa posterior encarnação ele venha à ocupar um lugar de submissão junto a pessoas que mantém como norma de conduta os mesmos preceitos verificados anteriormente por ele mesmo.

Contribuição de Gertrudes:


Acho que deveria reencarnar com uma família humilde e que aprendesse que todos somos irmãos que necessitamos uns dos outros para podermos evoluir. Não importa o que fomos em outras vidas e que estatus tivemos e sim o que seremos daqui em diante. estamos aqui para simplesmente tentar chegar o mais próximo da perfeição que foi nosso irmão maior Jesus. E agradecer sempre todos os dias pela oportunidade da reencarnação, pois é através dela que conseguiremos tirar de dentro de nós todo orgulho e egoísmo que adquirimos em vidas passadas, onde vivemos entre pessoas que tinham que se submeter a esse tipo de comportamento como o de se achar que uma rainha é diferente de um plebeu, enquanto na verdade somos todos irmãos e teremos que um dia nos conscientizarnos disso, e voltaremos aqui até isso acontecer quantas vezes forem preciso.

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