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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A Crise da Morte

Ernesto Bozzano

(2ª Parte)


Damos continuidade à publicação do texto condensado da obra “A Crise da Morte”, de Ernesto Bozzano, conforme tradução de Guillon Ribeiro publicada em 1926 pela editora da Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que informações colhemos no segundo caso relatado por Bozzano?

 R.: Neste caso, o Espírito de Horace Abraham Ackley descreve a maneira por que seu Espírito se separou do corpo físico. Enquanto muitos Espíritos de mortos entram num meio mais ou menos radioso, onde são acolhidos por seus parentes desencarnados, o Espírito de Horace se encontrou em um meio nuvioso, isto é, nublado, onde foi acolhido amistosamente por dois Espíritos que lhe eram desconhecidos. Ele disse também haver enfrentado a experiência da “visão panorâmica” de seu passado, que pareceu ter sido provocada pelos “guias espirituais”, com o fim de predispô-lo a uma espécie de exame de consciência. (Obra citada, pp. 27 a 30.)

B. Quem era Jim Nolan e que revelações ele transmitiu?

 R.: Jim Nolan era o Espírito-guia do célebre médium Hollis, o qual, havendo sido soldado no curso da Guerra de Secessão da América e morto de tifo num hospital militar, disse que, ao entrar no mundo espiritual, pareceu-lhe caminhar sobre um terreno sólido, quando encontrou sua avó, que o levou para longe dali, para sua morada. A morada da avó, onde ele repousou e dormiu naquela noite, tinha o aspecto de uma casa. Nolan passou também pela experiência da “visão panorâmica” de sua vida terrena, mas, em seu caso, o fenômeno se desdobrou sob a forma de “recapitulação de lembranças”. (Obra citada, pp. 31 a 37.)

C. Que diz Bozzano sobre o poder criador do pensamento?

 R.: O poder criador do pensamento no meio espiritual é confirmado por fatos que se desenrolam no meio terrestre, onde o pensamento e a vontade são suscetíveis de criar e objetivar as formas concretas das coisas pensadas e desejadas. A diferença entre os dois meios é que, aqui, semelhante criação requer a participação de sensitivos especiais. Bozzano refere-se aos fenômenos de “ideoplastia” ou de “fotografias do pensamento”. O poder criador do pensamento é que explica por que o Espírito, pensando na forma humana, se vê de novo em forma humana, e, pensando em estar vestido, acha-se coberto de roupas que, sendo tão etéreas como seu próprio corpo, lhe parecem substanciais como as vestes terrenas. É desse modo que ele encontra novamente, no mundo espiritual, um meio e uma morada correspondentes a seus hábitos terrestres, morada que lhe preparariam os seus familiares, tornados antes dele à existência espiritual. (Obra citada, pp. 32 a 36.)
D. De que trata o quarto caso examinado na obra e que informações nele se contêm?

 R.: Extraído da obra de Mrs. Jessie Platts: The Witness, trata-se de uma coleção de comunicações mediúnicas obtidas graças à mediunidade da própria Mrs. Platts, viúva do Reverendo Charles Platts, que teve a infelicidade de perder seus dois filhos na Grande Guerra. As mensagens publicadas provêm do filho mais moço: Tiny, rapaz de 18 anos, morto quando combatia na frente francesa, em abril de 1917. Nas revelações feitas pelo rapaz, Bozzano destacou estes pontos: a) o fato de os Espíritos desencarnados ignorarem terem morrido; b) o sono reparador, a que estariam sujeitos todos os Espíritos recém-chegados ao mundo espiritual; c) o estado de insulamento em que ficam certos Espíritos, incapazes de perceber a presença dos Espíritos-guias pertencentes a uma hierarquia superior. (Obra citada, pp. 37 a 42.)

Texto para leitura

 17. Segundo caso - Este fato foi tirado do livro From Matter to Spirit, em que a personalidade mediúnica do Dr. Horace Abraham Ackley descreve a maneira por que seu Espírito se separou do corpo físico. (P. 27)

18. Transcrita a mensagem, Bozzano observa que, enquanto muitos Espíritos de mortos entram num meio mais ou menos radioso, onde são acolhidos por seus parentes desencarnados, aqui se vê, ao contrário, que o comunicante se encontrou em um meio nuvioso, isto é, nublado, onde foi acolhido amistosamente por dois Espíritos que lhe eram desconhecidos. (P. 29)

19. No caso em apreço, o comunicante afirma ter enfrentado também a experiência da “visão panorâmica” de seu passado, que pareceu aqui ter sido provocada pelos “guias espirituais”, com o fim de predispor o Espírito a uma espécie de exame de consciência. (P. 29)

20. O caso contém, ainda, a narração de um fato de bilocação no leito de morte, seguido do fenômeno consistente na situação que durante algum tempo o desencarnado conservou, pairando por cima do cadáver. (PP. 29 e 30)

21. Terceiro caso - Extraído do livro do Dr. Wolfe: Starling Facts in Modern Spiritualism, este caso apresenta Jim Nolan, o Espírito-guia do célebre médium Sr. Hollis, o qual, havendo sido soldado no curso da Guerra de Secessão da América e morto de tifo num hospital militar, responde a várias perguntas de um experimentador. (P. 31)

22. Jim Nolan disse que, ao entrar no mundo espiritual, parecia-lhe caminhar sobre um terreno sólido, quando encontrou sua avó, que o levou para longe dali, para sua morada. A morada da avó, onde ele repousou e dormiu naquela noite, tinha o aspecto de uma casa. “No mundo dos Espíritos – explicou ele –, há a força do pensamento, por meio do qual se podem criar todas as comodidades desejáveis...” (P. 32)

23. Esta informação, diz Bozzano, não é apenas um dos detalhes fundamentais a cujo respeito todos os Espíritos estão de acordo; é também a chave que permite explicar e resolver todas as informações e descrições aparentemente absurdas, incríveis ou ridículas dadas pelos Espíritos a respeito da vida espiritual. (PP. 32 e 33)

24. O poder criador do pensamento no meio espiritual é confirmado por fatos que se desenrolam no meio terrestre, onde o pensamento e a vontade são suscetíveis de criar e objetivar as formas concretas das coisas pensadas e desejadas. A diferença entre os dois meios é que, aqui, semelhante criação requer a participação de sensitivos especiais. Bozzano refere-se aos fenômenos de “ideoplastia” ou de “fotografias do pensamento”. (PP. 33 e 34)

25. As personalidades mediúnicas afirmam que as condições de existência espiritual são transitórias e dizem respeito, exclusivamente, à esfera mais próxima do mundo terrestre, isto é, a que se destina aos Espíritos recém-chegados. (P. 35)

26. Temos de reconhecer, diz Bozzano, que um ciclo de existência preparatória passe entre a existência encarnada e a de “puro Espírito”, de maneira a conciliar a natureza, por demais terrestre, do Espírito desencarnado, com a natureza transcendental da existência espiritual propriamente dita. (PP. 35 e 36)

27. O poder criador do pensamento permite obviar a este inconveniente: o Espírito, pensando na forma humana, se veria de novo em forma humana; pensando em estar vestido, achar-se-ia coberto de roupas que, sendo tão etéreas como o seu próprio corpo, lhe pareceriam tão substanciais como as vestes terrenas. É assim que ele encontraria novamente, no mundo espiritual, um meio e uma morada correspondentes a seus hábitos terrestres, morada que lhe preparariam os seus familiares, tornados antes dele à existência espiritual. (P. 36)

28. Jim Nolan passou também pela experiência da “visão panorâmica” de sua vida terrena, mas, em seu caso, o fenômeno se desdobrou sob a forma de “recapitulação de lembranças”. (PP. 36 e 37)

29. Quarto caso - Este fato foi tirado da obra de Mrs. Jessie Platts: The Witness. Trata-se de uma coleção  de comunicações mediúnicas muito interessantes, obtidas graças à mediunidade da própria Mrs. Platts, viúva do Reverendo Charles Platts, que teve a infelicidade de perder seus dois filhos na Grande Guerra. As mensagens publicadas provêm do filho mais moço: Tiny, rapaz de 18 anos, morto quando combatia na frente francesa, em abril de 1917. (P. 37)

30. Bozzano transcreveu a mensagem de Tiny, que resume em duas páginas as modalidades essenciais em que se desenrola normalmente a crise da morte para a grande maioria das pessoas. (PP. 38 e 39)

31. O autor assinalou na referida comunicação os seguintes detalhes: a) o fato de os Espíritos desencarnados ignorarem terem morrido; b) o sono reparador, a que estariam sujeitos todos os Espíritos recém-chegados ao mundo espiritual; c) o estado de insulamento em que ficam certos Espíritos, incapazes de perceber a presença dos Espíritos-guias pertencentes a uma hierarquia superior. (PP. 39 a 41)

32. Na mensagem, o Espírito afirmou, como outros já haviam dito,  que  não  existem  duas  personalidades espirituais que tenham de atravessar as mesmas experiências após a crise da morte. (P. 42)

33. Esta afirmação, segundo Bozzano, é absolutamente racional. Com efeito, se no mundo dos vivos não há duas individualidades que pensem da mesma maneira; se, pela “lei de afinidade”, todo Espírito gravita no plano espiritual que lhe é próprio; e se o pensamento de cada Espírito cria o seu meio objetivo e subjetivo, é certo que não pode haver duas personalidades espirituais que devam passar pelas mesmas vicissitudes durante o curso da crise da morte. (P. 42)


34. Eis aí uma das causas das pretendidas contradições das “revelações transcendentais”, que cumpre atribuir à variedade infinita dos temperamentos individuais, combinados com o grau evolutivo dos Espíritos. (P. 42) (Continua no próximo número.)

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