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segunda-feira, 19 de julho de 2010

91 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO X: BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: A INDULGÊNCIA – ITEM 17
 “Sede indulgentes para as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações, e o Senhor usará de indulgência para convosco, como usastes para com os outros.”
Assim inicia sua mensagem João, bispo de Bordeaux.
Novamente, a mesma recomendação da mensagem anterior, levando-nos à importância do entendimento de que, perante Deus e suas leis, somos todos iguais e nossa conduta em relação aos outros determina a maneira como essas leis serão aplicadas a nós.
Na prece do Pai Nosso que milhões e milhões de pessoas dizem, diariamente, na frase: “Perdoai-nos, Senhor, assim como perdoamos aos nossos devedores”, está-se assumindo, com Deus, o compromisso do esforço de perdoar aos que ofendem, mas, poucos se dão conta de que esse compromisso, não é o do pensamento ou da palavra, mas sim o da ação.
No exercício de sermos severos para com nossas falhas, estamos exigindo de nós o que devemos e podemos fazer, pois se já somos capazes de perceber nossos erros, já temos evolução suficiente para evitá-los.
O contrário se dá, quando julgamos o outro, do qual nada sabemos, por mais que o conheçamos. Não sabemos das suas experiências anteriores, dos seus sonhos, das suas angústias, frustrações e sofrimentos, das suas necessidades, dos motivos que o levam a agir dessa ou de outra forma. 
Para julgar alguém precisaríamos conhecê-lo como nos conhecemos.
Daí a necessidade de sermos severos para conosco e indulgentes para com os outros, se queremos ter paz interior, evitando maiores sofrimentos para nós mesmos.
Perdoar não é só o esquecimento das faltas, pois se as leis divinas se esquecerem das faltas, esquecerão também das conseqüências das ações boas, dos méritos. Sendo as leis divinas sábias e justas, nada pode ser simplesmente apagado, esquecido.
 O perdão de Deus não pode suspender as conseqüências de suas leis, visto que Ele, AMOR e SABEDORIA, não iria infringi-las.
  Quando pedimos perdão a Deus por nossas faltas, estamos ou deveríamos estar pedindo que Ele nos faculte os meios de repará-las da melhor maneira possível. Que Ele nos dê forças para não recairmos nos mesmos erros, proteção para libertarmo-nos das imperfeições que lhes dão origem e auxílio para entrarmos nesse novo caminho de arrependimento, de reparação, de submissão e de amor.
   Assim, devemos perdoar aos que nos ofendem. Esquecer as ações ofensivas, mas ir além, procurar ter para com ele pensamentos e sentimentos bons, fazendo por ele o que faríamos para com um amigo, assim como queremos que Deus faça conosco.
    Esse é o perdão que vem do coração esclarecido pela razão. É o amor em ação, é a caridade ativa e infatigável!
    “Substituí a cólera que mancha, pelo amor que purifica. Pregai pelo exemplo essa caridade ativa, infatigável, que Jesus ensinou. Pregai-a como ele mesmo o fez por todo o tempo em que viveu na Terra, visível para os olhos de corpo, e como ainda prega sem cessar, depois que se fez visível apenas para os olhos do Espírito. Segui esse divino modelo, marchai sobre as suas pegadas: elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o descanso após a luta. Como ele, tomai a vossa cruz e subi, penosamente, mas corajosamente, o vosso calvário: no seu cume está a glorificação.” 

Bibliografia:
KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Janeiro / 2009

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