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quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Livro dos Espíritos Estudo 17

VI - Resumo da Doutrina dos Espíritos

Nesta parte da Introdução ao "Estudo da Doutrina Espírita", encontraremos em sinopse, de forma concentrada, incisiva, breve os pontos principais, sobre os quais se estruturam e desenvolvem todo o conteúdo doutrinário.

Essa compilação foi transmitida por... "seres que se designam pelo nome de Espíritos e alguns, viveram como homens na Terra... Hoje constituem o mundo espiritual, como nós constituímos durante a nossa vida, o mundo corporal"...

Oferecem essa síntese, concentrada na evidência dos pontos básicos, material para que mais facilmente possam responder às objeções, que continuamente, pela falta de estudo, e conhecimento, a doutrina nova recebe.

Assim:

- Deus é eterno, imutável

- Criou o universo - entre as diferentes espécies

- Os seres materiais - a alma é um...

- O mundo espiritual

- O mundo corporal

- Os espíritos revestem

Há no homem três coisas:

1º - o corpo material igual ao dos animais e animado pelo mesmo fluido vital

2º - a alma ou ser imaterial, espírito encarnado no corpo

3º - o laço (perispírito) que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre o 1º (matéria) e o 2º (Espírito)

- Tem assim o homem, duas naturezas - pelo corpo idêntico ao dos animais participa da natureza material e pela alma da natureza dos Espíritos.

- O perispírito, laço que une essas duas realidades tão opostas possui natureza semimaterial, intermediando-se entre as duas primeiras.

- A morte destrói o corpo pela decomposição da matéria que o constitui. O Espírito estará sempre revestido pelo perispírito, que embora invisível para nós no seu estado normal, constitui-lhe o corpo etéreo, define-o como ser real que é e que muitas vezes pode ser percebido pelos sentidos da audição, vista e tato.

- Sendo os Espíritos, almas dos homens, não são como estes, iguais, em poder, inteligência, moralidade, saber etc. Encontraremos aqueles que, Superiores, se distinguem pela perfeição, pureza dos sentimentos, amor ao bem. Formam uma classe comumente conhecida como Espíritos puros. Os demais vão, à medida que se distanciam dessa perfeição, constituindo classes inferiores, inclinados as paixões tão conhecidas como ciúme, orgulho, inveja, ódio, etc. em proporções mais ou menos intensas, mescladas a aspirações de melhoria ou não, o que caracteriza imensa diversidade e variação de classes e subclasses. Em meio a essa inumerável classificação, haverá os que não são nem muito dispostos ao bem, nem totalmente direcionados ao mal. Constituem-se como perturbadores, intrigantes, maliciosos, inconseqüentes, estouvados, levianos.

O importante é que não se deterão eternamente nas faixas em que estão, mas todos melhorarão, através da encarnação que a alguns é imposta, como expiação, prova ou missão.

Repetidas vezes, convivendo com estímulos próprios, esses Espíritos, pelos esforços que farão, desenvolverá, através do conhecimento ou da dor, desejos de renovação até atingir a perfeição dos Espíritos Puros.

- Deixando o corpo, pela extinção do fluido vital que animava a matéria, a alma volta ao mundo dos Espíritos, e agora é Espírito errante, isto é, vive o estado daquele que se prepara, descansa e aguarda um novo reencarne.

- Passará portanto o Espírito, por incontáveis reencarnações seja na Terra ou em outros mundos, e esses reencarnes só se darão na espécie humana, jamais acontecendo em corpo animal. As diferentes existências corporais são sempre progressivas (jamais retrógradas). O que variará será a maior ou menor rapidez na trilha do progresso, uma vez que esta dependerá dos esforços de cada um.

- As qualidades ou defeitos da alma são aqueles que apresentam no ser, quando encarnados

- o homem de bem é a encarnação de um bom espírito. Um bom Espírito será esse homem de bem desencarnado. Na mesma proporção, estabelece-se o paralelo para o perverso, o impuro etc.

- A individualidade, portanto, mantém-se preservadas antes, durante e após a separação do corpo. Como conseqüência dessa preservação, ao regressar a vida espiritual a alma reencontra os vínculos estabelecidos quando encarnada. Situações importantes da última encarnação, e na medida da capacidade e necessidade do recordar, até existências anteriores se delineiam na memória, em lembranças no bem, no mal ou nos comprometimentos estabelecidos.

- Encarnado, o Espírito sofre a influência da matéria. Quando o homem se esforça, supera e se eleva pela prática do bem, aproxima-se dos bons Espíritos. Ao se deixar dominar pelas más paixões, aproxima-se dos Espíritos imperfeitos e faz preponderar a natureza animal, no instinto, que domina.

- Os Espíritos encarnam e habitam os diferentes globos do Universo. Os errantes, não se circunscrevem em regiões determinadas; estão por toda parte. Constituem uma população invisível que se agita ao nosso redor.

- Sofre o mundo moral e o físico, os Espíritos influem sem cessar constituindo-se como uma das forças vivas da Natureza, causa de inúmeros fenômenos. No campo moral sua ação se dá através do pensamento.

- Encarnados e desencarnados se relacionam normalmente - os bons convidam ao bem, fortalecem nas diferentes situações da vida. Os maus, incentivam ao mal e lhes dá imenso prazer ver alguém sucumbir, cair no seu estado.

- As comunicações podem ser ocultas e ostensivas. As primeiras, verificam-se pela influência boa ou má que despertam no ser, cabendo a este discernir se é proveniente de uma causa boa ou não. As comunicações ostensivas se dão através da palavra, da escrita, através dos médiuns que lhes serve de instrumento.

- Manifestam-se espontaneamente ou por evocação através de comunicações escritas ou verbais e são atraídos pela simpatia moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores, buscam reuniões sérias, em que predominam o amor ao bem, e o desejo sincero de instrução e melhoria.

Sua presença, afasta os Espíritos inferiores. Estes encontram livre acesso e agem com inteira liberdade entre as pessoas frívolas, curiosas. Desses Espíritos, colher-se-á mentiras, frivolidades, mistificações, brincadeiras. Freqüentemente, pela irresponsabilidade que os caracteriza, servem-se de nomes veneráveis para melhor induzirem ao erro.

- Para distinguir bom ou mau Espírito basta que se analise a linguagem, as formas de expressão dos mesmos. A que provém de Espíritos superiores, é digna, nobre, moral sem qualquer paixão inferior, onde as palavras revelarão sabedoria, prudência, incentivo ao bem. A forma de expressar-se dos Espíritos imperfeitos, é inconseqüente, banal, grosseira. Em resumo, as comunicações sérias, verificar-se-ão nos centros sérios onde os participantes se encontram unidos em íntima comunhão de pensamentos dirigidos para o bem.

- A moral dos Espíritos superiores busca a máxima evangélica... "fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam"... Ou seja, fazer o bem e não o mal. Ensinam que egoísmo, orgulho, sensualidade aproximam o homem de sua natureza animal prendendo-o a matéria. Este mesmo homem porém, educado no uso da circunstâncias materiais, pode libertar-se dessa influência pelo cultivo do amor ao próximo, nas atitudes de auxílio e desprendimento que possa gerar. Ainda, no mundo dos Espíritos nada há escondido - cada um exterioriza, reflete em sai o teor da essência. Essa presença constante do que realmente se é correspondem a penas e alegrias desconhecidas na Terra.

Ensinam ainda que não há situações irremissíveis, uma vez que todas podem ser, diminuídas, desgastadas, apagadas, através da expiação, que consistirá em se refazer no bem, o mal perpetrado.

Através das diferentes existências, cada um encontrar-se-á com situações que lhes permitirão avançar, segundo seus desejos, seus esforços, em progressão na busca da perfeição que é o objetivo final.

Estes pontos, sintetizam a Doutrina Espírita e vão encontrar aprofundamento em todo o decorrer de "O Livro dos Espíritos" em perguntas e respostas e mais se detalharão nos livros decorrentes - "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Céu e o Inferno" e "A Gênese".

Leda Marques Bighetti
Outubro / 2002

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