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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

 (Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores) Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO VI  
MANIFESTAÇÕES VISUAIS

Estudo 37

 - ENSAIO TEÓRICO SOBRE AS APARIÇÕES - Itens 101 A 104

No estudo destes itens é feita a distinção entre as chamadas visões que ocorrem durante o sono, pelos sonhos e as aparições propriamente ditas, as quais ocorrem no estado de vigília, em pleno gozo e completa liberdade da faculdade da pessoa que as vê.
As aparições apresentam-se geralmente com forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vaga e indecisa. Formam-se a partir de um clarão esbranquiçado, cujos contornos vão se desenhando aos poucos; de outras vezes são formas claramente acentuadas, distinguindo-se os menores traços do rosto. As maneiras, o aspecto é semelhante aos do Espírito quando encarnado.
Quanto à aparência, o Espírito se apresenta com aquela que melhor possa ser identificado, se esse for o seu desejo. Pode apresentar-se com defeitos corporais, apesar do Espírito não apresentar nenhuma deformidade. Uma particularidade a notar é que, exceto em circunstâncias especiais, as partes menos precisas das aparições são os membros inferiores, enquanto a cabeça, o tronco, os braços e as mãos aparecem nitidamente. As vestes variam de roupões que terminam em pregas flutuantes, de Espíritos mais elevados, às de Espíritos comuns, das pessoas que conhecemos, e que se vestem geralmente como o faziam nos últimos anos de sua existência. Os Espíritos superiores apresentam uma figura bela, nobre e serena. Os mais imperfeitos têm algo de feroz e bestial e algumas vezes trazem ainda os vestígios dos crimes que cometeram ou dos suplícios que sofreram.
As aparições têm algo de vaporoso, permitindo se veja através delas. É geralmente assim que os médiuns videntes as distinguem. Eles as vêm ir e vir, entrar num ambiente, circular por entre a multidão com ares de quem participa, ao menos os Espíritos vulgares, de tudo o que se faz ao seu redor, de se interessarem por tudo e ouvirem o que se diz.  Muitas vezes se aproximam de uma pessoa para lhe "assoprar" idéias, influenciá-la, quando Espíritos bons; quando são maus, mostrando-se tristes ou contentes com o que obtiveram. 
È assim o mundo oculto que nos envolve, no meio do qual vivemos sem o perceber, como vivemos entre as miríades de seres do mundo microscópico.
O Espírito, que quer ou pode fazer-se visível, reveste às vezes uma forma ainda mais precisa, com todas as aparências de um corpo sólido, a ponto de causar completa ilusão e dar a crer, aos que observam a aparição, que têm diante de si um ser corpóreo. Em alguns casos e dentro de algumas circunstâncias, a tangibilidade pode tornar-se real, isto é, possível se torna ao observador tocar, palpar, sentir, na aparição, a mesma resistência, o mesmo calor que num corpo vivo, o que não impede que a aparição se desvaneça com a rapidez do relâmpago. Nesses casos, já não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito, mas também pelo tato. 
Se podemos atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo já não ocorre quando se consegue segurá-la, palpá-la, e quando ela própria segura e abraça o observador. As aparições tangíveis são as mais raras, porém, os registros existentes na literatura espírita, como também os fatos atuais, constantes de experiências e observações parapsicológicas, provam e explicam os relatos históricos sobre pessoas que reapareceram após a morte com todas as aparências da realidade. De resto, como acentua Allan Kardec, por mais extraordinário que sejam semelhantes fenômenos, perdem todo o caráter de maravilhoso quando se conhece a maneira pela qual se produzem e se compreende que, longe de representarem uma derrogação de leis naturais, apresentam apenas uma nova aplicação dessas leis.
Tal é esse mundo oculto que nos cerca, dentro do qual vivemos sem o perceber, como vivemos, também sem darmos por isso, em meio das miríades de seres do mundo microscópico. O microscópio nos revelou o mundo dos infinitamente pequenos, de cuja existência não suspeitávamos; o Espiritismo nos revelou o mundo dos Espíritos, que, por seu lado, também constitui uma das forças ativas da Natureza. Com o concurso dos médiuns videntes, possível foi estudar o mundo invisível, conhecer-lhe os costumes, como um povo de cegos poderia estudar o mundo visível com o auxílio de alguns homens que gozassem da faculdade de ver.
          Em nosso próximo estudo veremos quais são as causas e como ocorrem as aparições.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, edição especial. Capivari: EME, 1997 - Cap VIII - Emancipação da alma


Tereza Cristina D'Alessandro
Agosto / 2004

Centro Espírita Batuira

cebatuira@cebatuira.org.br

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