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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016


 (Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores) Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO VI  

MANIFESTAÇÕES VISUAIS


Estudo 36
Item 100 (itens 19 a 30) - Perguntas sobre as Aparições
 Na sequência de nossos estudos, percebemos que Allan Kardec trata das questões referentes à visão de Espíritos, sempre de forma objetiva, clara e científica, Vamos analisá-las, então.
19ª A visão dos Espíritos ocorre no estado normal ou somente durante o êxtase?
 Pode ocorrer em condições perfeitamente normais. Entretanto, as pessoas que os veem estão quase sempre num estado especial, próximo do êxtase, estado que lhes dá uma espécie de dupla vista. (Ver O Livro dos Espíritos, n. 447).
20ª Os que veem os Espíritos o fazem com os olhos?
 Assim o julgam; mas, na realidade, é a alma quem vê e a prova é que podem ver com os olhos.
21ª Como pode o Espírito tornar-se visível?
 O princípio é o mesmo de todas as manifestações, reside nas propriedades do períspirito, que pode sofrer diversas modificações, à vontade do Espírito.
22ª Pode o Espírito propriamente dito fazer-se visível, ou só o pode com o auxílio do períspirito?
 No estado material em que vos achais, só com o auxílio de seus invólucros semimateriais podem os Espíritos manifestar-se. Esse invólucro é o intermediário por meio do qual eles atuam sobre os vossos sentidos. Sob esse envoltório é que aparecem, às vezes, com uma forma humana, ou com outra qualquer, seja nos sonhos, seja no estado de vigília, assim em plena luz, como na obscuridade.
23ª Poderíamos dizer que é pela condensação do fluido do perispírito que o Espírito se torna visível?
Condensação não é o termo. Essa palavra apenas pode ser usada para estabelecer uma comparação, que vos faculte compreender o fenômeno, porquanto não há realmente condensação. Pela combinação dos fluidos, o perispírito toma uma disposição especial, sem analogia para vós outros, disposição que o torna perceptível.
24ª Os Espíritos que aparecem são sempre inacessíveis ao tato e não podemos pegá-los?
 No estado normal de espíritos não podemos pegá-los, como não pegamos sonhos. Entretanto, podem impressionar nosso tato e deixar sinais de sua presença. Podem mesmo, em alguns casos, tornar-se momentaneamente tangíveis, o que prova a existência de matéria entre vós e eles.
25ª Todos são aptos a ver os Espíritos?
Durante o sono, todos; em estado de vigília, não. Durante o sono, a alma vê sem intermediário; no estado de vigília, acha-se sempre mais ou menos influenciada pelos órgãos. Daí não serem totalmente idênticas as condições nos dois casos.
26ª Como podemos ver os Espíritos em estado de vigília?
Depende da organização física. Reside na maior ou menor facilidade do fluido do vidente de se combinar com o do Espírito. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se; é também necessário que a pessoa a quem se quer mostrar tenha aptidão para vê-lo.
a) Pode essa faculdade desenvolver-se pelo exercício?
Pode, como todas as outras faculdades; mas, pertence ao número daquelas cujo desenvolvimento natural é melhor que o provocado, quando corremos o risco de superexcitar a imaginação. A visão geral e permanente dos Espíritos é excepcional e não pertence às condições normais do homem.
27ª Pode-se provocar a aparição dos Espíritos?
Isso algumas vezes é possível, porém, muito raramente. A aparição é quase sempre espontânea. Para provocá-la é necessário que se possua uma faculdade especial.
28ª Podem os Espíritos tornar-se visíveis sob outra aparência que não a da forma humana?
A humana é a forma normal. O Espírito pode variar-lhe a aparência, mas sempre com o tipo humano.
a) Não podem manifestar-se sob a forma de chama?
Podem produzir chamas, clarões, como todos os outros efeitos, para atestar sua presença; mas, não são os próprios Espíritos que assim aparecem. A chama não passa muitas vezes de uma miragem ou de uma emanação do períspirito. Em todo caso é somente uma parte do períspirito, que só aparece inteiramente nas visões.
O Professor Herculano Pires, tradutor de O Livro dos Médiuns que utilizamos em nossos estudos, esclarece que o períspirito só aparece integral nas visões, compreendendo-se o termo visões como manifestações do Espírito em corpo inteiro. Nas outras formas de manifestação, ele apenas projeta as imagens que deseja, como no exemplo estudado a seguir.
29ª Que se deve pensar da crença que atribui os fogos-fátuos à presença de almas ou Espíritos?
Superstição produzida pela ignorância. Bem conhecida é a causa física dos fogos-fátuos.
a) A chama azul que, segundo dizem, apareceu sobre a cabeça de Servius Tulius, na infância, foi real ou apenas uma lenda?
Era real e produzida por um Espírito familiar, que desse modo dava um aviso à mãe do menino. Médium vidente, essa mãe percebeu uma irradiação do Espírito protetor de seu filho. Os médiuns videntes variam de grau no tocante à percepção, como os médiuns psicógrafos variam na escrita. Enquanto essa mãe via uma chama, outro médium poderia ver o próprio Espírito. (Servius Tulius foi o sexto rei de Roma, entre os anos de 578-574 a. C., e realizou grandes obras).
30ª Poderiam os Espíritos apresentar-se sob a forma de animais?
Isso pode acontecer, mas são sempre Espíritos inferiores os que tomam essas aparências. Mas seriam sempre, em todos os casos, aparências passageiras, pois seria absurdo acreditar que um animal pudesse ser a encarnação de um Espírito. Os animais são sempre animais e nada mais que isso.
Nota de Allan Kardec: Somente a superstição pode fazer crer que certos animais são animados por Espíritos. É preciso uma imaginação muito complacente ou muito impressionável para ver algo de sobrenatural nas atitudes, às vezes, um pouco estranhas que eles tomam, mas o medo frequentemente faz ver aquilo que não existe. Mas, não só no medo tem sua origem essa ideia. Conhecemos uma senhora, muito inteligente, que estimava demais um gato preto, porque acreditava ser ele de natureza superanimal. Entretanto, nunca ouvira falar de Espiritismo. Se o tivesse conhecido, compreenderia o ridículo da causa de sua predileção, pois a doutrina lhe provaria a impossibilidade dessa metamorfose.
Concluindo nossas reflexões, mais uma vez identificamos o bom senso de Allan Kardec e dos Amigos Espirituais desmistificando inúmeras situações, às vezes presentes em nossas vivências, tidas como sobrenaturais ou resultantes da ação dos Espíritos. Compreendemos as condições para que ocorram as chamadas visões, que não são tão comuns, pois necessitam que o Espírito queira se mostrar e que a pessoa que o vê tenha aptidão, isto é, seja médium.
Em nosso próximo estudo abordaremos o Ensaio Teórico sobre as Aparições.
 BIBLIOGRAFIA
 KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2. Ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte. 
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, edição especial. Capivari: EME, 1997 - Cap VIII - Emancipação da alma.
  
Tereza Cristina D'Alessandro 
Julho / 2004

Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br

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