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quinta-feira, 24 de maio de 2012

OS “PRIVILÉGIOS” DE CHICO XAVIER (*)


“Meu amigo, eu não sei quais são os meus privilégios perante os Céus, porque fiquei órfão de mãe aos cinco anos de idade, fui entregue à proteção de uma senhora que, durante dois anos, graças a Deus, me favorecia com três surras de vara de marmelo por dia, empreguei-me numa fábrica de tecidos, aos oito anos de idade. E nela trabalhei durante quatro anos seguidos, à noite, estudando na escola primária durante o dia.
Não podendo continuar na fábrica, empreguei-me como auxiliar de cozinha, balcão e horta, num pequeno empório, durante mais quatro anos.
Em seguida , empregue -me numa repartição do Ministério de Agricultura, na qual trabalhei trinta e dois anos, começando na limpeza da repartição até chegar a escriturário, quando me aposentei; em criança, sofri moléstia de pele, fui operado no calcanhar, onde me cresceu um grande tumor; sofri dos doze aos quinze anos de coréia ou ‘mal de São Guido’; fui operado em 1951 de uma hérnia estrangulada; acompanhei a desencarnação de irmãos que me eram particularmente queridos em família; sofri um processo público em 1944, de muitos lances difíceis e amargos, por causa das mensagens do grande escritor Humberto de Campos; em 1958, passei por escandalosa perseguição com muitos noticiários infelizes da imprensa, perseguição de tal modo intensa, que me obrigaram a sair do campo reconfortante da vida familiar em Pedro Leopoldo, onde nasci, transferindo-me para Uberaba, em 1959, para que houvesse tranquilidade para os meus familiares, que não tinham culpa de eu haver nascido médium; em 1968, fui internado na Hospital “Santa Helena”, aqui, em São Paulo, para ser operado numa cirurgia de muita gravidade, e, agora, no princípio deste ano do cinquentenário de minhas pobres faculdades mediúnicas, agravou-se em mim um processo de angina que começou em novembro do ano passado... Angina essa com a qual estou lutando muito. Se tenho privilégios, como o senhor imagina, devo ter esses privilégios sem saber!”
(*) Resposta de Chico Xavier a um senhor que lhe perguntara, em 1977, durante uma reunião na cidade de São Paulo, se o médium, ao estar completando 50 anos de mediunidade, se considerava uma pessoa privilegiada. O texto está inserido no livro “Encontros no Tempo”, organizado por Hércio Marcos C. Arantes, editora IDE, de Araras - SP.

JORNAL DA MEDIUNIDADE
LIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO”
UBERABA-MG – INFORMATIVO MAIO/JUNHO – ANO 2009 – N.º 17
Jornalista Responsável: Juvan de Souza Neto
Endereço p/ correspondência:
Av. Elias Cruvinel, 1200 - B. Boa Vista -
38070-100 - Uberaba-MG
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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