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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

nl04_18_Palavras de benfeitora

CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz


Livro em estudo: Libertação
Tema: Palavras de benfeitora
Referência: Capítulo XVIII

TRECHOS DO CAPÍTULO

A reunião noturna guardava-nos surpreendente alegria.

(...)

Recomendou-nos o esquecimento dos velhos erros e aconselhou-nos atitude interior de sublimada esperança, emoldurada em otimismo renovador, a fim de que as nossas energias mais nobres fossem ali exteriorizadas. Esclareceu que um caso de socorro, quando orientado nos princípios evangélicos, qual sucedia no problema de Margarida, é sempre suscetível de comunicar alívio e iluminação a muita gente, elucidando, ainda, que ali nos encontrávamos para receber a bênção do Plano Superior, mas, para isso, tornava-se imperioso guardar inequívoca posição de superioridade moral, porque o pensamento, em reunião qual aquela, punha em jogo forças individuais de suma importância no êxito ou no fracasso do tentame.

(...)

_ Senhor Jesus (...)
(...)

Sabemos que nunca nos impediste o acesso aos celeiros da graça divina e não ignoramos que a tua luz, quanto a do Sol, cai sobre santos e pecadores, justos e injustos... Mas nós, Senhor, nos achamos atrofiados pela própria imprevidência. Temos o peito ressecado pelo egoísmo e os pés congelados na indiferença, desconhecendo o próprio rumo.(...)
(...)

Dentro da extensa noite que improvisamos para nós mesmos, pelo abuso dos benefícios que nos emprestaste, possuímos tão somente a lanterna bruxuleante da boa vontade, que a ventania das paixões pode apagar de um momento para outro.
(...)

Distanciados, agora, do corpo de carne, não nos deixes cadaverizados no egoísmo e na discórdia.
Envia-nos, magnânimo, os mensageiros de tua bondade infinita, para que possamos abandonar o sepulcro de nossas antigas ilusões!

(...)

O instrutor parecia vacilante, embora o halo radioso que lhe cobria gloriosamente a cabeça veneranda.

Chamou-me num sopro e informou:

_ André, dirige os trabalhos da reunião, enquanto devo fornecer recursos à materialização de nossa benfeitora Matilde. Vejo-a ao nosso lado, esclarecendo haver chegado a noite longamente esperada por seu coração materno. Antes do reencontro com Gregório, em companhia de bem-aventuradas entidades que a assistem, pretende quantos aqui hoje se candidatam ao serviço preparatório de ingresso em círculos superiores.

Tremi, perante a ordem, mas não hesitei.

Tomei-lhe o lugar, sem detença, enquanto o sábio mentor se recolhia a dois passos de nós, em profunda meditação.

(...)

Mais alguns instantes e Matilde surgiu diante de nós, venerável e bela.

O fenômeno da materialização de uma entidade sublimada ali se fizera prodigioso aos nossos olhos, em processo quase análogo ao que se verifica nos círculos carnais.

(...)

_ Meus amigos, todos guardais a hora feliz de abençoado retorno à esfera do recomeço; entretanto, a dádiva do vaso de carne é inapreciável bênção divina.

Não busqueis a reencarnação tão somente pela ânsia de olvido, nos sonhos do mundo que as tentações do campo inferior podem transformar em pesadelo.

A vida que conhecemos, até agora, é contínuo processo de aperfeiçoamento.

Não basta desejar. É imprescindível orientar o desejo na direção do Bem Infinito.
(...)

_ Não julgueis seja eu excepcional emissária do reino de luz. Sou humilde servidora, sem outro crédito perante o eterno Doador que não seja o de boa vontade. Meus pés jazem ainda marcados pelo pretérito obscuro e meu coração ainda guarda  cicatrizes recentes e profundas de experiências amargurosas, que os dias incessantes, até agora, não conseguiram apagar.

Não me confirais, portanto, nomes e títulos que não possuo. Sou simplesmente vossa irmã de luta, interessada em acordar-vos para a sublimidade do futuro.

Nosso coração é um templo que o Senhor edificou, a fim de habitar conosco para sempre.

Gloriosas sementes de divindade esperam-nos a harmonia e o ajustamento interiores para desabrocharem, dentro de nós mesmos, arrebatando-nos às esferas resplandecentes.

A aquisição das virtudes iluminativas, no entanto, não constitui serviço instantâneo da alma, suscetível de efetuar-se de momento para outro.

Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual.(...) Todos nós exteriorizamos energias, com as quais nos revestimos, e que nos definem muito mais que as palavras.

De que valeria o retorno à oficina da carne, sem conhecimento das obrigações que nos competem, ante a Justiça Divina? Que nos adiantaria o temporário esquecimento do passado, sem nos integrarmos na responsabilidade, a maior força capaz de nos socorrer nos círculos de matéria densa e que se traduz em tendência nobre a persistir conosco?

A volta à vestimenta física é uma bênção que poderemos conseguir à custa de generosas intercessões , quando nos faleçam méritos para obtê-la, no instante oportuno, por nós mesmos, tanto quanto é possível conseguir trabalho digno na Esfera da Crosta, movimentando amigos que nos conduzam aos objetivos disputados; no entanto, qual ocorre a muitos encarnados que se localizam em respeitáveis quadros de serviço, tão só para usarem direitos que nada fizeram pelos merecer, com flagrante abuso das leis que nos regem as ações, muitas almas procuram o santuário da carne, formulando precipitadas promessas, e nele penetram agravando os próprios débitos. Tímidas, levianas ou inconseqüentes, aproveitam o estágio bendito na Região da Neblina, para repetiram as mesas faltas de outra época, com absoluta perda do tempo, que é patrimônio do Senhor.

(...)

_ Rogais o regresso à sombra protetora da carne, no propósito de desfazer os sinais desagradáveis que vos marcam a veste espiritual. Contudo, já armazenastes suficiente força para esquecer os males que vos foram causados na Crosta da Terra? reconheceis os vossos erros, a ponto de aceitar a necessária retificação? Fortalecestes o ânimo, a fim de examinar as necessidades que vos são peculiares, sem aflições alucinatórias? Aprendestes a servir com o Cordeiro Divino, até ao sacrifício pessoal na cruz da incompreensão humana, anulando na própria alma as zonas viciadas de sintonia com os poderes das trevas? Já auxiliastes os companheiros de caminho evolutivo e salvador com a intensidade e a eficiência que vos justifiquem a rogativa de colaboração intercessora? Que boas obras já efetuastes a fim de rogardes novos recursos do Céu? Com quem contais para vencer nas experiências porvindouras? Acreditais, porventura, que o lavrador recolherá sem plantar? Armazenastes bastante serenidade e entendimento no coração, de modo a não vos intoxicardes amanhã, no plano físico, sob o bombardeio sutil dos raios pardos da cólera, da inveja ou do ciúme nefasto? Permaneceis convencidos de que ninguém se aquecerá ao Sol Divino, sem abrir o próprio coração às correntes da Luz Eterna? Ignorais, acaso, que é preciso igualmente trabalhar para que se mereça a bênção de um templo carnal na Terra? Que amigos beneficiastes para pedir-lhes a ternura e o sacrifício da paternidade e da maternidade no mundo, em vosso favor?

Não vos iludais.
(...)

Para nós, porém, senhores de vigorosa inteligência, que já respiramos em centenas de formas diversas e que já atravessamos vários climas evolutivos, ofendendo e sendo ofendidos, amando e odiando, acertando e errando, resgatando débitos e contraindo-os, a vida não pode resumir-se a mero sonho, como se a reencarnação constituísse simples processo de anestesia da alma.

É indispensável, pois, que nos refaçamos, aprimorando o tom vibratório de nossa consciência, alargando-a para o bem supremo e iluminando-a à claridade renovadora do Divino Mestre.

A mente humana, honrando os patrimônios celestiais que lhe foram conferidos, não poderá vegetar, à feição do arbusto enfezado que nada produz de útil na economia do orbe, nem deve imitar o irracional que se localiza na retaguarda da inteligência incompleta.

Uma existência entre os homens, por mais humilde, para nós outros é acontecimento importante demais para que o apreciemos sem maior consideração. Todavia, sem abraçar a noção de responsabilidade individual, que nos deve marcar o esforço de santificação, qualquer empresa dessa ordem é arriscada, porque em nosso aprendizado intensivo, na recapitulação, cada Espírito, segue sozinho no círculo dos próprios pensamentos, sem que os companheiros de jornada, com raríssimas exceções, lhe conheçam as esperanças mais nobres e lhe partilhem as aspirações dignificadoras. Cada criatura encarnada permanece só, no reino de si mesma, e faz-se indispensável muita fé e suficiente coragem para marcharmos vitoriosamente, sob o invisível madeiro redentor que nos aperfeiçoa a vida, até ao Calvário da suprema ressurreição.

(...)

_ Como iniciar o esforço de minha restauração?

(...)

 _ Outros irmãos, não longe de nós, suportando a carga das mesmas culpas, peregrinam, desditosos, entre o pesadelo e a aflição inomináveis. Abre teu coração para eles. Começarás ajudando-os a enxergar a senda regenerativa, alimentando-os com esperanças e ideais novos e atraindo-os ao trabalho de sublimação, pelo esforço, na constante aplicação do bem. Sofrer-lhes-ás as injúrias, os remoques, as incompreensões, mas descobrirás um meio de ampará-los com eficiência e brandura. Depois de semelhante sementeira, , principiarás a recolher as bênçãos da paz e de luz, porquanto, o Espírito que ensina com amor, embora delituoso e imperfeito, acaba aprendendo as mais difíceis lições da responsabilidade que adquire, transmitindo a outros revelações salvadoras que lhe não pertencem. Realizando esse serviço nobilitante, retomarás, então, mais tarde, o corpo físico, recapitulando os ensinamentos que gravaste na mente interessada em renovar-se. Reencontrarás, daí em diante, mil motivos para a cólera violenta; e a tentação de eliminar adversários, prostrando-os a golpe mortal, visitar-te-á com freqüência o coração. Se souberes , porém,  e, sobretudo,  se quiseres vencer os próprios impulsos destrutivos, quando te encontrares em plena e abençoada luta na "esfera do recomeço", plantando amor e paz, luz e aperfeiçoamento, ao redor dos teus pés, então terás demonstrado aproveitamento real e efetivo das dádivas recebidas e revelar-te-ás preparado para maior ascensão.

 (...)

 _ Grande mensageira do bem (...) Que farei para retornar à paz? Como traduzir o arrependimento que me enche a alma de infinita amargura?

 (...)

 _ Milhares de seres, despojados da roupagem fisiológica, estertoram em zona próxima, sob o guante cruel das paixões a que se algemaram, invigilantes. Poderás encetar o reajustamento de tuas energias, dedicando-te, nos círculos próximos ao levantamento dos sofredores de boa vontade. Com esquecimento de ti mesma, arrebatarás muitos Espíritos, cadaverizados no abuso, aos pântanos de dor em que se debatem. Plantarás na mente deles novos princípios e novas luzes, consolando-os e transformando-os, a caminho da harmonia divina, reconquistando, por tua vez, o direito de regresso ao campo bendito da carne. Reconduzida, então, à abençoada escola terrestre, receberás, talvez, a prova terrível da beleza física, a fim de que o contacto com as tentações da própria natureza inferior te retempere o aço do caráter, se conseguires manter fidelidade suprema ao amor santificante. Esta é a lei, minha filha! Para que nos reergamos com segurança, depois da queda ao precipício, é imprescindível auxiliar quantos se projetaram nele, consolidando, ante as dores alheias, a noção da responsabilidade que nos deve presidir às ações porvindouras, de modo que a reencarnação não se converta em novo mergulho no egoísmo. O único recurso de fugirmos definitivamente ao mal é o apoio constante no Bem infinito.

 (...)

 _ E que nenhum de nós admita o acesso fácil aos tesouros eternos, tão só porque atualmente nos vejamos libertos das cadeias beneméritas do corpo de carne. O Senhor criou leis imperecíveis e perfeitas para que não alcancemos o Reino da Divina Luz, ao sabor do acaso, e Espírito algum trairá os imperativos sábios do esforço e do tempo! Quem pretende a colheita de felicidade no século vindouro, comece desde agora a sementeira de amor e paz.

 (...)

QUESTÕES INICIAIS PARA NOSSO ESTUDO:

01) Gúbio, no início do capítulo, recomenda a posição de superioridade moral, uma vez que o pensamento em reunião como aquela punha em jogo forças individuais que penderiam para o êxito ou não da tarefa. Assim:

a) O que é o pensamento? O que significa? Qual sua força?

b) Qual a importância do pensamento? Por que?

02) Em determinado momento, a fim de poder ser medianeiro a Matilde, Gúbio chama André Luiz e pede que ele assuma a direção dos trabalhos. Qual deve ser, pois, a nossa posição quando chamados ao trabalho no bem? Justificar.

03) Comentar as seguintes assertivas:

a) "Nosso coração é um templo que o Senhor edificou, a fim de habitar conosco para sempre.

Gloriosas sementes de divindade esperam-nos a harmonia e o ajustamento interiores para desabrocharem, dentro de nós mesmos, arrebatando-nos às esferas resplandecentes.

A aquisição das virtudes iluminativas, no entanto, não constitui serviço instantâneo da alma, suscetível de efetuar-se de momento para outro."

b) "Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual. (...) Todos nós exteriorizamos energias, com as quais nos revestimos, e que nos definem muito mais que as palavras."

c) "Para nós, porém, senhores de vigorosa inteligência, que já respiramos em centenas de formas diversas e que já atravessamos vários climas evolutivos, ofendendo e sendo ofendidos, amando e odiando, acertando e errando, resgatando débitos e contraindo-os, a vida não pode resumir-se a mero sonho, como se a reencarnação constituísse simples processo de anestesia da alma.

É indispensável, pois, que nos refaçamos, aprimorando o tom vibratório de nossa consciência, alargando-a para o bem supremo e iluminando-a à claridade renovadora do Divino Mestre."

d) "(...) Todavia, sem abraçar a noção de responsabilidade individual, que nos deve marcar o esforço de santificação, qualquer empresa dessa ordem é arriscada, porque em nosso aprendizado intensivo, na recapitulação, cada Espírito, segue sozinho no círculo dos próprios pensamentos, sem que os companheiros de jornada, com raríssimas exceções, lhe conheçam as esperanças mais nobres e lhe partilhem as aspirações dignificadoras. Cada criatura encarnada permanece só, no reino de si mesma, e faz-se indispensável muita fé e suficiente coragem para marcharmos vitoriosamente, sob o invisível madeiro redentor que nos aperfeiçoa a vida, até ao Calvário da suprema ressurreição."

e) "E que nenhum de nós admita o acesso fácil aos tesouros eternos, tão só porque atualmente nos vejamos libertos das cadeias beneméritas do corpo de carne. O Senhor criou leis imperecíveis e perfeitas para que não alcancemos o Reino da Divina Luz, ao sabor do acaso, e Espírito algum trairá os imperativos sábios do esforço e do tempo! Quem pretende a colheita de felicidade no século vindouro, comece desde agora a sementeira de amor e paz"

04) Qual(is) o(s) ensinamento(s) que podemos apreender da palestra de Matilde? Justificar

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:

LE ( questões 166/171 - Capítulos VII e XII)

ESE (Capítulos: III, IV, XI, XII, XV)

C  O   N   C   L  U   S   Ã   O

 Como vimos no capítulo anterior, o lar de Margarida transformara-se num posto de socorro  espiritual,  para  onde
acorreu um grande número de espíritos sofredores, em busca de ajuda. O instrutor Gúbio aproveitou para reunir todos numa grande assembléia, à qual compareceu  a  benfeitora  Matilde,  espírito  de  grande  elevação,  que intercedera em favor d Margarida, sua filha em passagem pretérita. Proferiu a benfeitora instrutiva palestra, com sábios ensinamentos e orientações aos presentes sobre a realidade da nossa existência.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1) Gúbio, no início do capítulo, recomenda a posição de superioridade moral, uma vez que o pensamento em reunião como aquela punha em jogo forças individuais que penderiam para o êxito ou  não  da  tarefa. Assim:

a) O que é o pensamento? O que significa? Qual sua força?

Segundo definiu o instrutor Gúbio, o pensamento é "força criadora de nossa própria alma e, por isto mesmo, é a continuação de nós mesmos. Através dele, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal." Ou seja, é uma criação que resulta do uso que fazemos do nosso livre-arbítrio, refletindo o estágio de evolução moral e intelectual em que nos encontramos.  Sua força está no fato de se materializar e ganhar o espaço, através do fluido cósmico universal em que vivemos mergulhados.

b) Qual a importância do pensamento? Por que?

Mergulhando no fluido cósmico universal, o pensamento é levado por esse fluido a distâncias ilimitadas, chegando às mentes de encarnados e desencarnados. 

Com isso,  cria  um  vínculo  fluídico  entre  os  que  se  afinizam  por pensamentos da mesma natureza.  É essa natureza do  pensamento  que  vai  definir  a  nossa  sintonia  vibratória espiritual, que será boa ou má, conforme a qualidade do pensamento que emitimos.
   
2) Em determinado momento, a fim de poder ser medianeiro a Matilde,  Gúbio chama  André  Luiz  e  pede  que ele assuma a direção dos trabalhos. Qual deve ser, pois, a nossa posição quando chamados  ao  trabalho  no  bem?

Justificar.

O obreiro, quando chamado ao trabalho no bem, deve se apresentar incondicionalmente, sem indagar quanto ao salário. Devemos estar sempre preparados e pronto para o trabalho, que por vezes se nos  apresenta  quando não esperamos, como aconteceu com André Luiz. O nosso comportamento deve ser o mesmo adotado por esse benfeitor, que "tremeu", segundo sua própria linguagem, posto que não a esperava, mas não demonstrou hesitação, pondo-se, desde logo, a serviço.

No capítulo XX de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", há uma mensagem do Espírito de Verdade, em que ele ensina:

"Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: "Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra", porquanto o Senhor lhes dirá: "Vinde a mim,  vós  que  sois  bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão!"
   
3) Comentar as seguintes assertivas:

a) "Nosso coração é um templo que o Senhor edificou, a fim de habitar conosco para sempre.

Gloriosas sementes de divindade esperam-nos a harmonia e o ajustamento interiores para desabrocharem, dentro de nós mesmos, arrebatando-nos às esferas resplandecentes.

A aquisição das virtudes iluminativas, no entanto, não constitui serviço instantâneo da alma, suscetível de efetuar-se de momento para outro."

O reino de Deus está dentro de nós. Muitos o esperam numa região demarcada, que denominam "céu", para onde esperam ir após a "morte". No entanto, não precisamos "morrer" para encontrá-lo. Ele já está ao nosso alcance, no nosso coração, que, como disse Matilde, é um templo que Deus edificou para que o habitemos com Ele.

Como ensinou Jesus, vós sois  deuses.  Temos a divindade dentro de nós,  em  forma  de  sementes,  que desabrocharão à medida que formos nos amoldando à sua Lei,  despojando-nos  de  nossos sentimentos inferiores e entrando em sintonia com a perfeita harmonia do Universo.  Quando alcançarmos esse objetivo, seremos, então, arrebatados às esferas resplandecentes, como disse a benfeitora. Todavia, são aquisições que somente alcançaremos com muita luta, muita dor, muito sofrimento e muita renúncia em favor do próximo, através das reencarnações sucessivas. Ninguém se sublimará de um momento para o outro.
  
b) "Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual. (...) Todos nós exteriorizamos energias, com as quais nos revestimos, e que nos definem muito mais que as palavras."

É a lei de sintonia explicada de maneira clara e simples. Através de nossos atos e pensamentos, emitimos energias, fluidos, que podem ser bons ou maus, de acordo com a qualidade do que agimos e pensamos.  Por  intermédio dessa emanação fluídica, atraímos forças magnéticas de idêntica natureza, que se harmonizam com as que emitimos  e nas quais estaremos mergulhados, sofrendo suas influências no campo físico  e  psíquico.  Essa emanação fluídica que emitimos é a nossa verdadeira identidade. Por isso é que, no plano espiritual, o espírito não tem como disfarçar sua evolução, suas intenções e seus sentimentos. Sem a proteção do corpo físico, o espírito se desnuda e não mais pode se utilizar de aparências nem de palavras ocultar sua real situação.

c) "Para nós, porém, senhores de vigorosa inteligência, que já respiramos em centenas de formas diversas e que  já atravessamos vários climas evolutivos, ofendendo  e  sendo  ofendidos,  amando e odiando,  acertando  e  errando, resgatando débitos e contraindo-os, a vida não pode resumir-se a mero sonho, como se a reencarnação  constituísse simples processo de anestesia da alma. É indispensável, pois, que nos refaçamos, aprimorando o tom  vibratório  de nossa consciência, alargando-a para o bem supremo e iluminando-a à claridade renovadora do Divino Mestre."

Significa que não devemos levar uma vida contemplativa, abstendo-nos do trabalho pela nossa sobrevivência e pelo auxílio ao próximo. A reencarnação é uma oportunidade de crescimento que deve ser utilizada para a busca do nosso aperfeiçoamento moral e intelectual, despojando-nos dos nossos vícios e imperfeições e melhorando a  qualidade  da nossa freqüência vibratória e deixando penetrar em nossa consciência a luz de Jesus, que nos renova e fortalece.

d) "(...) Todavia, sem abraçar a noção de responsabilidade individual, que nos deve marcar o esforço de santificação, qualquer empresa dessa ordem é arriscada, porque em nosso aprendizado intensivo, na recapitulação, cada Espírito, segue sozinho no círculo dos próprios pensamentos, sem que os companheiros de jornada, com raríssimas exceções, lhe conheçam as esperanças mais nobres e lhe partilhem as aspirações dignificadoras.

Cada criatura encarnada permanece só, no reino de si mesma, e faz-se indispensável muita fé e suficiente coragem para marcharmos vitoriosamente, sob o invisível madeiro redentor que nos aperfeiçoa a vida, até ao Calvário da suprema ressurreição."

Embora sejamos seres cósmicos, vivendo numa coletividade em que todos dependem de todos, a evolução se faz individualmente. Cada um é o responsável pelo seu futuro, pelo êxito ou fracasso da sua  reencarnação.  O nosso apesar de caminhar junto conosco, não conhece as nossas necessidades evolutivas, o que nos faz permanecermos sós, no reino de nós mesmos, como disse a benfeitora.  Por isso é indispensável muita fé e coragem para prosseguirmos a caminhada, tendo sempre em mente que Jesus está à frente do processo.

 e) "E que nenhum de nós admita o acesso fácil aos tesouros eternos, tão só porque atualmente nos vejamos libertos das cadeias beneméritas do corpo de carne. O Senhor criou leis imperecíveis e perfeitas para que não alcancemos o Reino da Divina Luz, ao sabor do acaso, e Espírito algum trairá os imperativos sábios do esforço e do tempo! Quem pretende a colheita de felicidade no século vindouro, comece desde agora a sementeira de amor e paz"

"Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras."

Esse é o ensinamento de Jesus, narrado por Mateus em seu Evangelho, que a benfeitora Matilde traduziu através dessas belas palavras. Ninguém se sublimará sem esforço e trabalho, pois a lei de Deus é justa e igual para todos, não contemplando privilegiados. Colhemos hoje o que plantamos ontem e colheremos amanhã o que plantarmos hoje. Recomenda a benfeitora que comecemos a plantação desde já, tendo como adubo o amor e a paz.

4) Qual(is) o(s) ensinamento(s) que podemos apreender da palestra de Matilde? 

Justificar.

Como vimos acima, a bela oração de Matilde nos traz preciosos ensinamentos. Mostra-nos que somos uma centelha divina, que trazemos a divindade dentro de nós, adormecida, esperando que despertemos para ela; que é indispensável nos mantermos sintonizados com os bons espíritos, alimentando-nos de bons atos e pensamentos; que ninguém ganhará o reino dos céus sem esforço no sentido do bem; que somos os únicos responsáveis pelo nosso destino; que as leis de Deus são misericordiosas, mas também justas e não dispensa ninguém do trabalho.


Muita paz a todos.

Sala Nosso Lar


C V D E E

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