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sábado, 24 de outubro de 2015

Céu inferno_069_2ª parte cap. VI - Criminosos Arrependidos – Benoist

TEXTO PARA ESTUDO

Um Espírito se apresentou espontaneamente ao médium, sob o nome de Benoist, e disse ter morrido em 1704 e suportado horríveis sofrimentos.

1. Que éreis quando vivo?

 – R. Monge sem fé.

2. A falta de crença foi sua única falta?

 – R. Basta para arrastar os outros.

3. Podeis nos dar alguns detalhes sobre a vossa vida? A sinceridade da vossa confissão ser-vos-á contada.

– R. Sem fortuna e preguiçoso, eu escolhi as ordens, não por vocação, mas para ter uma posição. Inteligente, fiz para mim um lugar; influente, abusei do poder; vicioso, arrastei para as desordens aqueles que eu tinha a missão de salvar; duro, persegui aqueles que tinham a coragem de censurar os meus excessos; os in pace encheram-se com as minhas solicitudes. A fome torturou muitas vítimas; seus gritos, frequentemente, eram extintos com a violência. Desde então, expio e sofro todas as torturas do inferno; as minhas vítimas atiçam o fogo que me devora. A luxúria e a fome insaciadas me perseguem; a sede irrita os meus lábios ardentes sem jamais aí deixar cair uma gota refrescante; todos os elementos se obstinam contra mim. Orai por mim.

4. As preces que são feitas para os que morrem vos devem ser atribuídas como aos outros?

R. Credes que elas sejam bem edificantes. Elas têm para mim o valor daquelas que eu simulava fazer. Não cumpri as minhas tarefas. Dela não encontro o salário.

5. Nunca vos arrependestes?

– R. Há muito tempo; mas não veio senão depois do sofrimento. Como fui surdo aos gritos de vítimas inocentes, o Mestre é surdo aos meus gritos. Justiça!

6. Reconheceis a justiça do Senhor; confiai-nos à sua bondade e rogai para que vos ajude.

– R. Os demônios uivam mais alto do que eu; os gritos se afogam na minha garganta; eles enchem a minha boca com breu ferventes!... Eu o fiz, grande... ( o Espírito não pôde escrever a palavra Deus).

7. Não estais ainda bastante separado das idéias terrestres para compreender que as torturas que suportais são todas morais?

– R. Eu as suporto, eu as sinto, vejo os meus carrascos; todos têm um rosto conhecido; todos têm um nome que retine no meu cérebro.

8. O que pôde vos empurrar para todas as infâmias?

– R. Os vícios dos quais estava imbuídos; a brutalidade das paixões.

9. Nunca implorastes a assistência dos bons Espíritos para vos ajudarem a sair dessa posição?

– R. Eu não vejo senão demônios do inferno.

10. Deles tínheis medo quando vivo?

– R. Não, nada; o nada era a minha fé; os prazeres a todo preço eram o meu culto. Divindades do inferno, não me abandonaram; eu consagrei-lhes a minha vida, elas não me deixam mais!

11. Não entrevedes um fim para os vossos sofrimentos?

– R. O infinito não tem fim.

12. Deus é infinito em sua misericórdia; tudo pode ter um fim, quando ele o quer.

– R. Se eu pudesse querer!

13. Por que viestes vos inscrever aqui?

– R. Eu não sei como; mas quis falar como queria gritar para me aliviar.

14. Os vossos demônios não vos impediram de escrever?

– R. Não, mas estão diante de mim, me esperam; por isso, não gostaria de acabar.

15. É a primeira vez que escreveis assim?

– R. Sim.

– Sabíeis que os Espíritos podem se aproximar assim dos homens?

– R. Não.

– Como, pois pôde compreendê-lo?

– R. Eu não sei.

16. Que sentistes para vir perto de mim?

– R. Um entorpecimento nos meus terrores.

17. Como percebestes que estáveis aqui?

– R. Como se desperta.

18. Como fizestes para vos pôr em relação comigo?

– R. Eu não compreendo, mas não sentiste, tu?

19. Não se trata de mim, mas de vós; tratai de dar-vos conta do que fizestes neste momento quando eu escrevo.

– R. És o meu pensamento, eis tudo.

20. Não tivestes a vontade de me fazer escrever?

– R. Não, sou eu quem escreve, tu pensas por mim.

21. Tratai de vos dar conta; os bons Espíritos, que vos cercam, nisso vos ajudarão.

– R. Não, os anjos não vêm para esse inferno. Tu não estás só? 

– Vede ao vosso redor. 

– R. Sinto que me ajudam a pensar em ti... Tua mão me obedece. Eu não toco em ti, e eu te tomo... Não compreendo.

22. Pedi assistência de vossos protetores; iremos orar juntos.

 – R. Queres me deixar? Fique comigo; eles vão retornar. Peço-te isso, fica! Fica!

23. Eu não posso permanecer por muito tempo. Retornai todos os dia; oraremos juntos e os bons Espíritos vos ajudarão.

– R. Sim, quero a minha graça. Pedi por mim; eu, eu não posso.

O guia do médium – Coragem, meu filho; ser-lhe-á concedido o que pedes, mas a expiação ainda está longe de terminar. As atrocidades que cometeu são sem nome e sem número, e é tanto mais culpado porque tinha a inteligência, a instrução e a luz para se guiar. Faliu, pois, com conhecimento de causa; também os seus sofrimentos são terríveis; mas com o socorro da prece eles se abrandarão, porque verá o fim possível, e a esperança o sustentará. Deus o vê no caminho do arrependimento, ele deu a graça de poder se comunicar, a fim de que seja encorajado e sustentado. Pensa, pois, frequentemente, nele; deixamo-lo contigo para fortificar-se nas boas resoluções que poderá tomar, com a ajuda de teus conselhos. Ao arrependimento, sucederá nele o desejo da reparação; será então que ele mesmo pedirá uma nova existência, sobre a Terra, para praticar o bem no lugar do mal que fez, e quando Deus estiver satisfeito com ele, e vê-lo bem fortalecido, fá-lo-á entrever as divinas claridades que o conduzirão ao porto da salvação, e recebê-lo-á em seu seio, como o filho pródigo. Tem confiança, nós te ajudaremos a cumprir a tua obra.

PAULIN

Colocamos este Espírito entre os criminosos, se bem que não tenha sido atingido pela justiça humana, porque o crime consiste nos atos, e não no castigo infligido pelos homens.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1. Qual(is) foi (foram) o(s) crime(s), por assim dizer, que Benoist cometeu?

2. Benoist fez a sua primeira comunicação. Ele sabia o que estava acontecendo? Como entendia o fato?

3. Qual a finalidade da comunicação neste caso?

4. Benoist, se arrependendo, o que ocorrerá depois?

CONCLUSÃO

1. Influente, abusou do poder; vicioso, arrastou para as desordens aqueles que ele tinha a missão de salvar; duro, perseguiu aqueles que tinham a coragem de censurar os seus excessos. Os vícios aos quais estava imbuído, a brutalidade das paixões. As atrocidades que cometeu são sem nome e sem número, e é tanto mais culpado porque tinha a inteligência e a luz para se guiar. Faliu com conhecimento de causa.

2. Ele não sabia o que estava lhe acontecendo. Para ele, o médium escrevia o seu pensamento, não sabia exatamente como isso acontecia.

3. Deus o vê no caminho do arrependimento, ele deu a graça de poder se comunicar a fim de que seja encorajado e sustentado. Foi deixado aos “cuidados” do médium para que este fortificasse Benoist nas boas resoluções que poderia tomar, com a ajuda dos conselhos do médium.

4. Ao arrependimento, sucederá nele o desejo de reparação; será então que ele mesmo pedirá uma nova existência na Terra, para praticar o bem no lugar do mal que fez, e quando Deus estiver satisfeito com ele, e vê-lo bem fortalecido, fá-lo-á entrever as divinas claridades que o conduzirão ao porto da salvação, e recebê-lo-á em seu seio, como o filho pródigo.

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