Série:
A HISTÓRIA DE UMA MENSAGEM
“A Certeza definitiva de que a vida continua”
(39.ª Parte)
A história de hoje nos
faz, mais uma vez, voltar a 03 de maio de 1982, em São Paulo.
Era madrugada quando a
jovem Liane Helena Anéas de Paula, juntamente com o noivo Marcos e mais os
primos Alvimar e Márcia Marilda, envolveram-se num trágico acidente de trânsito
que decretou a desencarnação de todos eles. Na plenitude de seus 19 anos, Liane
era autêntica em suas ações, defensora dos mais fracos, amiga e companheira
ideal, sendo alvo de várias homenagens por parte dos amigos, o que revelava o
reconhecimento de todos por seu valor. A dor de seus pais e irmão seria abrandada
meses depois, através da mensagem psicografada em Uberaba, Minas, auxiliando-os
a suportar as amarguras no caminho dos compromissos assumidos por nós na rota
da evolução. Posteriormente, Lika transmitiria outra mensagem aos familiares,
demonstrando a sua adaptação à nova vida e revelando outros detalhes da
situação dos que se acidentaram com ela.
APENAS MAIS UM DETALHE.
“Agradeço as suas lembranças do nosso três de
maio passado... Ouvi suas preces e anotações, considerando que seria tão oportuno
o nosso encontro nessa data, mas entendi que para nos utilizarmos da letra, não
seria tão fácil naquele aniversário repleto de orações e de lágrimas. Após
deixá-la com as nossas flores e com as nossas reflexões à frente dos retratos
queridos, voltei-me ao nosso recanto espiritual, onde o Marcos, a Márcia
Marilda, o Alvimar e a Vó Cida me esperavam.”
Liane ou Lika revela neste
ponto de sua mensagem o conhecimento das manifestações de carinho de sua mãe
por ocasião da passagem da data de seu renascimento espiritual. Cita, também, o
fato de estar abrigada, com as demais vítimas do acidente que determinou a
morte física de todos, em determinado estabelecimento do Plano Espiritual, para
onde retornou após testemunhar as homenagens que lhe prestou sua mãe. A
existência de institutos, hospitais ou colônias situadas nos Planos Espirituais
não é novidade, pois bem antes de NOSSO LAR, o espírito Maria João de Deus na
obra CARTAS DE UMA MORTA, publicada pela LAKE, de São Paulo, além de A VIDA
ALÉM DO VÉU, já faziam revelações sobre elas.
PÁLIDA NOÇÃO.
“Regressava de seu ambiente amável com minhas
forças renovadas e pedi aos amigos me auxiliassem a incentivar a renovação do nosso
Marcos, que gradativamente se retoma.
Não obstante melhorando sempre, ele ainda assinala
recordações que lhe reconstituem o delírio dos primeiros dias em nosso novo mundo
de trabalho e de esperança. Pedi à Marilda e ao Alvimar organizarmos uma corrente
de paz e carinho, para que o nosso Marcos viesse conosco à própria Terra, sem que
ele soubesse de antemão o itinerário.
Uma excursão reconstituinte, eu disse a ele, e
logo após retornaremos. Marcos ainda não consegue locomover-se com facilidade
no setor da volitação. Entretanto, coloquei-o entre as mãos da Márcia e as
minhas, enquanto o Alvimar se nos ligava ao trio na condição de acompanhante.”
Como se vê, mais de um ano
havia se passado e, Marcos, um dos vitimados pelo acidente, apresentava pequena
melhora. Realmente é muito variável o tempo necessário para que o desencarnado
supere o trauma da morte.
Vários fatores interferem
e contribuem para isso. A ignorância sobre a sobrevivência, a influência das
mentalizações dos familiares que ficaram na retaguarda, as provas a que deve ser
submetido o desencarnante, a inaceitação do espírito quanto ao abrupto desligamento.
Curiosa a referência sobre
a distância a ser percorrida por ela e pelos amparadores do noivo,
permitindo-nos ter pelo menos uma noção sobre a distância espacial do local
onde permaneciam instalados.
VOLITAÇÃO.
“Foi a primeira experiência do Marcos na travessia
do mar aéreo, que rodeia a vida física do Planeta. E volitamos com tamanha alegria,
que me pareceu estarmos num balé da Tutti-Frutti, ensaiando passos que os
homens desconhecem. Descemos na periferia de uma bela cidade, e, retomando o
senso de equilíbrio, qual se retomássemos o corpo terrestre, caminhamos para o
centro urbano, enfeitado de belas hortênsias que refletiam a luz do Sol ao
anoitecer.”
Lika comenta sobre o meio
de locomoção de que se servem, ela e os companheiros, para acessar a dimensão
mais material que constitui a área por nós ocupada. Volitação é uma forma de
deslocamento utilizado por espíritos que já possuem certo domínio sobre si
mesmos e ocupam níveis espirituais mais elevados.
O elemento principal é o
pensamento que impulsiona os corpos espirituais na direção do destino
pretendido.
INTERAÇÃO.
“Uma festa de crianças felizes nos surpreendeu, em
pleno ar livre, e havia tanta beleza nos cânticos suaves que desferiam, e o ar
se fazia de tal modo embalsamado de aromas, que ele, Marcos, encantado, nos
perguntou em que mundo havíamos penetrado... Com a minha alegria natural,
expliquei-lhe que estávamos na Terra mesmo e que assistíamos a uma festividade
determinada, em que os júbilos infantis constituíam a nota dominante.
Marcos se alegrou vivamente, mostrando novo
brilho no olhar e, em seguida, pedi aos companheiros unirmo-nos com todas as
forças da vontade, a fim de superarmos as energias da gravitação. Erguemo-nos de
novo, sempre juntos e, depois de algum tempo, eu mesma solicitei uma visita a
uma favela de meu conhecimento.”
Percebe-se pelo relato de
Lika que o grupo tinha alvo definido, ou seja, um local onde se realizava
alguma atividade envolvendo crianças no Plano Físico. A percepção deles
naturalmente abrangia o clima vibratório resultante da alegria reinante no
local, que invariavelmente inclui a interação entre os organizadores das
diferentes dimensões, formando uma atmosfera de grande elevação. Digno de nota
também, a menção da utilização conjunta de todas as forças da vontade, a fim de
superarem as energias da gravitação, objetivando volitarem em direção ao outro
objetivo pretendido por Liane.
CONTRASTE.
“A parada se fez sem quaisquer ocorrências dignas
de menção, e novamente caminhamos mantendo a postura da antiga vida física e, quase
de imediato, surpreendemos o choro de dezenas de crianças que o frio
supliciava.
Maio anunciava as ondas geladas que se lhe reprimiam.
Andamos por becos sob o nome de supostas ruas estreitas e foi possível enxergar
o retrato da penúria em tantos rostos desfigurados a que o estômago vazio imprimia
uma impressão de intensa dor. Mães agoniadas e sem esperança ofereciam aos filhinhos
recém-nascidos a ânfora do peito, que nenhuma gota de leite emitiam em favor dos
pequeninos familentos. Alguns homens gritavam palavrões, mostrando desespero e,
revolta e, em toda parte, o desconforto plantando angústia. Era tão grande o
número das crianças atormentadas e chorosas, que o Marcos indagou de novo em
que mundo estaríamos agora, abordando o sofrimento, e a minha resposta não se
fez esperar.”
A jovem Lika
intencionalmente conduziu o grupo na direção de outra realidade, a fim de realçar
para Marcos o contraste entre o ambiente próprio da abastança e da escassez.
Tudo isso fisicamente não muito distante, compondo quadros da dimensão física.
Certamente, pretendia ela despertar no até então apático noivo a disposição de
integrar-se às legiões de servidores do Bem.
SERVIR É O CAMINHO DA
FELICIDADE.
“Mostrei a ele que continuávamos num outro quadro
da própria Terra, e somente aí o nosso querido amigo se capacitou a compreender
que víramos dois painéis diferentes um do outro, e percebeu que a festa era
irmã da necessidade e nos falou de como nos cabia trabalhar a fim de cooperar
no auxílio à penúria.
Vê-lo emitindo conceitos que o estimulavam ao
serviço no amor aos semelhantes, foi uma grande alegria que desejo partilhar
com a mãezinha Neusa. Desde então as melhoras dele se fizeram mais seguras.”
Pelo que se nota, a
estratégia surtiu efeito e, agora, transcorridos vários meses de sua chegada ao
Plano Espiritual, Marcos refletia positiva reação de integrar-se no campo do trabalho
eficaz. Como se vê, o trabalho produtivo é o melhor remédio para nos afastarmos
das lamúrias e reclamações.
A íntegra desta e outras
mensagens poderá ser lida na obra ANTE O FUTURO, publicado pela IDEAL.
“INFORMAÇÃO”:
REVISTA
ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXIV N° 401
FEVEREIRO 2010
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
Correspondência:
Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)
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