Vinde
a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor
silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que
daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daquele que, por efeito
das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a
tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! Espírito de
Verdade. (Paris, 1862)
O
Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap XX – Item 5.
Atendendo
a generosa solicitação do jovem Pedro Helvécio, trabalhador de
nosso plano nos serviços socorristas, endereçamos uma página de
sua lavra inspirada para meditação:
“Dentre
os ensinos de que mais carece o Espírito, a necessidade de respeito
às diferenças do outro é das lições mais urgentes a se
conquistar”.
“Nos
serviços da causa espírita a que te empenhas, vezes sem conta serás
chamado a conviver com os afins e contrários nas relações
interpessoais. Nessa hora, se te afeiçoas à vivência da ética
espírita-cristã, és convocado naturalmente a selecionares o teor
de tuas emoções com os que te partilham a tarefa”.
“Como
te posicionar frente aos que assumem declarada oposição contra ti e
tuas idéias? Como conviver harmoniosamente com os que pensam
diferentemente de ti? Sentes que se definires pela tolerância, serás
muita vez obrigado a abrir mão de tuas aspirações e permear por
uma postura conivente. Se definires pela exclusão, colocando
emocionalmente os menos afins na pauta das aversões e das
incompatibilidades, tua consciência expedirá uma queixa sistemática
ao teu sensível coração, clamando pela adoção da fraternidade”.
“Anseias
por uma postura ideal, mas o raciocínio confunde-te frente ao
desafio. Se toleras, és conivente. Se excluis, és sectário”.
“Na
regra áurea do amor encontrarás o caminho ideal. Quando Jesus
profere o fazer
aos outros o que gostaríamos que nos fizessem (1),
Ele não estabelece uma conduta de compensações e troca. Sobretudo,
o ensino do Mestre é um chamamento ao mergulho interior, no qual,
através da empatia, avaliarás qual a carga emocional que gostarias
de receber no lugar de teu próximo. Fazendo assim, perceberás de
pronto que podes tolerar teus desafetos e amá-los ardentemente, sem
subtrair-te aos teus anelos de serviço e projetos de ação, porque
o que verdadeiramente importa é como te encontras intimamente em
relações aos outros”.
“A
tolerância não implica aceitação incondicional. Pelo contrário,
a tolerância é atitude construtiva das condições para as boas
relações que, por sua vez, dissolvem as espessas nuvens do
malquerer. Podes ter divergências sem que essas, necessariamente,
excitem a dissidência...”.
“A
tolerância construtiva é aquela que gera as condições propícias,
no íntimo e nos exterior, para que haja o respeito, a convivência
pacífica e, até mesmo, a possibilidade da iniciativa conjunta”.
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“Tolera
sempre, sendo indulgente”.
“Tolera
incondicionalmente, usando o perdão”.
“Tolera
abnegadamente, guardando a paciência”.
“Tolera
com fé, entregando ao tempo a solução de muitas adversidades”.
“Tolera
compreendendo, pois cada pessoa tem seu patamar evolutivo”.
“Tolera
orando, evitando os círculos mentais de baixo teor moral”.
“Tolera
trabalhando. Ocupando a mente em idéias nobres não terás tempo a
disputas inferiores”,
“Tolera
aprendendo, buscando as lições sublimes do Cristianismo redivivo e
medita nas tuas necessidades”.
“Tolera
na discrição, abstendo-se de nomear pejorativamente pessoas e
grupos”.
“Tolera
na meditação, controlando o bulir dos sentimentos impetuosos que
elaboram os raciocínio de desforra”.
“Faze
tua parte na manutenção da tolerância construtiva e entrega-te a
Deus fervorosamente, dele esperando as respostas justa que expressem
Sua Vontade frente à tuas adversidades, no relacionamento com os
companheiros de jornada, no aprendizado espiritual”.
“Tolerando,
armas-te intimamente de recursos para o amor e, amando, serás sempre
um instrumento de Deus na mão das circunstâncias que, no momento
justo, chamar-te-ão à conciliação, ao entendimento a ao serviço
de união”.
“A
atitude de exclusão é das mais engenhosas manobras do orgulho.
Basta que alguém discorde dos teus pontos comuns de entendimento
para que inicie, nas profundezas do campo afetivo de teu ser, um
processo de indisposição afetiva que, se não for coibido na
origem, caminha para a aversão e, dessa, para os desaires da palavra
e da atitude”.
“Defenda
tuas idéias, crie teus projetos, mas jamais exclua do campo de teus
melhores sentimentos quanto vos não partilham as idéias ou se
indispõem contigo”.
“Cada
ser dá o que pode e possui nas construções espirituais, e ninguém
guarda consigo valores e conquistas suficientes para decretar
sentenças condenatórias. Cada qual, conquanto tuas imperfeições,
faz o melhor que pode em favor da causa. Compete a ti respeitar a
todos, orar pelos que vos maltratam e seguir teu caminho, porque
todos já têm uma sentença consciencial com a qual se defrontarão
na vida dos “mortos vivos”. Não esqueças que assim como eles,
também tu enfrentarás na “vida da verdade” o tribunal de tua
consciência, a te perguntar: fizeste ao próximo o que gostaria que
ele te fizesse?
“Respeite
a todos, conquanto não tenhas que pensar por igual; todavia,
exclusão, jamais.
(1)
Lucas 6:31 12
Conselho
Espírita de São Bernardo do Campo
“Encontros
de Atitudes de Amor”
Grupo
Fraternidade Espírita João Ramalho
Reunião
do dia 6 de julho de 2008
Tema
Central:
Alteridade
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