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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tolerância ou Exclusão?


Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daquele que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! Espírito de Verdade. (Paris, 1862)

O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap XX – Item 5.

Atendendo a generosa solicitação do jovem Pedro Helvécio, trabalhador de nosso plano nos serviços socorristas, endereçamos uma página de sua lavra inspirada para meditação:

Dentre os ensinos de que mais carece o Espírito, a necessidade de respeito às diferenças do outro é das lições mais urgentes a se conquistar”.

Nos serviços da causa espírita a que te empenhas, vezes sem conta serás chamado a conviver com os afins e contrários nas relações interpessoais. Nessa hora, se te afeiçoas à vivência da ética espírita-cristã, és convocado naturalmente a selecionares o teor de tuas emoções com os que te partilham a tarefa”.

Como te posicionar frente aos que assumem declarada oposição contra ti e tuas idéias? Como conviver harmoniosamente com os que pensam diferentemente de ti? Sentes que se definires pela tolerância, serás muita vez obrigado a abrir mão de tuas aspirações e permear por uma postura conivente. Se definires pela exclusão, colocando emocionalmente os menos afins na pauta das aversões e das incompatibilidades, tua consciência expedirá uma queixa sistemática ao teu sensível coração, clamando pela adoção da fraternidade”.

Anseias por uma postura ideal, mas o raciocínio confunde-te frente ao desafio. Se toleras, és conivente. Se excluis, és sectário”.

Na regra áurea do amor encontrarás o caminho ideal. Quando Jesus profere o fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem (1), Ele não estabelece uma conduta de compensações e troca. Sobretudo, o ensino do Mestre é um chamamento ao mergulho interior, no qual, através da empatia, avaliarás qual a carga emocional que gostarias de receber no lugar de teu próximo. Fazendo assim, perceberás de pronto que podes tolerar teus desafetos e amá-los ardentemente, sem subtrair-te aos teus anelos de serviço e projetos de ação, porque o que verdadeiramente importa é como te encontras intimamente em relações aos outros”.

A tolerância não implica aceitação incondicional. Pelo contrário, a tolerância é atitude construtiva das condições para as boas relações que, por sua vez, dissolvem as espessas nuvens do malquerer. Podes ter divergências sem que essas, necessariamente, excitem a dissidência...”.

A tolerância construtiva é aquela que gera as condições propícias, no íntimo e nos exterior, para que haja o respeito, a convivência pacífica e, até mesmo, a possibilidade da iniciativa conjunta”. 11

Tolera sempre, sendo indulgente”.

Tolera incondicionalmente, usando o perdão”.

Tolera abnegadamente, guardando a paciência”.

Tolera com fé, entregando ao tempo a solução de muitas adversidades”.

Tolera compreendendo, pois cada pessoa tem seu patamar evolutivo”.

Tolera orando, evitando os círculos mentais de baixo teor moral”.

Tolera trabalhando. Ocupando a mente em idéias nobres não terás tempo a disputas inferiores”,

Tolera aprendendo, buscando as lições sublimes do Cristianismo redivivo e medita nas tuas necessidades”.

Tolera na discrição, abstendo-se de nomear pejorativamente pessoas e grupos”.

Tolera na meditação, controlando o bulir dos sentimentos impetuosos que elaboram os raciocínio de desforra”.

Faze tua parte na manutenção da tolerância construtiva e entrega-te a Deus fervorosamente, dele esperando as respostas justa que expressem Sua Vontade frente à tuas adversidades, no relacionamento com os companheiros de jornada, no aprendizado espiritual”.

Tolerando, armas-te intimamente de recursos para o amor e, amando, serás sempre um instrumento de Deus na mão das circunstâncias que, no momento justo, chamar-te-ão à conciliação, ao entendimento a ao serviço de união”.

A atitude de exclusão é das mais engenhosas manobras do orgulho. Basta que alguém discorde dos teus pontos comuns de entendimento para que inicie, nas profundezas do campo afetivo de teu ser, um processo de indisposição afetiva que, se não for coibido na origem, caminha para a aversão e, dessa, para os desaires da palavra e da atitude”.

Defenda tuas idéias, crie teus projetos, mas jamais exclua do campo de teus melhores sentimentos quanto vos não partilham as idéias ou se indispõem contigo”.

Cada ser dá o que pode e possui nas construções espirituais, e ninguém guarda consigo valores e conquistas suficientes para decretar sentenças condenatórias. Cada qual, conquanto tuas imperfeições, faz o melhor que pode em favor da causa. Compete a ti respeitar a todos, orar pelos que vos maltratam e seguir teu caminho, porque todos já têm uma sentença consciencial com a qual se defrontarão na vida dos “mortos vivos”. Não esqueças que assim como eles, também tu enfrentarás na “vida da verdade” o tribunal de tua consciência, a te perguntar: fizeste ao próximo o que gostaria que ele te fizesse?

Respeite a todos, conquanto não tenhas que pensar por igual; todavia, exclusão, jamais.

(1) Lucas 6:31 12


Conselho Espírita de São Bernardo do Campo
Encontros de Atitudes de Amor”
Grupo Fraternidade Espírita João Ramalho
Reunião do dia 6 de julho de 2008
Tema Central:
Alteridade 

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