Espíritas!
Amai-vos, este o primeiro ensinamento; ” – O Espírito de Verdade
–( Paris, 1860.) - Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap VI –
Item 5
Junto
às agremiações que assumem a tutela do Espiritismo-Cristão,
devemos destacar como prioridade a construção de relacionamentos
saudáveis, duradouros, e que promovam a lídima liberdade, exercendo
o serviço e o aprendizado da construção de equipes que aprendam a
se amar nas diferenças, obedecendo aos imperativos da diversidade.
Relacionamentos
sinalizam para a tarefa lenta e progressiva do entendimento, da
alteridade, do desculpar-se – atitudes de perseverante caridade de
uns para com os outros na formação da convivência.
Convivência
fraterna e cristã é o resultado sublime da “entrega afetiva” e
do compartilhamento incondicional dos nobres ideais que preencherão
de amor os corações em reeducação. Entretanto, semelhante obra
das relações humanas reclama tecer, com o fio condutor da
confiança, o manto acolhedor da amizade sincera – virtude das
almas que creditam ao outro a hipoteca dos consórcios emocionais de
profundidade, na fieira das realizações do tempo...
Esse
manto protetor é o agasalho ante as intempéries da incerteza que
costuma surgir nos descuidos da maledicência, do escrúpulo
improdutivo e das obsessões intermitentes – resultado dos
intercâmbios humanos superficiais de pessoas e grupos que não se
permitem a proximidade e fixam-se nos “esconderijos emocionais”,
com lamentável medo de amar.
Confiança
é a concessão que espontaneamente creditamos uns aos outros em
regime de fé.
Brota na convivência e se fortalece na proporção em
que, por essa partilha diária, tornamo-nos progressivamente mais
credores desse elo afetivo, sob a tutela da autoridade moral.
Por
outro lado, a dúvida é erva daninha, extenso e fértil campo para a
sementeira da discórdia, da deserção, da inveja, do personalismo e
da obsessão.
Laboremos
por novos e mais auspiciosos dias em nossos encontros, teçamos a
rede da confiança em nossos grupamentos de labor espiritual
cultivando sinceridade com ternura, autoridade com exemplos
contagiantes; que esse empreendimento seja de molde a incentivar e
sustentar a psicosfera dos ambientes onde transitamos, exalando o
clima que todos anseiam de dúlcida paz e alegria, de festa nos
corações que aprenderam a amar Jesus.
Sem
confiança não há união sustentável, e sem os pilares de união
nenhuma edificação de valor consegue erguer-se por tempo necessário
na obtenção dos melhores resultados.
Não
basta, porém, a convivência amiga e agradável que pode derrapar no
apego, na intimidade particularista, na ausência de limites
educativos. Tornar-se imperiosa a formação de equipes que atendam a
propósitos sérios, nutridos no desejo de instrução e melhoria.
Sérios seriam os nobilitantes programas ajustados ao tratado de paz
e aperfeiçoamento, glorificados pelo guia e modelo, contido nas
diretrizes seguras da Boa Nova. 16
Jesus,
líder incomparável, arregimentou os discípulos na construção do
grupo amigo e fraterno e “deu-lhes poder” (1), ou seja, ajustou o
centro indutor de seus sentimentos a vibrar em sintonia com a força
Divina do Amor, ante os trâmites que a existência lhes apresentava.
Grupos
amigos sim, mas, além disso, propósitos sérios que instruam,
libertem e contribuam para o crescimento pessoal e grupal em direção
à vida imortal.
Analisando
os prismas da urgência em melhorarmos nossa vida interpessoal,
compreendemos com mais precisão os motivos que têm levado muitos
grupamentos de amor a permanecerem na esfera dos desejos valorosos,
ou nos sonhos de ventura, tombando, quase sempre, na decepção e na
descrença em razão do descompromisso de amar, primeiramente, o
próximo mais próximo nos ambientes espiritistas.
Não
foi sem razão a recomendação cristalina de Allan Kardec, quando
orientou sobre as condições morais dos participantes dos grupos de
nossa causa:
“Cordialidade
recíproca entre os membros;”
“Um
único desejo: o de se instruírem e melhorarem,(...)” (2)
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Amigo
servidor de nossa lida doutrinária!
Afeiçoa-te
ao clima de fraternidade, e não desista jamais de construir a
harmonia e o vigor moral em tuas relações.
Se
desistires, nunca encontrarás o trabalho pronto.
Se
te preocupas que haja laços mais amáveis e cordialidade, é porque
devem começar por ti.
Adianta
e assume o denodo no qual a grande maioria tem abandonado.
Convivência
no amor é fruto de superação pessoal na obra de renovação
interior.
Postergar
tal compromisso é o mesmo que adiar tua própria melhoria.
Feliz
a advertência do senhor em concitar o amor ao próximo na justa
medida do amor a si mesmo. É que teu convívio com o outro será o
reflexo fiel de como vivemos contigo nas experiências da vida
Constrói
teu grupo de amor e adiciona-lhes os propósitos elevados como
garantia imorredoura de vitória e felicidade, na Terra e na “Vida
dos Imortais”
(1)
– Mateus, 10:1
(2)
– Livro dos Médiuns – Cap. XXIX – Item 341
Conselho
Espírita de São Bernardo do Campo
“Encontros
de Atitudes de Amor”
Grupo
Fraternidade Espírita João Ramalho
Reunião
do dia 6 de julho de 2008
Tema
Central:
Alteridade
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