CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO
A SI MESMO
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 15
CARIDADE COM OS CRIMINOSOS
Robert
Felicité de Lamennais, que assina esta mensagem, de 1862, foi um padre,
filósofo e escritor francês, nascido em Saint - Malo, França em 1782.
Foi
autodidata, tendo sido ordenado sacerdote em 1816, aos 34 anos.
Escreveu
livros defendendo a autoridade da Igreja contra as tendências de independência
da Igreja francesa, de 1825 a 1829.
Depois,
muda para um catolicismo mais liberal, funda um jornal L’Avenir (O Futuro),
defendendo mais justiça social e a separação da Igreja e do Estado.
Suas
opiniões são condenadas pelo Papa Gregório VI, na encíclica Mirare vos (1832).
Em
1834, publica Palavras de Um Crente, obra lírica, onde lança um apelo em favor
da liberdade da igreja, que provoca sua ruptura com o Vaticano, pela encíclica
Singulari nos (1837).
Continua
escrevendo livros, desenvolvendo sua concepção de um cristianismo sem igreja,
capaz de reagrupar o povo, conduzindo-o ao progresso pela caridade.
Em
1841, ataca o governo, e foi condenado á prisão por um ano.
Em
1848, foi eleito deputado.
Desencarna
em Paris, em 1854, sem ter-se reconciliado com a igreja católica.
Nesta
mensagem de 1862, ele responde à questão:
“Um
homem está em perigo de vida. Para salvá-lo, deve-se expor a própria vida. Mas
sabe-se que é um malvado, e que, se escapar, poderá cometer novos crimes.
Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?"
Afirma
que responderá segundo o seu “adiantamento moral, desde que se trata de saber
se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor.”
“A
abnegação é cega. Socorre-se um inimigo; deve-se socorrer também um inimigo da
sociedade...”, justificando essa última afirmativa com o argumento de que,
provavelmente, com esse gesto está-se arrebatando-o da morte, mas também da sua
vida passada.
Nesses
momentos em que ele corre o risco de desencarne, toda sua vida se ergue diante
dele, em frações de segundos, podendo despertá-lo para o arrependimento, para uma
transformação, que o faz merecedor de continuar sua existência.
O
Espiritismo, esclarecendo a continuidade da vida do Espírito, demonstra que
sempre a caridade deve falar mais alto, independentemente das qualificações das
pessoas, pois ninguém pode prever as reações dos homens, diante de um ato de
amor.
Assim,
mesmo se não acontecer a vontade de transformar-se, ainda assim, a caridade
para com o próximo será sempre a melhor solução, tanto para quem dá como para
quem recebe.
Como
ninguém pode saber o que se passa no interior de qualquer pessoa, não se pode
deixar de fazer o bem para evitar supostas conseqüências.
Podemos
lembrar também que se houver o desencarne do salvador, provavelmente, ele já
estava previsto para ser desta forma, por alguma dívida do passado. Ele fez o
que sentiu dever fazer. Mas, mesmo se assim não for, esse desencarne será
sempre um ato de amor ao próximo, que o engrandecerá diante da Espiritualidade
Maior.
Sempre
que houver a possibilidade de auxiliar alguém, deve-se fazê-lo, sem indagar do
seu merecimento ou não. “Podeis salvá-lo:
salvai-o.”
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Fevereiro / 2010
Centro
Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Rua Rodrigues Alves,588
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