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sábado, 28 de janeiro de 2012

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ESTUDO 104


CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO



INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 15



CARIDADE COM OS CRIMINOSOS


Robert Felicité de Lamennais, que assina esta mensagem, de 1862, foi um padre, filósofo e escritor francês, nascido em Saint - Malo, França em 1782.
             Foi autodidata, tendo sido ordenado sacerdote em 1816, aos 34 anos.
             Escreveu livros defendendo a autoridade da Igreja contra as tendências de independência da Igreja francesa, de 1825 a 1829.
             Depois, muda para um catolicismo mais liberal, funda um jornal L’Avenir (O Futuro), defendendo mais justiça social e a separação da Igreja e do Estado.
             Suas opiniões são condenadas pelo Papa Gregório VI, na encíclica Mirare vos (1832).
             Em 1834, publica Palavras de Um Crente, obra lírica, onde lança um apelo em favor da liberdade da igreja, que provoca sua ruptura com o Vaticano, pela encíclica Singulari nos (1837).
             Continua escrevendo livros, desenvolvendo sua concepção de um cristianismo sem igreja, capaz de reagrupar o povo, conduzindo-o ao progresso pela caridade.
             Em 1841, ataca o governo, e foi condenado á prisão por um ano.
             Em 1848, foi eleito deputado.
             Desencarna em Paris, em 1854, sem ter-se reconciliado com a igreja católica.
             Nesta mensagem de 1862, ele responde à questão:
             “Um homem está em perigo de vida. Para salvá-lo, deve-se expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malvado, e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?"
             Afirma que responderá segundo o seu “adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor.”
             “A abnegação é cega. Socorre-se um inimigo; deve-se socorrer também um inimigo da sociedade...”, justificando essa última afirmativa com o argumento de que, provavelmente, com esse gesto está-se arrebatando-o da morte, mas também da sua vida passada.
             Nesses momentos em que ele corre o risco de desencarne, toda sua vida se ergue diante dele, em frações de segundos, podendo despertá-lo para o arrependimento, para uma transformação, que o faz merecedor de continuar sua existência.
             O Espiritismo, esclarecendo a continuidade da vida do Espírito, demonstra que sempre a caridade deve falar mais alto, independentemente das qualificações das pessoas, pois ninguém pode prever as reações dos homens, diante de um ato de amor.
             Assim, mesmo se não acontecer a vontade de transformar-se, ainda assim, a caridade para com o próximo será sempre a melhor solução, tanto para quem dá como para quem recebe.
             Como ninguém pode saber o que se passa no interior de qualquer pessoa, não se pode deixar de fazer o bem para evitar supostas conseqüências.
             Podemos lembrar também que se houver o desencarne do salvador, provavelmente, ele já estava previsto para ser desta forma, por alguma dívida do passado. Ele fez o que sentiu dever fazer. Mas, mesmo se assim não for, esse desencarne será sempre um ato de amor ao próximo, que o engrandecerá diante da Espiritualidade Maior.
             Sempre que houver a possibilidade de auxiliar alguém, deve-se fazê-lo, sem indagar do seu merecimento ou não. “Podeis salvá-lo: salvai-o.”
  
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Fevereiro / 2010


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