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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CEIFA DE LUZ - Capítulo 25

"Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim pra cumprir". Jesus (Mateus, 5:17)
No Monte Sinai, Moisés transmite o decálogo à toda a Humanidade. A esta Lei que Jesus se refere.
Todos os profetas que vieram depois de Moisés, chamaram a atenção para a observância dos dez mandamentos.
Jesus não veio destruir a Lei, não veio invalidar o decálogo, veio simplesmente fazer com que os homens vivessem a Lei.
Assim também o Espiritismo; não veio destruir ou combater religião alguma, mas veio nos ensinar a viver conforme nos ensina o Evangelho.
Emanuel inicia a lição nos dizendo: "Não matarás", diz a lei.
O texto não se refere, porém, unicamente à vida dos semelhantes.
"Não frustrarás a tarefa dos outros, porque a suponhas inadequada, de vez que toda tarefa promove quem a executa, sempre que nobremente cumprida".
Onde cada um estiver desenvolvendo a sua capacidade por menor que seja, devemos ter com eles o respeito, o incentivo, para que cada qual cumpra a sua tarefa de acordo com a sua capacidade.
Não dilapidarás a esperança de ninguém, porquanto a felicidade, no fundo, não é a mesma na experiência de cada um.
Não destruirás a coragem daqueles que sonham ou trabalham em teu caminho, considerando que, de criatura para criatura, difere a face do êxito.
Não aniquilarás com inutilidades o tempo de teus irmãos, porque toda hora é agente sagrado nos valores da criação.
Não extinguirás a afeição na alma alheia, porquanto ignoramos, todos nós, com que instrumento de amor a sabedoria Divina pretende mover os corações que nos partilham a marcha.
Não exterminarás a fé no espírito dos companheiros que renteiam contigo, observando-se que as estradas para Deus obedecem a estruturas e direções que variam ao infinito.
Reflitamos no bem do próximo, respeitando-lhe a forma e a vida. A Lei não traça especificações ou condições dentro do assunto; preceitua simplesmente: "não matarás".
Como diz Maria Dolores no livro Antologia da Espiritualidade:


Falando ao Senhor


Senhor!
Se hoje viesses em pessoa
Até nós,
Que te diria eu?
Que milhões e milhões de companheiros
Vagam em desatino
Sem cogitarem de saber
O que são e quem são?
Que penúria de espírito campeia,
Insuflando amargura e rebeldia,
Sofrimento, ilusão?
Que o medo, em se alastrando,
Na escura inquietação a que se aferra,
Gera conflito e angústia, em toda parte,
Nos caminhos da Terra?
Que a riqueza do ouro não remove
Tristeza e solidão da alma ferida,
Que os engenhos perfeitos do progresso
Não enxugam as lágrimas da vida?
Que te diria eu, Jesus, se te encontrasse?
Que nos condói fitar a multidão
Dos que fogem de si mesmos,
Dando-se à dor maior por onde vão?
Que nos comove contemplar
A inteligência rica e, entretanto, insegura,
Elevando o conforto
Sem saber dissipar as sombras da loucura?
Que diria, Senhor?
Não te diria nada disso,
Pois sabes tudo ver muito mais do que nós,
Rogar-te-ia tão somente
A bendita prisão
Na força do dever
Que me guarde em serviço,
Para que eu saiba compreender
Sem azedume e sem alarme
Como aperfeiçoar-me
Para aceitar-te, enfim,
Porque tudo, Senhor, estará justo e certo,
Do que eu veja no mundo, longe ou perto,
Se a tua luz brilhar dentro de mim.


Livro: Ceifa de Luz
Pelo espírito de Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier


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