As
Causas Primárias
Capítulo
I
Deus
I. Deus e o Infinito
II. Provas da Existência de Deus
III. Atributos da Divindade
IV. Panteísmo
III
- Atributos da Divindade - 10 a 13
Prosseguindo
em nossas reflexões sobre a idéia que o homem atual pode fazer de Deus,
conferindo-lhe atributos que no seu linguajar representa-lhe um máximo em
qualidades designa-o como:
"(...) — Deus é a suprema e soberana
inteligência. É limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer,
nem compreender tudo o que existe. A de Deus, abrangendo o infinito, tem que
ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos
conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o
primeiro não faria e assim por diante, até ao infinito.
— Deus é eterno, isto é, não teve começo e
não terá fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Ora, não sendo
o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir, ou, então, teria sido criado
por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe
supuséssemos um começo ou fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes
dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao infinito.3
— Deus é imutável. Se tivesse sujeito a
mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.
— Deus é imaterial, isto é, a sua natureza
difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria
imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.
Deus carece de forma apreciável pelos nossos
sentidos, sem o que seria matéria. Dizemos: a mão de Deus, o olho de Deus, a
boca de Deus, porque o homem, nada mais conhecendo além de si mesmo, toma a si
próprio por termo de comparação para tudo o que não compreende. São ridículas
essas imagens em que Deus é representado pela figura de um ancião de longas
barbas e envolto num manto. Têm o inconveniente de rebaixar o Ente supremo até
às mesquinhas proporções da Humanidade. Daí a lhe emprestarem as paixões
humanas e a fazerem-no um deus colérico e cioso não vai mais que um passo.3
— Deus é onipotente. Se não possuísse o
poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim
por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro
ultrapassasse. Esse então é que seria Deus. 3
— Deus é soberanamente justo e bom. A
providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas,
como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça,
nem da sua bondade.
O fato de ser infinita uma qualidade, exclui a
possibilidade de uma qualidade contrária, porque esta a apoucaria ou anularia.
Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante
parcela de malignidade, nem o ser infinitamente mau conter a mais
insignificante parcela de bondade, do mesmo modo que um objeto não pode ser de
negro absoluto, com a mais ligeira nuança de branco, nem de um branco absoluto
com a mais pequenina mancha preta.
Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e
mau, porque então, não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau
supremo, não seria Deus; todas as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e
para nenhuma haveria estabilidade. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de
ser ou infinitamente bom ou infinitamente mau. Ora, como suas obras são
testemunho da sua sabedoria, da sua bondade e da sua solicitude, concluir-se-á
que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele
necessariamente tem de ser infinitamente bom.
A soberana bondade implica a soberana justiça,
porquanto, se ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só
circunstância que fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas,
já não seria soberanamente justo e, em conseqüência, já não seria soberanamente
bom.
Até
o próximo mês, ao continuarmos a análise dos atributos, fica-nos nas propostas
de Emmanuel a certeza invariável da presença de Deus a nos envolver.
"(...) Acreditas-te frágil, mas
Deus lhe suprirá de energias.
Reconheces a própria limitação, mas
Deus te conferirá crescimento.
Afirmas-te sem ânimo, mas Deus te
propicia coragem.
Declaras-te pobre, mas dispões das
riquezas infinitas Deus.
Entendemos, porém, que o processo de
assimilar os recursos divinos será sempre o serviço prestado aos outros."
Bibliografia:
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos - 10 a 13
2.
KARDEC, Allan. A Gênese - cap. II
3.
Xavier, F. C. - Emmanuel (Espírito) Palavras de Vida Eterna - 180
Leda Marques Bighetti
Fevereiro / 2005
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Rua Rodrigues Alves,588
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Tibério - Cep 14050-390
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