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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

101 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: O EGOÍSMO - ITEM 12

               Blaise Pascal, cientista francês e filósofo religioso, nasceu em 19 de junho de 1623, em Clermont. Estudou com seu pai, Pascal d’Etienne, um nobre e funcionário do governo, demonstrando uma genialidade precoce em matemática e ciência, principalmente física.

             Aos 16 anos escreveu um Tratado sobre as secções dos cones, que ganhou o respeito dos matemáticos de Paris. Aos 19, construiu uma máquina calculadora, para ajudar seu pai nos cálculos complicados que precisava fazer no seu trabalho na prefeitura.

             Desenvolveu estudos em geometria, hidrodinâmica, hidrostática e pressão atmosférica, descobriu a lei, que foi denominada Lei de Pressão Pascal.

A ele é creditado a descoberta da teoria matemática da probabilidade.

             Em 1646, seu pai sofreu um acidente e foi cuidado, com muita dedicação por dois enfermeiros jansenistas, até curar-se, deixando a família impressionada com o ideal religioso.
             Na noite de 23 de novembro de 1654, Pascal teve uma experiência espiritual, entrando em estase, por duas horas, teve uma visão, que o levou a decidir-se pela religião católica.

             Participou do movimento religioso na França, conhecido como Jansenismo, segundo as idéias de Cornelius Otto Jansen (1585-1636), teólogo e bispo católico, holandês. Seus escritos foram publicados dois anos após sua morte, num livro chamado Augustinus, que confrontava a teologia de Santo Agostinho com as tendências do catolicismo de então, principalmente, os jesuítas.

             Em defesa do teólogo Antoine Arnauld, jansenista ativo, excluído da Faculdade de Teologia de Paris, onde era professor, Pascal, escreveu 18 cartas, a um provincial e aos jesuítas, mais tarde publicadas em livro “Letres Provinciales”, sendo também condenado pelos professores de Teologia da Sorbonne.

             A partir de 1655, viveu de modo ascético e desenvolveu marcantes trabalhos na área da filosofia, sendo, nessa área, sua obra mais importante “Pensamentos”, escritos nos seus últimos anos de vida na Terra, onde apresenta suas idéias sobre a fé em Deus e sobre o sofrimento humano, publicado anos após seu desencarne, em 19 de agosto de 1662, de um tumor cancerígeno no estômago, que chegou ao cérebro. *

             “Se os homens se amassem, reciprocamente, a caridade seria mais bem praticada. Mas para isso, seria necessário que vos esforçásseis no sentido de livrar o vosso coração dessa couraça que o envolve a fim de torná-lo mais sensível ao sofrimento do próximo.”
             Assim, inicia Pascal sua mensagem.

             A couraça a ser eliminada é a do egoísmo, que impede o homem de sensibilizar-se com as necessidades dos outros, com suas dores e seus sofrimentos, levando-o a ver-se, somente a si, como o centro de tudo e de todos
             A rigidez, em relação aos demais, mata os bons sentimentos, impedindo-os de se desenvolver.

             Assim, o egoísmo impede o desenvolvimento do amor ao próximo, que deve se desenvolver, segundo determinação divina, nos corações de toda a humanidade.
             Pascal também cita Jesus, como O Modelo a ser seguido.

             Ensinava, exemplificava, atendia a todos que o procuravam, ouvindo-os, dando-lhes atenção, não se importando com as reações de ninguém, sem receio do que pudessem pensar ou falar, como demonstram diversas passagens dos Evangelhos, tais como: a conversa com a samaritana, que muito surpreendeu seus discípulos (João, IV: 1 a 30), a visita à casa de Zaqueu, mal visto por seus conterrâneos, por ser cobrador de impostos (Lucas: XIX: 1 a 10), curando aos sábados, dia proibido às atividades não religiosas, sendo essas as prescritas pela religião. (Mateus, 12: 1 a 8), comendo com publicanos e pecadores (Mateus, IX: 10 a 12) e muitas mais.

             Com serenidade, continuava a dizer coisas novas, contrariando, muitas e muitas vezes, as concepções da época.

             Sabia que provocava revolta em uns, medo em outros, mas continuava ensinando, despertando consciências, aliviando dores, curando doenças, esclarecendo dúvidas, estimulando inteligências a pensar, sereno, tranqüilo, consciente da sua tarefa de lançar sementes aos que o ouviam, porque confiava em Deus, nas Suas leis e na perfectibilidade dos homens.

             Jesus é o Maior Exemplo de vivência de amor ao próximo, sem qualquer sinal de egoísmo.

             Quando grande parte dos homens, ou a sua maioria tiver a preocupação de viver a caridade, uns para com os outros, quando procurarem fazer bem aos seus próximos, sem eximir-se da responsabilidade, que é de todos, do auxilio mútuo, sempre, nas suas necessidades, o mal, envergonhado, se anulará, porque se sentirá deslocado.
             Então, os egoístas restantes quererão aprender a amar o próximo como a si mesmo.

             Pascal conclama os espíritas a darem esse exemplo, sendo caridosos para com todos, indistintamente.

             Lembremo-nos, nós, os espíritas, que a caridade começa em casa, devendo continuar nos Centros Espíritas, nos locais de trabalho, de lazer, expandindo-se por toda parte, onde estivermos.

             “O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade, não há tranqüilidade na vida social, e digo mais, não há segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, essa vida será sempre uma corrida favorável ao mais esperto, uma luta de interesses, em que as mais santas afeições são calcadas aos pés, em que, nem mesmo os sagrados laços de família são respeitados”.

             Essas duas últimas frases de Pascal parecem-me muito apropriadas ainda para os dias de hoje, diante da situação de violência e de insegurança, existentes em quase todas as nações, e da valorização da inteligência, do dinheiro e do poder, usados com esperteza, com malícia, com mentiras em favor de interesses particulares ou públicos, no desprezo aos sofrimentos, necessidades materiais e espirituais de muitos.

             Sem o combate individual e coletivo na eliminação do egoísmo e do orgulho, os homens continuarão fazendo sua evolução espiritual de forma muito mais lenta e mais sofrida do que com a caridade, que estimula a solidariedade, a fraternidade entre todos, homens e nações, levando-os ao amor ao próximo como a si mesmo.

             * Dados extraídos da Internet: Jornal Mundo Espírita- setembro de 2001

Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Novembro / 2009

JOÃO 4
1 Quando, pois, o Senhor soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos do que João
2 (ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos)
3 deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia.
4 E era-lhe necessário passar por Samária.
5 Chegou, pois, a uma cidade de Samária, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó dera a seu filho José;
6 achava-se ali o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-se assim junto do poço; era cerca da hora sexta.
7 Veio uma mulher de Samária tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
8 Pois seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
9 Disse-lhe então a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (Porque os judeus não se comunicavam com os samaritanos.)
10 Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva.
11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa água viva?
12 És tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado?.
13 Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede;
14 mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la.
16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá.
17 Respondeu a mulher: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido;
18 porque cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade.
19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22 Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus.
23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
24 Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
25 Replicou-lhe a mulher: Eu sei que vem o Messias (que se chama o Cristo); quando ele vier há de nos anunciar todas as coisas.
26 Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.
27 E nisto vieram os seus discípulos, e se admiravam de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe perguntou: Que é que procuras? ou: Por que falas com ela?
28 Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens:
29 Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto eu tenho feito; será este, porventura, o Cristo?
30 Saíram, pois, da cidade e vinham ter com ele.

LUCAS 19
1 Tendo Jesus entrado em Jericó, ia atravessando a cidade.
2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, o qual era chefe de publicanos e era rico.
3 Este procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, porque era de pequena estatura.
4 E correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque havia de passar por ali.
5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa; porque importa que eu fique hoje em tua casa.
6 Desceu, pois, a toda a pressa, e o recebeu com alegria.
7 Ao verem isso, todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser hóspede de um homem pecador.
8 Zaqueu, porém, levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor, dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho restituo quadruplicado.
9 Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porquanto também este é filho de Abraão.
10 Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.

MATEUS 12
1 Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os seus discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer.
2 Os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é lícito fazer no sábado.
3 Ele, porém, lhes disse: Acaso não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros?
4 Como entrou na casa de Deus, e como eles comeram os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes?
5 Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?
6 Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o templo.
7 Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes.
8 Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor.

MATEUS 9
10 Ora, estando ele à mesa em casa, eis que chegaram muitos publicanos e pecadores, e se reclinaram à mesa juntamente com Jesus e seus discípulos.
11 E os fariseus, vendo isso, perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com publicanos e pecadores?
12 Jesus, porém, ouvindo isso, respondeu: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos.


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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

PALAVRAS DE VIDA ETERNA - ESTUDO 48

LIVRO: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”

Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel

Caridade e Riqueza

"Pois somos a feitura dele, criados em Jesus Cristo para boas obras."- Paulo
                                            (EFÉSIOS, 2:10)

As boas obras da caridade vêm naturalmente de conformidade com a fé, a confiança e são espontâneas, pois, conforme disse Tiago a fé sem obras é estéril, morta em si mesma.

"Porque somos feitura Sua, criados em Jesus Cristo para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas", escreveu Paulo aos efésios, para que compreendessem que as boas obras são condição inalienável para quem quer seguir Jesus, é o bem surgindo espontaneamente em nós, que somos "feitura Sua", quando atingirmos a perfeição do Espírito.

Hoje, ainda, muitas pessoas têm visão limitada sobre o que é caridade. Acreditam que ser caridoso é simplesmente distribuir bens materiais.

A Doutrina Espírita ensina que existem outras formas pelas quais se pode exercer a caridade, independente dos cuidados que se tem com aqueles que estão em dificuldade financeira.

A caridade material pode ser aplicada a certo número de pessoas sob a forma de socorro, amparo, etc.

A caridade moral abrange a todas as pessoas que de alguma forma convivem conosco. Não consiste em esmolas, porém, numa benevolência que deve envolver todas as criaturas, tanto o rico como o pobre, o intelectual como o ignorante, e para exercer essa caridade não há necessidade de riqueza material, mas, da única riqueza que não oferece perigos, é a riqueza espiritual, os tesouros morais que o homem venha a adquirir.

É a riqueza que se traduz na posse dos sentimentos elevados, da qual o maior exemplo que a Terra conhece é Jesus, que sem possuir nenhum bem material foi quem mais fez pelos semelhantes, quem mais espalhou o bem com os bens sublimes do Espírito. Deu assistência aos enfermos, encorajou os desalentados, consolou os aflitos, etc.

No entanto, a riqueza material não pode ser considerada uma coisa ruim, porque em si mesma ela é neutra, o uso que se faz dela é que vai determinar a sua utilidade boa ou não.
Todas as pessoas, independente da situação financeira, podem distribuir da riqueza interior que já conquistou, sendo tolerante, compreensivo, etc.

A Doutrina Espírita, embora estabelecendo a necessidade de o homem promover e praticar a caridade material, necessária e de grande significado defende, também, e especialmente, pela caridade moral, a que exige melhores condições do Espírito, portanto, mais importante, quando conclama aquele que a pratica à própria elevação com que se sublima e edifica interiormente.



Maria Aparecida Ferreira Lovo
Julho / 2005

EFÉSIOS 2
10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 36


SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO V
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS

Estudo 36 - Item 100 (itens 19 a 30) - Perguntas sobre as Aparições

        Na seqüência de nossos estudos, percebemos que Allan Kardec trata das questões referentes à visão de Espíritos, sempre de forma objetiva, clara e científica, Vamos analisá-las, então.
19ª A visão dos Espíritos ocorre no estado normal ou somente durante o êxtase?
 Pode ocorrer em condições perfeitamente normais. Entretanto, as pessoas que os vêem estão quase sempre num estado especial, próximo do êxtase, estado que lhes dá uma espécie de dupla vista. (Ver O Livro dos Espíritos, n. 447).
20ª Os que vêem os Espíritos o fazem com os olhos?
 Assim o julgam; mas, na realidade, é a alma quem vê e a prova é que podem ver com os olhos.
21ª Como pode o Espírito tornar-se visível?
 O princípio é o mesmo de todas as manifestações, reside nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, à vontade do Espírito.
22ª Pode o Espírito propriamente dito fazer-se visível, ou só o pode com o auxílio do perispírito?
 No estado material em que vos achais, só com o auxílio de seus invólucros semimateriais podem os Espíritos manifestar-se. Esse invólucro é o intermediário por meio do qual eles atuam sobre os vossos sentidos. Sob esse envoltório é que aparecem, às vezes, com uma forma humana, ou com outra qualquer, seja nos sonhos, seja no estado de vigília, assim em plena luz, como na obscuridade.
23ª Poderíamos dizer que é pela condensação do fluido do perispírito que o Espírito se torna visível?
Condensação não é o termo. Essa palavra apenas pode ser usada para estabelecer uma comparação, que vos faculte compreender o fenômeno, porquanto não há realmente condensação. Pela combinação dos fluidos, o perispírito toma uma disposição especial, sem analogia para vós outros, disposição que o torna perceptível.
24ª Os Espíritos que aparecem são sempre inacessíveis ao tato e não podemos pegá-los?
 No estado normal de espíritos não podemos pegá-los, como não pegamos sonhos. Entretanto, podem impressionar nosso tato e deixar sinais de sua presença. Podem mesmo, em alguns casos, tornar-se momentaneamente tangíveis, o que prova a existência de matéria entre vós e eles.
25ª Todos são aptos a ver os Espíritos?
Durante o sono, todos; em estado de vigília, não. Durante o sono, a alma vê sem intermediário; no estado de vigília, acha-se sempre mais ou menos influenciada pelos órgãos. Daí não serem totalmente idênticas as condições nos dois casos.
26ª Como podemos ver os Espíritos em estado de vigília?
Depende da organização física. Reside na maior ou menor facilidade do fluido do vidente de se combinar com o do Espírito. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se; é também necessário que a pessoa a quem se quer mostrar tenha aptidão para vê-lo.
a) Pode essa faculdade desenvolver-se pelo exercício?
Pode, como todas as outras faculdades; mas, pertence ao número daquelas cujo desenvolvimento natural é melhor que o provocado, quando corremos o risco de superexcitar a imaginação. A visão geral e permanente dos Espíritos é excepcional e não pertence às condições normais do homem.
27ª Pode-se provocar a aparição dos Espíritos?
Isso algumas vezes é possível, porém, muito raramente. A aparição é quase sempre espontânea. Para provocá-la é necessário que se possua uma faculdade especial.
28ª Podem os Espíritos tornar-se visíveis sob outra aparência que não a da forma humana?
A humana é a forma normal. O Espírito pode variar-lhe a aparência, mas sempre com o tipo humano.
a) Não podem manifestar-se sob a forma de chama?
Podem produzir chamas, clarões, como todos os outros efeitos, para atestar sua presença; mas, não são os próprios Espíritos que assim aparecem. A chama não passa muitas vezes de uma miragem ou de uma emanação do perispírito. Em todo caso é somente uma parte do perispírito, que só aparece inteiramente nas visões.
O Professor Herculano Pires, tradutor de O Livro dos Médiuns que utilizamos em nossos estudos, esclarece que o perispírito só aparece integral nas visões, compreendendo-se o termo visões como manifestações do Espírito em corpo inteiro. Nas outras formas de manifestação, ele apenas projeta as imagens que deseja, como no exemplo estudado a seguir.
29ª Que se deve pensar da crença que atribui os fogos-fátuos à presença de almas ou Espíritos?
Superstição produzida pela ignorância. Bem conhecida é a causa física dos fogos-fátuos.
a) A chama azul que, segundo dizem, apareceu sobre a cabeça de Servius Tulius, na infância, foi real ou apenas uma lenda?
Era real e produzida por um Espírito familiar, que desse modo dava um aviso à mãe do menino. Médium vidente, essa mãe percebeu uma irradiação do Espírito protetor de seu filho. Os médiuns videntes variam de grau no tocante à percepção, como os médiuns psicógrafos variam na escrita. Enquanto essa mãe via uma chama, outro médium poderia ver o próprio Espírito. (Servius Tullius foi o sexto rei de Roma, entre os anos de 578-574 a. C., e realizou grandes obras).
30ª Poderiam os Espíritos apresentar-se sob a forma de animais?
Isso pode acontecer, mas são sempre Espíritos inferiores os que tomam essas aparências. Mas seriam sempre, em todos os casos, aparências passageiras, pois seria absurdo acreditar que um animal pudesse ser a encarnação de um Espírito. Os animais são sempre animais e nada mais que isso.
Nota de Allan Kardec: Somente a superstição pode fazer crer que certos animais são animados por Espíritos. É preciso uma imaginação muito complacente ou muito impressionável para ver algo de sobrenatural nas atitudes, às vezes, um pouco estranhas que eles tomam, mas o medo freqüentemente faz ver aquilo que não existe. Mas, não só no medo tem sua origem essa idéia. Conhecemos uma senhora, muito inteligente, que estimava demais um gato preto, porque acreditava ser ele de natureza superanimal. Entretanto, nunca ouvira falar de Espiritismo. Se o tivesse conhecido, compreenderia o ridículo da causa de sua predileção, pois a doutrina lhe provaria a impossibilidade dessa metamorfose.
        Concluindo nossas reflexões, mais uma vez identificamos o bom senso de Allan Kardec e dos Amigos Espirituais desmistificando inúmeras situações, às vezes presentes em nossas vivências, tidas como sobrenaturais ou resultantes da ação dos Espíritos. Compreendemos as condições para que ocorram as chamadas visões, que não são tão comuns, pois necessitam que o Espírito queira se mostrar e que a pessoa que o vê tenha aptidão, isto é, seja médium.

        Em nosso próximo estudo abordaremos o Ensaio Teórico sobre as Aparições.

BIBLIOGRAFIA
 KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2. Ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte. 
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, edição especial. Capivari: EME, 1997 - Cap VIII - Emancipação da alma.

Tereza Cristina D'Alessandro 
Julho / 2004


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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

96 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


 – ALLAN KARDEC
 
CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 9 - A LEI DO AMOR

 Fénelon, do qual existem no estudo 49, alguns dados biográficos, também escreve sobre o amor, neste capítulo.
             Ele inicia dizendo que esse sentimento “é de essência divina”, visto que todos os homens possuem “a centelha desse fogo sagrado” em si. Lembra que o mais abjeto dos homens, o mais criminoso, sente uma afeição, freqüentemente, “atingindo alturas sublimes”, por alguém, por algum objeto.
             Cita também, as pessoas, que dispensam todo o amor que já desenvolveram em si, aos animais, às plantas e até mesmo a objetos materiais, mas resistem a dispensá-los às pessoas que lhe estão próximas, que é a tendência natural da alma. Todavia, não conseguirão “sufocar o germe vivaz que Deus depositou em seus corações, no ato da criação”.
             O sentimento do amor cresce no homem, com o desenvolvimento da moralidade e da inteligência, apesar de ser, freqüentemente, “oprimido pelo egoísmo”, constituindo-se na”fonte das santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duradouras, e que os ajudam a transpor a rota escarpada e árida da existência humana.”
             Muitos há que resistem à afeição por pessoas, por já terem sofrido desilusões por não terem sido correspondidas. É preciso reconhecer que não se pode exigir, de outros, sentimentos que devam vir de dentro do ser, simplesmente, porque os sentimos em nós.
             Outros buscam amar somente a um círculo de parentes ou de amigos, muitas vezes exigindo que esses também o façam, sentindo-se ofendidos, enciumados, quando alguém demonstra simpatia por outros, fora desse círculo.
             Esse amor em desenvolvimento está sendo oprimido pelo amor a si mesmo, que é o egoísmo, que torna as pessoas, além de exigentes e intolerantes, infelizes e insatisfeitas, precisando ser combatido, com persistência e disciplina.
             Isso só se consegue com a vontade firme de querer desenvolver o amor, que se dá, que se doa, e não o que se quer receber, só para si ou sem nada doar de si.
             O amor ao próximo como a si mesmo, determinismo divino, deve ser o objetivo de quem quer a verdadeira felicidade, e a verdadeira paz interior.
Cita Fénelon, a objeção que algumas pessoas fazem à reencarnação, pela idéia de outras pessoas participarem da afeição das que lhe são caras.
             Desconhecem os que assim pensam que o amor, sendo o sentimento por excelência, o que resume todos os demais, contraria a lei matemática, pois, quanto mais se dá, quanto mais se divide, mais cresce e se sublima nos corações humanos.
             Não tenhamos medo de amar, de abrir nossas mentes e corações, nossos braços para envolver todos os que de nós se aproximam, a fim de que, um dia, sejamos capazes de amar, seja quem for, como a nós mesmos.
             É uma tarefa difícil, mas são a coisas difíceis que trazem as maiores vitórias e as maiores recompensas.
             “Deus o quer, e a lei do amor é o primeiro e o mais importante preceito da vossa doutrina, porque é ela que deve um dia matar o egoísmo, sob qualquer aspecto em que se apresente, pois além do egoísmo pessoal, há ainda o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade”.
             Quando Jesus disse “Amai o vosso próximo como a vós mesmos”, não estabeleceu qualquer limite. “Qual é o limite do próximo? Será a família, a seita, a nação?”
             O próximo constitui, para nós, a humanidade da Terra, todos os encarnados e desencarnados, conforme o exemplo de Jesus, que, por amor, deixou os páramos celestiais, para viver em um mundo material, atrasado e conviver com homens ainda muito ignorantes e imperfeitos, somente, para ensinar o caminho da perfeição e da felicidade, sabendo o quanto seria incompreendido, e que seria levado à morte na cruz.
             Sabia também que sua vinda ficaria como exemplo e seus ensinos acabariam por ser entendidos, não importando quando, porque tudo no universo tende ao progresso e à perfeição.
             Jesus nos deu o exemplo maior de amor ao próximo!
             Fénelon escreve: “Nos mundos superiores, é o amor recíproco que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam. E o vosso planeta, destinado a um progresso que se aproxima, para a sua transformação social, verá seus habitantes praticarem essa lei sublime, reflexo da própria Divindade”.
             Se concordamos com isso, temos de compreender que “os efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento da raça humana e a felicidade durante a vida terrena.”
             Embora ainda seja a Terra um lugar de dores e sofrimentos, pela imperfeição dos seus habitantes, os que se esforçam por viver essa lei, já percebem alegrias e felicidade em seu viver, que lhes permitem avaliar a felicidade de toda a humanidade, quando essa lei imperar na grande maioria dos homens. Então, a minoria se renderá a ela também, ou será encaminhada a um mundo inferior, para aprender a amar.
             E o mal desaparecerá da Terra, porque, todos seguirão o “Não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam, mas fazei, pelo contrário, todo o bem que puderdes”.
             “Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano, que cederá, mesmo de malgrado, ao verdadeiro amor. Este é um imã a que ele não poderá resistir, e o seu contato vivifica e fecunda os germes dessa virtude, que estão latentes em vossos corações”.
             Acreditemos, pois, na perfectibilidade de todos os homens, por piores que alguns ou muitos, se apresentem na atualidade.
             Busquemos fazer o melhor que pudermos em favor do bem, desenvolvendo o amor dentro de nós, no esforço de usar o que já temos em benefício dos nossos próximos, porque, somente, quando muitos viverem em direção dessa meta, é que a Terra se transformará em um mundo melhor.
             Lembremo-nos de João, o Evangelista, que, diz-nos o autor dessa mensagem: “quando a doença e a velhice interromperam o curso de suas pregações, ele repetia apenas essas doces palavras:” Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros.!”

Bibliografia:

“KARDEC, Allan -” O Evangelho Segundo o Espiritismo”


Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2009


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Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Municipal nº. 3247/76.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Céu e o Inferno ESTUDO 73


Allan Kardec





CAPÍTULO VIII EXPIAÇÕES TERRESTRES

Szymel Slizgol (continuação)

Este não passou de um pobre israelita de Vilna, falecido em maio de 1865.
Durante 30 anos mendigou com uma salva nas mãos. Por toda a cidade era bem conhecida aquela voz que dizia: "Lembrai-vos dos pobres, das viúvas e dos órfãos!"
Por essa longa peregrinação Slizgol havia juntado 90.000 rublos, não guardando, porém, para si um só copeque. Aliviava e curava os enfermos; pagava o ensino de crianças pobres; distribuía aos necessitados a comida que lhe davam. A noite, destinava-a ele ao preparo do rapé, que vendia a fim de prover às suas necessidades, e o que lhe sobrava era dos pobres. Foi só no mundo e, no entanto o seu enterro teve o acompanhamento de grande parte da população de Vilna, cujos armazéns cerraram as portas. (1)
A vida de Szymel Slizgol como retratada acima se apresenta como um exemplo do significado da palavra altruísmo criada por Auguste Comte, filósofo francês, que em 1830, a caracterizou como o grupo de disposições humanas, sejam elas individuais ou coletivas, que inclinam os seres humanos a se dedicarem aos outros (2). É a forma mais completa de abnegação, um complexo de valores, um misto de coragem, valentia e resignação. O altruísmo sabe enxergar as necessidades alheias com grande acuidade, atendendo-as... ”com mãos veludosas e voz dúlcida que não constrange nem humilha o beneficiado. O altruísmo não aguarda reconhecimento, não espera aplauso ou louvação. No altruísmo, a caridade esplende soberana e discreta, desvelando a presença de Deus no coração. É bênção do amor sublime de Deus que se embosca no coração e se irradia em forma de compaixão.” (3).
O altruísmo, a filantropia e a caridade são palavras às vezes utilizadas como sinônimo, entretanto, é necessário que se estabeleça a diferença entre elas.
Confundida vulgarmente com a esmola, a caridade excede, sob qualquer aspecto considerado, as doações externas, com que o homem supõe em tal atividade encerrá-la. A esmola, evidentemente, não merece reprovação, mas sim a maneira pela qual habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade segundo o pensamento do Cristo, vai ao encontro do que dela necessita, sem esperar que este lhe estenda a mão, pois sabe que o homem condenado a pedir esmola se degrada física e moralmente e se embrutece. Altruisticamente, Szymel Slizgol, estendia ele as mãos a pedir, não para si, mas para os que mais necessitavam, não permitindo assim o embrutecimento e a degradação moral de seus protegidos. (1) 
A filantropia, segundo a enciclopédia livre Wikipédia, é a ação continuada de doar dinheiro ou outros bens a favor de instituições ou pessoas que desenvolvam atividades de grande mérito social (4). O caso de Szymel Slizgol, também se caracteriza pela filantropia visto que... “A noite, destinava-a ele ao preparo do rapé, que vendia a fim de prover às suas necessidades, e o que lhe sobrava era dos pobres.” (1)

A filantropia é encarada por muitos como uma forma de ajudar e guiar o desenvolvimento e a mudança social, sem recorrer à intervenção estatal, muitas vezes contribuindo por essa via para contrariar ou corrigir as más políticas públicas em matérias sociais, culturais ou de desenvolvimento científico. Os indivíduos que adotam esta prática são em geral denominados por filantropos (4).Não há nenhum senão na filantropia quer seja ela individual ou social,pois todo gesto de generosidade, é valioso. A filantropia, exercida por pessoas aquinhoadas por muitos bens materiais, que destinam altas somas à edificação de obras de incontestável valor, ou descobertas da ciência, ou mesmo financiando a arte e a cultura, minorando a dor e trazendo progresso, fazem desse ato de amor fraterno e humano uma distinção neste século, sendo um indicativo de uma transformação moral no planeta Terra. Haja vista que seus exemplos são seguidos pelo Estado e pelas figuras jurídicas, isto é pelas empresas que utilizam de parte de seus ganhos em projetos de filantropia social. Quando comparado a dois séculos atrás pode ser verificado o incrível progresso moral em que a humanidade caminha neste século. O cuidado com os habitantes do planeta e com o próprio planeta já apresenta visibilidade, o que era pontual no passado hoje é quase coletivo.
Na questão 893, de O Livro dos Espíritos, Kardec indagava aos Espíritos qual seria a mais meritória das virtudes; ao que os Espíritos responderam ser aquela que nasce da mais desinteressada caridade (6). E Pedro, na sua Carta Universal já profetizava: “Tende caridade para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados”. (7) A vida de Szymel Slizgol é o exemplo do desenvolvimento desta virtude trabalhada em compaixão, zelo, preocupação amor ao próximo vivenciado de todas as formas.
Bibliografia:
Kardec Allan, O Céu e o Inferno, cap VIII EXPIAÇÕES TERRESTRES , Szymel Slizgol
José Arthur Giannotti Coleção "Os Pensadores", Volume COMTE
Divaldo P Franco \ Joana de Angelis - - Espírito E Vida
Enciclopédia livre Wikipédia,acessada as 21horas em 28 de maio 2010,
Divaldo P. Franco\ Joanna de Ângelis Dimensões da Verdade,
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, de, questões 893.
Biblia, Pedro I, cap. 4, 8.
4 para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós,
5 que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;
6 na qual exultais, ainda que agora por um pouco de tempo, sendo necessário, estejais contristados por várias provações,
7 para que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;
8 a quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo, exultais com gozo inefável e cheio de glória,


Laurelucia Orive Lunardi
Dezembro / 2010

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