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terça-feira, 11 de setembro de 2012

ESTAÇÕES NECESSÁRIAS


“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para
que sejam apagados os vossos pecados e
venham assim os tempos de refrigério pela
presença do Senhor.”  –  ATOS, 3:19.

Os crentes inquietos quase sempre admitem que o trabalho de redenção se processa em algumas providências convencionais e que apenas com certa atividade externa já se encontram de posse dos títulos mais elevados, junto aos Mensageiros Divinos.
A maioria dos católicos romanos pretende a isenção das dificuldades com as cerimônias exteriores; muitos protestantes acreditam na plena identificação com o céu tão só pela enunciação de alguns hinos, enquanto enorme percentagem de espiritistas se crê na intimidade de supremas revelações apenas pelo fato de haver frequentado algumas sessões.
Tudo isto constitui preparação valiosa, mas não é tudo.
Há um esforço iluminativo para o interior, sem o qual homem algum penetrará o santuário de Verdade Divina.
A palavra de Pedro à massa popular contém a síntese do vasto programa de transformação essencial a que toda criatura se submeterá para a felicidade da união com o Cristo. Há estações indispensáveis para a realização, porquanto ninguém atingirá de vez a eterna claridade da culminância. 
Antes de tudo, é imprescindível que o culpado se arrependa, reconhecendo a extensão e o volume das próprias faltas e que se converta, a fim de alcançar a época de refrigério pela presença do Senhor nele próprio. Aí chegado, habilitar-se-á para a construção do Reino Divino em si mesmo.
Se, realmente, já compreendes a missão do Evangelho, identificarás a estação em que te encontras e estarás informado quanto aos serviços que deves levar a efeito para demandar a seguinte.

Pão Nosso – Emmanuel, psic. Francisco C. Xavier – lição 13 – ed FEB

 (Compilado por Delcio)

Correio da Fraternidade
ANO 21 – nº 250- Abril de 2010 Distribuição Gratuita
Grupo Espírita “Irmão Vicente”
O Grupo Espírita “Irmão Vicente”, abreviadamente GEIV, foi fundado em 1º de janeiro de 1962, como Associação religiosa e filantrópica, de duração ilimitada e com fins não econômicos, com sede e foro na cidade de Campinas, estado de São Paulo.

sábado, 8 de setembro de 2012

ESCASSEZ DE MÉDIUNS


CONCEITOS FILOSÓFICOS

Muitos Centros Espíritas fecham as portas ou interrompem atividades por não ter nas fileiras de seus trabalhadores os médiuns. Tal situação demonstra a falta de estudo da Doutrina por parte dos espíritas.

Esta questão é velha. Kardec a enfrentou e deu a resposta quando esclareceu: “Conquanto só recentemente publicado, “O Livro dos Médiuns” já provocou, em várias localidades, o desejo de formar reuniões íntimas, como nós aconselhamos.

Escrevem-nos, entretanto, que param ante a escassez de médiuns. Por isso, julgamo-nos no dever de dar alguns conselhos sobre a maneira de os suprir.

Um médium, sobretudo um bom médium, é incontestavelmente um dos elementos essenciais em toda reunião que se ocupa de Espiritismo; mas seria erro pensar que, em sua falta, nada mais resta que cruzar os braços ou suspender a sessão.

Absolutamente não compartilhamos a opinião de uma pessoa que compara uma sessão espírita sem médiuns a um conserto sem músicos. A nosso ver, existe uma comparação muito mais justa: a do Instituto e das sociedades científicas que sabem empregar o seu tempo sem ter permanentemente sob os olhos o material de experimentação. Vai-se a um concerto ouvir música.

É, pois, evidente que se os músicos estiverem ausentes, o objetivo falhou. Mas a uma reunião espírita, vamos ou, pelo menos deveríamos ir, para nos instruirmos. Certamente, para os que vão a estas reuniões com o único objetivo de ver efeitos, o médium será tão indispensável quanto o músico no concerto; mas para os que antes de mais nada, buscam instruir-se, que querem aprofundar as várias partes da Ciência, em falta de um instrumento de experimentação, terão mais de um meio de o obter. 

Para começar, diremos que se os médiuns são comuns, os bons médiuns, na verdadeira acepção da palavra, são raros.

Diariamente a experiência prova que não basta possuir a faculdade mediúnica para ter boas comunicações. 

Por outro lado, os melhores médiuns são sujeitos a numerosas causas acidentais, que momentaneamente pode privar-nos de seu concurso. Vê-se, pois, que se não houver elementos de reserva, podemos ficar desprovidos quando menos o esperamos, e seria aborrecido que em tais condições os trabalhos fossem interrompidos.

O ensino fundamental que se vem buscar nas reuniões espíritas sérias é, sem dúvida, dado pelos Espíritos. Mas que frutos tiraria um aluno das lições dadas pelo mais hábil professor se ele também não trabalhasse? Se não meditasse sobre o que ouviu? Que progresso faria a sua inteligência se tivesse constantemente o mestre ao seu lado, para lhe mastigar a tarefa e lhe poupar o esforço de pensar?

Nas reuniões espíritas, os Espíritos desempenham dois papéis: uns são professores que desenvolvem os princípios da Ciência, elucidam os pontos duvidosos, e, sobretudo, ensinam as leis da verdadeira moral; outros são materiais de observação e de estudo, que servem de aplicação. Dada a lição, sua tarefa está acabada e a nossa principiada: a de trabalhar naquilo que nos foi ensinado, a fim de melhor compreender e de melhor apreender o seu sentido e o seu alcance. É para nos deixar a oportunidade de cumprir o nosso dever – permitam-nos a expressão clássica – que os Espíritos suspendem, por vezes, as suas comunicações. Bem que eles querem nos instruir, mas com a condição de que lhes secundemos os esforços.

Advertem. E se não são ouvidos, retiram-se, a fim de termos tempo para refletir.

Na ausência de médiuns, a reunião que se propõe algo mais que manejar um lápis, tem mil e um meios de empregar o tempo de maneira proveitosa. Limitamo-nos a indicar alguns sumariamente:

1o – Reler e comentar as antigas comunicações, cujo estudo aprofundado fará ressaltar melhor o seu valor.

2o – Contar fatos de que se tem conhecimento, discuti-los, comentá-los, explicá-los pelas leis da Ciência Espírita.

3o – Ler, comentar e desenvolver cada artigo de “O Livro dos Espíritos” e de “O Livro dos Médiuns,” bem como todas as outras obras sobre o Espiritismo.

4o – Discutir os vários sistemas sobre interpretação dos fenômenos espíritas.

Vê-se, pois, que fora das instruções dadas pelos Espíritos, existe matéria ampla para um trabalho útil. Mas se, conforme a necessidade, devemos preencher a ausência momentânea de médiuns, não seria lógico preconizar a sua abolição indefinida. É necessário nada negligenciar, com o fito de os encontrar. Para uma reunião, o melhor é procurá-los no próprio meio.”

 
(Compilado por Pedro Abreu)

 
Revista Espírita – Fev/1861: Escassez de Médiuns

 
Correio da Fraternidade
ANO 21 – nº 250- Abril de 2010 Distribuição Gratuita
Grupo Espírita “Irmão Vicente”
O Grupo Espírita “Irmão Vicente”, abreviadamente GEIV, foi fundado em 1º de janeiro de 1962, como Associação religiosa e filantrópica, de duração ilimitada e com fins não econômicos, com sede e foro na cidade de Campinas, estado de São Paulo.
http://www.annesullivan.com.br/mantenedora.html

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ÊXITOS E INSUCESSOS


“Sei viver em penúria e sei também viver em abundância.” – PAULO. (Filipenses, 4:12.)

Em cada comunidade social, existem pessoas numerosas, demasiadamente preocupadas quanto aos sucessos particularistas, afirmando-se ansiosas pelo ensejo de evidência. São justamente as que menos se fixam nas posições de destaque, quando convidadas aos postos mais altos do mundo, estragando, desastradamente, as oportunidades de elevação que a vida lhes confere.
Quase sempre, os que aprenderam a suportar a pobreza é que sabem administrar, com mais propriedade, os recursos materiais.
Por esta razão, um tesouro amontoado para quem não trabalhou em sua posse é, muitas vezes, causa de crime, separatividade e perturbação.
Pais trabalhadores e honestos formarão nos filhos a mentalidade do esforço próprio e da cooperação afetiva, ao passo que os progenitores egoístas e descuidados favorecerão nos descendentes a inutilidade e a preguiça.
Paulo de Tarso, na lição à igreja de Filipos, refere-se ao precioso imperativo do caminho no que se reporta ao equilíbrio, demonstrando a necessidade do discípulo, quanto à valorização da pobreza e da fortuna, da escassez e da abundância.
O êxito e o insucesso são duas taças guardando elementos diversos que, contudo, se adaptam às mesmas finalidades sublimes.
A ignorância humana, entretanto, encontra no primeiro o licor da embriaguez e no segundo identifica o fel para a desesperação. Nisto reside o erro profundo, porque o sábio extrairá da alegria e da dor, da fartura ou da escassez, o conteúdo divino.

Pão Nosso – Emmanuel, psic. Francisco C. Xavier – lição 56

(Compilado por Delcio)

Correio da Fraternidade
ANO 20 – nº 238- Abril de 2009 Distribuição Gratuita
Grupo Espírita “Irmão Vicente”
O Grupo Espírita “Irmão Vicente”, abreviadamente GEIV, foi fundado em 1º de janeiro de 1962, como Associação religiosa e filantrópica, de duração ilimitada e com fins não econômicos, com sede e foro na cidade de Campinas, estado de São Paulo.
http://www.annesullivan.com.br/mantenedora.html


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Conselho Oportuno para formação dos pais na educação dos filhos – Parte III


ELUCIDAÇÕES DOUTRINÁRIAS
  • Deveres não são negociáveis!

A infância é o período em que os espíritos recém-encarnados, preparam-se para assumir os compromissos que assumiram perante as Leis da Vida, com o auxílio dos pais.

Quando a criança atingir sua maturidade, se não tiver sido educada na escola da disciplina e for capaz de ser responsável com suas obrigações, não terá com quem negociar as consequências de seus comportamentos.

Tanto as Leis da Vida como a nossa consciência não são passíveis de negociações. Nós sofremos as consequências de tudo o que fazemos e deixamos de fazer.

Portanto, quando o pequeno virar o prato de sopa para não tomá-lo, faça-o limpar a sujeira e deixe-o assumir as consequências de ter jogado a comida fora. Deixe-o sem comer e o acompanhe de perto. Não vai demorar para que a fome mostre a ele que sua escolha não foi inteligente. Ele perceberá que sempre lhe foram servidos alimentos cuidadosamente preparados, que nunca a mamãe lhe deu algo estragado para comer.

Depois de ele ter se desculpado por seu comportamento e pedir a gentileza de ser servido novamente, dê-lhe a sopa, e não alimentos que lhe sejam mais agradáveis ao paladar, como prêmio por ter se desculpado.

Isso seria descartar todo o esforço feito para que ele aprenda a comer de tudo e a valorizar e respeitar o que é colocado à mesa. Ele continuaria se comportando como um pequeno tirano.

É necessário que se explique à criança o porquê de cada coisa, de cada providência que for tomada em resposta à sua forma de agir. E é obrigação dos pais exigirem que os filhos cumpram seus deveres, que se resumem em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos1.

Todas as crianças, independente da sua fase de desenvolvimento, usam da sua inteligência e apreciam muito quando essa é respeitada. É preciso ter atitudes coerentes com o que se diz à criança, do contrário, perdemos a sua confiança.

Quando ela desdenhar a roupa que lhe for oferecida, pegue-a pelas mãos, leve-a até o tanque de lavar roupas, ensinando-a que aquela camiseta sem furos, limpa, passada e dobrada na gaveta cobra da mamãe e do papai muito tempo e trabalho. Ela não só aprenderá a lavar a roupa, mas que a vestimenta, cuja função é resguardar a dignidade do corpo e protegê-lo contra o frio, sempre lhe foi garantida através do esforço dos pais.

Há pais que afirmam que seus filhos não gostam da merenda que a escola oferece gratuitamente e, por isso, enviam bolinhos recheados e salgadinhos ao gosto dos pequenos.

Não é necessário discutir o que é mais saudável e nutritivo entre o pão com manteiga acompanhado do copo leite e o salgadinho. Mas, nessa história de atender às vontades da criança, o pai alimenta sem saber a vaidade dela e abre brecha para que os coleguinhas nutram por ela a inveja. O recreio perde o significado do momento em que devemos repor as energias do nosso organismo para continuarmos estudando. A hora do lanche passa a ser o momento em que ela se sobressai aos companheiros e “desfruta” a inveja dos colegas que não têm como comprar os tais bolinhos recheados.

Só espíritos adiantados resistiriam a oportunidades como essa de expressão do egoísmo e da vaidade. Possibilitar esse tipo de situação a espíritos como nós, é dar a arma ao bandido e querer que nada de ruim aconteça.

Se diante dos “nãos” que receber, a criança fizer birras, não nos agastemos. Ela só é um espírito que precisa de ajuda para amadurecer, tanto quanto nós mesmos.

Precisamos ter paciência para com ela, tanto quanto esperamos paciência daqueles que convivem com as nossas imperfeições.
Gritos são desnecessários. A segurança e a serenidade com que os assuntos mais graves devem ser tratados não dependem de ruído.2

Com firmeza e ternura, mostremos a ela o que está fazendo de errado. Se ainda assim não se sensibilizar, sendo necessária a reprimenda de um tapa, esse não deve ser dado porque recebemos a altivez da criança como uma provocação à nossa vaidade. O tapa, o puxão de orelha, ficar sem sobremesa, são práticas que não devem ser tomadas como atos de vingança.

Recobremos o equilíbrio antes de qualquer atitude, ou corremos grande risco de provocarmos a revolta e a desconfiança ao invés de despertar-lhe a consciência.

Não exponhamos as crianças ao veneno das novelas, programas televisivos e músicas que lhes excitem a violência, a sensualidade e a vileza. Nós encarnamos justamente para modificar esses sentimentos. Se temos dificuldade de estimular as suas virtudes, pelo menos não lhes estimulemos os vícios.

Não julguemos que domingos, feriados e momentos de cansaço sejam justificativas para não nos preocuparmos com a educação dos filhos. Paternidade é trabalho vinte e quatro horas para toda a encarnação.

Grandes oportunidades de renovação e estreitamento entre pais e filhos podem ser perdidas.

Com certeza, é uma exigência constante de renúncia.

Quantas vezes momentos agradáveis em família são interrompidos para que um mau comportamento possa ser educado? Que mãe e pai tem prazer em deixar o filho sem aquela sobremesa preparada especialmente para ele ou de acompanhá-lo até a escola e dizer à professora que ele copiou o trabalho do colega de classe?

Além do que, quando o filho fica sem sobremesa, os pais também ficam. Quando a criança está de recuperação escolar, os pais também estão, pois precisam ajudá-lo a restabelecer as suas notas.

Às vezes, sentimos vontade de relevar algumas atitudes das crianças para mantermos a “descontração” e a “tranqüilidade” do lar, para não criar confusão. Pura ilusão!

Não percamos a oportunidade de educá-los, é o que esperam de nós. Ser conivente com maus comportamentos assemelha-se ao ato de oferecer uma taça de sorvete a um doente da garganta, provocando maior irritação, ao invés de ministrar-lhe o remédio amargo que lhe sanaria as dores. Se não corrigirmos os maus pendores quando tivermos oportunidade, estaremos estimulando-os ainda mais.

Ser amigo dos filhos, amá-los, não é sempre lhes sorrir e agradar. São amigos, aqueles pais que levam com seriedade o compromisso de educação que assumiram, que se esforçam por educar-se, buscando o que oferecer ao filho. Ser amigo é dar aos espíritos que estão sob a nossa responsabilidade as condições necessárias para libertarem-se do egoísmo que tanto sofrimento impõe a todos nós.

Existe a possibilidade de que eles não reconheçam em nossas admoestações o respeito e o carinho que lhes devotamos e que façam escolhas bem diferentes daquelas que lhes aconselhamos fazer. Recordemos a misericórdia do Pai, que não obstante a nossa insistência no cultivo de velhos vícios, sem negociar suas Leis, sempre nos renova as oportunidades de aprimoramento.

Sejamos dignos da confiança daqueles por quem somos responsáveis não permitindo que sucumbam às mesmas faltas em que incorreram no passado.


Débora

1 Apostila do Seminário de Evangelização (1991/1992)
2 Jesus no Lar - Néio Lúcio psic. de Francisco C. Xavier - lição 30


Correio da Fraternidade
ANO 20 – nº 238- Abril de 2009 Distribuição Gratuita
Grupo Espírita “Irmão Vicente”
O Grupo Espírita “Irmão Vicente”, abreviadamente GEIV, foi fundado em 1º de janeiro de 1962, como Associação religiosa e filantrópica, de duração ilimitada e com fins não econômicos, com sede e foro na cidade de Campinas, estado de São Paulo.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

O ESPIRITISMO ELUCIDANDO A FÉ


Visão Espírita

por: Rafael Bernardo

É evidente, que para compreendermos a Doutrina Espírita com clareza, é necessário muito esforço e dedicação da nossa parte.
Na medida em que avançamos nos estudos, deixamos para trás a nossa ignorância espiritual, mergulhamos num mar de informações, cheio de luz, entendimento e verdade.
As revelações do Espiritismo são extremamente valiosas. Descortinam a nossa mente da escuridão, das armadilhas e ilusões das quais nos aprisionamos no mundo terreno, e que nos causam tanta infelicidade.
Basicamente o Espiritismo nos aponta cinco questões fundamentais e que norteiam a Doutrina: melhor compreensão de Deus, imortalidade da alma, pluralidade das existências, reencarnação, e a comunicação com os Espíritos.
Nesse artigo, vamos nos deter apenas no primeiro item, na tentativa de compreendermos melhor esse ponto tão importante, e que muda a forma de como encaramos as vicissitudes da vida.
Sabemos que ainda somos “pequenos”, criaturas muito ignorantes para compreendermos Deus na sua totalidade. Mas, com um pouco de esforço, conseguiremos compreendê-lo minimamente.
Utilizando a razão deixaremos para trás a fé cega, mecânica, conquistando uma fé raciocinada e madura.
Dizemos com muita facilidade: “vai com Deus irmão!”, “fique com Deus amigo!”, “eu tenho fé em Deus!”. E logo na primeira prova, dificuldade e ou perda, nos revoltamos, julgamos e não aceitamos. Onde foi parar a nossa fé?
Na prática, qual está sendo o nosso verdadeiro entendimento, interpretação e vivência das leis de Deus?
Os Espíritos benfeitores nos alertam a respeito da necessidade de racionalizar, estudar e compreender a verdadeira essência de Deus, para sermos criaturas mais equilibradas e felizes. Contudo, a pergunta já não é mais se Deus existe, pois a maioria de nós compreende a existência de uma força soberana que rege o todo.
Necessitamos, portanto, de a partir de agora estudar Deus. Isso mesmo, estudar Deus!
 Não por acaso, essa é a primeira pergunta de O Livro dos Espíritos, em que Allan Kardec indaga aos benfeitores da plêiade de Espíritos da verdade “O que é Deus?”.
 Segundo o dicionário Aurélio, “Deus é a inteligência que está acima de tudo do conjunto de tudo quanto existe (incluindo-se a terra, os astros, as galáxias e toda a matéria disseminada no espaço), origem primeira de todas as coisas”.
Se, sabemos que Deus é o “todo poderoso”, porque insistimos no nosso orgulho e tentamos mudar o que não deve ser mudado?
Não aceitamos os seus desígnios?
Só Ele sabe das nossas reais necessidades, e cada um, por sua vez, deve responder pelas consequências dos próprios atos, seja da atual, ou de pretéritas existências.
A Doutrina Espírita alarga a nossa visão, nos oferecendo a amplitude verdadeira da eternidade, pois a ótica estreita da vida, apenas para essa atual existência física, é incompleta e vazia, nos dando até a impressão de que Deus não é justo e nem bom.
Assim concluímos que as leis de Deus ou lei natural, é a lei que rege as condições da vida da alma, contém toda a essência da verdadeira vida: soberana, eterna, perfeita e que nunca muda.

JORNAL VERDADE  E  VIDA
ADDE - ASSOCIAÇÃO DE DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA E SPIRITA 
 ANO 02 - NÚMERO 04 - ABRIL/ MAIO 2012
Este jornal é uma publicação da ADDE - Associação de Divulgação da Doutrina Espírita
(CNPJ 08.195.888/0001-77) - para a região de São José do Rio Preto/SP.
Os textos assinados são de responsabilidade de seus autores.
Coord. Editorial: Rafael Bernardo - contato@rafabernardo.com.br
Diagramação: Junior Pinheiro - jrpinheironanet@yahoo.com.br
Jornalista Resp: Renata S. Girodo de Souza - renatagirodo@ig.com.br - MTB 67369/SP
Receba o jornal em sua Casa Espírita cadastrando-se no site ou por meio do e-mail: verdadeevida@adde.com.br
Tiragem: 5.000 exemplares
Distribuição Gratuita

sexta-feira, 27 de julho de 2012

ESPIRITISMO: Esclarecendo a Humanidade


Wagner Gomes da Paixão

     Quando da sua recente estada em Londres, colaborando com os trabalhos de difusão Espírita, atendendo convite desta Sociedade, Wagner Gomes da Paixão concedeu a seguinte entrevista: 
1. O que objetiva a Teoria da Reencarnação?
A reencarnação é uma lei universal que comprova a justiça perfeita de Deus, atributo imprescindível ao Criador, porque, através das existências sucessivas permite que seja dado a cada um segundo as suas próprias obras. O objetivo das encarnações sucessivas, conforme a Lei de Causa e Efeito, é o aprimoramento interior dos seres, que vão alcançando posições espirituais de vulto sempre que fixam, através das experiências a que se dão em cada oportunidade reencarnatória, os princípios da vida cósmica. A plena consciência e o domínio supremo de nossos potenciais de espírito são conquistados através das existências sucessivas, consoante ocorre com o indivíduo humano que frequenta as escolas desde a infância até alcançar as mais destacadas posições culturais e de realização social nas universidades do mundo, então adulto.
 2. Como se dá o processo evolutivo do Princípio Inteligente nos diversos reinos da natureza?
Como revelam os Espíritos e também as observações científicas, O Princípio Inteligente é conduzido pelos Seres mais evoluídos que agem no Universo em nome do Criador. No Reino Mineral, através do processo de atração molecular entre os elementos, o PI é trabalhado pelas forças naturais "de fora para dentro" num quadro que é definido pelos Benfeitores Espirituais como "quimiossíntese".  
No Reino Vegetal, dá-se a expansão do PI quando ele se abre e inicia a jornada expansionista "de dentro para fora"; temos aí, de acordo com os orientadores da Vida Maior, o trabalho da "sensação", com a fotossíntese, por avançada manifestação do PI. No Reino Animal, encontra mos o PI trabalhando o instinto, que é base da inteligência; os Guias do Infinito definem aí o processo da "biossíntese", tão importante para autorizar o surgimento das estruturas humanóides. Vale ressaltar que todos os processos crescentes de automatização das forças intrínsecas do Princípio Inteligente nos reinos anteriores ao homem têm o objetivo de formalizarem as bases do denominado PERISPÍRITO, que se apresenta no homem primitivo das eras já mortas de nossa história na Terra, a fim de autorizar o fluxo do pensamento e toda a estrutura mental do Ser, que se qualificará no tempo, e pelas circunstâncias através de sucessivas reencarnações. Eis uma singela síntese da jornada evolutiva do Princípio Inteligente até o Homem. 
 3. Por que o Espiritismo é uma proposta de educação do Espírito?
Porque o Espiritismo, na feição de Consolador Prometido por Jesus, é a síntese maravilhosa da cultura humana de todos os tempos, coroada pela Verdade Divina que o Cristo de Deus viveu em plenitude, entre nós.
Com a Doutrina dos Espíritos, o orbe terrestre alcança a sua maturidade moral e avança para a Regeneração, quando as almas não mais gastarão tempo e energia com crendices e preconceitos, ignorância e brutalidade, mas com a sua projeção consciente para Deus, através do Amor.
4. Quais as repercussões do pensamento espírita na sociedade contemporânea?
O pensamento genuinamente espírita, conforme exposto nas obras publicadas por Allan Kardec e também, de modo muito especial, nas obras psicografadas por Chico Xavier, repercute na sociedade contemporânea como uma "voz da consciência", verdadeiro brado da Verdade, a resgatar o bem da impostura, a sabedoria do misticismo, a fraternidade das paixões e o progresso real das fantasias materialistas. 

5. O Planeta Terra está em transição para planeta de regeneração. Como isso ocorre?
Abundam as colheitas oriundas das sementeiras de muitos séculos e até de milênios. Os seres sofrem o efeito "estufa" não somente no Globo material, mas principalmente em aspecto espiritual, moral. As dores internas intensificam-se, agravam-se, os dramas multiplicam-se e, então, entendemos a linguagem simbólica de Jesus na Parábola do Festim das Bodas, quando diz: "Atai-o de pés e mãos e lançai-os nas trevas exteriores, pois ali haverá pranto e ranger de dentes". Todos nós estamos coletivamente colhendo o que plantamos e somos OBRIGADOS a sentir na pele o que fizemos indiscriminadamente no tempo, contra os outros e obviamente contra nós. O recrudescimento da dor é sinal evidente de mudança, de transformação. Então, na hora mais escura da madrugada, temos o "clímax" do dia que termina e passamos a ver os primeiros raios da aurora, de um outro dia, chegando devagar e com pleno poder. É o sofrimento, o cansaço, a exaustão nos predispondo a uma nova atitude, a novas buscas, ao amadurecimento interior!

6. Podemos conseguir tudo o que almejamos pelo simples fato de desejar e querer?
Costumamos dizer que, não tem Ideal, quem não tem rumo. E quem não tem rumo permanece à mercê das correntezas da vida física. Toda conquista, mesmo no mundo físico, depende de esforço e disciplina. 
Não se alcança o Reino de Deus sem trabalho que justifique essa conquista interior. Desejar é impulso do campo de nossas sensações, mas quem estuda a Verdade Divina e se disciplina para alcançar suas metas morais e espirituais usa a VONTADE. Somente a Vontade é força moral suficiente para alterar os quadros de dor e de infelicidade de uma criatura. Emmanuel nos ensina isso no livro Pensamento e Vida.

7. Como devemos entender as enfermidades?
Devemos entender as enfermidades como manifestações de nossas mazelas morais no campo da alma que já trilhou outros caminhos em reencarnações pretéritas. São "escoadouros" de nossas toxinas internas, de comprometimentos do passado ou de distúrbios que causamos a nós mesmos nesta reencarnação, através dos pensamentos maléficos, dos sentimentos indignos, violentos, passionais. A enfermidade manifesta no corpo é sinal evidente de limpeza, de tratamento do Espírito, pois ela nos revela o quanto necessitamos nos cuidar, nos renovar, mudar de padrão moral e comportamental. Somente se cura quem não volta a "pecar", ou seja, a praticar o que a consciência aponta como sendo um mal, aceitando a prova em confiança no bem e ao seu serviço, com apoio vivo da oração, além, é claro, das providências médicas compatíveis.

8. Você acredita que a dor é necessária para que venhamos a educar os nossos sentimentos?
A dor é sempre a consequência de nossas deserções morais. Não existe dor, no sentido de sofrimento, de expiação, quando há docilidade no ser, quando há obediência aos valores da vida, da consciência (dizemos consciência e não desejos personalistas).
Uma criatura que presta atenção no caminho, que busca "ouvir" sua própria consciência e que se vale das genuínas revelações espirituais para acordar o "homem novo" em si mesma, anda em paz, edificada, vencendo todas as fases de sua formação essencial para o Universo infinito. Então, a dor, que sempre surge quando não há coerência entre saber e fazer, é uma bênção de despertamento e correção de rumo – pura expressão da Misericórdia do Pai!

9. O amor é um sentimento por excelência, mas ainda é incompreendido por muitos. Como diferenciar o amor da paixão?
A paixão é o rudimento, o amor é a realização. Poderíamos dizer, numa analogia, que o carvão é a paixão; no tempo, sofrendo o efeito das forças naturais, dos "quimismos" renovadores, ele se transforma em diamante, capaz de retratar a luz, em sublimes cambiantes.

10. Qual o papel da idealização no campo das relações humanas? O amor pode equivocar-se a partir da idealização? Quais as consequências?
A imaginação é um dos departamentos da mente que deve estar sob a coordenação da vontade lúcida.   Pelos excessos nesse terreno impressivo e tão fecundo da alma, podemos "comprar" pelo engano e isso pode nos custar decepções e amarguras que nos induzam à obsessão. No terreno das relações humanas, ainda nos encontramos muito presos aos caprichos pessoais, às carências, e é de bom alvitre estar VIGILANTES.
Temos aí, ainda, os processos do desejo e o desejo, que também é um departamento do campo mental; vale-se da imaginação para impregnar todo o ser, predispondo-o a alguém ou a alguma coisa. Quanto mais a criatura se estuda à luz do Evangelho redivivo, mais essa criatura fixa o que é importante, essencial, dando adeus às ilusões, às fantasias. Isso não quer dizer que devamos parar de sonhar, mas sonho por sonho não é realização. É preciso nos resguardemos de tanto desgaste de energia, desnecessário.
Amar é um imperativo e ninguém vive sem os outros, mas amar não significa escravizar ninguém, não significa obrigar alguém a fazer por nós o que queremos. Amar é dar com alegria, com desprendimento e nunca cobrar retribuição.

11. Quais são as terapêuticas que a Doutrina Espírita nos traz para reequilibrar o nosso ser?
As mais eficientes terapêuticas que o mundo já conheceu são as da transformação moral através da consciência. Quando uma criatura em aflição e desajuste adentra um Centro Espírita ou começa a ler as obras sérias de Espiritismo, passa a receber luz em seu íntimo e, segundo disposições próprias pela assimilação das Verdades Cósmicas, pode curar-se das mazelas e tormentas que traz, geralmente, por ignorância ou perversão. Todas as terapêuticas existentes no mundo são contribuições para o realinhamento das pessoas, mas o poder real da cura está no Evangelho de Jesus, que o Espiritismo reedita em espírito e verdade para a Terra, porque a Mensagem do Cristo é vida plena no amor em Deus.

12. A criatura humana durante a sua existência procura pela felicidade. Existe diferença entre felicidade e alegria?
Alegria é um sentimento de satisfação que nasce das boas sintonias ou das boas realizações. Há graus diversos de alegria; desde a periférica, que não passa de euforia (fogo - fátuo), geralmente por conquistas materiais, transitórias, ao júbilo, que é todo moral e, por isso, duradouro. A felicidade, porém, é um estado completo de integração com o Universo. A felicidade só pode ser alcançada quando existe amor e quando este amor é universal. Na Doutrina Espírita, a prática do amor é chamada, pelos Benfeitores Espirituais, de Caridade, porque a Caridade é o sentimento do amor que se torna universal, por todos e por tudo, refletindo Deus. Os Espíritos puros são felizes, porque amam todos os seres, todas as coisas e buscam servir. A felicidade plena somente existe a partir da completa depuração dos seres, mas é uma conquista de cada dia.

Wagner Gomes da Paixão é médium e expositor espírita, residente no Brasil. É fundador do Grupo Espírita da Benção, em Mário Campos  -  MG

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano III  N° 9   Março e Abril 2010
The Spiritist Psychological Society