Powered By Blogger
Mostrando postagens com marcador energia psiquica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador energia psiquica. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mediunidade


 Manuel Portásio Filho      

  Se Jesus inaugurou a era do Espírito na Terra, protagonizando ele mesmo uma série extraordinária de fenômenos que engalanariam a obra de qualquer médium terreno, a mediunidade é uma faculdade inerente à condição humana, ou, como bem a definiu Emmanuel, “é aquela luz que seria derramada sobre toda a carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra.”, lembrando precisamente as palavras do Rabi da Galiléia.
   Kardec nos lembra que todos somos mais ou menos médiuns e fala: “toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium.” De fato, a mediunidade acompanha o homem desde priscas eras, tendo surgido muito antes do advento do próprio Cristo – que não era médium – quando o ser humano tornou-se consciente da existência e presença dos Espíritos em seu meio.  Somente com a Doutrina Espírita, porém, viemos a saber o que é a mediunidade e como se processa. 
   A mediunidade não é um privilégio de ninguém, porque é inerente à condição orgânica do homem, e só ele, entre todos os seres da natureza terrena, a possui.  Como disse Herculano Pires, “mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos.” 
Portanto, ela pertence ao campo da comunicação e tem como finalidade oferecer auxílio, esclarecimento e consolação ao Espírito encarnado.  A mediunidade é uma das mais extraordinárias formas de comunicação do homem.  Por ela, comunica-se com os seres invisíveis; por ela, é um comunicador nato.  E, para tanto, a única aparelhagem exigida é o corpo físico.      
   Sendo uma potencialidade da alma, que aflora naturalmente em algum momento da vida do Espírito, “a mediunidade é um mecanismo extremamente delicado e suscetível, que deve ser tratado com atenção, cuidado e carinho”, segundo Hermínio C. De Miranda.  Daí a necessidade de sua educação e controle, para que se preste efetivamente aos propósitos para os quais nos foi concedida.  Seu mau uso, por isso mesmo, tem como consequência a sua retirada e sofrimento para o médium que geralmente assume o compromisso na Espiritualidade, devendo prestar contas dele: eis a sua responsabilidade.  O comando do processo, porém, fica a cargo dos Espíritos; a mediunidade não existe sem eles.  
   Como afirma Kardec, “o médium tem a comunicação; porém, a comunicação efetiva depende da vontade dos Espíritos.”, o que não retira a condição de ser o médium indispensável às manifestações do mundo invisível.  Em outra parte, diz o Codificador: “médium é a pessoa que sente a influência dos Espíritos e lhes transmite os pensamentos.”  
Daí, a importância da educação mediúnica, que esclarece o médium e o capacita a ser o instrumento mais fiel possível das comunicações dos Espíritos.  Portanto, em se tratando de mediunidade, o estudo é fundamental e, “em nos reportando a qualquer estudo da mediunidade, não podemos olvidar que, em Jesus, ela assume todas as características de exaltação divina.”, no dizer de André Luiz.
   A Doutrina Espírita, enfim, tem caráter educacional e libertador, como educacional e libertadora foi a missão de Jesus, ensinando e dando exemplos.  Ele mesmo afirma: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. E o Espiritismo trouxe, para os homens, a verdade acerca da mediunidade, libertando-os da sua ignorância milenar. 

1) O Consolador, perg. 382
2) O Livro dos Médiuns, 2ª. Parte, cap. XIV
3) Mediunidade, cap. I
4) Diálogo com as Sombras, cap. II                                  
5) O Principiante Espírita, n. 59                                          
6) Obras Póstumas, Manifestações de Espíritos, VI, n. 33                                                   
7) Mecanismos da Mediunidade, cap. XXVI                      
8) Jo 8:32

Manuel Portásio Filho é Advogado, residente em Londres. É membro do The Solidarity Spiritist  Group, Londres-UK.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 6  Setembro e Outubro 2009  
The Spiritist Psychological Society 

domingo, 24 de junho de 2012

O Que é Ansiedade?


Ana Cecília Rosa

A ansiedade e o transtorno do pânico, contrariamente ao que se acredita, não são um problema moderno. Na mitologia grega, encontra-se seu exemplo mais antigo: o Deus Pã (metade homem e metade carneiro), pertencente ao inconsciente coletivo daquele povo, fonte de sustos aos que se “aventuravam” por florestas e origem do termo pânico. Os sintomas da ansiedade, como palpitações, sudorese, náuseas e dor torácica, foram, durante séculos, relacionados aos distúrbios dos órgãos, sendo negligenciada a sua causa mental pela medicina. Porém, com o advento da Psicanálise, comprovou-se que certas debilidades  mentais (desordens  sexuais) mediavam essas manifestações.
    Segundo a teoria psicanalítica, a ansiedade é oriunda do conflito entre o Id e o Superego, o que leva à repressão de impulsos inaceitáveis pelo Ego, gerando desequilíbrio mental e os sintomas. O Espiritismo, por Joanna de Angelis, explica que o distúrbio “está enraizado no ser que desconsiderou as Soberanas Leis e se reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos gens a necessidade da reparação dos delitos transatos”. Assim, estão na nossa programação reencarnatória, mais precisamente no nosso corpo somático, as condições necessárias para a eclosão da doença, desencadeadas por fatores sociais e psíquicos (estresse, traumas, perfeccionismo) geradores de conflitos e insegurança, principalmente na infância.
    A disfunção orgânica requer tratamento com ansiolíticos e antidepressivos, além da psicoterapia para o enfrentamento dos medos. Os cuidados emocionais, provenientes da lei da caridade, amor e justiça, e o reconhecimento do indivíduo como doente da alma são fundamentais para o restabelecimento da confiança em busca da cura, proporcionando condições de aprendizado e evolução.

    Ana Cecília Rosa é médica pediátrica, residente no Brasil. É membro do Instituto  de Divulgação Espírita  - Araras/SP.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II   N° 4  Maio e Junho 2009
The Spiritist Psychological Society 

domingo, 17 de junho de 2012

A Mediunidade e o Desenvolvimento do Ser


Adenáuer Novaes

As faculdades psíquicas humanas surgiram do desenvolvimento dos cinco sentidos orgânicos. Elas são resultantes do aprimoramento do automatismo biológico, que alcançou o estado de subjetividade, a partir de necessidades relacionais. Do automatismo orgânico à subjetividade psíquica, tem-se aquilo que C. G. Jung chamou de arquétipo psicóide, isto é, uma estrutura intermediária que permite a passagem de uma dimensão à outra. Da mesma forma, há uma outra estrutura arquetípica que permite o trânsito entre a mente e o mundo espiritual, isto é, entre dimensões vibratórias distintas. A mediunidade é a faculdade que permite essa passagem. Ela é um instrumento para a evolução do Espírito, que deve ser utilizado nas várias experiências humanas. É evidente que sua utilização dependerá do conhecimento a respeito da mediunidade, bem como do grau de desenvolvimento da faculdade. Seu uso consciente, praticamente restrito a ambientes institucionais (centros espíritas, templos, grupos independentes etc.), não inibem o fluxo natural de idéias, pensamentos, emoções e sentimentos entre distintas dimensões que ocorre cotidiana e naturalmente. Graças a mediunidade o ser humano se conecta às forças superiores da vida, acessando espontaneamente conhecimentos que extrapolam sua capacidade de concepção racional. Por conta do desconhecimento a respeito da mediunidade, torna-se difícil a distinção entre o que é, de fato, fruto da faculdade, dos conteúdos do próprio pensar. Esse desconhecimento contribui para que se pense que o mediúnico é apenas aquele que promove efeitos físicos. São valorizados os eventos mediúnicos que promovam fenômenos ostensivos, tais como movimento de objetos, aparições espetaculares, adivinhações, premonições etc., contribuindo para a permanência da ignorância em se utilizar a faculdade. Restringi-se ao uso, necessário, para o atendimento a desencarnados sofredores e para o esclarecimento, a partir de mensagens de cunho moral elevado.
É nos mais variados momentos da vida, para a evolução do Espírito, que se deve utilizar a mediunidade. Seu uso institucional é válido e deve ser incentivado, sem prejuízo de que se cultive o seu desenvolvimento natural. A comunicação mediúnica, no ambiente doméstico, visando a comunhão de encarnados com desencarnados, que se ligam pelos laços da afinidade e do amor, deve ser incentivada para o estreitamento das relações, bem como para a troca de experiências. Ainda se teme tal estreitamento por causa da possibilidade da obsessão. Esse temor, mesmo relevante, dificulta que se viabilize o uso natural da mediunidade. Deve-se lembrar que, o saber vem do exercício, que contém sucessos e insucessos.
A mediunidade de uma pessoa não pertence aos espíritos desencarnados, mesmo considerando que eles é que decidem quando e como se comunicam. Vários tipos de mediunidade ou de faculdades que transcendem os sentidos físicos não dependem dos espíritos desencarnados. Essas faculdades também são conhecidas como paranormais. São elas: clarividência, premonição, pré-cognição, clariaudiência, telepatia, retrocognição, desdobramento etc. Todas podem ser úteis nos mais diversos campos da vida humana.
Visando o desenvolvimento da própria personalidade, a mediunidade pode ser utilizada para o contato com espíritos afins para trocas afetivas, trocas de informações e novos conhecimentos, realização de tarefas conjuntas, desenvolvimentos de habilidades, auxílio em tarefas de desobsessão, auxílio nas desencarnações e nos nascimentos, solução de traumas cármicos, maior compreensão dos distúrbios psíquicos, ampliação da consciência de si mesmo do encarnado, entre outras utilidades. Isso significa dizer que ser médium necessariamente não é ser espírita, tampouco é utilizar a mediunidade apenas para o auxilio espiritual a desencarnados ou para demonstração da imortalidade da alma.
O ser humano encarnado deve entender que sua estadia no corpo físico é uma fase necessária e importante em sua evolução, para o aperfeiçoamento de habilidades, sob contingências físicas nem sempre favoráveis. Nesse período, em que está encerrado num corpo limitado, tem a oportunidade de se conectar, graças à mediunidade, à sua dimensão de origem, onde pode obter conhecimentos mais amplos. O desenvolvimento do ser se deve há múltiplos fatores, todos eles tendo como base a experiência direta com a realidade, na qual vive intensas emoções. A mediunidade é mais um desses fatores, diferenciando-se dos demais pela possibilidade que faculta de conexão com as forças espirituais criativas da natureza. É seu adequado uso, nas ricas experiências da vida, que promoverá a integração, ao Espírito, das leis de Deus. 

Adenáuer Novaes é Psicólogo Clínico, residente no Brasil. É um dos diretores da Fundação Lar Harmonia - Salvador-BA.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II  N° 2  Janeiro e Fevereiro 2009
The Spiritist Psychological Society