Powered By Blogger
Mostrando postagens com marcador ANSIEDADE. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ANSIEDADE. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de setembro de 2013

SERÁ QUE SOMOS NORMAIS?

 PANORAMA
 Carlos Abranches 
13
A resposta à pergunta acima é simples, se depender de um estudo da equipe do Laboratório de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC), iniciado há dois anos.
De acordo com os dados obtidos por uma bateria de testes, apenas 26,4% das pessoas são normais.
O levantamento feito pelo HC teve o objetivo de testar os efeitos do antidepressivo cloripramina em voluntários sem nenhum transtorno psiquiátrico. O problema é que, de cada 100 pessoas que se apresentam para participar , cerca de 80 acabam dispensadas por não preencher alguns requisitos básicos. E o principal deles é justamente ser normal.
O exame é rigoroso. Para passar na seleção da equipe, é preciso enfrentar três etapas rigorosas e padronizadas. A primeira elimina o maior número de candidatos (53%). Ela se baseia em critérios de idade (é preciso ter entre 21 e 50 anos), de escolaridade (exige-se 1º grau completo) e num
teste americano chamado Self Report Questionary, ou SRQ, de 20 perguntas. Aparentemente simples, ele é capaz de detectar se a pessoa tem ou não transtornos psicológicos. As chances de acerto são de 80%.
O teste é mais implacável com as mulheres. Há uma diferença de dois números em favor dos homens na pontuação de corte - seis respostas “sim” para eles e quatro para elas. A psiquiatra Mônica Vilberman, uma das responsáveis pela segunda etapa do estudo, afirmou que é preciso ser mais duro com as mulheres “porque elas têm maior oscilação hormonal e mais facilidade em falar de intimidades”.

Na segunda fase de testes, que causa a eliminação de 43% dos entrevistados, psiquiatras investigam se há transtornos psicológicos na família do candidato. As últimas etapas são exames laboratoriais e mais uma entrevista com o psiquiatra, só que dessa vez com quatro horas de duração. “No total, ficam só 26,4%”, afirmou a psiquiatra Elaine Henna. É o fim da maratona: o candidato recebe um “atestado” de normalidade.
O fato é que até o final de 2004, somente 40 pessoas resistiram até o fim, menos da metade do necessário. Depois da triagem, são oito semanas de estudo, nas quais o candidato toma doses mínimas de cloripramina, de 10 a 40 miligramas. Ressalta-se que em pessoas depressivas, são aplicadas de 150 a 300mg da droga. Entre os participantes, a depressão é a doença mais comum (46%), seguida de ansiedade (21%) e obsessões (8%).

O psicanalista Ailton Amélio, da Universidade de São Paulo (USP), tranqüilizou os candidatos, dizendo que “se um determinado transtorno, como timidez e ansiedade, não prejudica aos outros e ao próprio portador dele, não é preciso se preocupar”. Para ele, “o normal é não ser normal”.
Sem considerar, neste artigo, os critérios utilizados pela pesquisa para definir o conceito de normalidade, quem observa o fenômeno sob o ponto de vista espiritual deve acrescentar a esse tipo de conclusão as influências que a realidade do Espírito traz para a saúde psíquica do Ser humano.
Vivemos sob uma nuvem de ondas mentais, de presenças espirituais, de estímulos psicológicos que fogem aos parâmetros de percepção dos homens. Muitas dessas influências agem nas causas de inúmeras atitudes das pessoas, desde a execução de crimes horrendos, inspirados pelas sombras da maldade, até gestos da mais pura conduta amorosa, como o socorro prestado na hora exata, a palavra correta que silencia a chance do crime ou a prece sublime, acompanhada por benfeitores anônimos, verdadeiros missionários da luz.
..
O Espírito Calderaro faz referência a essa questão na obra NO MUNDO MAIOR. O instrutor espiritual de André Luiz lembra que muitos encarnados batalham diariamente para vencer os próprios monstros interiores que carregam consigo. “Há pessoas que têm vocação para o abismo”, afirma.
Nessa luta, enfrentam as pressões da ansiedade, os transtornos bipolares, em que não conseguem administrar os impulsos de depressão e euforia que lhes tomam a mente, os processos mais graves de paranóia e esquizofrenia e outras enfermidades da alma, a agirem negativamente na vida de relação deles com o mundo.
Os transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e obesidade mórbida desencadeiam outros quadros graves de difícil solução, a exigir disciplina do paciente e atenção amorosa de médicos e familiares, para que a pessoa consiga enxergar horizontes renovados, mais claros e otimistas com relação ao futuro.
Diante dessa intensa dinâmica da relação do homem consigo mesmo, incluindo-se aí a movimentação do mundo espiritual ao seu redor, é natural considerarmos que nem todo mundo pode mesmo ser “Normal”.

O ambiente psíquico da Humanidade ainda é extremamente heterogêneo, doentiamente desestruturado, seriamente desequilibrado. Isto exige elevada atenção de quem quer sobreviver emocionalmente um pouco acima da média, estruturando-se intimamente para vibrar sobre as ondas psíquicas de caráter doentio.
Os espíritas temos a oportunidade de cuidar com apreço bastante apurado da saúde emocional. Há trabalho suficiente no Bem, sob o amparo da orientação doutrinária, para que compreendamos com profundidade os impulsos da depressão e dos transtornos da mente, para que nos permitamos cair nessa faixa, incorrendo nas conseqüências imediatas desse tipo de sintonia.
Temos como remédio a luz do autoconhecimento, a coragem de agir sempre focados no bem coletivo, a alegria que deve caracterizar nossa opção de vida, além da prece, espelhada em nossas meditações profundas em busca do melhor que somos e podemos ser.
Se um dia nós fossemos fazer o teste do Hospital das Clínicas de São Paulo, talvez não passássemos no exame da normalidade, dentro dos critérios definidos pela pesquisa.
Não é problema. O que importa é se podemos afirmar agora, com segurança, se temos o controle de nossa vida em nossas mãos, se estamos dedicados o suficiente para conhecer as entranhas de cada atitude que tomamos , se os impulsos mais primitivos que ainda nos caracterizam estão sob o controle do Ser que busca ser melhor a cada minuto dos dias.
Sentir no bem, para pensar no bem e agir no bem. A proposta é de Emmanuel, vindo com perfeição se encaixar na nova dinâmica que precisamos impor à vida emocional, apesar de possíveis oscilações que possam aparecer no decorrer dos tempos tumultuados que chegarão.
Esta, sim, é a normalidade adequada, em que nos oferecemos não só como um Ser melhor à vida, mas como alguém interessado em colaborar para que os outros se aproximem também, o mais rápido possível, da normalidade de seres equilibrados espiritualmente.


Fonte: REFORMADOR, nº2118


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX Nº351
Janeiro 2006
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
Correspondência:

Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Libertação Pessoal


Sônia Theodoro da Silva


“SOMOS O DOMICÍLIO VIVO DOS PENSAMENTOS  QUE  GERAMOS  OU  AS  NOSSAS IDEIAS SÃO PONTOS DE APOIO  E  MANIFESTAÇÃO DOS ESPÍRITOS BONS OU MAUS QUE SINTONIZAM CONOSCO?”  (Libertação,  André Luiz/F.   C  .Xavier)

   Na questão 833 de O Livro dos Espíritos,  Allan  Kardec  obtém  a seguinte  resposta  dos  Benfeitores da  Humanidade  com  referência  à possibilidade  de  uma  vivência  absoluta  da  liberdade: é  pelo  pensamento que o ser humano goza de uma  liberdade  sem  limites,  porque o  pensamento  não  conhece  entraves,  sendo  responsável  por  ele (q.834) perante Deus. Ainda com o eco do Iluminismo a permear a elaboração de seus comentários sobre Liberdade, Igualdade e Fraternidade (Obras Póstumas), como princípios fundadores de uma perfeita ordem social capaz de conduzir o ser humano ao convívio salutar e gerador de realizações com base essencial na tolerância, no exercício de direitos iguais que implicam em iguais deveres e, portanto, na liberdade que pressupõe confiança mútua, Kardec antevê uma sociedade ausente de fundamentalismos religiosos que ritualizam a fé, de dogmatismos científicos e filosofias estanques e áridas.

A possível harmonia na convivência da diversidade torna-se viável a partir de um processo de conscientização oriunda da responsabilidade madura e legítima, adquirida no exercício efetivo do que hoje consideramos  apenas  como  possível:  a fraternidade. 
   E esse processo começa com o conhecimento de si mesmo e com a sua etapa posterior: CONHEÇA-SE - DEPOIS SEJA SINCERO COM O QUE DESCOBRIU.    A sinceridade, com a descoberta de conteúdos existenciais ainda  necessariamente passíveis  de  reformulação,  conduz a essa libertação pessoal e intransferível, que teve início com os ensinos  de  Jesus,  posteriormente  referendados pelo Espiritismo. Libertar-se de uma sociedade construída no constrangimento religioso, político e social começa não por ações exteriores de qualquer espécie ou ideologia,  mas dentro da própria pessoa, com a mesma coragem e empenho que  os  Construtores  do  Bem  sobre a Terra conseguiram fazer.       

Sonia Theodoro da Silva é tradutora e graduanda em Filosofia, residente em São Paulo, Brasil, colabora na FEESP, Casas André Luiz e escreve para revistas e jornais espíritas.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 6  Setembro e Outubro 2009  
The Spiritist Psychological Society 


domingo, 24 de junho de 2012

O Que é Ansiedade?


Ana Cecília Rosa

A ansiedade e o transtorno do pânico, contrariamente ao que se acredita, não são um problema moderno. Na mitologia grega, encontra-se seu exemplo mais antigo: o Deus Pã (metade homem e metade carneiro), pertencente ao inconsciente coletivo daquele povo, fonte de sustos aos que se “aventuravam” por florestas e origem do termo pânico. Os sintomas da ansiedade, como palpitações, sudorese, náuseas e dor torácica, foram, durante séculos, relacionados aos distúrbios dos órgãos, sendo negligenciada a sua causa mental pela medicina. Porém, com o advento da Psicanálise, comprovou-se que certas debilidades  mentais (desordens  sexuais) mediavam essas manifestações.
    Segundo a teoria psicanalítica, a ansiedade é oriunda do conflito entre o Id e o Superego, o que leva à repressão de impulsos inaceitáveis pelo Ego, gerando desequilíbrio mental e os sintomas. O Espiritismo, por Joanna de Angelis, explica que o distúrbio “está enraizado no ser que desconsiderou as Soberanas Leis e se reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos gens a necessidade da reparação dos delitos transatos”. Assim, estão na nossa programação reencarnatória, mais precisamente no nosso corpo somático, as condições necessárias para a eclosão da doença, desencadeadas por fatores sociais e psíquicos (estresse, traumas, perfeccionismo) geradores de conflitos e insegurança, principalmente na infância.
    A disfunção orgânica requer tratamento com ansiolíticos e antidepressivos, além da psicoterapia para o enfrentamento dos medos. Os cuidados emocionais, provenientes da lei da caridade, amor e justiça, e o reconhecimento do indivíduo como doente da alma são fundamentais para o restabelecimento da confiança em busca da cura, proporcionando condições de aprendizado e evolução.

    Ana Cecília Rosa é médica pediátrica, residente no Brasil. É membro do Instituto  de Divulgação Espírita  - Araras/SP.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II   N° 4  Maio e Junho 2009
The Spiritist Psychological Society