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terça-feira, 26 de agosto de 2014

3 – Obsessão

Módulo XII

Influência dos Espíritos na Nossa Vida


3 – Obsessão

Do latim, obsessione, a palavra obsessão significa: impertinência, perseguição, vexação; Preocupação com determinada idéia, que domina doentiamente o espírito, e resultante ou não de sentimentos recalcados; idéia fixa; mania.99

99 Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

Normalmente o termo obsessão é usado como significado de idéia fixa em alguma coisa, como a definir um estado mental doentio.

Após a Codificação Espírita, esta palavra ganhou um significado mais profundo:

A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo.

Apresenta-se caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.100

100 “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXVIII, Item 81.

Com este conceito, Kardec, aproveitando o significado vulgar, aprofundou-o mostrando as suas causas. Temos então que a obsessão é um distúrbio mental gerado por influência negativa dos Espíritos, tendo suas causas no passado culposo da criatura através de comportamentos distantes da moral.

O Espírito Manoel Philomeno de Miranda chega a afirmar que somente há obsidiados porque há endividados espirituais.101

101 “Grilhões Partidos”, Prefácio item 3.

Segundo Emmanuel, a obsessão é o equilíbrio de forças inferiores, retratando-se entre si. E continua: Fenômeno de reflexão pura e simples, não ocorre tão somente dos chamados mortos para os chamados vivos, porque, na essência, muita vez aparece entre os próprios Espíritos encarnados a se subjugarem reciprocamente pelos fios invisíveis da sugestão.102
102 “Pensamento e Vida”, cap. 27.

Com isto, nosso querido mentor nos alerta que a obsessão é um processo de sintonia, e sempre de forma bilateral, porque é sustentada por um intercâmbio que funciona tanto de lá para cá, como de cá para lá.

Nesta mesma iluminada página Emmanuel diz que:
Toda obsessão começa pelo debuxo vago do pensamento alheio que nos visita, oculto.

Hoje é um pingo de sombra, amanhã linha firme, para depois, fazer-se um painel vigoroso, do qual assimilamos apelos infelizes.

Desta forma, vemos o caráter gradativo do processo obsessivo, e novamente a importância do “Vigiai e Orai”.

Mecanismo da obsessão

Manoel Philomeno de Miranda, pela mediunidade de Divaldo P. Franco, informa como se dá o processo obsessivo. Vejamos a narrativa:

Quando o Espírito é encaminhado à reencarnação, traz, em forma de “matrizes” vigorosas no perispírito, o de que necessita para a evolução. Imprimemse, então, tais fulcros nos tecidos em formação da estrutura material de que se utilizará para as provações e expiações necessárias. Se se volta para o bem e adquire títulos de valor moral, desarticula os condicionamentos que lhe são impostos para o sofrimento e restabelece a harmonia nos centros psicossomáticos, que passam, então, a gerar novas vibrações aglutinantes de equilíbrio, a se fixarem no corpo físico em forma de saúde, de paz, de júbilo… Se todavia, por indiferença ou por prazer, jornadeia na frivolidade ou se encontra adormecido na indolência, no momento próprio desperta automaticamente o mecanismo de advertência, desorganizando-lhe a saúde e surgindo, por sintonia psíquica, em conseqüência do desajustamento molecular no corpo físico, as condições favoráveis a que os germens-vacina que se encontram no organismo proliferem, dando lugar às enfermidades desta ou daquela natureza. Outras vezes, como os recursos trazidos para a reencarnação, em forma de energia vitalizadora, não foram renovados, ou, pelo contrário, foram gastos em exageros, explodem as reservas e, pela queda vibratória, que atira o invigilante noutra faixa de evolução, a sintonia com entidades viciadas, perseguidoras e perversas, se faz mais fácil, dando início aos demorados processos obsessivos (…) 103

103 “Grilhões Partidos”, Prefácio item 3.

Através deste valoroso ensinamento, vemos que o processo obsessivo só se completa com a permissão do elemento encarnado, quando este, invigilantemente, foge aos compromissos da renovação Cristã. Porque mesmo que as “matrizes” já estejam gravadas, cabe a ele restabelecer a harmonia pela vivenciação do bem, ou se entregar às tendências desequilibradoras, através do jornadear nas frivolidades.

Variações do Processo Obsessivo

Obsessão Simples – Segundo informação dos Espíritos, a obsessão simples é parasitose comum a quase todas as pessoas. Trata-se da simples influência negativa dos Espíritos em nossa vida. Para que isto aconteça, basta que nos sintonizemos com as forças contrárias ao bem, e, seja nos momentos de sono ou de vigília, os Espíritos sutilmente nos ditam as regras.

Quase sempre todo processo de obsessão mais complicado, inicia-se em uma obsessão simples.

Fascinação – É a ilusão produzida pela ação direta do Espírito obsidente, paralisando na criatura obsidiada o raciocínio. Nesse estado, a pessoa obsidiada perde a noção do ridículo e do discernimento. O Espírito obsessor lhe inspira a agir de determinada maneira em disparate, e para ela, a forma é bem lógica. Ou seja, o obsedado nunca acha que está errado, e tenta provar com todos os argumentos que está certo. É sem dúvida uma das mais graves formas de obsessão.

Subjugação -À medida que se agrava o processo obsessivo, a vontade do obsessor vai aumentando o governo das ações do obsedado. A subjugação pode ser moral ou corporal:

- Moral: Ocorre quando o invasor domina moralmente o hospedeiro, levando-o a tomar atitudes comprometedoras. Já não é a vontade deste que comanda, mas do elemento perturbador. Seria como que uma fascinação mais agravada.

- Corporal: Dá-se quando o Espírito imanta-se a determinada pessoa, assenhorando-se dos centros do comando motor desta, e a domina fisicamente. Neste estado gravíssimo, a vítima fica inerte, cometendo atrocidades diversas.

Tipos de Obsessão

Se classificamos acima a obsessão quanto à forma de atuação dos Espíritos, podemos classificá-la também quanto ao elemento obsessor, ou seja, quanto a quem é o obsessor. Desta forma temos, a obsessão:

De encarnado para encarnado: É a obsessão realizada entre seres encarnados, através do domínio mental e até mesmo físico. Esse domínio muitas vezes é mascarado pelos termos ciúme, proteção, paixão, e até mesmo, o que é pior, amor. Mas amor nestas bases nós particularmente entendemos como “amor próprio”.

Acontece também sob o império do ódio ou outros sentimentos inferiores, como vingança, orgulho ferido etc..

De desencarnado para desencarnado: Há Espíritos que obsediam Espíritos. É a prova de que os sentimentos não mudam só pelo ato do desencarne. Quando um homem é de nível inferior, evolutivamente falando, será também, até que mude de postura, Espírito inferior. Há nas relações entre Espíritos verdadeiras relações de domínio de um em relação a outros que se acham em desvantagem. O livro Libertação, do Espírito André Luiz, sob a mediunidade de Francisco Cândido Xavier, é um dos que tratam este tema com muita propriedade.

De encarnado para desencarnado: A princípio, poderíamos achar esta hipótese um absurdo, mas podemos afirmar com segurança, que o fato é muito mais comum do que podemos pensar.

Acontece quando criaturas desavisadas ligam-se obstinadamente aos entes queridos que desencarnaram antes, fincando a elas jungidas seja pela revolta ante o fato, ou por sentimento de perda.

É fruto do amor egoísta e possessivo que domina nosso ambiente planetário, agravado ainda pela falta de informação e consciência de culpa, ou ainda pelo sentimento de ódio, inveja ou vingança.

De desencarnado para encarnado: Esse é o mais conhecido, e o que tratamos mais comumente.

O fator vigilância, para o obsedado, é de suma importância, porquanto o obsessor desencarnado leva vantagem de nem sempre ser visto ou percebido, agindo assim com mais tranqüilidade, pois, ao contrário, tudo vê e percebe.

Obsessão recíproca: Como já dissemos anteriormente, nenhuma obsessão é unilateral, mas podemos qualificar como obsessão recíproca, a que ambos os elementos sentem-se dependentes um do outro, sendo muitas vezes até perigoso desligá-los rapidamente.

André Luiz narra um destes casos em sua obra, “Nos Domínios da Mediunidade”.
É o caso de Libório, que obsediava a esposa por quem sentia verdadeira paixão, vampirizando-
lhe o corpo físico. Esclarece desta forma o autor Espiritual:

O pensamento da irmã encarnada que o nosso amigo vampiriza está presente nele, atormentando-o. Acham-se ambos sintonizados na mesma onda. É um caso de perseguição recíproca (…) enquanto não lhes modificamos as disposições espirituais (…) jazem no regime de escravidão mútua, em que obsessores e obsidiados se nutrem das emanações uns dos outros.

Conclusão.

O processo obsessivo é uma característica de mundos ainda atrasados moralmente, pois é fruto do egoísmo, da maldade e da falta de perdão.

Tanto o tratamento como a profilaxia podem ser facilitados com o uso da prece, da água fluidificada, de passes, etc.. Mas o mais importante mesmo, o único remédio realmente eficaz, é a reforma íntima em bases de amor. Daquele amor ensinado pelo Meigo Rabi da Galiléia, nosso Querido Mestre: Jesus.


Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade
Goiânia - GO
Trabalho realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a coordenação de Cláudio Fajardo

Divulgação

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Obsessão Espiritual


Ana Cecília Rosa

Segundo o Espiritismo, obsessão espiritual é a influência nociva que certos espíritos inferiores exercem sobre os encarnados, objetivando causar-lhes sofrimento. Em todas as épocas da história da civilização, existiram esses fenômenos. As páginas dos Evangelhos estão repletas de passagens em que Jesus, através da sua autoridade moral, libertou fiéis do “jugo dos obsessores”, e instruiu seus apóstolos a fazerem o mesmo, conferindo-lhes a seguinte missão: “ restituí a saúde dos doentes, (...) expulsai os demônios” (Mateus, Cap. X, vs. 5 a 8).
O Mestre sabia que a obsessão seria uma realidade a infelicitar o homem durante os anos vindouros, decorrente da sua inabilidade temporária de fazer prevalecer os sentimentos nobres.
   Entre os fatores condicionantes dessa perseguição espiritual, destacam-se o ódio e o sentimento de vingança.
Suelly Caldas Schubert, no livro Obsessão e Desobsessão, afirma: É a obsessão, cobrança que bate às portas da alma. É um processo bilateral. Faz-se presente porque existe de um lado o cobrador, sequioso de vingança, sentindo-se ferido e injustiçado, e de outro o devedor, trazendo impresso no seu perispírito as matizes de culpa, o remorso ou do ódio que não se extinguiu. 
A origem de todo processo obsessivo reside na imperfeição moral dos indivíduos, que gera atitudes infelizes de agressão e revides com prejuízo mútuo, principalmente quando aquele que se considera vítima for incapaz de praticar o recurso do perdão. Na ocasião do desencarne, o ofendido leva, junto consigo, os sentimentos de rancor e ódio incontroláveis e aguarda a desforra na forma que considera a mais correta: através das suas próprias mãos. Assim, ele articula a melhor maneira de influenciar seu desafeto, estudando as suas imperfeições e fraquezas. No momento em que o encarnado entra em sintonia mental com o obsessor, este inunda-o com fluidos perniciosos,    desejando   desencadear desequilíbrios mental e orgânico que, dependendo da duração, promoverão as diferentes formas de apresentação do processo obsessivo. 
   Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, classifica a obsessão em simples, fascinação e subjugação. Essa divisão didática dá-nos a idéia da complexidade do fenômeno e está intrinsecamente relacionada com o mecanismo de sua instalação e duração. Na forma simples, as características sutis preponderam, como irritabilidade, impaciência, indisposição e dor de cabeça, muitas vezes categorizadas como estresse. Caso esses sintomas persistam, outras manifestações ocorrerão. Entre elas, as alterações do humor e, em especial, a depressão determinam comprometimento maior da constituição física do encarnado levando grande prejuízo à sua auto-estima e ao seu livre arbítrio. Com o agravamento do processo obsessivo, há a exaltação da vaidade (fascinação) ou a anulação da vontade do obsidiado, com seu constrangimento aos desmandos do obsessor (subjugação). Nesse estágio, é comum encontrarmos as consequências dos fluidos deletérios no campo físico e mental, promovendo diversas doenças. Exemplo disso são as psicopatias, como esquizofrenia, síndrome do pânico e psicoses, e alguns tipos de câncer.
Em certos casos, o obsessor une-se ao seu desafeto através de laços fluídicos mentais, ainda no período fetal, o que traz graves modificações na organogênese desse indivíduo, causando debilidades físicas severas e grande limitação da sua vivência carnal, como, por exemplo, a “idiotia”.          
   Devemos entender que qualquer atuação do plano invisível não ocorre à revelia de Jesus. Segundo Emmanuel, no livro O Consolador, “todos estes movimentos têm uma finalidade sagrada, como a de ensinar-vos a fortaleza moral, a tolerância, a paciência, a conformação, nos mais sagrados imperativos da fraternidade e do bem”. O auxílio espiritual no alívio dos portadores dos transtornos obsessivos ocorre, imperceptivelmente, a todo momento. Basta colocarmo-nos em atitude receptiva e trabalho perseverante de reforma interior.  

Ana Cecília Rosa é médica pediátrica, residente no Brasil. É membro do Instituto de Divulgação Espírita - Araras/SP.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 6  Setembro e Outubro 2009  
The Spiritist Psychological Society