EFEMÉRIDES ESPÍRITAS
Neste
mês, em que se comemora o centenário da vinda de Chico Xavier à Terra,
relembramos um fato muito curioso de sua encarnação que culminou com uma grande
descoberta.
Intuitivamente
sugeriu a Wallace Leal Rodrigues que efetuasse uma pesquisa acerca da vida de
um dos maiores nomes da história do século XIX: o presidente americano Abraham
Lincoln, desencarnado em abril de 1865.
Mas,
qual seria a relação deste eminente político com o Espiritismo?
Através
de sua pesquisa Wallace não somente encontrou a tão conhecida biografia do
menino de origem humilde em pequeno condado de Kentuky, que se tornou um
excelente advogado e memorável presidente abolicionista, como verificou que se
tratava de um homem espiritualizado, intuitivo, e com profundas e expressivas
ligações com espíritos desencarnados, aos quais seguiu, com muito rigor, as
orientações no grave período da guerra civil americana.
Quando
Lincoln assumiu a presidência em 1861, os Estados Unidos eram, no seu dizer,
“uma casa dividida”. Os Estados do Norte, já industrializados, não tinham
vantagem em manter a escravidão, ao contrário do Sul que baseava-se na produção
agrícola e tinha por principal mão de obra, os escravos. Onze dos quinze
Estados escravagistas haviam declarado secessão da União, e criado um novo
país, os Estados Confederados da América. A partir desse acontecimento
iniciaram-se conflitos que provocaram um assustador número de mortes, que muito
preocupava o presidente, sempre muito soturno.
Foi
nesse contexto que se deu seu encontro com a médium de incorporação,
psicografia e efeitos físicos Nettie Colburn, uma jovem de 15 anos, iletrada e
de origem humilde, que serviu de instrumento a espíritos que orientaram o
presidente desde a arregimentação das tropas até a medida de abolir a
escravidão em todo país, que culminou com o fim da guerra.
A
participação de Lincoln em sessões espíritas iniciou-se com o estímulo da
primeira dama que, frequentadora de sessões fenomenológicas, conheceu Nettie e
ficou impressionada com o conteúdo das comunicações de que era
instrumento.
Convidada
a realizar sessão na própria Casa Branca, a jovem médium, de modo inconsciente,
deu lugar a uma figura bastante conhecida por Lincoln, Daniel Webster,
importante político abolicionista, reconhecido pelo próprio presidente em seu
discurso. Mais tarde, passaram a dirigir-se ao líder político outros espíritos.
A primeira orientação se deu em tom desafiador, pois que a entidade manifestante
lhe afiançou que, a fim de restabelecer a ordem e a união de seu exército,
visitasse o front1 juntamente de sua família, destituído de protocolos
oficiais. Deveria procurar as tendas dos soldados rasos, conversar com eles e
ouvir-lhes as queixas. No dia da visita, Lincoln visitou não só as tendas de
seus soldados, mas também a do exército dos Confederados, tratando-os com igual
interesse e gentileza. O resultado do empreendimento veio dias mais tarde,
antecipado pela comunicação dos espíritos: depois de seguidas derrotas, o
exército da União finalmente triunfara. A partir de tal sugestão Lincoln passou
a tomar com seriedade as orientações dadas pelos espíritos, as quais lhe
serviam de grande bálsamo para as suas silenciosas dúvidas e amargas cogitações.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3-ltWCmxY5jt4xZZmZIhNEbabazTf9DzZAVIp4_bx0F5VN8qcFcbB1nhk1e_vwmK8YLxwuC3KB6QykUvfmflWWDnvuGpDibGocvoky2QYNzZIEEAZhLHE39YbSQSGfZrSDLbli0-ifC0/s320/Daniel-Webster.jpg)
Não
há relatos de que Lincoln tenha tido contato com as obras de Kardec, no
entanto, estava certo da existência do mundo espiritual, tendo, inclusive
protagonizado diversos fenômenos. Previu o próprio desencarne antes mesmo de
ser eleito presidente, narrando tal quadro com grande precisão, embora não
soubesse afirmar quando se daria tal desfecho. Além disso, afirmava sentir, em
diversos momentos, a presença do filho desencarnado, com quem travava inúmeras conversações.
Já a primeira dama, mulher enérgica e de certa impulsividade que se auto
afirmava espírita e possuía a mediunidade de audiência, ficou em perturbação
após o desencarne do marido, findando seus dias na Terra internada em um
manicômio.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdu0CI2MV_zeMAUiIr3x8ke7wrNaOH10c3SYC9j4dzFqc7ThAmSkRiVY4TxjXi5cfm6GCWeHT_Gzxea0OaQ2_pyXVhV8ETBcF_6xHvG7G1KqCkpEJE-PrtCt9hxJMtIEx44ijtBSsbxkA/s320/galler10.jpg)
Mas,
seria Lincoln, então, espírita? Pouco importa. Certa feita, Chico Xavier, que
se encontrava de olhos úmidos ante a estátua do presidente no memorial Lincoln
Center recebeu de Emmanuel a seguinte referência em relação ao eminente
político: Observe a inspiração que norteou o artista ao conceber esta bela obra
de estatuária. Lincoln tem a mão direita, que assinou a Proclamação
Libertadora, aberta, a esquerda, fechada. E de seu olhar melancólico parece se
desprender um pensamento: “Vede, para cumprir com o dever, foi preciso que eu fechasse
meu coração”.
E
foi com o coração transpassado pela gravidade da situação, mas na seriedade de
seus propósitos e anonimato de sua certeza nas orientações espirituais que
restabeleceu a união de seu país e aboliu a escravidão.
Mas,
quem foi a menina pobre que serviu de intermediária para que os espíritos se
fizessem ouvir pelo presidente? Bom, esta é história para uma outra
efemérides...
1 Frente de
batalha
Leia mais
em:
Sessões
espíritas na Casa Branca – Nettie Colburn Maynard e Wallace Leal Rodrigues
Susan/Débora
Correio da Fraternidade
ANO 21 –
nº 250- Abril de 2010 Distribuição Gratuita
Grupo
Espírita “Irmão Vicente”
O Grupo
Espírita “Irmão Vicente”, abreviadamente GEIV, foi fundado em 1º de janeiro de
1962, como Associação religiosa e filantrópica, de duração ilimitada e com fins
não econômicos, com sede e foro na cidade de Campinas, estado de São Paulo.
http://www.annesullivan.com.br/mantenedora.html