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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Estudo Espírita

Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Tema:16ºEncontro Sobre "O Livro dos Espíritos"

Expositora: Elizabeth Operti

Rio de Janeiro

Dirigente do Estudo:

Mauro Bueno

Oração Inicial:

Meu querido Deus, quem somos nós? Nós somos pequenos grãos de areia, lutando para evoluir. Na nossa luta, vemos pessoas passarem por nós, vemos a vida através de cada rosto triste e feliz, vemos a paz tão esperada na alegria do vôo liberto do pássaro! Permita-nos, nosso amado Deus, sermos fiéis aos teus ensinamentos, no dia a dia de nossas vidas. Vamos então, agora, abraçar nossa querida Elizabeth Operti, que fará os estudos desta noite! E que assim seja!

Exposição:

Meus amigos, estamos aqui, mais uma vez, para conversar a propósito do Encontro sobre “O Livro dos Espíritos”.

Espero que a nossa conversa seja proveitosa para mim, tanto quanto para vocês. O tema escolhido para esse Encontro fala da morte e da vida após a morte. Um assunto do qual costumamos fugir, evitar, negar, mas, de qualquer forma, um assunto que é inevitável. Estaremos sempre colocados diante dele. A propósito, transcreveremos aqui um texto publicado na revista “Veja”, do dia 6 de outubro de 1999, sob o título "O duro exercício do adeus":

"Você recebe a notícia de que um parente querido tem uma doença letal. Conta ou não conta? Se contar, como? O que vem em seguida é duro: sensação de impotência, tristeza, revolta. Acompanhar o sofrimento do outro, ver o medo em seus olhos. Mais adiante, talvez seja preciso tomar outras decisões terríveis. Até onde vale a pena prorrogar a vida de um doente terminal? Se não suportar submetê-lo ao suplício de uma UTI, as opções continuam difíceis. Negar ao moribundo os cuidados que mantêm os pulmões respirando, o tubo que o alimenta? Em algum momento dessas etapas, ou talvez depois, já no luto, outra pergunta se insinuará: e quando chegar minha hora, como vai ser?

Confrontar-se com a morte, com sua negatividade absoluta, como dizem os filósofos, é a mais aterradora das questões, aquela que acompanha o ser humano desde aquele instante, na infância, quando se descobre o inevitável: todos os que estamos vivos vamos morrer. Os familiares mais queridos, os amigos. Nós. Mesmo para os que crêem na imortalidade da alma, a lembrança da finitude do corpo apavora. Como lidar com a morte? Não há, obviamente, respostas fáceis. Mas com certeza ignorá-la, sufocar as lágrimas, abafar o luto é a pior maneira, segundo a psicóloga Maria Helena Bromberg.

Essas são as questões básicas que iremos discutir no Encontro: o medo de morrer e o medo de perder aqueles que são os nossos afetos mais queridos. Como lidar com esse medo? Como lidar com a perda? Haverá na Doutrina Espírita elementos que nos ajudem a responder a essas questões?

Começaremos no Encontro pela proposta de trabalhar essas idéias e de encarar a morte de forma natural, tratar do assunto com naturalidade, considerando a morte como um fenômeno natural em si mesmo.

Hoje encontramos grupos de pessoas interessadas em tratar desses assuntos como algo com o que temos que conviver. É o caso da psicóloga Maria Helena Bromberg, a quem nos referimos ao citar a matéria da revista. Maria Helena coordena o laboratório de estudos e intervenção sobre o luto, serviço de assistência psicológica mantido pela Universidade Católica de São Paulo, com o objetivo de aliviar a angústia de quem teve uma morte em família.

Lembramos também os estudos desenvolvidos pela Dra. Elisabeth Kubler - Ross com pacientes terminais, nos quais ela observa a maneira como reagem à idéia de que estão perto da morte. Esses estudos nos mostram que o paciente terminal passa por estágios bem definidos na sua preparação para a partida. Esses estágios começam pela negação da própria morte e se seguem numa tentativa de burlar ou ignorar o inevitável. A barganha, por exemplo, um desses estágios, é freqüentemente observada, não só em pacientes terminais, mas também em doentes graves que julgam que podem vir a não se recuperarem. É uma tentativa de entrar em acordo com Deus no sentido de prolongar ao máximo a existência na Terra. O último desses estágios, segundo a doutora, é o da aceitação por falta de qualquer perspectiva ou alternativa.

O que a Doutrina Espírita teria a acrescentar a esse quadro? Pelos seus ensinamentos e pela vivência do intercâmbio com os desencarnados, a Doutrina Espírita oferece elementos ao paciente terminal e aos seus familiares no sentido de ir um pouco além da aceitação passiva e alcançar um estado íntimo de resignação pela aceitação de que a vontade de Deus é a melhor para cada uma de suas criaturas.

Outro aspecto a ser estudado no Encontro é a questão do desconhecimento em relação ao que acontece ao espírito desencarnante no momento da morte do corpo. Estaremos analisando depoimentos de espíritos que voltaram para narrar todo o seu processo de desencarnação. No entanto, nesses depoimentos falta a visão daqueles que participaram do processo como auxiliares para o desligamento do espíritos. Iremos buscar essas informações em obras de André Luiz. Ainda assim, conhecendo o processo por que passa o espírito, a dor pela perda do ente querido não é menor. Iremos buscar então no estudo desenvolvido por Maria Helena Bromberg os fatores que são determinantes na maneira de lidar com a perda dos entes queridos.

E traremos respostas para algumas das questões mais dolorosas formuladas por aqueles que perdem seus afetos mais queridos: onde está ele? Com quem está? Como está? Como obter notícias? E na busca de respostas a essas questões, analisaremos mensagens de jovens desencarnados por suicídio, assassinato ou acidente - casos considerados por Maria Helena Bromberg no topo da escala da dor da perda de entes queridos. (t)

Perguntas/Respostas:

[01] Barganha de que falou na palestra se refere às promessas usualmente feitas por adeptos de religiões mais antigas?

Refiro-me às atitudes observadas no comum das pessoas diante da morte. Por exemplo, conta a Dra. Kubler-Ross que depois de "brigar" com Deus por querer lhe tirar a vida, o paciente percebe que tem que mudar de tática e ora pedindo a Deus que lhe conceda só um pouco mais de tempo: primeiro para ver o filho crescer, o filho crescido para vê-lo formado, o filho formado para vê-lo casar, o filho casado para ver o neto nascer e assim por diante. Cada um tem a sua própria barganha na tentativa de negociar com Deus qualquer coisa que possa lhe dar mais tempo na Terra. (t)

[02] Como o conhecimento espírita pode auxiliar aqueles que, presos de revolta pela perda de entes queridos por ação dolosa, retém-se no desejo irrefreável de ir à forra?

Meu amigo, os espíritos que passaram por essa situação e retornaram em boas condições, equilibrados, harmonizados, são unânimes em afirmar que o que se deu com eles foi pura e simplesmente o pagamento de uma dívida de seu espírito com a Lei. Infelizmente, alguém se dispôs a cobrar essa dívida, cometendo o ato doloso. São unânimes também em recomendar aos seus familiares que compreendam, primeiramente, que a justiça foi feita em relação a eles e que entreguem à Justiça Divina a questão da dívida contraída por aqueles que se tornaram seus cobradores. Essa recomendação não só tem a sua razão de ser em relação ao que desencarnou, mas também tem o aspecto prático de evitar que os familiares se entreguem à sede de justiça, que é um sentimento insaciável e por isso extremamente doloroso para quem o cultiva. (t)

[03] Se um ente querido morre (nosso pai, por exemplo), e não tivemos tempo de dizer o quanto o amamos apesar dos não entendimentos, o que fazer para saber como está e como fazer para obter uma nova chance para pedir desculpas e dizer que o amamos.

Solmar, infelizmente, às vezes, descobrimos certas coisas tarde demais. Mas, no seu exemplo, podemos dizer que você tem todo futuro pela frente. Seu pai, de onde estiver, tomará conhecimento desse seu sentimento e, de alguma forma, procurará dar a você um sinal de que o entende. Como? Pode ser em sonho, pode ser por uma percepção sua da presença dele junto a você (se você orar e procurar aguçar a sua percepção além dos sentidos materiais). Mais diretamente, no estágio em que nos encontramos atualmente, para receber notícias dele você necessita do auxílio de um médium que se dedique a esse tipo de trabalho de maneira séria, numa casa espírita séria. (t)

[04] O que dizer a uma pessoa que, tendo perdido um ente querido, deixa-se morrer para ficar perto dele mais rápido?

Infelizmente, a resposta a esta pergunta é dura. Aquele que se dispuser da vida, a dá-la ao que se deixa morrer deverá fazê-lo ver que este é o meio mais rápido para não encontrá-lo tão cedo. A confiança em Deus e na sua justiça, a resignação diante do acontecido e a busca de meios de se dedicar ao bem são o caminho mais rápido para o reencontro. Não necessariamente um reencontro físico, mas a possibilidade de sentir sua presença novamente. (t)

Nota de MBueno: Em curtas palavras, trata-se de suicídio motivado por egoísmo. As pessoas não são nossas e temos de permitir-lhes a evolução.

[05] Depois da morte, um viciado, por exemplo, não tendo o objeto material de seu vício para se satisfazer, sofre muito, creio. Não seria o mesmo caso nosso, que depois de mortos e apegados às nossas necessidades físicas, sofreríamos por elas sem tê-las? Ou sem ter como satisfazê-las?

Pois o nosso Encontro é exatamente para que possamos compreender como nos preparar para morrer sem “pagar mico” depois de morto. Se você pensar bem, vai ver que Deus já organizou as coisas para que esse não sejam um grande problema. Você já reparou que com o passar dos anos o homem vai mesmo se desligando dos sentidos? Isso já é uma preparação para morrer. Difícil realmente é quando se desencarna em plena juventude.

Por isso, as religiões são unânimes em recomendar que nem só de pão vive o homem. Começar a cultivar os valores do espírito (e os prazeres do espírito) ao lado da satisfação dos sentidos pode ser uma boa dica. (t)

[06] Se um alcoólatra morre com mais de oito anos de sobriedade, na próxima encarnação volta com a mesma necessidade do álcool?

Pergunta-se: por que voltaria com a mesma necessidade do álcool? Essa necessidade deverá ter sido vencida nesse período em que ficou sóbrio e no que passar desencarnado. A reencarnação é uma oportunidade de crescimento espiritual e não um castigo. É claro que poderá voltar a sentir atração pela bebida, pois a mesma certamente ainda estará disponível, mas não há arrastamento irresistível para o espírito que, na verdade, é o que comanda todo o processo. (t)

[07] Me reportando a pergunta do jal, eu me sinto mal comigo mesmo quando vejo tanta compreensão e bondade em todos vocês, e penso que jamais serei capaz de ser tão bom, mas também penso: será que vocês seriam tão bons, se a vida de um ente querido de vocês fosse brutalmente tirada?

Mas quem disse a você, Luiz Carlos, que nós somos tão bons? Nós enfrentamos as mesmas dificuldades que todo mundo. Se alguma coisa eu pudesse lhe dizer, é que estamos tentando, fazendo força para entender a vida de um jeito que nos traga menos infelicidade do que nos tem trazido até hoje. Tentando adaptar-se aos conceitos do mundo, de vingança, de ódio, de egoísmo, etc.

Estamos, a duras penas, aprendendo pelo sofrimento que o preço que estamos pagando por tudo isso não tem valido a pena, no final das contas. Então, o que fazer? Buscar novos caminhos, novas alternativas, apontados por aqueles que encontraram primeiro que nós o caminho da felicidade. Não que queiramos ser bons, queremos apenas ser felizes. (t)

Oração Final:

No encerramento de mais esta reunião de estudos, felizes pelos ensinamentos que aqui hoje pudemos haurir, conclamamos aos irmãos a mantermos em nossos corações a paz que observamos no transcorrer do estudo e, desta forma, em harmonia, levarmos o pensamento ao Pai Criador, que nos permitiu mais esta oportunidade, seja pela disposição de meio de divulgação do Espiritismo, seja pela vontade que nos inspira de aqui comparecermos ao aprendizado, seja também pela capacidade mental com a qual dota nossas almas na trajetória reencarnatória.

Num pleito de agradecimento e rogando a ele que permita o amparo a todos os que aqui compareceram, e também que estas vibrações de amor e paz possa se estender a todos os locais onde haja uma dor e sofrimento, que eles possam ser amenizados, e pedimos também, nos auxilie a mantermos os firmes propósitos de colocar em prática estes ensinamentos que aqui colhemos, e que possamos estar aqui mais uma vez reunidos no próximo sábado. Graças ó Pai de amor e bondade, que nos supre a vida. A tua paz esteja conosco, hoje e sempre. (t)

A GÊNESE

OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO O ESPIRITISMO

Por ALLAN KARDEC (Autor de "O Livro dos Espíritos")

APRESENTAÇÃO

A Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos.

A Ciência, chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis naturais, pelos seus vários caminhos - a Astronomia, a Paleontologia, a Antropologia, a Geologia, a Física e a Química - a cada passo dado demonstra melhor as noções de Espaço Infinito e de Eternidade, aperfeiçoando a noção da Existência de Deus que se revela pela própriaNatureza e prova sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas.

O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica, como elucidou Allan Kardec. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as conseqüências morais que decorrem dessas relações; é, pois, uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos. Do ponto de vista religioso o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e recompensas futuras, sendo contudo independente de qualquer culto. Os princípios fundamentais da Doutrina Espírita em seus três aspectos: filosófico, científico e religioso, encontram-se em "O Livro dos Espíritos", primeira obra básica do Espiritismo publicada, de caráter essencialmente filosófico. Esses princípios foram posteriormente desenvolvidos em outros livros considerados as outras obras básicas.

 No contexto geral das obras básicas do Espiritismo, "A Gênese" é obra de caráter eminentemente científico. Última a ser editada, desenvolve e completa a primeira parte de "O Livro dos Espíritos”, Das Causas Primárias, cujo objeto de estudo é DEUS e os dois elementos gerais do Universo, MATÉRIA E ESPÍRITO.

Em a INTRODUÇÃO à primeira edição publicada em Paris, 6 de Janeiro de 1.868, cujo título original é LA GENÉSE, LES MIRACLES ET LES PRÉDICTIONS SELON LE SPIRITISME, é o próprio Allan Kardec quem lhe define o objeto:
"Esta nova obra é mais um passo dado ao terreno das conseqüências e das aplicações do Espiritismo. Conforme seu título indica, tem ela por objeto o estudo dos três pontos até Agora diversamente interpretados comentados: A Gênese, os milagres e as predições, em suas relações com as novas leis que decorrem da observação dos fenômenos espíritas.

Dois elementos, ou, se quiserem, duas forças regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material. Da ação simultânea desses dois princípios nascem fenômenos especiais, que se tornam naturalmente inexplicáveis, desde que se abstraia de um deles, do mesmo modo que a formação da água seria inexplicável, se se abstraísse de um dos seus elementos constituintes: o oxigênio e o hidrogênio.

Demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material o Espiritismo fornece a chave para a explicação de uma imensidade de fenômenos incompreendidos e considerados, em virtude mesmo dessa circunstância, inadmissíveis, por parte de uma certa classe de pensadores. Abundam nas Escrituras esses fatos e, por desconhecerem a lei que os rege, é que os comentadores, nos dois campos opostos, girando sempre dentro do mesmo círculo de idéias, fazendo, uns, abstração dos dados positivos da ciência, desprezando, outros, o princípio espiritual, não conseguiram chegar a uma solução racional.

Essa solução se encontra na ação recíproca do Espírito e da matéria. É exato que ela tira à maioria de tais fatos o caráter de sobrenaturais. Porém, que é o que vale mais: admiti-los como resultado das leis da Natureza ou repeli-los? A rejeição pura e simples acarreta a da mesma base do edifício, ao passo que, admitidos a esse título, a admissão, apenas suprimindo os acessórios, deixa intacta a base. Tal a razão porque o Espiritismo conduz tantas pessoas à crença em verdades que elas antes consideravam meras utopias.

O Espiritismo não encerra mistérios, nem teorias secretas; tudo nele tem que estar patente, a fim de que todos o possam julgar com conhecimento de causa ".

Para deixar claramente definidos os papéis respectivos dos Espíritos e dos homens na elaboração da nova doutrina e afastar qualquer idéia de misticismo, o objeto do primeiro capítulo de "A Gênese" intitula-se : Caracteres da Revelação Espírita, para o qual deve-se voltar séria atenção porque, de certo modo, está ali o âmago da questão.

Não obstante, ser a obra um complemento das que a precederam, contém ela algumas teorias sobre as quais Kardec se refere com "ainda hipotéticas, que tivemos o cuidado de indicar como tais e que devem ser consideradas simples opiniões pessoais, enquanto não forem confirmadas ou contraditadas, afim de que não pese sobre a doutrina a responsabilidade delas"

No estudo, pois da obra deve-se distinguir a parte apresentada como complementar da Doutrina, daquela que o próprio Allan Kardec considera hipotética e pessoalmente dele. Contudo, como esse seu aviso foi feito há mais de 130 anos, pode-se, agora, inclusive observar se houve confirmação ou contradição de tais teorias pelo progresso da Ciência.

Em seus demais capítulos são tratados à luz da mais pura razão e com inenarrável beleza e sensibilidade os palpitantes temas como: Existência de Deus, Origem do bem e do Mal, Papel da Ciência na Gênese, Antigos e modernos sistemas do mundo, O espaço e o tempo, A matéria, As leis e as forças, A criação primária, a Criação universal, A eterna sucessão dos mundos, A vida universal, Diversidade dos mundos, Períodos geológicos, Teorias sobre a formação da Terra, Gênese orgânica, Escala dos seres orgânicos, O homem corpóreo, Gênese espiritual, União do espírito à matéria, Hipóteses sobre origem do corpo humano, Encarnação dos espíritos, Reencarnações, Emigrações e imigrações dos Espíritos, Gênese mosaica, entre outros e, definindo e explicando em o capítulo entabulado "Os Milagres" o sentido de milagre, do ponto de vista teológico e do ponto de vista natural, onde apresenta detalhado estudo sobre a natureza dos fluidos e suas propriedades, dando a explicação de fenômenos considerados sobrenaturais e enfocando, sob esse aspecto, os milagres do Evangelho e a superioridade da natureza de Jesus, termina por apresentar racional enfoque sobre a teoria da presciência, abordando as predições do Evangelho e sua relação com os tempos atuais e futuros .
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, em seu conteúdo totalmente isento de preconceito religioso ou sectarismo filosófico, estudando cada tema diante dos fatos, em abordagem de caráter científico e de forma objetiva e concludente, a par de primorosa disposição didática, é obra da mais alta importância e significado para o estágio atual da humanidade, dando àqueles que a lêem e nos quais opera grande transformação moral, a mais ampla visão que o homem pode ter de sua própria natureza.

Denizart Castaldeli
Junho/2001
BRILHE A VOSSA LUZ

Dulce Alcione

“Assim brilhe a vossa luz diante dos homens” – Jesus (Mateus, 5: 16).

Jesus nos compara a uma lâmpada, quando nos convida a brilhar. Com Sua sabedoria infinita, Jesus sabia que entre suas ovelhas haveria as que poderiam brilhar muito, as que poderiam brilhar pouco, as que teriam luz vacilante, as que ofuscariam de tanto brilho. Nosso Mestre, entretanto, não discrimina as possibilidades de nenhum de nós.

A beleza deste convite é sabermos que podemos brilhar, e que essa possibilidade só depende de nosso esforço pessoal em praticar o bem.

Mediante o Divino convite muitos dirão “quem sou eu?”, outros afirmarão “nada tenho a oferecer”, outros ainda pensarão “se eu tivesse as oportunidades de fulano...”.

São apenas disfarces preguiçosos de quem ainda não quer se comprometer. Porque o compromisso com a verdade, com o progresso pessoal é algo sério e que dá trabalho, é algo que precisa de coragem, bom ânimo e perseverança.

Entretanto ninguém está obrigado a ser um holofote do dia para a noite. O caminho é lento e gradual, mas é real e possível.

São inúmeras as possibilidades de brilhar: o pensamento no bem, a palavra conciliadora, o sentimento de perdão e misericórdia, a ação do trabalho. Tudo nos convida ao progresso.

A vida é uma bênção de oportunidades diárias de crescimento.

Se Jesus nos convidou a brilhar é porque já podemos brilhar, afinal Nosso Mestre não constrangeria a ninguém.

Brilhar a Luz é fazer algo de bom a cada dia, é querer melhorar, é se esforçar por não repetir erros, é ter perseverança, é ter gratidão, ter bom humor, sorrir, amar, perdoar, seguir em frente... Para um dia, finalmente, seguirmos a Jesus.

Gostaríamos de terminar com uma citação de Emmanuel, do livro “Antologia mediúnica do Natal”, no capítulo “Recordação do Natal”:

“Não permitas que o júbilo do Natal vibre em teu coração, à maneira de uma lâmpada encarcerada... Toma o facho de luz, que a mensagem do Céu acende ao redor de teus passos e estende-lhe a claridade sublime. Não te detenhas. Avança, com alegria e humildade. Se a fé resplandece em teu santuário interior, que importam a ventania e o temporal?

(...) Ampliemos a comunhão fraterna e louvemos a cooperação, porque, anualmente, o Cristo nos requisita à verdadeira solidariedade, a fim de que, em nos tornando mais irmãos uns dos outros, possa Ele nascer, em espírito, na manjedoura do nosso coração, transformando em incessante e divino Natal todos os dias de nossa vida”.


SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim SEI: E-mail: boletimsei@gmail.com
Sábado, 11/12/2004 - no 1915

*SALA FILOSOFIA ESPÍRITA*

*ESTUDO: O LIVRO DOS MÉDIUNS*

*MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS – II PARTE*


*Leitura – CAP.1 AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MÁTERIA*

52. Posta de lado a opinião materialista, porque condenada pela razão e pelos fatos, tudo se resume em saber se a alma, depois da morte, pode manifestar-se aos vivos. Reduzida assim à sua expressão mais singela, a questão fica extraordinariamente desembaraçada. Caberia, antes de tudo, perguntar por que não poderiam seres inteligentes, que de certo modo vivem no nosso meio, se bem que invisíveis por natureza, atestar-nos de qualquer forma sua presença. A simples razão diz que nisto nada absolutamente há de impossível, o que já é alguma coisa. Demais, esta crença tem a seu favor o assentimento de todos os povos, porquanto com ela deparamos em toda parte e em todas as épocas. Ora, nenhuma intuição pode mostrar-se tão generalizada, nem sobreviver ao tempo, se não tiver algum fundamento. Acresce que se acha sancionada pelo testemunho dos livros sagrados e pelo dos Pais da Igreja, tendo sido preciso o cepticismo e o materialismo do nosso século para que fosse lançada ao rol das idéias supersticiosas. Se estamos em erro, aquelas autoridades o estão igualmente. Mas, isso não passa de considerações de ordem moral. Uma causa, especialmente, há contribuído para fortalecer a dúvida, numa época tão positiva como a nossa, em que toda gente faz questão de se inteirar de tudo, em que se quer saber o porquê e o como de todas as coisas. Essa causa é a ignorância da natureza dos Espíritos e dos meios pelos quais se podem manifestar. Adquirindo o conhecimento daquela natureza e destes meios, as manifestações nada mais apresentam de espantosas e entram no cômputo dos fatos naturais.

....................................................................................................................................COMENTÁRIO:

*O que é o Espiritismo*

Os Espíritos são causa e não efeito; quando se vê um efeito, pode-se procurar a sua causa, mas não é natural imaginar uma causa antes de ter visto os efeitos.

Eis aqui a seqüência das coisas. Fenômenos espontâneos se produziram, tais os ruídos estranhos, pancadas, movimento de objetos, etc., sem causa ostensiva conhecida, e esses fenômenos puderam ser reproduzidos sob a influência de certas pessoas.

Mas não se tardou em reconhecer, nesses ruídos e nesses movimentos, um caráter intencional e inteligente, do que se concluiu, como já disse, que: se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. Essa inteligência não poderia estar no próprio objeto, porque a matéria não é inteligente. Era o reflexo da inteligência da pessoa ou das pessoas presentes? Só a experiência poderia se pronunciar, e a experiência demonstrou, por provas irrecusáveis, em muitas circunstâncias, a completa independência dessa inteligência. Ela estava, pois, fora do objeto e fora da pessoa. Quem era ela? Foi ela mesma quem respondeu, declarando pertencer à ordem de seres incorpóreos, designados sob o nome de Espíritos. A idéia dos Espíritos, pois, não preexistiu nem foi mesmo consecutiva; em uma palavra, ela não saiu do cérebro, mas foi dada pelos próprios Espíritos, e tudo o que soubemos depois a seu respeito, foram eles que nos ensinaram.

Que eram os habitantes desse mundo? Eram seres à parte, fora da Humanidade? Eram bons ou maus? Foi ainda a experiência que se encarregou de resolver essas questões.

Foi por suas palavras e seus atos que se pôde julgá-los. Foi a isso que se chegou com os Espíritos, reconhecendo-se entre eles todos os graus de bondade e de maldade, de ignorância e de saber. Uma vez sabedores dos seus defeitos e qualidades, cabe à nossa prudência distinguir o bom do mau, o verdadeiro do falso em suas relações conosco, absolutamente como nós fazemos com respeito aos homens.

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*Leitura: O LIVRO DOS MÉDIUNS – Ação dos Espíritos sobre a matéria – cont.*

53. A idéia que geralmente se faz dos Espíritos torna à primeira vista incompreensível o fenômeno das manifestações. Como estas não podem dar-se, senão exercendo o Espírito ação sobre a matéria, os que julgam que a idéia de Espírito implica a de ausência completa de tudo o que seja matéria perguntam, com certa aparência de razão, como pode ele obrar materialmente. Ora, aí o erro, pois que o Espírito não é uma abstração, é um ser definido, limitado e circunscrito. O Espírito encarnado no corpo constitui a alma. Quando o deixa, por ocasião da morte, não sai dele despido de todo o envoltório. Todos nos dizem que conservam a forma humana e, com efeito, quando nos aparecem, trazem as que lhes conhecíamos.

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*COMENTÁRIO: O Espiritismo na sua Expressão mais Simples*

Que são esses Espíritos? Que papel desempenham no Universo? Com que propósito se comunicam com os mortais? Tais eram as primeiras questões que se impunham resolver. Soube-se logo, por eles mesmos, que não se trata de seres à parte na criação, mas das próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outros mundos; que essas almas, depois de terem despojado de seu envoltório corporal, povoam e percorrem o espaço. Não houve mais possibilidade de dúvidas quando se reconheceram, entre eles, parentes e amigos, com quem se pôde conversar; quando estes vieram dar prova de sua existência, demonstrar que a morte para eles foi só do corpo, que sua alma ou Espírito continua a viver que estão ali junto de nós, vendo-nos e observando-nos como quando eram vivos, cercando de solicitude aqueles que amaram, e cuja lembrança é para eles uma doce satisfação.

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*Leitura – O LIVRO DOS MEDIUNS – Ação dos Espíritos sobre a matéria*


*Continuação item 53*

Observemo-los atentamente, no instante em que acabem de deixar a vida; acham-se em estado de perturbação; tudo se lhes apresenta confuso, em tomo; vêem perfeito ou mutilado, conforme o gênero da morte, o corpo que tiveram; por outro lado se reconhecem e sentem vivos; alguma coisa lhes diz que aquele corpo lhes pertence e não compreendem como podem estar separados dele. Continuam a ver-se sob a forma que tinham antes de morrer e esta visão, nalguns, produz, durante certo tempo, singular ilusão: a de se crerem ainda vivos. Falta-lhes a experiência do novo estado em que se encontram, para se convencerem da realidade. Passado esse primeiro momento de perturbação, o corpo se lhes torna uma veste imprestável de que se despiram e de que não guardam saudades. Sentem-se mais leves e como que aliviados de um fardo. Não mais experimentam as dores físicas e se consideram felizes por poderem elevar-se, transpor o espaço, como tantas vezes o fizeram em sonho, quando vivos (1). Entretanto, mau grado à falta do corpo, comprovam suas personalidades; têm uma forma, mas que os não importuna nem os embaraça; têm, finalmente, a consciência de seu eu e de sua individualidade. Que devemos concluir daí? Que a alma não deixa tudo no túmulo, que leva consigo alguma coisa.

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*COMENTÁRIO –  O LIVRO DOS ESPÍRITOS*

149 - Em que se torna a alma logo após a morte?

– Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que havia deixado temporariamente.

150 - A alma, após a morte, conserva sua individualidade?

– Sim, nunca a perde. O que seria ela se não a conservasse?

150 a  -Como a alma continua a ter a sua individualidade, uma vez que não possui mais seu corpo material?

– Ela ainda tem um fluido que lhe é próprio, tomado da atmosfera de seu planeta e que representa a aparência de sua última encarnação: seu perispírito.

150 b - A alma nada leva consigo deste mundo?

– Nada mais que a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou amargura, de acordo com o emprego que fez da vida. Quanto mais pura, mais compreende a futilidade do que deixa na Terra.

163 - A alma, ao deixar o corpo, tem imediatamente consciência de si mesma?

– Consciência imediata não. Ela passa algum tempo como num estado de perturbação.

164 - Todos os Espíritos experimentam, no mesmo grau e com a mesma duração, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?

– Não, isso depende de sua elevação. Aquele que já está depurado reconhece a sua nova situação quase imediatamente, porque já se libertou da matéria durante a vida do corpo, enquanto o homem carnal, aquele cuja consciência não é pura, conserva durante muito mais tempo as sensações da matéria.

165 - O conhecimento do Espiritismo tem alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, dessa perturbação?

– Uma influência muito grande, uma vez que o Espírito já compreendia antecipadamente sua situação. Mas a prática do bem e a consciência pura exercem maior influência.

 No momento da morte, tudo é inicialmente confuso; a alma necessita de algum tempo para se reconhecer. Ela fica atordoada, semelhante à situação de uma pessoa que desperta de um profundo sono e procura se dar conta da situação. A lucidez das idéias e a memória do passado voltam à medida que se apaga a influência da matéria da qual acaba de se libertar e à medida que se vai dissipando uma espécie de névoa que obscurece seus pensamentos.

O tempo da perturbação que se segue à morte do corpo é bastante variável. Pode ser de algumas horas, de muitos meses ou até mesmo de muitos anos. É menos longa para aqueles que se identificaram já na vida terrena com seu estado futuro, porque compreendem imediatamente sua posição.

Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares de acordo com o caráter dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia3, ferimentos, etc., o Espírito fica surpreso, espantado e não acredita estar morto. Sustenta essa idéia com insistência e teimosia. Entretanto, vê seu corpo, sabe que é o seu e não compreende que esteja separado dele. Procura aproximar-se de pessoas que estima, fala com elas e não compreende por que não o escutam. Essa ilusão dura até o completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito reconhece o estado em que se encontra e compreende que não faz mais parte do mundo dos vivos. Esse fenômeno se explica facilmente. Surpreendido pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que se operou nele. A morte é, para ele, sinônimo de destruição, de aniquilamento. Mas, como ainda pensa, vê, escuta, não se considera morto. O que aumenta ainda mais sua ilusão é o fato de se ver num corpo semelhante ao anterior, cuja natureza etérea não teve ainda tempo de estudar. Acredita que seja sólido e compacto como o primeiro; e quando percebe esse detalhe, se espanta por não poder apalpá-lo. Esse fenômeno é semelhante ao que acontece com os sonâmbulos inexperientes que não acreditam dormir, porque, para eles, o sono é sinônimo de suspensão das atividades, e, como podem pensar livremente e ver, julgam não estar dormindo. Alguns Espíritos apresentam essa particularidade, embora a morte não tenha acontecido inesperadamente. Porém, é sempre mais generalizada naqueles que, apesar de estar doentes, não pensavam em morrer. Vê-se, então, o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu enterro como sendo o de um estranho e falando sobre o assunto como se não lhe dissesse respeito, até o momento em que compreende a verdade.

A perturbação que se segue à morte nada tem de pesaroso para o homem de bem! É calma e muito semelhante à de um despertar tranqüilo. Para aquele cuja consciência não é pura, a perturbação é cheia de ansiedade e angústias que aumentam à medida que reconhece a situação em que se encontra.

Nos casos de morte coletiva, tem-se observado que os que perecem ao mesmo tempo nem sempre se revêem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou apenas se preocupa com aqueles que lhe interessam.
*CENTRO ESPIRITA FRATERNIDADE ALLAN KARDEC*

*FORMAÇÃO MEDIÚNICA I*

*ESCLARECIMENTOS SOBRE O MAGNETISMO*

*MAGNETISMO MINERAL*

Na região de Magnésia, na Ásia, foi encontrado um mineral que atraía o ferro. E  por ter sido encontrado em Magnésia, recebeu este mineral o nome de “Magneto”. E também por ter chamado magneto, deu-se o nome de magnetismo à ação que o referido mineral exercia sobre o ferro. Hoje em dia, chamamos de imã as pedras deste mineral que exercem atração sobre o ferro e, essas pedras não mais são chamadas de magneto, mas de magnetita.

*MAGNETISMO ANIMAL*

Assim chamado por analogia com o magnetismo mineral. Pode assim ser definido? “Ação recíproca de dois seres vivos por meio de um agente especial chamado fluído magnético”. (Definição de Allan Kardec na “INTRODUÇÃO AO Estudo da Doutrina Espírita”.)

*MAGNETISMO HUMANO*

Destacam-se da definição acima, os homens, que constituem um grupo importante dos seres vivos, e dá-se o nome de “Magnetismo Humano” à ação recíproca de dois  seres humanos por meio de um agente especial, chamado fluido magnético.

*DIFERENTES MANEIRAS DE PRODUZIR-SE A AÇÃO MAGNÉTICA*

A ação magnética pode produzir-se por diversas maneiras:

Pelo próprio fluido do magnetizador: é o Magnetismo Humano.

Pelo fluido dos Espíritos: é o Magnetismo Espiritual.

Pelo fluido que os Espíritos derramam sobre o magnetizador que atua como condutor desse fluido: é o Magnetizador Humano-Espiritual. (Kardec - “A Gênese”)

*MAGNETIZAR*

É dirigir o fluido vital por um esforço de vontade sobre um objeto ou pessoa (José Lhomem).

*DIFERENÇA ENTRE MÉDIUM CURADOR E MAGNETIZADOR*

A diferença capital entre o magnetizador e o médium curador é que o primeiro magnetiza com seu fluido, e o segundo, com o fluido depurado dos Espíritos.

*PASSE*

“É uma transfusão de fluidos”. É permuta de perispírito, muito semelhante à transfusão de sangue.

*ESPIRITISMO E MAGNETISMO*

“O Espiritismo e o Magnetismo - nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas  ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as idéias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da natureza e o que não passa de ridícula crendice”. (Allan Kardec - “O Livro dos Espíritos”).

*AÇÃO MAGNÉTICA DA PRECE*

*A PRECE DE ISMÁLIA*

*Livro:*

Os Mensageiros - caps. XXII e XXV

*Local:*

*Pavilhão de um dos “Postos de Socorro” da cidade espiritual “Campos da Paz”.*

*Serviço:*

Atendimento de passes, sopro curador, alimentos, água fluida para os dois mil anfermos que “dormiam em pesadelos” naquele pavilhão. Portanto, trata-se de uma reunião de espíritos, numa cidade espiritual.

*Descrição do Ambiente (Feita Por André Luiz):*

“Ao primeiro sinal luminoso feito por Alfredo, o governador daquele posto de socorro, acenderam-se numerosas lâmpadas elétricas, e então, dominando a custo a primeira impressão de horror, vi extensas filas de leitos ao ré-dochão, ocupados todos por pessoas mergulhadas em profundo sono. Muitos tinham o semblante horrendo. Eram poucos os que traziam as pálpebras cerradas, parecendo tranqüilos. Em quase todos, estampavam-se nos olhos, aparentemente vitrificados, o extremo pavor e o doloroso desespero da morte. Cadavérica palidez cobria-lhes a face”.

Diante da impressão forte que o quadro lhe provocava, André Luiz pergunta a Aniceto, instrutor a quem estava ligado:

Explicai-me, por Deus! Que vemos aqui? Estamos, acaso na moradia da morte depois da morte?

O instrutor sorriu complacente e explicou:

Sim, André, este sono é verdadeiramente, avançada imagem da morte. Aqui permanecem, com a bênção do abrigo, alguns dos milhões dos nossos irmãos que aqui dormem. São as criaturas que nunca se entregaram ao bem ativo e renovador, em torno de si, e mormente os que acreditaram convictamente na morte, como sendo o nada, o fim de tudo, o sono eterno. A crença na vida superior é atividade incessante na alma. A ferrugem ataca a enxada ociosa. O entorpecimento invade o Espírito vazio de ideal criador. Os que, nos círculos carnais, homens e mulheres, crêem na vida eterna, ainda que não sejam fundamentalmente cristãos, estão volvendo faculdades de  movimentação espiritual e podem penetrar as esferas extra-terrenas e, estado animador, pelo menos quanto à locomoção, e juízo mais ou menos exato. No entanto, as criaturas que perseveram em negação deliberada e absoluta, não obstante, por vezes, filiadas a cultos externos de atividade religiosa, que nada vêem além da carne nem desejam qualquer conhecimento espiritual, são verdadeiramente infelizes. Muitos penetram nessas regiões de serviço, como embriões de vida, da câmara da Natureza sempre Divina. Um amigo nosso costuma designa-los por fetos da espiritualidade; no entanto, a meu ver, seriam felizes se estivessem nessa condição inicial. Temos a certeza, porém, de que muitos se negaram ao contato da fé, absolutamente por indiferença criminosa aos desígnos do Eterno Pai. Dormem, porque estão magnetizados pelas próprias concepções negativistas; permanecem paralíticos, porque preferiram a rigidez ao entendimento; mas dia virá em que deverão levantar-se e pagar os débitos contrários. Eis porque os considero sofredores. Primeiramente, demoram no sono em que acreditaram, mais tarde acordam, porém, a maioria não pode fugir à perturbação. A fé sincera é ginástica do espírito. Quem não exercita de algum modo, na Terra, preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde sem movimento. Semelhantes criaturas necessitam de sono, de profundo repouso, até que despertem para o exame de responsabilidades que a vida traduz”.

*Descrição Dos Tratamentos:*

Dentro do pavilhão haviam 1980 Espíritos que dormiam em pesadelos. André Luiz descreve que viu os servidores do Posto de Socorro distribuírem pequenas porções de alimento líquido e medicação bucal, em profundo silêncio. Em seguida, forneceram reduzidas quantidades de água efluviada aos infelizes, com exceção de muitos, que pareciam preparados somente para receber caldo e remédio.

Dois terços dos quatrocentos abrigados em tratamento mais intenso, receberam passes magnéticos. Alguns poucos receberam aplicações do sopro curador.

*A Prece De Ismália:*

Ismália, esposa de Alfredo, o governador do Posto, vinha de planos superiores, pois, por força de seus progressos espirituais, estava residindo em tais planos  avançados, e estando em visita ao esposo, naquele dia, veio acompanhada de amigas. Sendo o Espírito mais evoluído presente ao Posto naquela tarde, coube-lhe a missão sublime de proferir a prece geral.

Apenas para efeito de estudo, da descrição total da prece de Ismália relatada no livro em estudo, fazemos aqui um resumo, dividindo-a em três partes: o pedido  ao Senhor, a descrição das pessoas para quem pediam e a descrição das pessoas que oravam.

No pedido, Ismália suplicava bênçãos e o atendimento do Senhor para todos aqueles que ali dormiam: rogando-lhe o desertamento dos enfermos daquele sono doloroso e infeliz;

Na descrição dos enfermos, Ismália descreve o quadro daquelas  criaturas como   pais,   mães,   cônjuges,   jovens,   velhos,   que   de   alguma   forma se entregaram à ilusão, à indiferença, à descrença,à materialidade exclusivista,  em suma, almas desviadas pelas sugestões da ignorância;

Na descrição dos que oravam, recorda que também eles, os que oravam, noutros tempos infligiram a lei, tendo eles sido atendidos noutra época em pavilhões de socorro como aqueles.

*Ocorrências Luminosas Durante A Prece:*

André Luiz, com sua curiosidade sadia de sempre nos momentos de pausa na oração, observava a todos.

Assim observando Ismália, afirma: “por um momento, reparei a esposa de Alfredo se transfigurava. Luzes diamantinas irradiavam de todo o seu corpo, em particular do tórax, cujo ângulo parecia conter lâmpadas acesas. Observando a nós outros, continua André Luiz, verifiquei que o mesmo fenômeno se dava conosco, embora menos intensamente. Cada qual parecia ali, apresentar uma expressão luminosa gradativa. AS senhoras que acompanhavam Ismália estavam quase semelhantes a ela, como se trajassem soberbos costumes radiosos em que predominava a cor azul. Depois delas, em brilho, vinha Aniceto, de um lilás surpreendente. Em seguida, vinha Alfredo, cuja luz era de um verde suave e sugestivo, sem grande esplendor. Depois dele vinham alguns servidores ostentando na fronte claridade sublime, expressas em variadas cores e logo após, Vicente e eu, mostrávamos fraca luminosidade, a qual porém nos enchia de júbilo intenso, considerando que a maioria dos cooperadores em serviço apresentava o corpo obscuro, como acontece na esfera carnal”.

*O Problema Vibratório:*

Aniceto orientou a André Luiz e Vicente, que segissem a prece de Ismália, repetindo em pensamento, cada expressão a fim de imprimir o máximo ritmo e harmonia ao verbo, ao som, e à idéia, numa só vibração.

*Resposta Do Alto À Prece De Ismália:*

Fizera Ismália nova pausa, agora mais longa. Suave calor, todavia, apossava-se  da alma, afirma André Luiz, e continua: “E tão intensa era essa sensação nova de conforto, que interrompi a concentração em mim mesmo, a fim de olhar em  torno. Fixando instintivamente o alto, enxerguei maravilhado, grande quantidade de flocos esbranquiçados de tamanhos variadíssimos, a caírem copiosamente sobre nós que orávamos, exceto sobre os que dormiam. Tive a impressão que eram derramados do céu sobre nossa fronte caindo com a mesma abundância sobre todos, desde Ismália ao  último servidor.

*Mecanismo De Auxílio:*

“Não cabia em mim de admiração, continua André Liz, quando novo fenômeno me surpreendeu. Os flocos leves desapareciam ao tocar-nos, começando porém, a sair de nossa fronte e do peito, grandes bolhas luminosas, elevando-se no ar e atingindo as múmias numerosas. Ainda ai reparava o problema de gradação espiritual. As Luzes emitidas por Ismália eram mais brilhantes, intensas e rápidas, alcançado  muitos  enfermos de uma só vez. Em seguida vinham as fornecidas pelas senhoras do seu   círculo pessoal. Depois tínhamos as de Aniceto, de Alfredo e dos demais. Os servidores de corpo obscuro emitiam vibrações fracas mas visivelmente luminosas. Cada qual, naquele instante de contanto com o plano superior revelava o valor próprio na  cooperação que podia prestar.

*Instrução De Aniceto: Atuação Divina:*

Na prece afirma o mentor Aniceto, encontramos a produção avançada de elementos-força. Eles chegam de Providências em quantidades iguais para todos os que dêem ao trabalho divino da intercessão, mas, cada Espírito tem uma capacidade  diferente de receber. Essa capacidade é a conquista individual pra o mais alto. E como Deus socorre o homem, e atende a alma pela alma, cada um de nós somente poderá auxiliar e colaborar com o senhor, com as qualidades de elevação já conquistadas na  vida.

*Conseqüências Da Prece:*

A múmias começaram a dar sinais de vida. Alguns daqueles infelizes deixavam escapar gemidos angustiosos, outros falavam em voz alta, dando conta dos pesadelos que os atormentavam, como sonâmbulos prestes a despertar.  Muitos moviam os pés e  as mãos, como a se esforçarem por fugir ao sono doloroso.

Dois se levantaram.

*CONCENTRAÇÃO*

*Livro:*

Os Mensageiros

*Local:*

Reunião Espírita na residência de Dª Izabel, onde 35 pessoas e mais de 200 espíritos estavam reunidos.

*Espírito Instrutor:*

Aniceto

*Efeitos Da Falta De Concentração:*

Bentes, o doutrinador do grupo encarnado fazia uso da palavra. André Luiz comenta:

A interpretação de Bentes, obedecendo à inspiração de um emissário de nobre posição, presente à assembléia, era recebia com respeito geral, no círculo das entidades desencarnadas.

Na esfera dos encarnados, porém, não se notava o mesmo traço de harmonia. Observa-se apreciável instabilidade do pensamento. A expectativa ansiosa dos presentes perturbava a corrente vibratória. De quando em quando, surpreendíamos determinados desequilíbrios, que afetavam, particularmente, a organização mediúnica de Dª Izabel e aposição receptiva do comentarista Bentes, que parecia perder o “fio das idéias”, tal qual na linguagem comum. Colaboradores ativos, do plano espiritual restabeleceram o ritmo, na medida do possível.

*A Distração Mental Dos Encarnados, Vista Pelos Espíritos:*

Continua André Luiz:

Reparamos que alguns irmãos encarnados se mantinham inquietos, em demasia. Mormente os mais novos em conhecimentos doutrinários exibiam enorme irresponsabilidade. A mente lhe vagava muito longe dos comentários edificantes. Via-se- lhe, distintamente as imagens mentais. Alguns se prendiam aos quefazeres domésticos, outros se impacientavam por não lograrem a realização com ardor despertando alguns dorminhocos e reajustando o pensamento dos invigilantes, para neutralizar certas influências nocivas.

*Comentários Do Instrutor Aniceto:*

Muitos estudiosos do Espiritismo se preocupam com o problema da concentração, em muitos trabalhos de natureza espiritual. Não são poucos os que estabelecem padrão ao aspecto exterior da pessoa concentrada, os que exigem determinada atitude corporal  e os que esperam resultados rápidos nas atividades dessa ordem. Entretanto, quem diz concentrar, forçosamente se refere ao ato de congregar alguma coisa. Ora, se os amigos encarnados não tomam a sério as responsabilidades que lhes dizem respeito, fora dos recintos de prática espiritista, se, porventura, são cultores de leviandade, do erro deliberado e incessante, da teimosia, da inobservância interna dos conselhos de  perfeição cedidos a outrem, que poderão concentrar nos momentos fugazes de serviço espiritual?

Boa concentração exige vida reta.

Para que os nossos pensamentos se congreguem uns aos outros, fornecendo o potencial de nobre união para o bem, é indispensável o trabalho preparatório de atividades mentais na meditação de ordem superior. A atitude íntima de relaxamento,  ante as lições evangélicas recebidas, não pode conferir ao crente, ou ao cooperador, a concentração de forças espirituais no serviço de elevação, tão só porque estes se entreguem, apenas por alguns minutos na semana a pensamentos compulsórios de amor cristão. Como vêem, o assunto é complexo e demanda longas considerações e ensinamentos.

*NA MADRUGADA: MALEDICÊNCIA E PESADELO, VICIAÇÃO  VERGONHA*

*Livro:*

Missionários da Luz - Cap. VII

*Descrição Do Ambiente:*

Nobre instituição espiritista, a serviço dos necessitados, dos tristes,  dos sofredores. Nessa instituição, o instrutor Alexandre determinou que reunissem criaturas em preparação para as equipes de servidores espiritualistas, sob sua direção, desligados momentaneamente do corpo pelo sono físico. O número total destes estudantes  terrestres era superior a trezentos associados; no entanto, apenas trinta e dois conseguiam regular freqüência vencendo as teias inferiores das mais baixas sensações fisiológicas. E noites se verificavam em que mesmo alguns desses quebravam os compromissos assumidos, atendendo às seduções comuns, reduzindo-se ainda mais a freqüência geral.

*Instrução Programada*

O tema da noite se desenvolveria relativamente a problemas de mediunidade e psiquismo, pelo instrutor Alexandre.

*Alunos Faltosos*

Inteirando-se da presença dos elementos da equipe, constatou-se a ausência de dois elementos: Vieira e Marcondes.

Alexandre designou Sertório, um de seus auxiliares diretos, para observar o que se passava com os dois ausentes, prevendo a possibilidade de um acidente. Permitiu que André Luiz, dado o interesse demonstrado, acompanhasse Sertório aos lares dos companheiros procurados.

Repouso Noturno E Caça De Emoções Frívolas:

Era indispensável atender o mandato com presteza, todavia, satisfazendo-me a curiosidade, relata André Luiz -
Sertório explicou generoso:

Quando encarnamos na Crosta, não temos bastante consciência dos serviços realizados durante o sono físico; contudo, esses trabalhos são inexprimíveis e imensos.

Se todos os homens prezassem seriamente o valor da preparação  espiritual, diante de semelhante gênero de tarefa, certo efetuariam as conquistas mais brilhantes, nos domínios psíquicos, ainda mesmo quando ligados aos envoltórios inferiores. Infelizmente, porém, a maioria se vale, inconscientemente, do repouso noturno para sair  à caça de emoções frívolas ou menos dignas. Relaxam-se as defesas próprias, e certos impulsos, longamente sopitados durante a vigília, extravasam em todas as direções, por falta de educação espiritual, verdadeiramente sentida e vivida.

*O Caso Vieira:*

Que medo!

Em poucos instantes - relata André Luiz, - encontrávamo-nos dentro do quarto confortável, onde dormia um homem idoso, fazendo ruído singular. Via-se-lhe, perfeitamente o corpo perispirítico unido à forma física, embora parcialmente desligados entre si. Ao seu lado permanecia uma entidade singular, trajando vestes absolutamente negras. Notei que o companheiro adormecido permanecia sob impressão de doloroso pavor. Gritos agudos escapavam-lhe da garganta. Sufocava-se, angustiadamente, enquanto a entidade escura fazia gestos que eu não conseguia entender.

Sertório acercou-se de mim e observou:

Vieira está sofrendo um pesadelo cruel. E indicando a entidade estranha:

Creio que ele terá atraído até aqui o visitante que o espanta.

Com efeito, muito delicadamente, - continua André Luiz - Sertório começou a dialogar com a entidade de luto:

O amigo é parente do companheiro que dorme?

Não, não. Somos conhecidos velhos. - E muito impaciente, acentuou: - Hoje, à noite, Vieira me chamou com as suas reiteradas lembranças e acusou-me de faltas que não cometi, conversando levianamente com a família.

Isso, como é natural, desgostou- me.

Não bastará o que tenho sofrido depois da morte? Ainda precisarei ouvir falsos testemunhos de amigos maledicentes? Não poderia esperar semelhante procedimento dele, em virtude das relações afetivas que nos uniam as famílias, desde alguns anos. Vieira foi sempre pessoa de minha confiança. Em razão da surpresa, deliberei espera-lo nos momentos de sono, a fim de prestar-lhe os necessários esclarecimentos.

O estranho visitante, todavia, fez uma pausa sorriu irônico e continuou:

Entretanto, desde o momento em que me pus a explicar-lhe a situação do passado, informando-o quanto aos verdadeiros móveis da minhas iniciativas  e resoluções, Vieira fez este rosto de pavor que estão vendo e parece não desejar ouvir as minhas verdades.

Vieira não poderá comparecer esta noite aos trabalhos, afirmou Sertório, dirigindo-se a André Luiz. E, sem pestanejar, sacudiu o adormecido, energicamente, gritando-lhe o nome com força.

Vieira despertou confuso, estremunhando, sob a enorme fadiga, e ouvi-o exclamar, palidíssimo:

Graças a Deus acordei! Que pesadelo terrível! Será possível que eu tenha lutado com o fantasma do velho Barbosa? Não! Não! Não posso acreditar!...

*O Caso Marcondes:*

Que vergonha!...

Daí a dois minutos, - continua André Luiz - penetrávamos outro apartamento privado, todavia, o quarto agora era muito mais triste e constrangedor.

Marcondes estava, de fato, ali mesmo, parcialmente desligado do corpo físico, que descansava com bonita aparência, sob colchas rendadas. Não se encontrava ele sob impressão de pavor, como acontecera com o primeiro visitado; entretanto, revelava posição de relaxamento, característica dos viciados do ópio. Ao seu lado, três entidades femininas de galhofeira expressão permaneciam em atitudes menos edificantes.

Vendo-nos, de súbito, o dono do apartamento surpreendei-se, de maneira indisfarçável, mormente em fizando Sertório, que era seu mais antigo conhecimento. Levantou-se envergonhado, e ensaiou algumas explicações com dificuldade:

Meu amigo - começou a dizer, dirigindo-se ao auxiliar de Alexandre -, já sei que vem procurar-me. - Não sei como esclarecer o que ocorre...

Não pôde, contudo, prosseguir, e mergulhou a cabeça nas mãos, como se desejasse esconder-se de si mesmo.
Também Marcondes não poderá ir. E aqui não podemos agir do mesmo modo - continua Sertório, acordando-o. Marcondes deve demorar-se em tal situação, para que amanhã a lembrança desagradável seja mais duradoura, fortificando-lhe a repugnância pelo mal.

Esteja tranqüilo quanto à assistência que não lhes faltará no momento oportuno; não se esqueça, porém, de, se eles mesmos algemaram o coração em semelhantes cárceres, é natural que adquiram alguma experiência proveitosa à custa do próprio desapontamento.

*Adendo:*

Trecho da carta do médium Francisco Cândido Xavier, no ano de 1966, ao seu amigo Zens Wantuil, presidente da FEB, e publicada no Reformador de janeiro de 79.

“Ultimamente, estou freqüentando, fora do corpo físico, uma noite por semana, uma escola do Espaço em que o nosso abnegado Emmanuel é professor de Doutrina Espírita. Confesso-te que é uma experiência maravilhosa. Estou aprendendo o  que nunca pensei de aprender e tenho conservado a lembrança do que vejo com o auxílio  dos Amigos do Alto”.

*SEXO*

*Livro:*

*Missionários da Luz - Cap III*

*Sexo:*

Pessoa observada. Rapaz que se exercitava no desenvolvimento mediúnico, freqüentando um centro numa cidade brasileira, em que o Espírito Alexandre era mentor. Casado há oito meses, no entanto era atraído irresistivelmente para ambientes malignos, não resistindo às atrações de atividades doentias no campo sexual, tornando-se por isto mesmo ponto de atração para entidades grosseiras no mundo espiritual, que agiam à maneira imperceptíveis vampiros.

Como André Luiz, Com Visão Espiritual De Poder Maior Que Os Raios X, Viu O Rapaz

“- As glândulas geradores emitiam fraquíssima luminosidade que parecia abafa por aluviões de corpúsculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade. Começavam a movimentação sob a bexiga urinária e vibravam ao longo de todo o cordão espermático, formando colônias compactas nas vesículas seminais, na próstata, nas mucosas uretrais, invadiam os canais seminíferos, e lutavam com as células sexuais, aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas, situavam-se no epidídimo, onde absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado. Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros? Pareciam imantados uns aos outros na mesma faina de destruição. Seriam expressões mal conhecidas da sífilis?”

Resposta de Alexandre - “ - Não, André, não temos aí sob os olhos o espiroqueta de Schaudinn, nem qualquer noca forma suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bacilos psíquicos da tortura sexual, produzido pela sede febril de prazeres inferiores. O dicionário médico do mundo não conhece e, na ausência de terminologia adequada aos seus conhecimentos, chamemos-lhes de larvas, simplesmente. Têm sido cultivados por este companheiro não só pela incontinência no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contacto com entidades grosseiras, que se afinizam com as predileções dele, entidades que visitam com freqüência, à maneira de imperceptíveis vampiros. O pobrezinho ainda não pode compreender, que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual, e não se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida, e recebendo as nossas advertências sobre a temperança, acredita  ouvir remotas lições de aspectos dogmático exclusivo, no exame da fé religiosa.

A pretexto de aceitar o império da razão pura, na esfera da lógica, admite que o sexo nada tem que ver com a espiritualidade, como se esta não fosse a existência em si. Esquece-se que tudo é espírito, manifestação divina e energia eterna.

O erro de nosso irmão e o de todos os religiosos que supõem a alma separada do corpo físico, quando todas as manifestações psicofísicas se derivam de influenciação espiritual.

*ÁLCOOL*

Pessoa observada - Cavalheiro maduro, que tentava a psicografia, na mesma reunião de desenvolvimento mediúnico.

Como O Espírito De André Luiz Viu O Interior Do Referido Cavalheiro:

“- Semelhava-se o corpo a um tonel de configuração caprichosa, de cujo interior escapavam certos vapores muito leves, mais incessantes. Via-se-lhe a dificuldade para sustentar o pensamento com relativa calma. Não tive qualquer dúvida. Deveria ele utilizar de alcoólicos em quantidade. O aparelho gastro-intestinal parecia totalmente  ensopado em aguardente, porquanto essa substância invadia todos os escaninhos do estômago e começando a fazer-se sentir nas paredes do estômago, manifestava a sua influência até  o bolo fecal.
Espantava-me o fígado enorme. Pequeninas figuras horripilantes, postavam- se, vorazes, ao longo da veia horta, lutando desesperadamente com os elementos sangüíneos mais novos. Toda a estrutura do órgão se mantinha alterada. Terrível ingurgitamento. Os lóbulos cilíndricos, modificados,abrigavam células doentes e empobrecidas.

O baço apresentava anomalias estranhas.”

Esclarecimento De Alexandre:

“- Os alcoólicos aniquilavam-no vagarosamente:

Este companheiro permanece completamente desviado em seus centros de equilíbrio vital;

Todo o sistema endocrínico foi atingido pela atuação tóxica;

Inutilmente trabalha a medula para melhorar os valores da circulação;

Em vão esforçam-se os centros genitais para ordenar as funções que lhe são peculiares, porque o álcool excessivo determina modificações deprimentes sobre a própria cromatina;

Debalde trabalham os rins na excreção dos elementos corrosivos, porque a ação perniciosa da substância em estudo anula diariamente grande número de nefrons;

Os pâncreas, viciado, não atende com exatidão ao serviço de desintegração dos alimentos;

Larvas destruidoras exterminam as células hepáticas;

Profundas alterações modificam as disposições do sistema nervoso vegetativos;

Não fossem as glândulas sudoríparas, tonar-se-lhe-iam impossível a continuação da vida física.

*GLUTONARIA*

Pessoa observada: Dama simpática e idosa ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação, na mesma reunião;

*Quadro Visto Por André Luiz:*

“- Fraquíssima luz emanava de sua organização mental e, desde o primeiro instante, notara-lhe as deformações físicas.

O estômago dilatara-se horrivelmente;

O fígado, consideravelmente aumentado, demonstrava indefinível agitação;

Desde o duodeno à sigmóide, notavam-se anomalias de vulto;

Guardava a idéia de presenciar não o trabalho de um aparelho digestivo usual, e sim, de vasto alambique gorduroso, cheirando a vinagre de condimentação ativa;

Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se parasitos conhecidos, mas além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a  lesmas voracíssimas que se agrupavam em grandes colônias desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula íleo-cecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição.

Alexandre Esclarece:

“- Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição.”

*ESQUEMA DE VAMPIRIZAÇÃO

Baseando-se nos esclarecimentos feito pelo Espírito.

Alexandre, no livro “Missionários da Luz” e pelo Espírito Aniceto, no Livro “Os Mensageiros”, pode-se esquematizar os processos de vapirização da seguinte forma:

*O CAMPO PROPÍCIO*

Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, antes da afecção existe o ambiente:

Ações, sentimentos e pensamentos produzem efeitos, criações, formas.

A cólera, desesperação, o ódio, o vício, oferecem campo perigoso a germes psíquicos na esfera da alma.

*A EXISTÊNCIA DA LARVAS MENTAIS*

Estando André Luiz, Vicente e Aniceto nas proximidades de uma cidade da crosta terreste, olhando do alto, receberam a seguinte instrução de Aniceto:

“ - Estão vendo aquelas manchas escuras na via pública? São nuvens de bactérias variadas, obedecendo ao princípio das afinidades”.

E indicando certos edifícios e certas regiões da cidade - “ Observem os grandes núcleos pardacentos ou completamente obscuros... são zonas de matéria mental inferior, matéria que é explicada incessantemente por certa classe de pessoas”.

*O CONTÁGIO*

Alexandre: “ E qual acontece no terreno das enfermidades do corpo, o contágio aqui é fato consumado, desde que a imprevidência ou a necessidade de  luta  estabeleçam ambiente propício entre companheiros do mesmo nível. Naturalmente no campo da matéria mais grosseira, essa lei funciona com violência, enquanto entre nós (espíritos desencarnados), se desenvolve com as modificações naturais”.

Aniceto: - Tanto assalta o homem a nuvem de bactérias destruidoras da vida física, quanto as formas caprichosas das sombras que ameaçam o equilíbrio mental. Como vêem o “orai e vigiai” do Evangelho tem profunda importância em qualquer situação e em qualquer tempo.

*Grupo 2*

*PRODUÇÃO DE LARVAS MENTAIS*

Pergunta de André Luiz a Aniceto: - A matéria mental emitida pelo homem inferior tem vida própria como o núcleo de corpúsculos microscópicos de que se originam as enfermidades corporais?

Respondeu Aniceto: - Como não? Vocês presentemente, (dirigindo-se aos  Espíritos André Luiz e Vicente) não desconhecem que o homem terreno vive num aparelho psico-físico. Não podemos considerar somente no capítulo das moléstias, a situação fisiológica propriamente dita, mas também o quadro psíquico da personalidade encarnada. Ora, se temos a nuvem das larvas mentais produzidas pela mente enferma, em identidade de circunstâncias. Desse modo, na esfera das criaturas desprevenidas de recursos espirituais, tanto adoecem corpos como almas. No futuro, por esse mesmo motivo, a medicina da alma absorverá a medicina do corpo. Poderemos na atualidade da terra, fornecer tratamentos ao organismo da carne. Semelhante tarefa dignifica a missão do consolo, da instrução do alívio. Mas no que concerne à cura real, somos forçados a reconhecer que esta pertence exclusivamente ao homem espírito.

*Grupo 3*

*AS ENTIDADES EXPLORADORAS*

Para melhor caracterizar as entidades exploradoras ou “vampiros”, estudemos atentos o trecho de uma instrução de Alexandre a André Luiz:

“... se o Pai misericordioso, é também infinitamente justo. Ninguém confundirá os desígnios, e a morte do corpo quase sempre surpreende a alma em terrível condição parasitária. Desse modo, a promiscuidade, entre os encarnados indiferentes à Lei Divina e os desencarnados que a ela têm sido indiferentes, é muito grande na crosta terrestre. Absolutamente sem preparo e tendo vivido muito mais de sensações animalizadas que  de sentimentos e pensamentos puros, as criaturas humanas, além do túmulo, em muitíssimos casos, prosseguem imantados aos ambientes domésticos que lhes alimentavam o campo emocional. Dolorosa ignorância prende-lhes os corações, repletos de particularismos, encarnados no magnetismo terrestre, enganando a si próprias e fortificando suas antigas ilusões.

Aos infelizes que caíram em semelhante condição de parasitismo, as larvas que você observou servem de alimento habitual.

“Deus meu!” exclamou André Luiz sob forte espanto. Alexandre, porém acrescentou:

“- Semelhante larvas são portadoras de vigoroso magnetismo animal.  Naturalmente que a fauna microbiana em análise, não será servida em pratos; bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, sugando-lhes a substância vital.”

*Grupo 4*

*O COMBATE AO VAMPIRISMO*

Quanto ao combate sistemático ao vampirismo, nas múltiplas moléstias da alma, aqui também no plano de nossas atividades, afirma o Espírito Alexandre, não faltam processos saneadores e curativos de natureza exterior;no entanto, examinando o assunto na essência, somos compelidos a reconhecer que cada filho de Deus deve ser de si mesmo, e só à plena aceitação desta verdade com as aplicações de seus princípios, a criatura estará sujeita a incessantes desequilíbrios.

*OBSERVAÇÃO*

Orientação para estudo - o rapaz atormentado pelos bacilos psíquicos da tortura sexual, o primeiro deste estudo, foi atendido pela esposa ao chegar em sua residência para o descanso noturno, após terminada a reunião de desenvolvimento mediúnico em que tomava parte, constituindo-se no entanto, o atendimento a ele prestado, assunto do estudo intitulado a Prece de Cecília.

*Grupo 5*

*ESCLARECIMENTOS EM TORNO DA VAMPIRIZAÇÃO*

A fim de satisfazer às indagações de André Luiz, que também são de todos nós, quanto às causas profundas da existência de sres ou Espíritos como vimos, imperfeitos e atrasado, que se alimentam de larvas, Alexandre esclarece:

“- Porque tamanha estranheza? E nós outros, quando encarnados? Nossas mesas não se mantinham às custas das vísceras dos touros e das aves? A pretexto de buscar recursos protéicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos. Não contentes em matar  os pobres seres que nos pediam roteiro de progresso e valores educativos para melhor atenderem à obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar com a máxima eficiência. O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muitas vezes à custa de resíduos, devia criar para nosso uso, certas reservas de gordura até que se prostrasse de todo, ao peso, de banhas doentias e abundantes. Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer os valores culinários. E nada nos doía o quadro comovente das vaca-mães, em direção ao matadouro para que nossas panelas transpirassem agradavelmente. Encarecíamos com toda responsabilidade da ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte. Esquecíamos de que o aumento dos laticínios para enriquecimento da alimentação constitui elevada tarefa,porque tempos virão, para a humanidade terrestre em que o estábulo como o lar, será também sagrado”.

E o amparo superior?

“- Se não protegemos nem educamos aqueles que o Pai nos confiou,  como germes frágeis da racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusamos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação, como exige o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar
pela nossa lastimável condição de infratores da Lei de Auxílio Mútuo? E a solução do problema cabe a nós todos, conclui Alexandre”.

*AÇÃO MAGNÉTICA DA PRECE A PRECE DE CECÍLIA*

*LIVRO:*

Missionários da Luz - Cap. VI

*LOCAL:*

Residência de Cecília, encarnada, numa cidade brasileira.

*DESCRIÇÃO DO AMBIENTE:*

Cecília, desligada do corpo pelo processo eo sono, prepara-se para atender às necessidades do esposo que acaba de deitar-se, vindo já tarde da noite, de uma sessão de desenvolvimento mediúnico.

*ESTADO DO ESPOSO:*

Desesperação íntima, face ao assédio incessante de parasitos escuros, situados na região do sexo. O rapaz cultivava tais parasitos ou larvas, não só pela incontinência no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contato com entidades grosseiras que se afinizavam com as predileções dele, entidades que o visitavam com freqüência à maneira de imperceptíveis vampiros.

*A PRECE DE CECÍLIA*

“Cecília, desligada do corpo, sentou-se à cabeceira e no mesmo instante, o rapaz como se estivesse ajeitando os travesseiros descançou a cabeça em seu regaço espiritual. Cecília acariciando-lhe a cabeça com as mãos, elevava os olhos ao Alto, revelando-se em fervorosa prece. Luzes sublimes cercavam-na toda e eu podia sintonizar com as suas expressões mais íntimas, ouvindo-lhes a rogativa pela iluminação do companheiro a que parecia amar infinitamente. Comovido com a beleza de suas súplicas, reparei com assombro que o coração se lhe transformava num foco ardente de luz, do qual saíam inúmeras partículas resplandecentes, projetando-se sobre o corpo e sobre a alma do esposo com a rapidez de minúsculos raios. Os corpúsculos radiosos e muito
particularmente na zona do sexo, concentravam-se em massa, destruindo as pequenas formas horripilantes do vampirismo devorador. Lutavam desesperados, com os agentes da luz. O rapaz como se houvera atingido um oásis perdera a expressão de angustioso cansaço. Demonstrava-se calmo, e gradativamente, cada vez mais forte e feliz, no momento em curso. Restaurando em suas energias essenciais enlaçou devagarinho a esposa amorosa que se conservava maternalmente do seu lado, e adormeceu jubiloso”.

*INSTRUÇÕES DE ALEXANDRE*

“A oração é o mais eficiente antídoto do vampirismo... A prece não é movimento mecânico dos lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia, poder. A criatura que, mobiliza as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação. Semelhante estado psíquico, descortina forças ignoradas,  revela a nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores. Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir raios de espantoso poder”.

E mais além continua Alexandre: “... toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma gradativamente, em foco irradiante de energias da divindade”.

*CONDIÇÕES PARA DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO*

*LIVRO:*

*Missionários da Luz - Caps III e V*

*LOCAL:*

*Um Centro Espírita numa cidade brasileira.*

*ESPÍRITO INSTRUTOR*

Alexandre, que desempenhava elevadas funções no plano espiritual e a quem André Luiz estava ligado em tarefa de aprendizado.

*DESCRIÇÃO DO AMBIENTE:*

Era noite, havendo grande movimentação nos serviços do plano espiritual, mesmo antes da chegada dos encarnados, sendo distribuídos socorro magnético à grande número de entidades desencarnadas sofredoras. O diretor proferiu tocante prece, no  que foi acompanhado por todos os presentes. Dezoito pessoas mantinham-se em expectativa; foi iniciada a sessão de desenvolvimento.

*PESSOAS ESPECIALMENTE OBSERVADAS POR ANDRÉ LUIZ*

Os três que foram objeto de estudo “ Sexo, álcool e glutonaria” - o rapaz, o cavalheiro maduro e a dama idosa e simpática, cuja conversação anterior ao início da abertura dos trabalhos da noite, foi a seguinte:

Não tenho vindo assiduidade às experiências - comentou o rapaz - porque vivo desanimado... Há quanto tempo guardo o lápis na mão sem resultado algum?

É pena - respondeu o senhor - a dificuldade desencoraja, de fato.

Parece-me que nada merecemos, no setor de estímulo, por parte dos benfeitores invisíveis! - acrescentava a senhora idosa - há quantos meses procuro em vão desenvolver-me? Em certos momentos, sinto vibrações espirituais intensas, junto de mim, contudo, não passo das manifestações iniciais.

E a palestra continuou interessante e pitoresca.

*ANÁLISE DE ALEXANDRE: A MEDIUNIDADE CONSTRUTIVA*

“- Alguns pretendem a psicografia, outros tentam a mediunidade de incorporação. Infelizmente, porém, quase todos confundem poderes psíquicos com funções fisiológicas. Acreditem no mecanismo absoluto da realização e esperam progresso eventual e problemático, esquecidos de que toda edificação da alma requer disciplina, educação, esforço e perseverança. Mediunidade construtiva é a língua de fogo do Espírito Santo, luz para a qual é preciso conservar o pavio do amor cristão, o azeite da boa vontade pura. Sem a preparação necessária, a execução dos que provocam o ingresso no reino  invisível é, quase sempre, uma viagem nos círculos da sombra. Alcançam grandes sensações e esbarram nas perplexidades dolorosas. Fazem descobertas surpreendentes e acabam nas ansiedades e dúvidas sem fim. Ninguém pode trair a lei impunemente, e para subir, Espírito algum dispensará o esforço de si mesmo no aprimoramento íntimo...”.

*AS PESQUISADAS FRONTEIRAS ENTRE MATÉRIA E ESPÍRITO*

O espiritismo cristão é a reminiscência do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a mediunidade constitui um de seus fundamentos vivos. A mediunidade, porém, não é exclusiva dos chamados “médium”. Todas as criaturas a possuem, porquanto significa percepção espiritual, que se deve incentivada em nós mesmos. (referia-se a  eles, espíritos, por dirigia-se a André Luiz). Não bastará, entretanto, perceber, é imprescindível santificar essa faculdade, convertendo-a no ministério ativo do bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso respectivo. Dividem, inexoravelmente a matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos,quando nós, estudante da verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outra, integrados na certeza   de   que   toda   a   organização   universal   se   baseia   em   vibrações    puras.

Inegavelmente, meu amigo - e sorriu -, não desejamos transformar o mundo em cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada missão do sexo, no seu plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer a boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cárceres da sombra, não é fácil desenvolver percepções avançadas. Não se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do bem viver.

*COMENTÁRIOS DE APÓS ENCERRAMENTO SOB IMPRESSÕES DAS BÊNÇÃOS RECEBIDAS*

Graças a Deus! - exclamou uma senhora da maneiras delicadas - fizemos nossas preces em paz, com imenso proveito.

Como me sinto melhor! Comentou uma das amigas mais idosas - a sessão foi um alívio. Trazia o espírito carregado de preocupações e agora, sinto-me reconfortada, feliz... Como necessitamos trabalhar! Jesus chama nossos serviços , é imprescindível atender.

Reconhecendo os característicos de gratidão e louvor da palestra, André Luiz expressou sincera admiração, exaltando a fidelidade dos cooperadores na fé, confiantes no futuro e interessados na extensão dos benefícios divinos, considerando as dores e necessidades dos semelhantes. Vendo-lhe as expressões elogiadas ao grupo,

Alexandre observou sorrindo:

Não se impressione. O problema não é de entusiasmo e sim de esforço persistente. Não podemos dispensar as soluções vagarosas. Raros amigos conseguem guardar uniformidade de emoção e idealismo nas edificações espirituais. Vai para nove anos, com algumas interrupções, que me encontro em concurso ativo nesta casa, e mensalmente, vejo desfilar aqui as promessas novas e os votos de serviço. Ao primeiro embaraço com as necessidades reais do trabalho, reduzido número de companheiros permanece fiel à própria consciência. Nas horas calmas, grandes louvores. Nos momentos difíceis, disfarçadas deserções, a pretexto de incompreensão alheia. Sou forçado a dizer que na maioria dos casos, nossos irmãos são prestativos e caridosos com o próximo, em se tratando das necessidades materiais, mas quase sempre continuam sendo menos bons para si mesmos, por se esquecerem de aplicação da luz à vida prática. Prometem exclusivamente com as palavras; todavia, operam pouco no campo  dos sentimentos. Com exceções, irritam-se ao primeiro contato com a luta mais áspera, após reafirmarem os mais sadios propósitos de renovação e, comumente, voltando cada semana ao núcleo de preces, estão nas mesmas condições, requisitando conforto e auxílio exterior. Não é com facilidade que cumprem a promessa de cooperação com o Cristo, em si próprios, base fundamental da verdadeira iluminação.

*A VOLTA AO LAR DO RAPAZ ATORMENTADO DO SEXO*

Na rua, observa André Luiz que muitos agrupamentos de entidades infelizes e inquietas se postavam nas cercanias. Questionando, Alexandre informou indicando a André Luiz pequeno grupo de desencarnados com sinais de desequilíbrio profundo:

Aqueles amigos constituem a corte quase permanente dos nossos companheiros encarnados, que voltam agora ao ninho doméstico. Os infelizes não têm permissão para ingressar em sessões especializadas como a dos desenvolvimento. Nas reuniões dedicadas à assistência geral podem comparecer.

Duas dessas entidades, - observou André Luiz agarraram-se comodamente aos braços do rapaz cuja expressão alterou-se; dos recursos recebidos na reunião, à se expressarem na fronte luminosa, nada mais restou. Duas rugas de aflição e desânimo vincaram-lhe as faces que perderam aquele halo de alegria luminosa e confiante.
Dirigindo-se à mãe, que o acompanhava no retorno ao lar, juntamente com sua jovem irmã, disse: - Mamãe, enormes são as nossas imperfeições. Creio que a minha situação é bem difícil. Sinto-me vítima dos maus pensamentos. Casei-me há menos de oito meses,  e não obstante o devotamento de minha esposa, tenho o coração, por vezes repleto de tentações descabidas. Pergunto a mim mesmo a razão de tais idéias. A  invencível atração para os ambientes malignos confundem-me o espírito, que sinto inclinado ao bem e a retidão de proceder.

Quem sabe, mano, está você sob influência de entidades menos esclarecidas?

Considerou a jovem, com boas maneiras.

Sim - suspirou o rapaz -, por isso mesmo, venho tentando o desenvolvimento da mediunidade, a fim de localizar a causa de semelhante situação.

Nesse instante, Alexandre murmurou:

Ajudemos a este amigo através da conversação. Sem perda de tempo, colocou a destra na fronte da menina, mantendo-a sob vigoroso influxo magnético, e transmitindo- lhe suas idéias generosas.

*A ÚLTIMA SOLUÇÃO, E A PRIMEIRA PROVIDÊNCIA*

A menina, que as vistas espirituais de André Luiz recebia as radiações luminosas da mão de Alexandre, pareceu mais nobre e digna em sua expressão quase infantil e respondeu firmemente:

Neste caso, concordou em que o desenvolvimento mediúnico deve ser a última solução, porque, antes de enfrentar os inimigos, filhos da ignorância, deveríamos armar o coração com a luz do amor e da sabedoria. Se você descobrisse perseguidores invisíveis, em torno de suas atividades, como beneficia-los cristâmente, sem a necessária preparação espiritual? A reação educativa contra o mal, é sempre um dever nosso, mas antes de cogitar desenvolvimento psíquico, que seria talvez prematuro, deveremos procurar a elevação de nossas idéias e sentimentos. Não poderíamos contar com uma boa mediunidade sem a consolidação dos nossos bons propósitos, e para sermos úteis, nos reinos do Espírito, cabe-nos aprender, em primeiro lugar, a viver espiritualmente, embora ainda estejamos na carne.

*REAÇÃO ÀS PALAVRAS INSPIRADAS DE ALEXANDRE*

Não tem você bastante idade, minha irmã, - exclamou, contrafeita, a velha genitora -, não pode, pois, opinar neste assunto.

Se algum dia - falou o rapaz, melancolicamente - experimentar as lutas que já conheço,  verá que tenho  motivos  de  queixa contra  a  sorte  e  não  me  sobram  outros recursos senão permanecer no círculo que me assaltam. Faço quanto posso para desvencilhar-me das idéias sombrias e vivo a combater as inesperadas tentações; no entanto, sinto-me longe da libertação espiritual necessária. Não me falta vontade, mas...

*ORIGEM DAS ENTIDADES ACOMPANHANTES*

Alexandre que havia retirado a destra de sobre a fronte da jovem informou, dirigindo-se a André Luiz:

Os dois infelizes que se apegam tão fortemente ao rapaz, são dois companheiros, ignorantes e perturbados que ele adquiriu em contato com o meretrício.   De leviandade em leviandade, criou certos laços com certas entidades ainda atoladas no pântano de sensações do meretrício, das quais se destacam, por mais perseverantes, as duas criaturas que ora se lhe agarram, quase integralmente sintonizadas com o seu campo magnético pessoal. O pobrezinho não se apercebeu dos perigos que lhe são invisíveis, tão fracos e viciados quanto ele próprio.

*RECURSOS DE LIBERTAÇÃO*

E não haverá recurso para liberta-lo? - indagou André Luiz, emocionado.
mas quem deverá romper as algema, senão eles mesmos? - respondeu Alexandre - nunca lhes faltou o auxílio exterior de nossa amizade permanente; no  entanto, eles próprios alimentam-se uns aos outros, no terreno das sensações sutis, absolutamente imponderáveis para os que lhes não possa sondar o mecanismo íntimo. É inegável que procuram, agora, os elementos de libertação. Aproximam-se da fonte de esclarecimento elevado, sentem-se cansados da situação, e experimentam, efetivamente o desejo de vida nova; - contudo, esse desejo é mais dos lábios do que do coração, por constituir aspirações muito vaga, quase nula. Se, de fato, cultivassem a resolução  positiva, transformariam suas forças pessoais, tornando-se determinantes, no domínio da ação regeneradora. Esperam, energias próprias, únicas alavancas da realização.

*TENTATIVAS FRACASSADAS*

André Luiz, no afã de conseguir solução imediata para o desligamento das entidades infelizes, propõe:

Provocar a retirada dos vampiros inconscientes

Esta solução foi tentada, - explicou Alexandre, mas nosso amigou afirmou, intimamente, sentir-se menos homem, levando humildade à conta de covardia,  e  tomando o desapego aos impulsos inferiores por tédio destruidor, invocando  mentalmente as duas entidades e atraindo-as novamente para o seu convívio.

*Doutrinação das entidades*

Semelhante recurso - falou Alexandre - não foi esquecido. Essa providência vem sendo efetuada com perseverança e métodos precisos. Todavia, nosso irmão encarnado converteu-se em poderoso imã de atração, e a medida exige tempo e tolerância fraternal. De qualquer modo, esteja convicto de que toda assistência tem sido prestada aos amigos e sob nossas observações.

*PASSE: CONDIÇÕES PARA PARTICIPAÇÃO*

*LIVRO:*

Missionários da Luz - Caps XIX

*LOCAL:*

Um Centro Espírita na Crosta Terrestre, no qual o Espírito Alexandre funcionava como orientador

*SERVIÇO*

*Passes magnéticos.*

*DESCRIÇÃO DO AMBIENTE, FEITA PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ:*

O trabalho era atendido por seis entidades, (espíritos técnicos em auxílio magnético) envoltas em túnicas muito alvas, como enfermeiros vigilantes. Falavam raramente e operavam com intensidade. Todas as pessoas, vindas ao recinto, recebiam- lhes o toque salutar e, depois de atenderem aos encarnados, ministravam socorro eficiente às entidades infelizes do plano espiritual, principalmente as que se constituem em séqüito familiar dos encarnados.

*REQUISITOS NECESSÁRIOS AOS ESPÍRITOS PARA PARTICIPAREM COMO TÉCNICOS EM AUXÍLIO MAGNÉTICO*

Alexandre, Espírito orientador geral dos trabalhos, interrogado por André Luiz se aqueles seis espíritos técnicos em auxilio magnético apresentavam requisitos especiais, responde:

“Sim, na execução da tarefa que lhes está sbordinada, não basta a boa vontade, como acontece em outros setores de nossa atuação (espiritual). Precisam revelar determinadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentos especializados. O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfazer em semelhante serviço,    se ainda não conseguiu manter um padrão de elevação mental contínua, condição insdispensável à exteriorização das faculdades radiantes. O missionário do do auxílio magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter:

grande domínio sobre si mesmo;

espontâneo equilíbrio de sentimentos;

acentuado amor aos semelhantes;

alta compreensão da vida;

fé vigorosa; profunda confiança no Poder Divino.

“Constituem-se em nosso plano (espiritual) exigências a que não se pode fugir, quando na esfera carnal a boa vontade sincera, em muitos casos pode supriressa ou aquela dificiência, o que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de nosso círculo de ação ao servidor humano, incompleto no terreno das qualidades desejáveis.”

*PARTICIPAÇÃO DE ENCARNADOS*

Os encarnados, de um modo geral, poderiam colaborar em semelhantes atividades de auxílio magnético?

Perguntou André Luiz.

“Todos, com maior ou menor intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido - respondeu o orientador Alexandre -, porquanto, revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indiretamente o neófito, utilizndo-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o própriovalor. São muito raros, porém, os companheiros que demonstram a vocação de servior espontaneamente. Muitos, são obstante bondosos e sinceros nas suas convicções, aguardam a mediunidade curadora, como se ela fosse um acontecimento miraculoso em suas vidas enão um serviço do bem, que pede do candidato o esforço laborioso do começo....” - Ainda mesmo que o operário humano revele valores muito reduzidos, pode ser  mobilizado? - interrogou André Luiz, curioso.

“Perfeitamente, aduziu Alexanre, atencioso”.

“Desde que o interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de qualquer preocupação trensitória, deve esperar incessante progresso das faculdades radiantes, não só pelo próprio esforço, senão também pelo concurso de Mais Alto, de que se faz merecedor.”

*DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE RADIANTE NOS ENCARNADOS*

“- Conseguida a qualisase básica, ou seja, a boa vontade, - prosseguiu Alexandre - candidato ao serviço precisa considerar a necessidade de sua elevação urgente,  para que as suas obas se elevem no mesmo ritmo.

Falaremos tão-somente das conquistas mais simples e imediatas que deve  fazer dentro de si mesmo. Antes de tudo,  é  necessário equilibrar o campo das emoções. Não é possível fornecer forças construtivas  a  alguém,  ainda  mesmo  na  condição  de  instrumento  útil,  se  fazemos sistemático desperdício das irradiações vitais. Um sistema nervoso esgotado, oprimido, é um canal que não responde pelas interrupções havidas. A mágoa excessiva, a paixão desveirada,  a inquietude obsedante, constituem barreiras que impedem a passagem das energias auxiliadoras. Por outro lado, é preciso examinar também as necessidades fisiológicas, à par dos requisitos de ordem psíquica. A fiscalização dos elementos destinados aos armazéns celulares é indispensável, por parte do própriointeressado em atender as tarefas do bem. O excesso de alimentação, produz odores fétidos, através dos poros,  bem como das saídas dos pulmões e do estômago, prejudicando as faculdades  radiantes, por quanto provocam dejeções anormais e desarmonias de vulto no aparelho gastro-intestibal, interessando a intimidade das células. O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares. Quando nos referimos às qualidades necessáriasaos servidores desse campo de auxílio, a ninguém desejamos desencorajar, mas orientar ás aspirações do tabalhador para que sua tarefa cresça em valores positivos e eternos”.

*COMPLEMENTO DO TEMA; ESTRAÍDO DO LIVRO “MECANISMO DA MEDIUNIDADE”*

*CAPÍTULO XXII - MEDIUNIDADE CURATIVA*

*SUB-TÍTULO: MÉDIUM PASSISTA*

Entendemos quie a mediunidade curativa se reveste da mais alta importância; desde que alicerçada nos sentimentos mais puros  de  mais  pura fraternidade.

É claro que não nos reportamos aos magnetizadores que desenvolvem as forças que lhes sãopeculiares, no trtao da saúde humana. Referimo-nos, sim, aos intérpretes da Espiritualidade Superior, consagrados à assistência providencial aos enfermos, para encorajar-lhes a ação. Decerto, o estudo da constituição humana lhes é naturalmente aconselhável, tanto quanto ao aluno de enfermagem, embora não seja médico, se recomenda a aquisição de conhecimento do corpo em si. E do mesmo modo que esse aprendiz de rudimentos da Medicina precisa atentar para a assepsia do seu quadro de trabalho, o médium passista necessitará vigilância no seu campo de ação, porquanto de sua higiene espiritual resultará o reflexo benfazejo naqueles que se proponha socorrer. Eis porque se lhe pede a simplicidade e a humildade por alicerces no serviço de socorro as doentes, de vez que semelhantes fatores funcionarão à maneira do tunstênio na lâmina elétrica, suscetível de irradir a força da usina, produzindo a luz necessária à expulsão da sombra. O investimento cultural ampliar-lhe-áos recursos psicológicos, facilitando-lhe a recepção das ordens e avisos dos instrutores que lhe propiciem o amparo,e o asseio mental lhe consolidará a influência, purificando-a, além de dotar-lhe a presença com a indispensável autoridade moral, capaz de induzir o enfermo ao despertamento das próprias forças de reação.
Palestra
Virtual

Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br



Tema: Paixões

Palestrante: Vera Sá

Rio de Janeiro

Organizadores da palestra:


: "Luno" (nick: [Moderador])

"Médium digitador": André Alcântara (nick: Vera_Sa)

*Oração Inicial:*

Amigo Jesus, companheiro de todas as horas, mais uma vez aqui estamos, para a realização de mais uma palestra virtual. Que a tua serenidade possa envolver este ambiente, tornando-o propício ao trabalho que realizaremos. Envolva com muita paz a amiga Vera, que nos ajudará a entender um pouco mais as tuas lições. Envolva também, Mestre amigo a todas as frentes de trabalho do IRC-Espiritismo, na noite de hoje. Que seja em teu nome, em nome dos espíritos amigos que sustentam a tarefa, mas, sobretudo em nome de Deus, Pai de infinita Misericórdia, a realização desta palestra. Que seja assim, agora e sempre. Graças a Deus! (t)

Apresentação do Palestrante:

Trabalho como oradora espírita na Casa de Léon Denis, em outras casas que seguem a orientação do CELD, bem como outros grupos espíritas que se preocupam com a divulgação da Doutrina. Também fazemos parte do grupo de visitas a enfermos, trabalhamos mediunicamente na desobsessão, já fizemos parte da evangelização de crianças e jovens, e hoje, além do COMP (Curso de Orientação Mediúnica e Passes), também participamos de outros cursos e Encontros que a Casa oferece. Ressaltamos a nossa ligação com a Obra Social Antônio de Aquino, onde com a experiência profissional e o pouco que aprendemos com a Doutrina, tentamos desempenhar algumas tarefas tanto no setor educacional quanto nos setores de assistência social que lá existem. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

Que a paz de Deus permaneça com todos e que possamos rapidamente relembrar as perguntas 907 e 912 de "O Livro dos Espíritos", onde o tema de hoje foi explorado pelo codificador Allan Kardec, através das perguntas realizadas a espíritos superiores que guiaram e guiam todo esse trabalho. Para os companheiros que gostam de referências bibliográficas, gostaríamos de ressaltar a leitura do cap. XVII de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e do Cap. VII do livro “O Céu e o Inferno, onde o sentido de paixões X "A carne é fraca", bem como as idéias que temos do homem no mundo, conforme o item 10 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, nos apontam e nos conduzem a conceitos básicos sobre vícios e paixões.

Buscando naquele nosso livrinho chamado Dicionário, encontramos vício como grande defeito ou imperfeição, mas também como o defeito que torna uma pessoa ou objeto, impróprios, para aquilo que se destinam. Como espíritos, nos destinamos a perfeição, e cabe-nos de encarnação a encarnação nos aprimorarmos. Portanto, cabe reconhecermos pelo menos os nossos vícios e tentar domesticá-los. Paixão, está lá no dicionário, é um sentimento excessivo, mas também está lá, é o entusiasmo, e também está lá, a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, portanto é necessária ao homem, afim de que ele possa realizar grandes coisas. Com essas palavras, deixamos para todos as reflexões para o tema de hoje, não “devagando”, mas até caminhando... (t)

Perguntas/Respostas:

<[Moderador]> [01] Todas as paixões são negativas?

Não. Quando explicamos paixão no sentido de entusiasmo, pode levar a grandes descobertas científicas, a grandes trabalhos. A própria paixão pela verdade levou Kardec a todo esse trabalho que o Pentateuco nos traz. (t)

<[Moderador]> [02] O que é Paixão?

Como dissemos no início, é um sentimento excessivo, pode ser uma afeto violento, levar a uma cólera, uma grande mágoa, mas como dizem os espíritos, na pergunta 908 de "O Livro dos Espíritos": “...As paixões são como um Corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigosa, desde que passe a governar". (t)

<[Moderador]> [03] Sou completamente apaixonado por Jesus. Por que tem espírita que me recrimina?

Se você se refere a paixão por Jesus, no sentido de seu esforço para dominar suas más tendências, e procure, como homem no mundo, viver considerando a lei de sociedade, de convivência, caso você busque trabalhar em prol do próximo, o que vale é sua intenção e sua consciência, não a opinião dos outros. Lembremos também que às vezes nos entusiasmamos tanto que não permitimos que o entusiasmo do outro também se apresente. (t)

<[Moderador]> [04] Paixão se confunde com fanatismo?

Muitas vezes, o sentimento excessivo por algo, alguém ou alguma coisa que nos prende a razão, no sentido de embotar a razão, realmente se torna algo perigoso e leva ao fanatismo, o seu exagero fica por conta das nossas imperfeições. (t)

<[Moderador]> [05] A paixão de alguma forma nos impulsiona? Ajuda na evolução individual de cada um?

Ela é uma alavanca da própria vontade, é um recurso, é como se potencializasse as forças do próprio homem, "auxiliando na execução dos desígnios da Providência" (comentário de "O Livro dos Espíritos", pergunta 908).(t)

<[Moderador]> [06] Como determinar com exatidão a fronteira entre o amor e a paixão?

Com exatidão, caro amigo, não sei lhe dizer, só sei que ao ler em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" , sobre Lei do Amor, descobri que o que Lázaro coloca no item 8 realmente, me fez entender um pouco dessa diferença. Lázaro diz que na verdade, nós passamos do nosso primitivismo espiritual para as sensações, e só mais tarde, saímos dessas sensações muitas vezes "hormonais", que achamos que é sentimento, para os verdadeiros sentimentos. O ponto mais delicado do sentimento é que é o amor. Portanto, nós, ainda espíritos, vivendo essa dicotomia entre o bem e o mal dentro de nós, também vivemos a dicotomnia de até onde vai a paixão, até onde vai o sentimento, e essa transformação vai se dando a partir do instante em que trabalhamos com nós mesmos tudo isso. Quando desenvolvemos tarefas, não só mediúnicas, mas principalmente tarefas de convivência com a dor do próximo. Amor divide, paixão possui, eu acho. (t)

<[Moderador]> [07] Como dominar o "Corcel das paixões"?

Se eu tivesse a receita, eu te dava. Mas existem alguns caminhos que podem nos ajudar. Caminhos no sentido de ingredientes, é só pegar o homem de bem lá no Evangelho e verificar algumas coisas que nos faltam e aplicar a técnica mais fácil que aprendi na Doutrina espírita, "O Livro dos Espíritos" , 919 resposta de Sto. Agostinho, Quando se pergunta qual o meio mais eficaz de resistir a atração do mal (portanto podemos considerar como dominar o corcel das paixões). E nos diz na 919-A que fazer o bem é um dos caminhos, examinar a sua consciência toda a noite é outro caminho. Trabalhar todo dia em prol de si mesmo é um dever e, com isso, nós não damos certificado de garantia, mas que aprendemos a controlá-las e até mesmo desviá-las para aquelas alavancas em prol do progresso da humanidade, é possível, você pode ter certeza! (t)

<[Moderador]> [08] Sensações hormonais... muito interessante isso. Podemos agregar isso a nossa ignorância ou primitivismo ainda?

Eu diria que faz parte de nossa evolução como espíritos imortais, quando falamos hormonais, foi uma forma "light" de lembrar de coisas que não gostam de falar, que são nossas necessidades físicas que andam mal dirigidas. o sexo é necessário com amor, para isso estamos preparados com nossos hormônios, em diversas fases de nossa existência como espíritos encarnados. Está na Lei de reprodução. Leiam “Sexo e Destino” de André Luiz, “Evolução Anímica” de Gabriel Delanne e teremos subsídios para refletirmos sobre essas questões. (t)

<[Moderador]> [09] Costumamos associar a paixão a pessoas, mas ela também ocorre com relação a coisas e principalmente a poder. Só quando evoluímos vamos nos desfazendo disso tudo que nos algema à terra?

É verdade. Aliás no Livro “O Céu e o Inferno”, com subtítulo “A Carne é Fraca”, existe ponderações a respeito. Antigamente chegou-se a considerar que as paixões eram tendências viciosas e que se apegavam mais a moral do que o físico. Hoje sabe-se que o espírito é o artista de seu próprio corpo, e, portanto, de seus próprios sentimentos e anseios. Daí a paixão pelo poder, pela exacerbação de si mesmo que leva a se achar "Eu sou o máximo". Ou muitas vezes a nos ligarmos a objetos que nos aprisionam a Terra, mesmo depois de desencarnados, verificamos nas mesas de trabalhos mediúnicos desses companheiros em sofrimento. No livro “Jesus no Lar”, na lição 6, quando Simão Pedro trazia seu desgosto aos companheiros e a Jesus, diante de ter sido acusado por um velho tio de acabar com os bens materiais da família, ao ser indagado por Jesus, como foi a sua reação, verificamos Simão Pedro colocando para fora todos os impropérios que poderia falar sobre seus parentes, ele disse isso no Culto do Lar desse dia, pois o livro traz coletâneas desses momentos de Jesus com os discípulos. Quando Jesus afirma como é importante trabalhar na direção do bem, mesmo quando espíritos familiares endurecidos ou indiferentes, nos levantam calúnias. Vejam: ele colocou toda a a sua exacerbação para fora. Todas as más tendências e convivia com Jesus. Nem por isso deixou de ser respeitado pelo Mestre, nem por isso deixou de repensar sobre suas ações, buscando pela própria história, mudar o seu caminho. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

Queridos amigos, uma vez ouvi, e essa eu vou colar mesmo, que o homem, na época das civilizações bárbaras era reconhecido por sua força física. Hoje, nos consideramos uma civilização tecnológica e o homem é considerado pela força de sua inteligência ou de seu dinheiro ou do estado social. Temos que chegar a civilização cristã, quando o homem será reconhecido por sua força moral, por suas virtudes, pelo seu sentimento conduzido e regrado pela razão. Como também a razão burilada pelo sentimento e aí reconheceremos exatamente como domar as paixões, aliás teremos domado as más tendências e conduzido essa energia inflamante e inflamável, chamada paixão, para um processo de educação onde o estudo que é o aprendizado da técnica, da teoria, praticado através do trabalho de uns com outros. Realizaremos as verdadeiras obras em prol do progresso nosso e faremos a parte que nos compete como seres imortais, como criaturas divinas na obra da própria criação. Graças a Deus! (t)

Oração Final:

Senhor! Como diz a velha e linda canção: "Quão grande és Tu!!!" Que privilégio nos concedes ao proporcionar esta oportunidade de um estudo tão interessante, tão "apaixonante" como este! Obrigado, Senhor! Permita que passemos a usar a razão - que nos é peculiar por sermos filhos teus - juntamente com nossos sentimentos todos! Que as paixões em nossas vidas sejam apenas as positivas, que o amor invada nossas vidas hoje e sempre! Abençoe, Pai, nossa querida Vera, para que possa sempre estar nos trazendo ensinamentos tão necessários ao nosso crescimento espiritual! Abençoe a todos nós aqui presentes em nome de Jesus! Assim seja!